Metrópole Magazine - Março de 2018 / Edição 37

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Março de 2018 Ano 4 – nº 37




O que é Fundo Municipal da Infância e Adolescência? É um mecanismo que destina recursos financeiros ao atendimento de jovens em situação de vulnerabilidade social. As contribuições se transformam em projetos sociais nas áreas da educação, saúde, assistência social, lazer e defesa de direitos de seu município.

Peça ao seu contador ou entre no sistema da Receita Federal e direcione 3% do valor do seu Imposto de Renda para o Fundo.


Recicle e passe

essa ideia adiante

O QUE É RECICLÁVEL?

• • • •

Garrafas plásticas de água e refrigerante (pet) Sacolas plásticas, brinquedos, utensílios domésticos e embalagens de produtos de limpeza Latinhas, ferragens, pregos e panelas Embalagens de leite, jornais, revistas, livros, caixas de papel e papelão

O QUE NÃO É RECICLÁVEL (LIXO COMUM)?

• • •

Sobras de alimentos, papel higiênico, guardanapos, fraldas descartáveis e absorventes Preservativos, etiquetas e fitas adesivas, papel carbono, esponja de aço, latas de inseticida, verniz e tinta Espelhos, vidros de janela e tampos de mesa, pratos, refratários e óculos

MAIS INFORMAÇÕES

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, AGRICULTURA E PESCA

(12) 3897-2530

O CRONOGRAMA COMPLETO VOCÊ PODE CONSULTAR NO SITE

WWW.CARAGUATATUBA.SP.GOV.BR


EDITORIAL Diretora Executiva: Regina Laranjeira Baumann

Editor-chefe: Fernando Ivo Antunes QUEM CONHECE, CONHECE BDO Repórteres: Tânia Campelo, João Pedro Teles, Marcus

Futuro

Alvarenga Uma das Big 5 Colaborador: Otávio Baldim Líder no middle market Estagiárias: Beatriz Plaça, Giovana Bertti, Nathalia Prado Fotografia: Pedro Ivo Prates 21 escritórios Esta edição é muito especial para todos nós do Grupo Meon de Comunicação. Há no Brasil Diagramação e Trat. de imagens: José Linhares Auditforma | Tax de | Advisory Arte: Bruno Santos três anos, iniciamos a produção mensal da Metrópole Magazine como

homenagear o primeiro ano do Portal Meon. Chegamos nesta edição de número 37 iniciando um novo ciclo e sempre ratificando nosso compromisso com a verdade e a independência jornalística necessárias para prestar um bom serviço a toda população da RMVale.

O que seremos daqui a alguns anos depende de como nos portarmos atualmente e das decisões que tomarmos ao longo dos dias. Esta edição da Metrópole Magazine traz reportagens que permeiam esta análise. Na matéria de capa, a temática ambiental analisa o possível corte de 430 árvores do Bosque da Tívoli, Tel (55 12) 3941 4262 em São José dos Campos, em uma área privada e que servirá de estacionamento. www.bdobrazil.com.br Com uma repercussão enorme na mídia social, a série de reportagens do Meon sobre o caso teve mais de 1.200 compartilhamentos e mais de 150 mil pessoas alcançadas.

Executivos de Negócios: Greice Kelly, Eduardo Rosa, Juliane Silveira, Dimas Ferreira, Marcelo Vinícius Diretor de Relações Institucionais: Eduardo Pandeló Diretora de Comunicação: Elaine Santos Departamento Administrativo: Roseli Laranjeira, Patricia Vale, Thomas Baumann EDIÇÕES ANTERIORES: http://www.meon.com.br/revista PARA ANUNCIAR: Ligue: 12 3204-3333

Visite nosso site

Tiragem auditada por:

Meon Comunicação Ltda Avenida São João, 2.375 –Sala 2010 - Jardim Colinas –São José dos Campos - CEP 12242-000 -PABX (12) 3204-3333 Email: metropolemagazine@meon.com.br

Também falando sobre futuro, a reportagem sobre educação financeira durante o período escolar analisa a importância das escolas colocarem este tema para as crianças entenderem, desde cedo, a responsabilidade com o dinheiro e a forma como ele deve ser investido. A entrevista especial deste mês é com a prefeita de Piquete, Teca Gouvêa (PSB), que também preside o Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba). Entre diversos assuntos, ela fala do futuro político da nossa região. Regina Laranjeira Baumann Diretora Executiva

A revista Metrópole Magazine é um produto do Grupo Meon de Comunicação | Tiragem: 15 mil exemplares

metr pole magazine A revista 15 mil exemplares 10 cidades 70 / 100 páginas

Auditada pela BDO, destacada no mercado nacional e internacional como a quinta maior empresa de auditoria e consultoria no Brasil.

Nosso público

Nosso foco é no Jornalismo, com conteúdo diversificado e aprofundado. Com isso, nosso público é o formador de opinião, influente. Faz parte das classes A e B, possui poder de compra, decisão e se interessa por política, economia e entende a importância das notícias locais.

Distribuição

Nos condomínios residenciais de São José dos Campos mais da metade (56%) das pessoas pertence à classe “A”. Mais de 60% dos domicílios apresentam renda superior a 10 salários mínimos e 80% das residências têm computador. É a maior concentração de casas com acesso à internet, e de automóveis. Cerca de 19% de seus domicílios dispõem de 3 carros ou mais.

9.000 S. J. Campos 2.500 Taubaté 1.000 Jacareí 1.000 Caçapava/Pinda Campos dos Jordão 1.500 Litoral Norte

Condomínios Assinantes Pontos fixos



8 | Revista Metrópole – Edição 37

SUMÁRIO Foto:Pedro Ivo Prates

Matéria de Capa

22 Anúncio de corte de 430 árvores gerou protestos e pedido de moradores por criação de Parque Municipal no Bosque da Tívoli

EDUCAÇÃO 16 ENTREVISTA 54 Escolas Presidente do Codivap, Teca Gouvêa de São José dos Campos (PSB) defende voto distrital para fortalecimento da política regional

celebrar o primeiro ano do Portal Meon e agora comemora a consolidação da marca

12 14

ESPORTE 70 Fábio Carille se firmou como ídolo instantâneo da torcida corintiana por montar time ‘raçudo’ e vencedor GASTRONOMIA 76 Produção artesanal de ovos de

CULTURA 62 Poeta e contador de história, Ditão Virgílio observa Sacis desde a infância e garante que o personagem existe e está entre nós

páscoa conquista paladar e deve se tornar tendência neste ano Pedro Ivo Prates

10

comerciais de São José precisam se atualizar para oferecer boas experiências aos turistas

Pedro Ivo Prates

41 ESPECIAL MULHER

utilizam aulas extracurriculares para ensinar educação financeira e empreendedorismo aos alunos Divulgação

Pedro Ivo Prates

ANIVERSÁRIO METRÓPOLE 34 Revista começou em 2015 para

TURISMO 66 Hotéis e estabelecimentos

Espaço do Leitor Aconteceu& Frases&

58 74 80

Saúde& Arquitetura& Humor&


Março de 2018 | 9

Artigo&

É sabido de todos, em especial dos habitantes locais, o papel que nossa região teve no contexto nacional, sendo o centro econômico do País no Ciclo do Café, de meados a fim do século XIX, além de sua importância política desde os tempos coloniais, atravessando com destaque o Império e a República Velha, chegando a oferecer à nação um presidente da República, Rodrigo Alves e, mais recentemente, um governador, Geraldo Alckmin. Todavia, hoje, no contexto estadual, apesar deste fato (ser terra natal do governador), de concentrar 5,3% do PIB paulista em 2015, abrigar mais de 5% da população do Estado (nada menos que 2,5 milhões de habitantes, incluindo o Litoral Norte), nosso Vale é inexpressivo politicamente, com graves reflexos para todos. E podemos colocar isso em números, para que o argumento saia do campo das impressões para emergir no mundo objetivo. Vejamos! O orçamento estadual (este desconhecido até mesmo dos deputados que o aprovaram) para 2018 prevê uma elogiável rubrica para investimento de cerca de R$ 18 bilhões. Isso significa estradas, hospitais, escolas, obras hídricas, ferrovias, etc.

Freepik

Vale do Paraíba: em busca do protagonismo perdido Bem, numa proporção simples, se temos 5% da população aqui, faríamos jus, a grosso modo, a R$ 900 milhões/ ano ou R$ 75 milhões/mês de investimento em nosso querido Vale. A realidade? Não temos nem um trigésimo disso. A meu ver, como homem público e estudioso de Ciência Política, grande parte dessa inexpressividade origina-se na insuficiente representação política local. Tivesse sido aprovada a (urgente, necessária, inadiável) reforma política, teríamos na região seis distritos, o que significariam seis deputados estaduais. Quantos temos hoje? Dois. Voltemos ao orçamento. Os dois deputados carregam para a região, na melhor das hipóteses, R$ 10 milhões em emendas parlamentares – por ano. Mas faríamos jus, repito, a R$ 75 milhões por mês! E por que se dá isso? No meu entendimento porque, justamente, não são discutidas políticas públicas para o Vale, mas sim se contenta com meras gotas de recursos, aspergidas pelos nossos representantes (com muita boa vontade e esforço, reconheço) em micro emendas de R$ 50 mil ou R$ 100 mil ora para uma entidade aqui, ora para uma prefeitura acolá.

É doloroso ver que nas 856 páginas do orçamento estadual nosso Vale apareça expressamente apenas sete vezes, e sempre na lista de “atores coadjuvantes”: numa rubrica de R$ 440 milhões para unidades prisionais, num extremo, e, de outro, ridículos R$ 10 mil (sim, isso mesmo), para “compensação ambiental do rodoanel Mário Covas” (claro que é rubrica pro forma, esperando mais recursos que nunca vêm). Ah, também foram previstos gigantescos R$ 1 milhão para o Fundo de Desenvolvimento do Vale do Paraíba e nada menos que R$ 2.915.495 para a produtiva e operosa Agência Metropolitana do Vale do Paraíba – cuja existência é para, justamente, fazer este tipo de discussão. Não queremos migalhas que caem da mesa do banquete estadual (o orçamento), mas sim sentar à mesa e escolher os pratos que nos interessam e precisamos.  Joffre Neto, engenheiro, mestre em Administração Pública, pela FGV-SP e coordenador do curso de Gestão Pública da UNITAU.


10 | Revista Metrópole – Edição 37

Espaço do Leitor Edição 36 – Fevereiro de 2018

Feedback

RMVALE

Fevereiro de 2018 – Ano 3 – nº 36

Eles NÃO têm culpa

População associa transmissão de febre amarela a macacos e animais são vítimas de violência ESPORTES

Basquete de São José retoma atividade profissional na Liga Ouro de olho no acesso ao NBB pág. 64

ENTREVISTA

Jair Bolsonaro esteve em São José e falou sobre a eleição deste ano

A edição de fevereiro da Metrópole

sobre a expectativa para a eleição deste

Magazine trouxe como reportagem

ano e sobre o modo como pretende agir

de capa o tema Febre Amarela, porém,

durante o período eleitoral. Outro desta-

mostrando como macacos estão sendo

que da revista é a volta do Basquete de

maltratados e vítimas da falta de conhe-

São José dos Campos às atividades pro-

cimento sobre a doença. Alguns animais

fissionais ao disputar a Liga Ouro. O de-

foram mortos na região devido ao medo

bate sobre política também esteve pre-

da transmissão do vírus. A entrevista

sente ao tratar sobre a importância da

do mês foi com o pré-candidato a presi-

Tribuna Livre e da participação popular

dente Jair Bolsonaro. O deputado federal

no legislativo municipal, principalmen-

esteve em São José dos Campos e falou

te em ano eleitoral.

pág. 16

Ylana ohana Fiquei com água na boca ao ver a matéria do arroz. Deve ser bem nutritivo e gostoso.

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Cristiele Luiza Matéria sobre os macacos ficou excelente. Importante conteúdo para conscientizar quem ainda não respeita os animais.

Esporte&

Fotos: Pedro Ivo Prates

A bola laranja vai voltar a subir

Equipe de basquete do São José dos Campos retoma as atividades profissionais na Liga Ouro em busca do acesso ao NBB 2018/2019

72 | Revista Metrópole – Edição 36

Fevereiro de

Gastronomia& 22 | Revista Metrópole – Edição 36

MATÉRIA DE CAPA

Arroz gourmet produzido em Pinda é exportado para os Estados Unidos

Márcio Dornelle, ala do José, tem 42 anos e é o mais experiente da equipe

Giovana Bertti SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O

São José Basquete, que já deu muitas alegrias para o torcedor em 70 anos de história, volta a jogar uma competição profissional em 2018 após dois anos de pausa. A equipe vai disputar a Liga de Ouro, uma espécie de segunda divisão do campeonato nacional, com o sonho

de voltar para o NBB (Novo Basquete Brasil) e disputar títulos contra as principais equipes do Brasil. Para isso, o time joseense conta com uma mescla de atletas experientes, inclusive com passagens pela seleção brasileira, como Márcio Dornelles, e jogares formados na base da equipe. “Essa junção dos jogadores é a coisa mais importante, pois o menino de 19 anos e o jogador mais experiente

Pedro Ivo Prates

Eles não têm culpa

Das terras do Vale do Paraíba para as mesas do Tio Sam

Fotos: Ricardo Martins

agregam à equipe de forma diferente. A união entre os jogadores é extremamente importante, por isso procuro valorizar os garotos da base da mesma forma que valorizo os experientes, pois o grupo é o mais importante. Não existe um time forte sem união”, afirma Paulo Jau, técnico do São José, que trabalha no clube desde 2005. O auge do basquete de São José dos Campos foi, concidentemente, nos anos

Arroz preto começa a ser produzido em Guará e é finalizado em Pinda

População associa transmissão de febre amarela a macacos e animais são vítimas de violência

Beatriz Plaça PINDAMONHANGABA

Lais Costa Estava com saudade do Basquete em São José. Adoro esporte e é bom ter a volta do time. Desejo sucesso.

/portalmeon

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A

gastronomia brasileira possui muitas diversificações, contando com a influência de nacionalidades distintas como italiana, francesa, japonesa, dentre outras. Porém, apesar de toda miscigenação dos alimentos consumidos no país, o famoso arroz branco com feijão

nunca sai de moda e está sempre presente. Pensando na modernização do arroz branco, José Francisco Ruzene, rizicultor rural desde sua adolescência, lançou um novo produto que inovou a venda de arroz no mercado consumidor, que começou na RMVale e agora atravessa fronteiras. É o arroz gourmet. Toda a infância de Ruzene foi vivida em Guaratinguetá, onde morava com os pais e três irmãos. Seu pai, Nelson

Ruzene, rizicultor, passou todos os ensinamentos para o filho, que veio aprendendo desde pequeno sobre agronomia e cultivo do grão, acompanhando o desenvolvimento de cada safra e colheita. Com grande experiência no mercado rizicultor, a busca foi por um diferencial que fosse lucrativo e inédito no setor. Em 2005, o encontro com Cândido Bastos, pesquisador do IAC (Instituto Agronômico de

@portalmeon

98218-4888



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Divulgação

Aconteceu& Soldados da RMVale participam de operações de segurança no Rio

Divulgação

Cerca de 300 militares da 12ª Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel de Caçapava e Lorena participaram de ações de apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública, no Estado do Rio de Janeiro. As Forças Armadas disponibilizaram para a operação cerca de 3.000 militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, com apoio de veículos blindados e aeronaves. Os militares de Caçapava e Lorena deram apoio à Polícia Rodoviária Federal em bloqueios, controle e fiscalização em rodovias de acesso ao Estado do Rio de Janeiro, principalmente na divisa com São Paulo. As blitze tinham como foco o combate ao contrabando de armas e munições, ao tráfico de entorpecentes e ao roubo de cargas. Todos os bloqueios feitos nas vias de acesso contaram com apoio das Forças Armadas. 

À Câmara, Ministério Público Federal diz que ‘Escola sem Partido’ é inconstitucional

Após chuvas, 500 toneladas de terra são retiradas de São Sebastião As fortes chuvas que começaram na noite do dia 12 de fevereiro no Litoral Norte deixaram pontos de alagamento em todas as cidades, mas São Sebastião foi uma das mais atingidas, com registro de casas destruídas, mais de 30 pessoas desalojadas e o comprometimento das atividades da administrção pública com invasão da água no prédio da prefeitura. De acordo com a Defesa Civil, os estragos são calculados em 700 pessoas atingidas e mais de 10 mil residências que tiveram algum tipo de prejuízo em razão dos temporais, além do lamaceiro que invadiu a cidade, o qual foram retiradas 500 toneladas nesta última semana. Dentre outros prejuízos, a Secretaria de Planejamento, Fazenda, Administração e o Gabinete do prefeito ficaram totalmente embaixo d’água, sendo necessário as equipes administrativas se realocarem para outros prédios públicos, dificultando a retomada dos serviços diretos e indiretos à população. 

Divulgação

O Ministério Público Federal enviou à Câmara de São José um documento reprovando o projeto de lei ‘Escola sem Partido’, que tramita na Casa. Endereçado ao presidente Juvenil Silvério (PSDB), o documento é assinado pelo procurador da República, Ricardo Baldani Oquendo. No texto, o procurador ressalta que “projetos similares são objeto de questionamento do MPF quanto à inconstitucionalidade de seus dispositivos, tanto sob o aspecto formal quanto material”. Sobre o PL que tramita na Casa, o MPF afirma que há “vícios formais, tendo em vista que somente a União pode legislar sobre diretrizes e bases da Educação e que a iniciativa legislativa é do Chefe do Poder Executivo”. O documento ainda solicita que seja informado a todos os vereadores o posicionamento do MPF em plenário, com distribuições de cópias do parecer. 


Março de 2018 | 13

Divulgação

Estado fecha posto por suposta fraude em bombas de combustível em Jacareí

Inauguração de trecho da Carvalho Pinto em Taubaté vira palanque pró-Alckmin

Primeira-dama de Ilhabela, Júlia Tenório morre vítima de câncer de mama A primeira-dama de Ilhabela, Júlia Tenório, de 42 anos, teve a morte confirmada na noite do dia 26 de fevereiro, após quase seis anos de luta contra um câncer de mama. Moradora da ilha desde os 14 anos e vinda de Guarulhos, ela conheceu o atual prefeito, Márcio Tenório (PMDB), na adolescência, com quem construiu família e tiveram duas filhas, Anna Júlia, 17, e Manuella, 10. Júlia era conhecida por sua atuação profissional na área administrativa da antiga empresa de transportes Autoviação Ilhabela, mas se afastou ao descobrir a doença em 2012, iniciando um caminho de perseverança. Porém, o câncer de mama reapareceu em 2016, reiniciando a caminhada. Mesmo durante a sua luta contra o câncer, Júlia esteve à frente de trabalhos voluntários e da presidência do Fundo Social de Solidariedade de Ilhabela, ações que ela relatava como momentos de renovação de energia e forças. As pessoas que conviveram com ela destacam a bondade e o amor ao próximo como grande marca de toda sua vida. 

Em agenda pela RMVale, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) inaugurou as obras de prolongamento da rodovia Carvalho Pinto, em Taubaté, no final de fevereiro. Com políticos da região, o evento ganhou ares de campanha, às vésperas das eleições deste ano. Com 10,7 quilômetros, 8,6 de trajeto, mais 2,1 de conexões, o prolongamento possibilita a diminuição de carros na Tamoios e na Via Dutra. O trecho segue do km 126,1 ao km 134,7. O investimento com as obras, realizadas pela Ecopistas, concessionária que administra a rodovia, foi de R$ 322,8 milhões. Com a integração, os motoristas poderão seguir direto da Carvalho Pinto à Oswaldo Cruz, rumo à Ubatuba ou São Luiz do Paraitinga. Antes, era preciso pegar a Dutra para acessar a rodovia ou pegar a Tamoios e cruzar Caraguatatuba. Apesar de Alckmin ainda não ter se licenciado do governo para concorrer às eleições como provável candidato à presidência pelo PSDB, o evento prosseguiu com ares de discurso eleitoral. 

Divulgação

Divulgação

A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo cassou a inscrição estadual do posto de combustível “Solaris Serviços Automotivos Ltda.”, que fica em Jacareí. A ação faz parte de operações de fiscalização realizadas em todo o Estado pelo Ipem (Instituto de Pesos e Medidas). A finalidade dessas ações é identificar a substituição de componentes da placa eletrônica das bombas em postos de gasolina. A troca desses produtos caracteriza fraude volumétrica. O marcador da bomba medidora adulterada exibe uma quantidade de combustível maior do que a efetivamente injetada no tanque do veículo, causando prejuízo direto ao consumidor. Caso essa adulteração venha a ser comprovada, como no caso do estabelecimento em Jacareí, a Secretaria da Fazenda cassa a inscrição estadual para que o contribuinte não possa exercer o comércio de combustíveis. 


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Frases&

Fomos pegos de “surpresa.Não fomos

Pior do que saber que São José não conta com um transporte rápido, confortável e eficiente para atender as demandas da população é não enxergar uma proposta ousada para avançarmos nesta área

consultados. Trata-se de um imposto indireto num momento em que sequer saímos da maior crise financeira nos últimos 50 anos

Carlos Eugênio Montecarlo, Urbanista, sobre dados do Detran de que a cidade teve 200% de aumento da frotaem 20 anos

Humberto Dutra, presidente da ACI de São José, sobre aumento do valor da passagem para as empresas, anunciado em fevereiro.

Espero que nos próximos meses, sem ainda prever problemas na política, tenha uma recuperação das perdas, mas ainda não será um ano brilhante” José de Arimatéia Campos, gerente administrativo da regional do Ciesp em Taubaté, ao falar sobre os dados do emprego na indústria na região.

Arquivo

O cenário mostrou que precisava de uma atitude. E sim, podem haver vários reflexos na nossa região. Isso já está sendo considerado no nosso planejamento operacional e na nossa forma de atuar

Eliane Nikoluk, comandante da PM na RMVale, sobre a internvenção federal no Rio de Janeiro.


Março de 2018 | 15

A educação, infelizmente, está tendo um abalo, principalmente no ensino médio, em razão de muita vacância dos adolescentes e temos que melhorar

Arquivo

Lucimar Ponciano, presidente da Câmara de Jacareí, em evento de inauguração de creche na cidade.

“ É do interesse da prefeitura buscar a municipalização do hospital com o objetivo de garantir um local para a internação dos pacientes do município

João Ebram Netto, secretário de Saúde de Taubaté, sobre proposta de municipalização do Hospital Universitário.

É inadmissível que uma criança de oito anos ainda não tenha aprendido a ler e escrever ou que os adolescentes deixem o ensino médio antes de concluírem esta etapa da Educação

Luiz Felipe D´Avila (PSDB), pré-candidato ao governo de SP, em entrevista a Web TV Meon.

Arquivo


16 | Revista Metrópole – Edição 37

ENTREVISTA

Fotos: Pedro Ivo Prates Fotos: Pedro Ivo Prates

Teca Gouvêa assume o Codivap e quer órgão mais atuante na política

Prefeita de Piquete defende voto distrital para fortalecimento regional Fernando Ivo Antunes PIQUETE

A

grupar reivindicações de 44 prefeituras e buscar soluções políticas para os problemas da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, além de outras cidades da Grande São Paulo. Esta é a principal função de Ana Maria Gouvêa, conhecida por Teca Gouvêa, que, além de chefiar o Executivo de Piquete, é presidente do Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba (Codivap). Fundado em 10 de outubro de 1970, no Grande Hotel, em Campos do Jordão, o consórcio é pioneiro no Brasil ao agrupar diversas administrações municipais em torno de assuntos regionais. Na década de 1970, o ex-prefeito de Pindamonhangaba, Caio Gomes Figueiredo, já falava sobre a baixa produção dos prefeitos se enfrentassem os problemas sozinhos, sem olhar para o lado. É com este enfoque de proximidade entre os municípios que a atual comandante do Codivap espera transformar o órgão em uma organização mais executora e de maior representatividade política. O primeiro superintendente do Codivap foi o ex-ministro da Indústria e Comércio na época do general Castelo Branco, Paulo Egídio Martins, que depois assumiu o governo de São Paulo. Os municípios do Litoral Norte entraram no consórcio apenas na década de 1980. Atualmente, além de Teca Gouvêa (PSB), o consórcio tem na Mesa Diretora o

prefeito de Ubatuba, Delcio Sato (PSD) e Ernaldo César Marcondes (PMDB), prefeito de Aparecida. Além do Codivap, outras formas de administração regional atuam no Estado, como a Agemvale (Agência Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), criada em 2015 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), e vinculada à Casa Civil, e a RMVale, criada em 2012 como instrumento de união entre as prefeituras.

Não temos representatividade política no Congresso e na Assembleia com um número de deputados que realmente seja espelho do tamanho da nossa região”

Com abrangência de quase 3 milhões de pessoas, Teca Gouvêa assume o Codivap com o objetivo de dar uma atuação política maior ao órgão e busca na compensação financeira um motivo para unir o grupo em torno de melhorias para a região. Na entrevista, concedida em Piquete, no escritório da prefeita, ela fala sobre a expectativa do consórcio para este ano e como se diferenciar das demais organizações criadas pelo Estado. Como pretende atuar à frente do Codivap e o que espera que o consórcio conquiste durante seu mandato como presidente? Esse consórcio é um dos mais antigos do Brasil, com quase 50 anos. Quando foi formado, tinha uma característica ímpar, pois não existia no Brasil uma organização com este tipo de ação, com prefeituras unidas em torno de assuntos regionais. Na verdade, efetivamente muito pouco foi feito ao longo deste período. O que aconteceu de pior, nesses anos, é que o Codivap perdeu em sua história a importância política que existia. São mais de 2 milhões de votos apenas no Vale do Paraíba. Era pra termos uma força muito grande dentro do Estado e da União. Hoje está um consórcio enfraquecido. Estamos tentando resgatar a importância desta organização. Não temos representatividade política no Congresso e na Assembleia com um número de deputados que realmente seja espelho do tamanho da nossa região. É uma coisa triste de se falar, mas o Codivap, nos últimos 12 anos, ficou na mão de pessoas


Março de 2018 | 17

não muito sérias. Verificamos desvios de recursos e essa falta de trabalho. Até no estatuto havia um problema grave, pois legalmente éramos uma associação e não um consórcio. Na última década, as prefeituras não tinham o retorno que o consórcio devia dar e as administrações municipais pararam de contribuir. Como estão fazendo esse resgate? Estamos fazendo uma abordagem, desde a gestão passada, para resgatar o consórcio, que está dentro de uma região com PIB alto, quase 5% do Estado. As prefeituras devem permanecer no grupo e ter um retorno desse investimento que é feito mensalmente. Tem que valer a pena pagar. Já colocamos, do ano passado pra cá, o caixa no ‘azul’ e melhoramos a questão orçamentária. Hoje temos R$ 150 mil em conta, coisa que antes era deficitária. Desde a gestão anterior fizemos essa operação financeira para não deixar o consórcio no vermelho. Também temos atuado para que haja uma compensação de receita. Por exemplo, aqui em Piquete nós contribuímos com pouco mais de R$ 800 por mês. Este trabalho vai recuperar quase R$ 700 mil apenas para nossa cidade, entre pagamentos de encargos e uma série de questões que eram feitas de forma errada. Não pegamos esse dinheiro, mas é descontado, entre tributos e encargos, daquilo que precisaríamos pagar. Se o município tiver que pagar tudo isso de imposto e não pagar haverá uma economia gigante. Tem cidade onde essa compensação pode chegar a mais de R$ 3 milhões.

Prefeita de Piquete está no 2º mandato e assumiu comando do consórcio em fevereiro

Quero que todos os municípios tenham um retorno. Além do Codivap existe a Agemvale, ligada diretamente ao governo de SP. O que difere esses órgãos e qual a limitação do Consórcio? A Agência Metropolitana do Vale do Paraíba é um órgão do governo, como se fosse o Estado de São Paulo dividido em áreas administrativas, como é a questão da RMVale. Quem coordena esse órgão é o Estado e os municípios têm representatividade. Já no Codivap a gestão é dos prefeitos. Nós estamos à frente das decisões, diferente de como é feito na Agemvale. Por não ter vínculo estatal nossa representatividade política é maior. São funções diferentes.

Porém, aliás, esse planejamento que a Agemvale deveria fazer também não é feito. Não há um orçamento para essas regiões, com autonomia, para aplicar os recursos. Vamos falar sobre o lixo, por exemplo. Se a Agemvale quiser fazer um acordo para gerenciar a questão do despejo de lixo e envolver diversas cidades, eles podem fazer. Há essa autonomia. Nós atuamos na área política e é essa força que precisamos potencializar. De que forma esse saldo positivo que o Codivap tem atualmente pode ser usado? Não é um consórcio que visa lucro. É preciso sentar os prefeitos todos e dar a prioridade no que deve ser feito. Eu acredito que investir em capacitação profissional seria o ideal, proporcionando


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Teca foi eleita pelo PT em 2012 e mudou para o PSB para concorrer novamente ao cargo em 2016

meios de que os funcionários da prefeitura tenham conhecimento para atuar da forma mais assertiva possível. Hoje nós não conseguimos empréstimo para viabilizar grandes cursos, já que não temos receita que permita o pagamento dessa ação bancária. É possível comandar a cidade de Piquete e se dividir pensando nas demandas de toda uma região? Como tem dividido este trabalho? O Codivap tem uma diretoria, que é formada por três prefeitos, temos um Conselho Fiscal, que também atuam outros três prefeitos, e uma Direção Executiva, além do Conselho dos prefeitos. O mandato no Executivo é uma escola. Quando chegamos na administração, passamos os dois primeiros anos aprendendo a seguir a regra para não ter problema. Ficam todos com o pé no freio. Estamos nesse momento na maioria dos municípios. Como eu estou no segundo mandato e conheço bem como funciona a máquina pública, consigo gerenciar essa questão com tranquilidade. A ajuda dos executivos do Codivap é fundamental para a direção. Administrar uma cidade pequena não me atrapalha,

pois tenho quase 30 anos de experiência em gestão pública. Atuei na Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), na Secretaria de Estado da Cultura, dentro do Condephaat, e também na Cesp (Companhia Energética

No Vale do Paraíba poderíamos ter cinco ou seis deputados e iríamos ter uma força muito maior. São mais de dois milhões de votos que, de preferência, deveriam ficar nos candidatos daqui”

de São Paulo), no setor de logística. Entrei na vida política quando assumi a prefeitura, mas toda essa bagagem profissional que carrego me dá a capacidade de cuidar da cidade e também pensar regionalmente nos problemas da RMVale e buscar os acordos necessários para levar a demanda onde for preciso. Nesses quase 50 anos do consórcio, quais as grandes conquistas do colegiado de prefeitos e que devem ser destacados? Ajudou muito na formação de muitos gestores e pessoas ligadas ao turismo. No Codivap temos cursos profissionalizantes muito bons, mas podemos mais. Hoje é muito difícil pensar na administração de um município olhando apenas para a cidade. O Instituto de Lorena, por exemplo, nasceu na década de 1970 e foi algo que nasceu pelo Codivap. A história do consórcio está muito ligada à atuação de cursos e pouco teve de realização de obras e fatos políticos concretos. O que eu pretendo atualmente é aumentar nosso viés político, com assuntos relacionados a meio ambiente, por exemplo. Precisamos ser algo menos social e mais de execução.


A Câmara quer que você participe da vida da cidade Acompanhe o trabalho dos 21 vereadores em São José dos Campos nas sessões plenárias, todas as terças e quintas-feiras às 17h30. Visite a Câmara ou, se preferir, siga pela TV, internet ou redes sociais.

Canal 7 da NET e 9 da VIVO TV www.camarasjc.sp.gov.br /camarasjc

/camara_sjc /camarasjc /camarasjc

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Formada em História, Teca tem 30 anos de experiência na área pública

O Codivap vai se posicionar de alguma forma na eleição ao governo de SP ou mesmo no pleito presidencial? Recentemente, o vice-governador Márcio França esteve em Taubaté e teve o apoio de diversos chefes de Executivo da região. Eu sou filiada ao PSB e estou na direção do partido. O Codivap não pode ter posição política, mas precisa ter força política. São coisas distintas. Os prefeitos da nossa região estão em partidos diversos e muita vezes até de oposição. Não podemos deixar que questões eleitorais atrapalhem nosso planejamento de buscar soluções práticas para a região. Eu tenho minha posição na eleição, mas o Consórcio não. O Márcio França vai assumir o governo de São Paulo e a presença dele neste evento em Taubaté foi importante pra ele conhecer nossos problemas e abrir caminho para reivindicarmos. O PT não comanda nenhuma cidade da RMVale. A senhora foi eleita pelo PT e reeleita em 2016 pelo PSB. Como vê a situação política nacional neste momento e de que forma analisa a posição do seu ex-partido? Desde a época de estudante, quando fiz História em Lorena, em 1969, em um

período de regime militar, eu sempre tive convicções socialistas. Pra mim, socialismo é pegar aquilo que é público e todos têm direito a compartilhar daquilo. Tudo que vem do povo preciso ser compartilhado de forma equitativa. O que se perdeu nesse ponto é que sempre lutamos pelos nossos direitos, mas esquecemos dos nossos deveres. Se eu falar sobre o período ditatorial, é claro que eu não gostei. Não havia, por exemplo, liberdade de expressão. Por outro lado, as principais obras feitas no Brasil e que contribuíram para o futuro desenvolvimento do país, foram feitas nessa época, como estradas e vinda de grandes indústrias. Você encontra gente boa e encontra pessoa má em todo partido. Se você tem pessoas que não mantém valores éticos o partido fica uma porcaria. Quando eu sai do PT eu fui buscar um partido que tivesse lado socialista. Eu sai do PT porque não acreditava nas pessoas que comandavam o partido. Eu não tenho interesse pessoal na política. Na eleição presidencial está difícil a escolha. Eu não gostaria que o Brasil fosse para um lado extremista, seja para o lado que for. No Estado, eu apoio o Márcio França, até pela experiência política que ele tem como vereador,

prefeito e o período como vice, além de se dizer socialista. A representatividade política é algo que a maioria dos prefeitos cita quando tocamos no assunto eleitoral. A região tem apenas dois deputados estaduais e três federais. Como vê essa questão? Estava falando sobre isso na última reunião dos prefeitos. Eu sou favorável a composição distrital. É muito mais fácil de cobrar e afinar a questão política. Um deputado federal, por exemplo, tem R$ 15 milhões em emenda e precisa dividir esse valor nas centenas de cidades onde teve voto. Quando isso chega para o prefeito não é algo suficiente para sanar os problemas. Entre o Conselho de Prefeitos nós falamos disso, para apoiar os candidatos da região. No Vale do Paraíba poderíamos ter cinco ou seis deputados e iríamos ter uma força muito maior dentro do Congresso e da Assembleia. São mais de dois milhões de votos que, de preferência, deveria ficar nos candidatos daqui. Essa é uma visão que os eleitores precisam ter. Política é algo que se faz em conjunto e quanto mais representantes lutando por nós, melhor. 


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MATÉRIA DE CAPA

Fotos: Pedro Ivo Prates

A morte do Tânia Campelo SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O

som da motosserra entrou rasgando os ouvidos dos vizinhos ao Bosque da Tívoli, na região central de São José dos Campos. No dia 26 de fevereiro, uma segunda-feira, moradores da Vila Betânia foram surpreendidos pelo barulho que anunciava a queda de 430 árvores em uma área particular de 8,4 mil metros quadrados. Na entrada do terreno, uma placa informava que a empresa Fênix iria realizar o serviço e como compensação ambiental plantaria 2.740 mudas.

“Quando eu ouvi o barulho das motosserras e quando vi na placa aquela quantidade de árvores, o coração até começou a bater mais forte. Essas árvores são responsáveis pelo ar puro que a gente respira, pelo frescor desta região. Fiquei muito triste”, disse Celso Antônio Pedro, morador do Edifício Palazzi di Venezia, localizado ao lado da área verde que ficou conhecida como Bosque da Tívoli. A informação do desmatamento se propagou como um rastilho aceso mobilizando a comunidade da Vila Betânia. Em pouco tempo, todos souberam o responsável pela derrubada

das árvores: a construtora Marcondes Cesar, que pretende construir um estacionamento no local. A empresa agia legalmente, tinha autorização da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para suprimir 274 árvores nativas e 156 árvores exóticas. “Isso aconteceu por ingenuidade nossa. Em 2011, uma construtora de São Paulo tentou derrubar estas árvores, mas fizemos um abaixo-assinado, conversamos com a prefeitura e conseguimos evitar. Acreditamos que isso seria o suficiente para proteger a área e não continuamos com o movimento”, disse o empresário Nelben Azevedo, que também mora


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Bosque da TÍVOLI

Anúncio do corte de 430 árvores gerou protestos e pedido de moradores por criação de Parque Municipal no local

ao lado do bosque e foi um dos primeiros a levantar voz contra o corte. Os moradores temem possíveis impactos ao meio ambiente e ao bem-estar da população. Destacam ainda que este fragmento de floresta na área central de São José serve de abrigo para muitos animais, especialmente várias espécies de aves, dentre elas, tucano, gavião e jacu. A pressão da comunidade em defesa da área verde surtiu efeito rápido. No dia seguinte, em 27 de fevereiro, a Prefeitura de São José dos Campos telefonou para a construtora Marcondes Cesar e pediu a suspensão do corte das árvores.

Não houve um embargo formal dos trabalhos, pois o projeto sequer havia sido aprovado pela Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade de São José. O processo do empreendimento estava parado em razão da falta de um documento emitido pela Aeronáutica, que precisa dar aval à obra por estar localizada em uma área de segurança de voo. Cientes que os trabalhos poderiam ser retomados em breve, os moradores iniciaram uma verdadeira batalha em defesa do Bosque da Tívoli. Eles entraram com representação no Ministério Público, foram à Câmara buscar apoio

de vereadores e tiveram o apelo reverberado nas redes sociais por diversas instituições, dentre elas, a WWF Brasil, que tomou conhecimento do caso por meio de uma postagem do Meon compartilhada por ambientalistas e que alcançou mais de 150 mil pessoas no Facebook. No dia 9 de março, a primeira vitória dos moradores veio por meio de uma ordem da Justiça, que determinou, em caráter liminar, a suspensão do corte das 430 árvores. A decisão da juíza Laís Helena de Carvalho Scamilla Jardim, da 2ª Vara da Fazenda Pública, acata mandado de segurança impetrado


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Protesto ocorreu no dia 11 de março e reuniu mais de 200 pessoas

pelo vereador Sérgio Camargo (PSDB). O parlamentar apontou um erro no registro da documentação apresentada pela Marcondes César, que contraria a legislação e impediria a liberação do corte das árvores pela Cetesb. O promotor Gustavo Médici solicitou à Cetesb, no dia 7 de março, a cópia do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental para análise mais detalhada. O promotor não pediu a suspensão dos cortes das árvores por não encontrar indícios de irregularidades no licenciamento.

Projeto O Grupo Marcondes Cesar pretende construir um estacionamento com capacidade para 172 carros onde atualmente está localizado o Bosque da Tívoli. O licenciamento ambiental foi obtido no dia 23 de novembro de 2017, após a empresa assinar o Compromisso de Recuperação Ambiental e o Termo de Responsabilidade de Preservação de Área Verde definidos pela Cetesb.

Para poder suprimir as árvores, a empresa teve que apresentar um plano de compensação ambiental, que prevê o plantio de 2.740 mudas de árvores nativas e também a conservação de 20%

Justiça determinou suspensão do corte das 430 árvores após mandado de segurança do vereador Sérgio Camargo (PSDB) do total do terreno permeável, com preservação de 30% da vegetação desta área. A empresa iniciou o plantio das mudas logo após a liberação da Cetesb e o trabalho foi concluído no dia 9 de março. Agora, a empresa deverá fazer

o acompanhamento dessas mudas por um período de 36 meses. O plantio das mudas foi feito na Fazenda São Clemente, na região norte de São José, e que é de propriedade do Grupo Marcondes Cesar. A legislação não impede que a compensação seja feita em uma área particular ou da própria empresa que faz o desmatamento. Em entrevista na WebTV Meon, o empresário Frederico Marcondes Cesar afirmou que a supressão das 430 árvores atende a todos os requisitos legais. “Dentro da norma da Cetesb, dentro da lei vigente, dentro de um projeto previamente aprovado e analisado, foi concedida essa autorização para essa supressão”, disse o empresário. Frederico também não acredita que a supressão das 430 árvores provoque impactos ambientais negativos ao meio ambiente ou moradores da região. “As 270 árvores nativas tiram da natureza duas toneladas de Gás Carbônico por ano. As que nós


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Ambientalistas

O aspecto ambiental está sendo respeitado sim. Eu estou fazendo mais e melhor para a sociedade do que aquilo que lá está” Frederico Marcondes,

PROPRIETÁRIO DA CONSTRUTORA RESPONSÁVEL PELA ÁREA EM QUE ESTÃO AS 430 ÁRVORES

plantamos vão subtrair 20 toneladas de CO²/ano. Então o aspecto ambiental está sendo respeitado, sim. Eu estou fazendo mais e melhor para a sociedade do que aquilo que lá está” disse o construtor. Ele ressalta ainda o aspecto “comercial-empresarial” do projeto, que teria o objetivo de resolver a falta de vagas para estacionamento na avenida Tívoli. “Se olharmos para essas três vertentes -- legalidade, ambiental e comercial, fizemos tudo da forma mais correta”, afirmou.

Especialistas em Meio Ambiente que atuam na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) discordam do empresário. Para eles, a destruição deste fragmento de floresta vai causar grandes impactos na região central de São José dos Campos. “O impacto com o fim desta área verde é imediato. Haverá perda de qualidade da vida local e agravamento gradual dos danos da impermeabilização do solo, o que compromete a drenagem. O desequilíbrio ecológico de um fragmento verde como este, com dossel formado, vai afetar todo o ecossistema ou sistema ecológico característico deste local”, disse Sullivan Morais Santos, coordenador da ONG Associação Eco Vita, que tem sede em Caçapava e atua em toda a RMVale. Sullivan afirmou também que o desmatamento do Bosque da Tívoli vai causar um impacto social. “Vai gerar a perda de identidade local, o valor cênico da paisagem, entre tantos outros relevantes fatores”, disse. O geólogo Paulo Roberto Martini, pesquisador do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), relaciona pelo menos três consequências negativas que podem ser geradas pela supressão das 430 árvores. O primeiro impacto sentido pelos moradores seria com relação à temperatura nas proximidades do Bosque da Tívoli, que deverá subir consideravelmente após o corte das árvores, segundo Martini. “A concentração de árvores deixa a temperatura mais baixa, mais amena.” O outro impacto que não demoraria para ser percebido pela comunidade seria a queda da qualidade do ar. “O arvoredo absorve o dióxido de carbono durante o dia e libera oxigênio à noite, deixando o ar com uma qualidade muito melhor”, afirmou o pesquisador. O terceiro fator citado por Martini é a filtragem de poluentes exalados pelos carros na via Dutra. “Essas árvores ajudam a proteger aquela região das partículas que saem dos escapamentos dos carros que passam pela rodovia”, explica.


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O Coman (Conselho Municipal de Meio Ambiente) de São José dos Campos preferiu ficar isento nesta batalha. O presidente do colegiado, Lincoln Delgado, apenas lembrou que o agrupamento de árvores do Bosque da Tívoli é considerado um dossel contínuo e por isso a autorização para supressão, ou não, daquele fragmento florestal é de competência da Cetesb e não do município. Já o ambientalista André Miragaia acredita que o município tem o poder e o dever de impedir a supressão das árvores do Bosque da Tívoli. Ex-secretário de Meio Ambiente de São José dos Campos, entre 2007 e 2012, Miragaia fala com a propriedade de quem já vivenciou situação semelhante quando estava à frente da pasta, que foi extinta pelo atual prefeito Felicio Ramuth (PSDB). “Um hospital comprou uma área no Urbanova pretendendo derrubar as árvores para ampliar sua área e construir um estacionamento. A Secretaria de Meio Ambiente de São José foi totalmente contra, porque entendemos que esses fragmentos florestais são muito importantes para o município. E a Cetesb respeitou nossa posição e não concedeu o licenciamento”, disse. O ex-secretário levantou uma outra questão que também tem preocupado os moradores da região: a possibilidade de o estacionamento ser apenas o primeiro passo rumo à construção de prédios

Celso Antônio Pedro, vizinho ao Bosque, é contrário ao corte das 430 árvores

Bosque da Tívoli está dentro de uma área classificada como Zona de Proteção Ambiental 2

no local. “Qualquer tipo de intervenção como esta pode abrir um precedente bastante perigoso para a cidade”, alertou. O Bosque da Tívoli está dentro de uma área classificada como ZPA II (Zona de Proteção Ambiental 2). “Tem gato nesta tuba. Ele está querendo usar um terreno de 8,4 mil metros quadrados para fazer um estacionamento em uma região onde não tem movimento? O que ele quer é arrancar as árvores e depois, conversando com dois ou três vereadores, mudar o zoneamento para construir prédios”, disse o comerciante e corretor de imóveis, Maurício Salvi.

Poder Público Até o fechamento desta edição da Metrópole Magazine, a prefeitura se mantinha distante da discussão. A Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade afirmava que a autorização para supressão das árvores é da Cetesb e não do município. Por outro lado, a Cetesb informou que concedeu a autorização baseada em uma declaração emitida pela própria administração municipal.


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Manifestação No dia 10 de março, cerca de 200 pessoas se reuniram para protestar contra o desmatamento. As árvores da avenida foram adornadas com uma faixa preta no tronco, como sinal de luto pela possível derrubada da vegetação do bosque. A proposta, de acordo com uma das organizadoras do protesto, Andrea Luswarghi, é convencer a prefeitura a comprar a área para que ela se transforme em um parque municipal, assim como já aconteceu com o Vicentina Aranha. “As árvores desse bosque são importantes para a qualidade de vida da cidade, que, aliás, tem um déficit de 400 mil árvores. Esperamos colher milhares de assinaturas para mostrar à prefeitura que este é o interesse da população”, comenta. 

Essas árvores ajudam a proteger a região das partículas que saem dos escapamentos dos carros que passam pela rodovia” Paulo Roberto Martini, GEÓLOGO DO INPE


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ESPECIAL

Fotos: Otávio Baldim

Reencontrando a felicidade

Em busca da sonhada qualidade de vida, procura por profissionais de Coach e terapias alternativas aumenta na RMVale

Cristiane de Oliveira Santos deixou a aviação para se dedicar à maternidade

Otávio Baldim RMVALE

O

célebre encontro dos dedos com as teclas do piano toca impecavelmente rumo aos ouvidos. E com a rara intimidade conquistada anos a fio ao lado do companheiro, o triunfo de uma carreira marcada pelos aplausos em reconhecimento ao talento nato. O curioso caso de Beethoven serve de inspiração para Jorge Carlos Aparício, pianista de

Taubaté e com o destino sentenciado pela perda da audição. Ex-professor de música, ficou surdo do dia para a noite, no ápice da promissora trajetória artística, aos 35 anos, com dois empregos e mais de 300 alunos que reverenciavam a genialidade do mestre. “O sucesso custou caro. Eu esqueci de mim e só a minha carreira interessava. Com a rotina intensa que eu me submetia, mente alguma aguentaria. Cai no abismo da depressão. O meu corpo, claro, reagiu negativamente aos efeitos dessa

tristeza profunda que eu sentia: perdi 90% da audição”, recorda. O som é a matéria-prima da música e confiscar a audição deste pianista seria a maior punição que ele poderia ser condenado a cumprir, mas não. Carlos reencontrou a felicidade no silêncio. “Eu descobri que a minha surdez era completamente emocional. Busquei meios alternativos de tratamento. Conheci a terapia holística no caminho e com ela encontrei as respostas e reverti a surdez. Eu optei pela minha saúde


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e, despretensiosamente, descobri também a felicidade, escondida nas coisas simples que sempre passaram despercebidas diante dos meus olhos e dos meus ouvidos”, comemora. Os métodos da Medicina Integrativa estão em ascensão. Criado nos Estados Unidos, o movimento nasceu nos anos 1970. Ele propõe que, quando estimuladas, as energias do corpo são capazes de reagir aos sintomas das doenças e levar a cura.

Métodos alternativos para superar obstáculos e promover o conhecimento próprio estão em alta no mercado “São técnicas alternativas e complementares à medicina tradicional, como massagens, aromaterapia, cromoterapia, mapa astral e meditação, que abordam os pacientes como um todo. São ferramentas que auxiliam no equilíbrio da mente, dos sentimentos, do corpo e do espírito. Elas levam em consideração não só os aspectos físicos do indivíduo, mas também os psicológicos, os emocionais e os energéticos. Esse processo nos ajuda a reconhecer como realmente somos”, explica a terapeuta Natália Assumpção, de Cruzeiro, que recorreu ao movimento holístico quando enfrentou uma dura crise existencial.


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O novo voo Ela vivia na ponte aérea, como comissária de voo, e sonhava ainda mais alto. Em nome da maternidade, desistiu do céu e escolheu cuidar dos filhos em terra firme. O último voo foi em 2011, quando Cristiane de Oliveira Santos, de São José dos Campos, deixou a aviação para se dedicar exclusivamente às funções de mãe. Seis anos depois, as crianças cresceram e ela decidiu retomar os sonhos que estavam aterrissados no tempo e no passado distante. “Eu estava perdida, com a autoestima ladeira abaixo. Precisava encontrar uma nova direção para a minha vida. Eu queria recomeçar, sonhar de novo. Busquei as técnicas da terapia holística para me autoconhecer e me preparar para este novo processo. E deu certo. Estava afastada da aviação, participei de uma seleção no ano passado e fui contratada para fazer outra vez o que eu amo, voar. Quando a gente se liberta dos nossos medos, relaxa e começa a atrair aquilo que realmente importa, as coisas se ajeitam

Eu estava perdida, com a autoestima ladeira abaixo. Precisava encontrar uma nova direção para a minha vida” Cristiane de Oliveira, EX-COMISSÁRIA DE VOO

e acontecem. E a terapia me ajudou nisso, redirecionar meus sonhos e observas as oportunidades que iriam me fazer feliz”, diz. Cercados de misticismo, os métodos da medicina integrativa reúnem elementos naturais que auxiliam no tratamento do paciente. O cheiro do incenso toma conta da sala. Pedras coloridas decoram o ambiente e emanam bons fluidos. Estudos comprovam que o ser humano nasce com a incrível capacidade de curar as próprias doenças que surgem ao longo da vida. “Para isso, precisamos tratar a raiz do problema, o emocional. O processo da terapia representa uma transformação. É como reorganizar as nossas energias. Precisamos estimular os mecanismos do nosso corpo e através dele alcançar o equilíbrio emocional, mental, espiritual e energético que a gente precisa para levar uma vida saudável, sem estresse, sem medicamentos. Ser feliz é uma opção, depende das nossas escolhas”, explica a terapeuta Regina Rodrigues de Oliveira, de Taubaté.

Carlos Silveira, pianista, usou a terapia para se reenontrar com a profissão após a surdez



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Eduardo Miranda desistiu do jornalismo para se tornar Coach

Na onda do Coach Prestes a completar 30 anos de profissão, Eduardo Grandchamp de Miranda, de Roseira, desistiu da carreira em que se dedicou durante toda a vida. E no passado ficou um currículo invejável. Calejado do noticiário diário, o jornalista se despediu dos telejornais. E em busca da felicidade se reinventou. Ele fez um curso de coaching e continua investindo na área e estudando mais. “O coach possui técnicas que contribuem para o crescimento pessoal e profissional. E ao dispor dessas ferramentas, a gente ajuda o coachee (nome dado para a pessoa que passa pelo processo de coaching) a reconhecer suas fraquezas e qualidades. a partir daí, a gente trabalha para que as fraquezas e as crenças limitantes dela sejam minimizadas e as qualidades potencializadas a fim de tornar o caminho rumo a meta bem mais tranquilo e sem tantos obstáculos”, explica Miranda, sobre a nova profissão. O coaching vive dias de glória. Os insucessos na carreira, a falta de perspectiva nas relações, a necessidade de se reavaliar, são fatores que têm levado

Acredito que o coaching me ensinou uma forma nova de aceitar as coisas que acontecem ao meu redor e que eu não tenho controle” Marco Antônio Fioravante Júnior EMPRESÁRIO

muita gente a sessões de orientação com um coach. “O coachee define a meta e o objetivo dele, com prazo determinado para alcançá-los. A cada sessão (indicamos 10) são atribuídas ao coachee tarefas para que, passo a passo, caminhe em direção a meta. Ao contrário do que muitos dizem, não se trata de uma sessão de terapia. O coach não dá conselhos ou muito menos faz análise da pessoa, a gente usa ferramentas para que o coachee possa se livrar daquilo que está impedindo o seu crescimento. O coach, com as ferramentas que dispõe, pode ajudar o coachee a se reconhecer como pessoa. Ou seja, leva o coachee a se olhar por dentro, identificar com clareza a sua personalidade e reconhecer suas fraquezas e qualidades. O coaching aponta o caminho e mostra ao coachee como trabalhar o “eu” para que chegue onde deseja chegar”, explica Eduardo. O empresário Marco Antônio Fioravante Júnior, de São José dos Campos, passou maus bocados com a pressão arterial, sempre nas alturas. E quem diria, hein, ele encontrou a


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solução para esse problema de saúde numa sessão de coaching, em 2016. “Acredito que o coaching me ensinou uma forma nova de aceitar as coisas que acontecem ao meu redor e que eu não tenho controle”, diz. O coaching foi tão transformador na vida do Marco Antônio que ele decidiu fazer alguns cursos e atuar na área. “Esse processo utiliza técnicas, ferramentas e conhecimentos de diversas ciências como a administração, gestão de pessoas, psicologia, neurociência, linguagem ericksoniana, recursos humanos, planejamento estratégico, entre outras visando a conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro. O coaching produz mudanças positivas e duradouras em um curto espaço de tempo de forma efetiva e acelerada. O processo de coaching é uma oportunidade

de visualização clara dos pontos individuais, de aumento da autoconfiança, de quebrar barreiras de limitação, para que as pessoas possam conhecer e atingir seu potencial máximo e alcançar suas metas de forma objetiva”, diz. Quem atua com o coaching acredita que o mercado ainda deve crescer mais. “Com isso aumenta as chances de aparecer pessoas mal-intencionadas que queiram se aproveitar deste mercado. Um profissional despreparado pode desviar a pessoa do caminho certo e fazer com que ela gaste energia sem sair do lugar, criando uma expectativa que dificilmente vai ser alcançada. Por isso, a necessidade de se conhecer o coach e sua formação profissional antes de iniciar com as sessões”, alerta Eduardo. “O coaching ajuda você a conseguir o que deseja, desde que seja tangível e não dependa de outras pessoas, somente de você”, finaliza Marco. 

Regina Rodrigues, atua como terapeuta em Taubaté


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ANIVERSÁRIO

Fotos: Pedro Ivo Prates

Metrópole Magazine completa 3 anos Revista começou em 2015 para celebrar o primeiro ano do Meon e agora comemora a consolidação da marca

Edição número 1 da Metrópole Magazine

Tânia Campelo SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A

Metrópole Magazine completa neste mês de março três anos de circulação gratuita em toda a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte). Desde sua primeira edição, em 2015, a revista, editada pelo Grupo Meon de Comunicação, mantém-se pautada pela

pluralidade, isenção e profundidade. Enquanto o portal Meon leva informação de qualidade em tempo real, a Metrópole Magazine leva informação de caráter mais profundo e analítico. A revista instiga o leitor a conhecer e compreender melhor os mais diferentes aspectos da RMVale e fornece subsídios para que ele possa melhor exercer sua cidadania e fazer escolhas mais conscientes.

“Ao completar três anos de publicação ininterrupta, fruto de trabalho mas, essencialmente, da receptividade dos leitores e anunciantes, comemoramos a conquista de um espaço importante. Cultura se constrói. A Metrópole Magazine conquistou respeito e hoje mostra-se indispensável para a região. Plagiando a Folha, com um slogan assertivo, ‘não dá pra não ler’”, disse Regina Laranjeira Baumann, diretora executiva do Meon.





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Nada escapa à equipe de jornalismo do Grupo Meon, que apura e acompanha as tendências e os assuntos de interesse do leitor: de política e economia a esporte e cultura; de educação e saúde a variedades e turismo; de tecnologia e empreendedorismo a comportamento e urbanidade. Todas as áreas têm espaço na revista. “É uma grande satisfação e também uma enorme responsabilidade produzir a única revista jornalística da região e ter o reconhecimento de órgãos importantes, como a ANER [Associação Nacional de Editores de Revistas]”, disse o jornalista Fernando Ivo Antunes, editor-chefe da Metrópole Magazine. Ele destaca também a conquista neste curto período de tempo da certificação FSC, um atestado que busca contribuir para o uso adequado dos recursos naturais e preservação das florestas. O selo impresso na revista comprova a preocupação ambiental do Grupo Meon. O editor disse também que a revista prepara uma série de novidades para o leitor. “Elaboramos este início de quarto ano da revista com projetos audaciosos e que irão mostrar cada vez que a revista, bem como o portal Meon, chegou para se firmar como referência jornalística e também como fundamental para o anunciante”, disse.

Comemoração E como os aniversários são excelentes oportunidades para olhar para trás e refletir nossa trajetória, a Metrópole Magazine decidiu nesta data comemorativa fazer uma reflexão sobre a trajetória da região por meio da retomada de alguns assuntos abordados naquela primeira edição. Naquele março de 2015 a capa da revista anunciava a instalação da Chery como um diferencial otimista em meio à crise pela qual passavam grandes indústrias da região. A montadora chinesa tinha acabado de investir US$ 400 milhões para instalar sua primeira fábrica no Brasil, no município de Jacareí. A crise hídrica e o Programa Bolsa Família

Chery foi destaque na primeira edição da Metrópole Magazine

Desacelerou

Ao completar três anos de publicação ininterrupta, fruto de trabalho mas, essencialmente, da receptividade dos leitores e anunciantes, comemoramos a conquista de um espaço importante” Regina Laranjeira Bauman, DIR. EXECUTIVA

também foram temas de grandes reportagens na edição número 1.

A reportagem de capa da primeira edição da Metrópole Magazine, “Acelerando a Economia”, revelava uma Chery destoante das demais indústrias do setor automotivo. Àquela época, a empresa revelou ter a meta de produzir 30 mil veículos em seu primeiro ano de atividade e chegar a 150 mil por ano até 2018. Com relação às contratações, a montadora chinesa também foi muito otimista: pretendia passar de 500 funcionários para 3 mil no mesmo período. A direção da Chery chegou a falar à Metrópole Magazine que a crise financeira do país não assustava a multinacional e que o objetivo era trabalhar a longo prazo para conquistar o mercado brasileiro. Mas o otimismo da fabricante chinesa não foi suficiente para atravessar ilesa à instabilidade da economia brasileira. Talvez a falta de experiência em solo estrangeiro --a fábrica de Jacareí foi a primeira da marca fora da China-- tenha gerado expectativas muito elevadas. Após registrar prejuízos constantes, a montadora colocou à venda metade de sua operação no Brasil. O anúncio foi feito pela matriz chinesa à bolsa em outubro do ano passado, quando a


InFOrME PuBlICITÁrIO

Pela 1ª vez na hIstórIa, Ilhabela atInge nota a no turIsmo nacIonal O município-arquipélago de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, subiu no ranking do turismo nacional, da categoria B para A. O resultado saiu na última edição do Mapa do Turismo Brasileiro, divulgada pelo Ministério do Turismo no dia 8 de fevereiro e válida até 2019. Apenas 10 cidades paulistas estão presentes na categoria A do Mapa. A conquista da posição é um grande resultado para a Prefeitura de Ilhabela, que investe cada vez mais na qualificação do turismo local, e mais um importante título para a cidade. Além de ser um dos poucos municípios-arquipélago do Brasil, Ilhabela é também uma das 15 estâncias balneárias do estado e uma das maiores reservas de Mata Atlântica do planeta.

InvestImento em marketIng turístIco IMPulSIOnA rESulTADO O Ministério do Turismo acrescentou novos indicadores à avaliação que elevou Ilhabela ao topo do turismo nacional. Desta vez, o desempenho econômico do setor contou pontos. Foram decisivos

para o excelente resultado do município o aumento dos empregos formais, o crescimento do número de meios de hospedagem, o aumento do fluxo turístico doméstico e também do fluxo internacional. Tanto crescimento só foi possível graças ao Plano de Marketing Turístico Estratégico adotado pela Prefeitura. O Plano tem como objetivo reduzir a sazonalidade, diversificar a oferta com melhor categorização dos produtos turísticos e consolidar Ilhabela como destino turístico de natureza.

caPacItação ProfIssIonal, dIvulgação dentro e fora do País E ATrAçõES O AnO InTEIrO

2017 foi o ano em que a Prefeitura de Ilhabela mais investiu na capacitação dos profissionais e empresas do setor turístico. Várias atividades de qualificação foram oferecidas ao longo do ano em parcerias da administração municipal com o Sebrae, o Senai e o Senac. E 2018 já começa com a inauguração do Sebrae Aqui Ilhabela, um centro de apoio para a criação e o aprimoramento de negócios, por meio de cursos, palestras, oficinas e consultorias nas áreas de empreendedorismo, gestão, inovação e mercado. A diretoria municipal de Promoção Turística também trabalha inten-

sivamente, tanto no Brasil quanto no exterior, para promover Ilhabela como destino turístico. E a Prefeitura realiza vários eventos culturais de qualidade, principalmente na baixa temporada, atraindo turistas o ano todo. A administração municipal também realiza campanhas de conscientização, tanto entre turistas quanto moradores, com o objetivo de preservar os maiores patrimônios de Ilhabela: a natureza e o povo caiçara, que encontra nela o seu meio de vida. Os visitantes são estimulados a adotar uma atitude sustentável e a conviver com os recursos naturais do mesmo jeito que os moradores.


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fábrica de Jacareí contava com 385 funcionários e produção de 30 carros por mês. Em novembro, o Grupo Caoa, que já tem fábrica em Anápolis (GO), assumiu metade da fábrica chinesa em Jacareí. Com a aquisição, a montadora passou a se chamar Caoa Chery e deverá receber cerca de US$ 2 bilhões de investimentos nos próximos cinco anos. Com o negócio, a marca Chery Caoa --que continua produzindo os modelos Celer e QQ-- pretende conseguir um pouco mais de expressividade no mercado brasileiro.

Camila Cecília é uma das quase 30 mil pessoas que recebem o Bolsa Família em São José

Bolsa Família

A Metrópole Magazine mostrou em sua primeira edição como o Bolsa

Fernanda Santos, de São José, beneficiária do Bolsa Família

Família mudou a vida de moradores da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba). A reportagem contava a história de moradoras da região que dependiam do benefício para sustentar seus filhos e indicava um crescimento de 160% no número de beneficiados pelo programa nos 39 municípios da região --de 30.254 pessoas em 2004 (R$ 14,77 milhões) para 78.961 pessoas em 2014 (R$ 149,218 milhões). Em São José dos Campos, nos últimos três anos esse número deu um salto, passou de 22.966 beneficiados (R$ 39,7 milhóes) em 2014 para 29.087 em 2017, injetando R$ 49,87 milhões na economia da cidade. Uma dessas beneficiadas é Camila Cecília Vacheli Nogueira, 30 anos, mãe de Lavínia e Davi, de 6 e 3 anos, respectivamente. Ela pediu inclusão no Bolsa família há cerca de três anos, após ficar desempregada e deixar de receber a pensão da filha. Desde então, recebe R$ 163 por mês. “Esse dinheiro eu uso só com meus filhos, compro frutas, leite, um biscoito, coisas que eles precisam”, disse. Camilia mora no bairro Paraíso do Sol, na zona leste de São José dos Campos. Ela quase concluiu o

Edição da Metrópole Magazine foi uma homenagem ao primeiro ano do Portal Meon e agora se consolida na RMVale curso superior de Gestão de Recursos Humanos, com auxílio do FIES, mas teve que abandonar a faculdade depois que perdeu o emprego. Agora ela vive do chamado bico, principalmente faxina. “Se não fosse o bolsa família, eu não sei o que faria para cuidar dos meu filhos”, disse. Fernanda Santos, do bairro Santa Inês 2, também na zona leste, é outra beneficiária do Bolsa Família. Ela tem 24 anos e três filhos. “Minha situação tá muito difícil. Se não fosse o Bolsa Família não sei o que faria”, disse. 


Nazira Madureira | Rose Constantino | Daniele Riera Paschotto Vivien Anselmo | Fernanda Bellei Rocha | Mari Ronchi | Carmem Alvim Tuca Iralah | Andrea Maia Camargo | Tarcila Taborda Texto e direção geral: Elaine Santos


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Entre aeroportos do mundo e São José Nazira Madureira é dona de uma história com o turismo e a aviação como poucos. Ela já foi responsável por manter o funcionamento operacional nos aeroportos das mais importantes linhas aéreas em atividade no país. Imagine ser responsável pelo check in e check out dos últimos três presidentes do Brasil, e melhor, do Papa! Situações que fizeram da empresária uma importante diplomata na área com trânsito político respeitoso. “Comecei há 30 anos na Varig e atuei com todas as companhias aéreas e muitas agências e operadoras de turismo. Estou realizada em um momento em que temos uma excelente equipe com uma administração muito profissional na gestão da prefeitura. Agora é fazer de nossa cidade referência no turismo”, afirma. “Estamos trabalhando junto à Secretaria do Estado com o Programa Municipal de Turismo para que São José se torne, enfim, município de interesse turístico e receba mais apoio e recursos do Estado. Aqui temos desde o turismo de saúde, o turismo gastronômico, e o turismo tecnológico e de negócios que vamos inovar. É importante destacar também todo o potencial da incrível São Francisco Xavier, onde temos um carinho todo especial e a missão de potencionar todo o fluxo turístico no distrito”, conta Nazira. E como toda boa empresária, Nazira esse ano se reinventa com novo desafio, desta vez na área social. Ela está à frente do Programa do Trabalhador, o PAT e conta com seu bom trânsito entre empresários para fomentar o crescimento de contratações de mão de obra. “Minha função junto ao PAT é trazer as empresas mais perto dos cidadãos proporcionando um intercâmbio de oportunidades de forma mais eficaz, ajudando todos os lados envolvidos para geração do emprego”.


Março de 2018 | 43

A moda sorri para ela! Imagine poder escolher entre mais de 50 mil pares de sapatos, 10 mil bolsas por ano e ainda poder levar as últimas tendências da moda mundial para seu closet em primeira mão? Um sonho não? Para Rose Constantino é um trabalho, com muito prazer envolvido, claro. “Me dedico muito sempre. Claro que sou feliz e me sinto realizada com tudo o que faço. É uma tarefa árdua que requer atenção, disciplina. Mas quando se faz o que gosta, tudo vira diversão!”, afirma Rose Constantino. Ao longo de 35 anos ao lado dos irmãos, Oscar e Sônia Constantino e sócios, Rose é hoje responsável pelas franquias Victor Hugo e Arezzo em São José dos Campos e Jacareí. São quatro lojas nos principais shoppings das cidades. A moda para ela é um trabalho que fascina. A cada ano são ao menos seis coleções. “Temos que estar atentas às tendências de mercado. Lidar com o público é uma arte, o feminino é ainda mais desafiador. Nós mulheres sabemos muito bem o que queremos e exigimos qualidade. Eu como consumidora das grifes que represento não quero menos que o melhor e por isso me preocupo com cada detalhe. A vitrine, o atendimento, os eventos a atenção com cliente. Até nas minhas férias fico atentas às vitrines”, afirma. Hoje as lojas Victor Hugo e Arezzo movimentam uma boa fatia do mercado feminino ao ano e está na lista das mais vendidas no país. Vale lembrar que Rose Constantino ainda atua como diretora de compras do Grupo Oscar Calçados, com mais de 70 lojas no interior de São Paulo.


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Muito além de um sorriso Daniele Riera Paschotto tem uma ‘essência’ em tratamentos odontológicos que, sim, vão além da estética de um lindo sorriso. Especialista em Odontologia para Pessoas com Necessidades Especiais, ela tem uma responsabilidade a mais, manter saudável quem não têm condições físicas para o cuidado diário da higienização e que por conta de traumas ou necessidades momentâneas, necessitam de cuidados específicos na saúde bucal. Seus pacientes são vítimas de acidentes em estado de coma, hospitalizados ou em home care, idosos, autistas, portadores de síndromes e gestantes. “A gente brinca que o sorriso é a porta de entrada do mundo, do nosso mundo, o corpo. Uma bactéria bucal quando ganha a corrente sanguínea provoca uma infecção generalizada que pode se transformar em um AVC ou infarto. Um paciente que sofreu um acidente e está hospitalizado ou está em home care, está sujeito a problemas provocados por bactéria bucal. Se o paciente fica acamado por muito tempo ele corre o risco que essas bactérias desçam pelo tubo respiratório e terminem causando uma pneumonia. E os cuidados devem ser especializado principalmente devido as interações medicamentosas que ele já está recebendo”, explica. Outro exemplo importante que vai muito além do sorriso é o cuidado com uma gestante. Muitas seguem a linha do falso ditado em que grávidas não podem fazer tratamentos dentários. Mito perigoso! Dentro de sua especialidade, a doutora Daniele Paschotto afirma que é extremamente necessário um acompanhamento durante o período de gestação. “A gestante precisa de um atendimento profissional especializado. É muito sério pois, uma infecção pode provocar a perda do bebê”, afirma. *Por ser uma dentista ‘Muito além do sorriso’ é que Daniele Riera Paschotto foi escolhida para o Especial Mulher –Meon 2018. Contato: Clínica Essenza, Av. Cassiano Ricardo, 319 - Sala 1804 - Jardim Aquarius, São José dos Campos Tel: (12) 3911-5110


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Ela é High-end e ultrapassa o modismo Vivien Anselmo vive momento especial na carreira. Novos contratos, nova casa, nova marca! 2018 chegou para ela com um turbilhão de boas vibrações! “Busco atingir alto nível de excelência no trabalho e tudo começa por mim. Estou mudando a logomarca, o escritório. Entro na fase high-end, que significa arquitetura de ponta, de alto acabamento. Procuro trabalhos que exijam estética, funcionalidade e alta tecnologia, aliados às premissas de sustentabilidade e atemporalidade”, afirma. Nome forte no mercado de arquitetura e design na região, Vivien Anselmo tem assinatura atemporal. Nada de modismo, para ela, a beleza e a estética de cada imóvel tem que ser eterna! “Meus projetos são trabalhados para que perdurem no tempo. Atuo tanto na arquitetura das edificações, quanto na de interiores para que as pessoas sintam-se felizes com cada detalhe ao longo de anos”. O estilo de Vivien Anselmo vem de bases consolidadas há 25 anos. Vivien é especializada em Conforto Ambiental e Conservação de Energia Elétrica pela FAU-USP, já esteve em destaque na Casa Cor – SP, com o ambiente Golf Lounge. O grande diferencial de seus projetos fica por conta da captação da essência do cliente, gostos, referências vividas. Todos seus trabalhos vão além. Vivien costuma criar peças, revestimentos, móveis, luminárias, para que o cliente tenha exclusividade em detalhes. Sua atuação está presente em projetos residenciais e comerciais. Não a toa ela é a queridinha entre profissionais da área da saúde, como médicos e dentistas que têm nela a certeza de que terão um espaço único. “Ir além do que os clientes desejam é uma característica que me agrada. Muitas vezes eles não sabem nem o que poderiam ter. Estou aqui pra isso”. *Pelo destaque no setor de arquitetura é que Vivien Anselmo foi escolhida para o Especial Mulher – Meon 2018. Contato: VIvien Anselmo - High-end Architecture. Av São João , 1.401-Jd Apolo- São José dos Campos –SP Tel: (012)3913-6297 / (12) 99766-1960


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A responsabilidade em suas mãos

Fernanda Bellei Rocha é uma das poucas mulheres no país a estar em posição privilegiada na medicina ortopédica. Desde a infância acompanhando os passos do pai, José Augusto Costa Rocha, criador fundador do Hospital Orthoservice, ela sempre soube qual seria sua profissão, mas foi além. Hoje é uma das poucas mulheres Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, está entre os 500 profissionais da área no Brasil e é única em São José dos Campos. “A ortopedia sempre foi minha paixão, mas é claro que por ser uma especialidade mais masculina exige muito mais dedicação. Isso por conta de situações reais. Os instrumentos cirúrgicos usados exigem muita força, por isso é uma área mais masculina. Fui buscar essa especialização de cirurgia da mão exatamente por ser mais delicada e de uma responsabilidade e única. Poder oferecer a um paciente as funções da mão de volta é emocionante, porque presenciamos situações críticas e conseguimos, muitas vezes, reestabelecer os movimentos normais de um dos órgãos mais importantes do corpo. A emoção do paciente em recuperação não tem como ser descrita aqui”, afirma. A rotina diária da médica é de inteira dedicação. São mais de 60 horas trabalhadas por semana. Isso porque fora o atendimento clínico Fernanda Rocha se dedica à supervisão do corpo clínico do Hospital Orthoservice, ao mestrado de Medicina do Esporte, na Escola Paulista de Medicina e ainda ministra aulas no programa de residência médica em ortopedia e traumatologia no Hospital Universitário de Taubaté. “É cansativo sim, mas o prazer de fazer o que gosto deixa tudo mais leve. Poder passar aos alunos toda a minha bagagem profissional é um dos projetos que pretendo seguir a diante, por isso, estou sempre ativa nas especializações participando de congressos e cursos internacionais. A área de medicina acadêmica me fascina e pretendo me dedicar ainda mais para meus residentes”, afirma Fernanda. Fora o cotidiano das cirurgias agendadas, que somam média de 30 por mês, Fernanda também se dedica ao atendimento de emergência no Orthoservice. Seus plantões geram em média 10 cirurgias ao mês. *Fernanda Bellei Rocha é uma das convidadas do Especial Mulher Meon pelo destaque em medicina ortopédica no país. Contato : Hospital Orthoservice: Av. Tívoli, 433 - Vila Betania, São José dos Campos – SP.Tel: (12) 3924-8200


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Ela executa obras minuto a minuto Mari Ronchi chega ao mercado da Engenharia Civil para ‘causar’ ordem geral. Essa mulher linda está nos canteiros orquestrando mais de 300 homens e se faz respeitar minuto a minuto com o planejamento e execução de suas obras 100% dentro de prazos estimados, do financeiro a data de entrega de chaves. Dona de um currículo invejável, ela iniciou curso de administração em aeroportos e rodovias no ITA, e adaptou esse estudo para suas obras residenciais e comerciais de grande e pequeno porte. Mas o que ela tem de especial? Mari Ronchi não usa da máxima costumeira de que sempre há imprevistos em obras. “Eu não admito as pessoas dizerem que obra há imprevisto, obra pra mim não há imprevisto, há planejamento e investimento. Meu serviço é: o cliente diz quanto vai gastar e eu vou cumprir a meta. Tenho toda uma equipe de engenharia envolvida com os projetos complementares, trabalhando cada passo de uma obra. Eu vejo o imóvel como um investimento a ser trabalhado. Estudo cada etapa dentro de um canteiro de obra até sua conclusão e entrego o planejamento final. No documento tem toda uma descrição por datas de como será executado o trabalho”. Atualmente o escritório, Mari Ronchi Engenharia, trabalha simultaneamente seis obras avaliadas em R$ 25 milhões, entre residencial e comercial. “Ver a satisfação de um cliente é o que mais me motiva a seguir com essa linha de trabalho sério que, sim, desafia toda a equipe em traçar diretrizes que não falhem ao longo do exercício de uma obra. Por isso considero sim desafio positivo o planejar e executar com prazos possíveis”, afirma Mari Ronchi. *Por ser uma engenheira civil reconhecida entre grandes empresários é que Mari Ronchi foi escolhida para o Especial Mulher – Meon 2018. Contato: Rua Arquiteto Delmar Buffulin, 118 - São José dos Campos –SP - Tel: (012)996013045


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Irreverente e cheia de personalidade Ela dispensa apresentações, está nas telinhas pela TV Band Vale todas as manhãs de sábado com o programa Tudo com Estilo. Sua área de atuação é a de arquitetura e design, mas Carmem Alvim transita entre todos os mundos com facilidade e com ‘muito estilo’, como gosta de brincar. Há pouco mais de 25 anos de trabalho, Carmem inspira atuações. É ela a responsável pelo frenesi do mercado da arquitetura no Vale, com mostras, grupos de lojistas e profissionais, eventos envolvendo viagens etc... “Sempre acreditei no potencial do mercado de arquitetura e design da nossa região. Aqui nasceram nomes importantes que nem vou citar com medo de esquecer de alguém sem querer (risos). Somos muitos e somos bons! Quando iniciei nas telinhas apresentando os projetos de profissionais in loco foi uma surpresa para todos e um presente. É muito bacana poder mostrar o que antes estava escondido”, afirma Carmem Alvim. O programa Tudo com Estilo, esse mês entra na oitava temporada. Carmem é convidada da ExpoRevestir, maior feira de revestimento da América do Sul, para apresentar as tendências do setor. Já em abril, ela embarca mais uma vez como convidada, para visitar Milão e apresentar o Saloni Internazionale Del Mobile. “Tudo começou despretensiosamente. Sou muito meticulosa, e a cada ano estudo mais, me empenho mais e trabalho mais, claro. Em 2017 minha maior conquista foi trabalhar a Design Weekend em São José, esse ano tem mais e espero conseguir mais apoio entre poder público e lojistas. É um projeto lindo, cobrir a cidade de arte. Também tem o trabalho em Campos do Jordão com o Espaço Da Vivere, onde reunimos nomes de impacto nacional e internacional da arquitetura, gastronomia e arte. Sou feliz e muito realizada com essa experiência que vivo a cada ano com o ‘Tudo com Estilo’. E tem mais por aí, me aguardem”, brinca. Carmem Alvim é convidada do Especial Mulher Meon. Contato: Programa Tudo com Estilo, TV Band Vale todos os sábados às 11h30. Tel: 12 99175-9135


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Uma artista filha do mundo Tuca é irreverente e muito dada aos conceitos atuais. Cidadã do mundo, morou e visitou alguns países como Estados Unidos , Alemanha, Itália, Áustria, China, Portugal, Espanha, França e Brasil, é claro. Transitou pela arte educação, foi ilustradora, autora de livros de arte, ceramista, pintora e hoje transita pela arte na busca de constantes descobertas e conquistas. Preza o novo, o inusitado e o viver fora da caixinha. Aprecia a liberdade e valoriza a diversidade. Como resultado de suas vivencias, hoje aposta em seu próprio e-commerce, onde cria peças exclusivas com cores fortes, traços marcantes e formas que trazem uma tendência de originalidade e riqueza de alegorias. Trazer a arte perto das pessoas é uma das propostas do meu site, assim como, dialogar com a diversidade de pessoas mundo afora em um único endereço tucairalah.com.br oferecendo exclusividade a quem interessar e preservando a beleza das diferenças. Como artista plástica gosto de ir na contramão, viver fora da caixinha e sempre valorizar o inusitado. Com a tecnologia nas mãos podemos viver em um mundo sem fronteiras e levar a arte a qualquer lugar. Minha aposta foi trazer um e-commerce diferente, que dialogue com a arte e as pessoas do dia a dia. Tuca marca sua presença no primeiro e-commerce brasileiro que já em seu lançamento atingiu visualização expressiva nos EUA e Europa espontaneamente. Aos 53 anos Tuca se faz presente na arte do agora e investe na tecnologia com seus desenhos e suas estamaparias. Me forcei a aprender e a viver o presente. Meu objetivo com tudo isso é dialogar com o mundo através da minha arte. Tuca Iralah é convidada do Especial Mulher Meon e atende virtualmente no endereço http://tucairalah. com.br


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Ela agora é mais Camargo É com esse sorriso cheio de vida que Andrea Maia Camargo, sim ela é Maia e sempre será, inicia uma carreira solo na área de eventos que promete mudar conceitos. Andrea somou a expertise adquirida ao longo dos últimos 20 anos, realizando os melhores eventos no eixo Rio –São Paulo, e em pelo menos outros seis estados do país, com o buffet da família, o Expresso Gourmet, mais os estudos na área de eventos, gastronomia e hospitalidade, criou a Treebs junto com uma equipe fera! “A ideia de ter uma agência se faz presente na minha vida há tempos. Minha criatividade aliada com o desejo de comunicar e a visão de colocar o profissional certo no lugar que ele expresse todo seu talento, sempre me levou a realizar festas e eventos que as pessoas verdadeiramente se entregavam ao momento. Porque não, com tanta experiência acumulada, proporcionar isto para outras pessoas?”, afirma Andrea Maia Camargo. Trabalhar o inusitado, proporcionar o impossível, mas principalmente, ir além do imaginável, de forma respeitosa ao sonho alheio e cuidadosa nos detalhes, sempre com um plano B às mãos. “Ninguém imagina que em uma festa podem acontecer crises. Sim, o padre pode sumir, um convidado pode precisar de um hospital e você tem que estar preparado para suprir todas essas necessidades sem que os homenageados sequer percebam. Outro desafio que a Treebs têm como premissa é trazer a magia, uma memória afetiva, para dentro de cada evento, casamento, 15 anos e outras festas sociais. Possíveis ou não, nosso objetivo é chegar o mais perto do sonho e até superá-los. Para isso temos uma equipe completa, que ama viajar, antenada com as tendências e com tecnologia”, explica Andrea. *Andrea Maia Camargo é convidada do Especial Mulher Meon por todos os sonhos já realizados em eventos. Contato: Treebs – Rua Araia, 50 – sala 1004, Pq Res. Aquarius, São José dos Campos – SP Tel: (12) 3922-0208.


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Ela tem o dom de fazer você linda! Tarcila Taborda é sem dúvida a mulher que mais opina na beleza feminina em São José. Dermatologista, ela é proprietária de uma clínica de beleza, saúde e estética que leva seu nome à porta. A agenda da médica é cronometrada. “Meus dias são divididos em minutos literalmente. Às 10h eu tenho um compromisso, às 10h10 outro. Sou muito organizada senão não funciona. Porque não é só se dedicar ao paciente dentro da sala. Tem o lado de fora, tem que manter a estrutura, a equipe, o administrativo. É uma engrenagem importante que demanda tempo e atenção”, explica. Membro da Academia Americana de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e também especialista em Dermatologia pelo Conselho Federal de Medicina, ela atende média de 3 mil pacientes por ano, 90% mulheres! Tarcila estuda diariamente, ao menos uma hora por dia, e frequenta congressos internacionais duas vezes ao ano. Investimento em tecnologia de ponta na área é que faz da clínica referência no interior paulista. Mas se engana que Tarcila é uma workaholic . Ela consegue ser mãe presente que acompanha de perto o ‘andar da carruagem’ dos dois filhos préadolescentes, cuidar da casa, ser esposa e sim, se cuidar. “Acho bacana mostrar para eles o quanto gosto da minha profissão. Acho que toda mulher equilibra pratos, equilibra casamento, filhos, profissão, vida pessoal, amigas. Às vezes, claro, um prato fica mais pra baixo um pouquinho do outro, depois inverte e tudo fica bem”, brinca. “Acredito que meu trabalho é aliar a saúde com a estética. A beleza mais bonita é a natural, não é transformar uma pessoa e sim corrigir pequenos defeitinhos e ressaltar o que tem de bom. Isso demanda tempo. Não é só ficar mais bonita, é se sentir mais bonita. A pessoa maravilhosa, mas se ela não se sentir maravilhosa meu trabalho não adiantou nada”, afirma. *Doutora Tarcila Taborda é convidada do Especial Mulher Meon pela excelência em seu trabalho. CRM:97594 e RQE 53468


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Educação&

Fotos: Divulgação Poliedro

Dinheiro é assunto de criança Escolas de São José dos Campos utilizam aulas extracurriculares para ensinar educação financeira e empreendedorismo aos alunos

Alunos aprendem desde cedo a utilizar o dinheiro de forma adequada

Tânia Campelo SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

E

mpreendedorismo e economia já não são mais assuntos de gente grande. Um número cada vez maior de escolas de ensino fundamental adotam programas extracurriculares para ensinar aos pequenos os fundamentos para um bom plano de negócio e os princípios da educação financeira. E as aulas vão muito além da teoria. Em São José dos

Campos, estudantes de 10 a 12 anos aprenderam a transformar papel velho em produtos atraentes para vender, lucrar, pagar as contas do empreendimento e ainda destinar parte do lucro para ações sociais. E a garotada ainda conseguiu reverter uma pequena parte da renda em investimento no próprio empreendimento: uma Eco Papelaria. “A criança que participa de projeto de educação financeira e empreendedorismo na escola vai ter uma visão

diferente do dinheiro, da relação com o trabalho. Elas vão aprender que não tem sentido consumir mais do que precisam, vão querer investir no crescimento cognitivo. Enfim, esse novo jeito de pensar vai concebendo uma sociedade em transformação”, disse a psicopedagoga Carla Rezende Picone, colunista de Educação do Portal Meon. Segundo ela, a família também tem papel fundamental neste aprendizado e deve estar aberta para discutir e participar deste processo.


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Família Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Economia da Unicamp (Universidade de Campinas), por meio do seu Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia, em parceria com o Instituto Axxus e a Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), aponta que 100% das crianças e jovens que recebem educação financeira na escola participam das discussões relacionadas às finanças da família em casa. O estudo aponta também que 71% dos alunos que têm aulas sobre o tema nas escolas ajudam os pais a fazerem compras conscientes. A pesquisa foi raelizada com 750 pais ou responsáveis de cinco capitais brasileiras: Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Vitória no ano passado.

Eco Papelaria A Eco Papelaria, citada na abertura desta reportagem, foi criada em 2017 por estudantes do sexto ano do Colégio Poliedro, uma das escolas que adotaram o programa “Jovens Empreendedores Primeiros

Passos – 6º ao 9º ano”, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte). Engana-se quem pensa que o conhecimento adquirido no programa é útil apenas para quem pensa em se tornar empresário no futuro. Pelo menos é o que diz a professora de matemática Rosemeire Scudeler Cigagna de Godoy. “As habilidades e comportamentos como planejar, estabelecer metas, organizar o trabalho e avaliar os resultados são importantes em qualquer área profissional”, disse Rosemeire, responsável pela coordenação do programa no 6º ano do Poliedro. Colocado o desafio de criar um empreendimento sustentável, a turma dela decidiu criar a Eco Papelaria. Ao longo de 24 aulas, com conteúdo multidisciplinar envolvendo praticamente todas as disciplinas, os alunos discutiram e executaram todas as etapas do empreendimento. Eles produziram papel, calcularam custos, definiram

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preços, projetaram a marca, as embalagens e própria loja. A empresa foi inaugurada em novembro do ano passado. Os estudantes venderam folhas de papel recicladas, confeccionadas por eles, e objetos feitos com essas folhas, como marcadores de livros, cartões, “post it”, entre outros. Os jovens empreendedores conseguiram lucrar R$ 150 para investir no empreendimento este ano e arrecadaram alimentos para doar a obras assistenciais. Este ano, segundo Rosemeire, a Eco Papelaria voltou a funcionar oferecendo folhas recicladas, além de retalhos de cartolina, color set e outros papéis, doados pelos alunos, para reuso em trabalhos escolares. “Este projeto envolve dois assuntos

As crianças vão aprender que não tem sentido consumir mais do que precisam. Vão querer investir no cognitivo” Carla Picone, PSICOPEDAGOGA

que eu gosto muito. Além da parte comercial (de ensinar a ser um empreendedor), é voltado também ao bem-estar do meio ambiente. Entre os aprendizados, está o fato de saber como ser uma pessoa bem-sucedida, a planejar os meus objetivos para alcançá-los com sucesso, a produzir materiais escolares recicláveis, a manter um comércio, e muitas outras coisas! Sem dúvidas, o melhor projeto escolar que já participei”, disse Gabrielle Lima de Pinho, 12 anos, aluna do 7º anos do Poliedro. Para a professora Rosemeire, é possível incentivar o empreendedorismo na escola transformando as ideias dos estudantes em projetos factíveis, em que eles sejam os protagonistas, contribuindo de alguma

Estudantes fabricam papel para a Eco papelaria


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forma com a sociedade e meio ambiente, como nas turmas em que ministra aulas. “O professor, ao lançar questões e colocar os alunos desde cedo em situações em que eles deverão propor ideias, planejar e agir para realizá-las, está direcionando-os ao encontro do que chamamos hoje de empreendedorismo”, disse a professora.

Rede Pública O mesmo programa foi implantado na rede de ensino de São José dos Campos no início de março, por meio de uma parceria entre a Secretaria da Educação e o Sebrae, iniciada em 2017. Segundo a administração municipal, cerca de 8 mil alunos do 1º ao 9º ano participarão da iniciativa

Educação financeira na rede pública de São José atinge 8 mil alunos do 1º ao 9º ano

em 43 escolas da cidade. No início de março, os 200 professores envolvidos no programa iniciaram o curso de capacitação. “Ver a sala cheia, com tantos professores, é algo que nos motiva porque conseguimos ver que a Prefeitura está dando o devido valor para que este comportamento empreendedor, que será desenvolvido, ajude as crianças a realizarem seus sonhos”, afirmou o analista do Sebrae, Paulo Vitor Bevilacqua, em nota da prefeitura. Os professores do Poliedro fizeram uma capacitação profissional do Sebrae em 2016. A iniciativa envolveu professores de aritmética, geometria, ciências, laboratório, artes, educação para a cidadania e filosofia. 

Revista Meon [Aniversário Univap].pdf 1 09/03/2018 09:42:27

O crescimento do mercado profissional e educacional do Vale do Paraíba conta com a contribuição da Univap há 26 anos. Nossas atividades impulsionam o desenvolvimento e progresso da região, além disso faz parte da filosofia institucional cooperar com a comunidade, pois somos fruto do trabalho de muitas mãos e essas constroem a história da Universidade. Assim nutrir pessoas com conhecimento, experiência, coragem e perseverança são mais do que desafios, pois carregamos esses pilares em nossa identidade.


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Saúde&

Fotos: Pedro Ivo Prates

Conselho de Medicina cria regras para frear clínicas populares

Com 328 unidades na região, órgão reage ao novo método de atendimento

Marcus Alvarenga SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A

saúde no Brasil foi vista, por muito tempo, somente pelo lado do atendimento personalizado e com alto investimento financeiro, seja particular ou por meio

de planos de saúde, ou pela ótica da estrutura, muitas vezes inchada, defasada e precária, fruto do descaso político com o sistema público de saúde. Entretanto, há alguns anos, o mercado começou a reagir e apresentar novos modelos de serviço, que estão buscando sair da “clandestinidade” por

Região tem 328 clínicas populares

meio da regularização patrimonial. Denominada pelo público como ‘clínicas populares’, essas unidades oferecem serviços a baixo custo, sem agendar horário e com cartões de desconto. “A evolução é grande e a medicina acompanha os avanços tecnológicos. Desde a era de Hipócrates (460a.C.


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– 370a.C.), a medicina sempre se prestou para salvar vidas, amenizar problemas de saúde e tentar protelar a morte. A modernização é importante, não tem como ter dúvida disso. Não podemos perder as características, mas buscar melhorar ainda mais o tripé da medicina” afirma Lavínio Nilton Camarim, presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Até janeiro de 2018, o Conselho Federal de Medicina e todas as regionais ainda não reconheciam oficialmente a atuação destes estabelecimentos. O registro da regional destaca a existência de 328 clínicas (gerais ou especializadas) espalhadas por todas as cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. “Vimos que era uma realidade que deveria ser regulamentada. Tanto que nós ainda não temos condição de dizer quantas existem no Estado, por que elas não se registram como ‘clínica popular’ e não apresentam um médico como diretor técnico para responder pela empresa. Por isso vislumbramos a regulamentação das clínicas por meio de uma resolução”, detalha Camarim, sobre as novas regras que têm impacto regional, estadual e federal. Entretanto, algumas regras esbarram em serviços já oferecidos, como os cartões de desconto. O artigo 4º da resolução, aprovado em outubro do ano passado, determina que ‘as clínicas médicas de atendimento ambulatorial, a exemplo das empresas médicas em geral, estão impedidas de oferecerem qualquer promoção relacionada ao fornecimento de cartões de descontos ou similares’. A linha de atuação legal segue o art. 5º, que proíbe que os consultórios e médicos realizem anúncios publicitários indicando valores do atendimento e formas de pagamento, por ser visto como uma concorrência desleal e que estaria infringindo o código de ética da medicina. “O preço é um problema do médico

com o paciente, pois não o tratamos como consumidor. Não apoiamos a mercantilização da saúde. Buscamos regularizar um atendimento adequado, humanizado e a boa relação. A orientação é que o paciente esteja ciente se aquilo informado condiz com a verdade e realidade. O que nos preocupa é que essas clínicas jamais enganem o seu paciente”, destaca Camarim. No relatório apresentado após a aprovação da nova resolução, Emmanuel Fortes Cavalcanti, conselheiro relator do CFM (Conselho Federal de Medicina), afirmou que as regras colocam as

A modernização é importante, não tem como ter dúvida disso, mas não podemos perder as características” Lavínio Nilton Camarim, PRESIDENTE DO CREMESP

clínicas médicas populares na mesma situação que as demais clínicas, que são empresas prestadoras de serviço médicos com suas obrigações e deveres normativos legais. As dezenas, ou centenas, de consultórios populares espalhados pelo País têm até 24 de abril para realizarem o registro no conselho regional responsável pela sua localidade e realizar as adequações necessárias, de acordo com o Código de Ética Médica.

Empresas

A reportagem da Metrópole Magazine entrou em contato com as empresas Consulta do Povo, MedSel, MultiMédicos e outras instituições que se classificam no mercado como ‘consultório particulares’ por meio de telefone e e-mail. Porém, todas não retornaram os pedidos de entrevista e esclarecimento, não trazendo a visão dessas unidades sobre a importância dentro da área da saúde e o impacto com a nova resolução do Conselho de Medicina. A única empresa que se prontificou em conversar com a reportagem foi o ‘Cartão Para Todos’, que atualmente está em 160 cidades e em 14 Estados, além do Distrito Federal. Dentro do ramo de Cartões de Desconto, que teve a proibição de vínculo com os médicos, a empresa oferece a intermediação de descontos entre os aderentes e as empresas e clínicas conveniadas. “Estamos há 15 anos no mercado, somos inovadores, mas não novos. Sempre buscamos quebrar paradigmas todos os dias e temos todo um acompanhamento, onde o nosso produto visa atender as classes sociais menos favorecidas, C e D principalmente, e aquele público que busca um atendimento de qualidade, mas que foi afetado pela crise e se vê na necessidade de buscar atendimento no SUS, ou aqueles que melhoraram de vida, mas ainda com uma renda inacessível aos planos de saúde”, conta o diretor de marketing do Cartão Para Todos, Alexandre Roveri. O serviço de desconto, mesmo sem autorização do contato aos médicos, segue sendo oferecido por uma mensalidade de R$ 19,50 e dá a oportunidade de conseguir consultas a partir de R$ 20 com clínico geral e a partir de R$ 28 com as demais especialidades, além de descontos em outros procedimentos, tratamentos e exames. “A saúde pública está realmente lastimável e os planos de saúde têm os


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custos proibitivos. Hoje, para manter o plano de saúde para a família, não gasta menos de R$ 700, por isso os clientes se impressionam de forma positiva ao irem a nossas clínicas parceiras. Mas devemos esclarecer que o valor é em cima dessa parceria, não é o médico que está fazendo o desconto do valor, se vinculado, mas a unidade”, declara.

Investimento na saúde

Divulgação/Cremesp

Em meio a uma crise na saúde, tanto na rede particular e pública, empresas estão apostando em serviços próprios para atender uma clientela que perdeu o aporte financeiro para permanecer em convênios e não está satisfeito com o atendimento do Sistema Único de Saúde. Entre este investidores no bem-estar, está o Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de São José dos Campos). “Notamos que há cerca de dois anos houve uma debandada de associados dos planos de saúde, levando mais de dois milhões de pessoas a encerrarem os contratos. Às vezes porque o rendimento caiu, mas esse pessoal ficou

sem oferta de serviço de qualidade, recorrendo apenas às longas filas do sistema público. Por isso, nos sentimos na obrigação sindical e patronal de criar um novo departamento, o MedSin (Medicina Sindical)”, conta o presidente do SinComércio, José Faria. O serviço, inicialmente, deve atender seis especialidades médicas: Neurologia, Cardiologia, Dermatologia, Pediatria, Ortopedia e Clínico Geral. Porém, o atendimento não vai ser restrito aos associados, mas será ampliado a toda a classe varejista e funcionários dos empreendimentos. “Vamos ajudar a facilitar atendendo aos lojistas, familiares e quadro de funcionários. O objetivo é melhorar de todas as formas para que continuemos amenizando as dificuldades do dia a dia. Será cobrado um valor mensal baixo dos associados e da categoria. Será um valor irrisório sobre cada consulta, que não deve cobrir meus gastos, mas tenho que fazer isso para ajudar o meio varejista a ter acesso a um atendimento de saúde com qualidade”, declara Faria. 

Regulamentação Estão Estãovedadas vedadas 1º Se instalarem, em contiguidade, com estabelecimentos que comercializem órteses, próteses, implantes de qualquer natureza, produtos e insumos médicos, ou em interação com estabelecimentos comerciais de estética e beleza; 2º Oferecerem qualquer promoção relacionada ao fornecimento de cartões de descontos ou similares;

Lavínio Nilton Camarim, presidente do Cremesp

3º Praticarem anúncios publicitários de qualquer natureza com indicação de preços de consultas e formas de pagamento, que caracterizem a prática da concorrência desleal, comércio e captação de clientela.


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Pensando no efetivo cumprimento das Normas Regulamentadoras previstas no e-Social, o SINCOMÉRCIO - SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, criou seu serviço de medicina e Segurança do Trabalho, em parceria com a conceituada empresa All Care Medicina Ocupacional, contando com profissionais e infraestrutura de alto padrão, que poderão atender sua empresa de forma ágil e eficaz. Programas Medicina do Trabalho : - Audiometria - Exames admissionais, demissionais, periódicos, mudança de função, retorno ao trabalho - PCMSO : Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PCA: Programa de conservação auditiva - PPP: Perfil Professiográfico Previdenciário - Programa de Qualidade de Vida no Trabalho - Entre Outros

das clínicas Deveres 1º Ter o registro no Conselho Regional de Medicina da jurisdição onde atuem; 2º Apresentar um Diretor Técnico Médico, responsável pelo funcionamento; 3º Contar com um Corpo Clínico composto por médicos com registro no Conselho Regional de Medicina;

O Sincomércio ampliando seus serviços, lança a partir de 2018 um novo departamento para melhor atender os seus associados:

Ambulatório Médico -Medsin com as especialidades:

- Neurologia - Cardiologia - Dermatologia

- Clinico geral - Ortopedia - Pediatria

Consulta por agendamento

Informe-se: medicina@sindcomercio.com.br | 4009-7111


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Cultura&

Um caipira ensacizado Poeta e contador de história, Ditão Virgílio observa Sacis desde a infância e garante que o personagem existe e está entre nós

Fotos: Pedro Ivo Prates


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João Pedro Teles SÃO LUIZ DO PARAITINGA

F

oi sentado num toco, enquanto esperava o pai cortar lenha na roça, que o menino de pouco menos de sete anos percebeu, pela primeira vez, um rodamoinho inquieto. Não era como qualquer sopro de vento que levanta, vez por outra, a poeira do roçado. Ia e vinha, convidando o curioso moleque, que esperava o pai, a partir consigo para uma jornada ao íntimo de uma mata fantasiosa nos cafundós de São Luiz do Paraitinga. Estava estabelecido aí o primeiro contato de Ditão Virgílio, 64 anos, poeta e contador de histórias, com o Saci, parceiro que o seguiria pela vida afora. Dentro do rodamoinho presenciado na infância, destacava-se um rostinho negro e sorridente. Inquieto, encarava a criança ali sentada. “Segui com ele para dentro da mata. Chegando numa mina de água ele parou e bebeu. Bebi junto. Quando voltei para casa, duas horas depois, com os olhos atordoados, meus pais já sabiam que aquilo era coisa do saci. E desde então eu sou assim, ensacizado”, ri Virgílio. “Essa foi a primeira vez de tantas outras que eu observei um Saci por essas bandas. Posso dizer que sou um observador de Saci desde então. Ouça bem, observador, não caçador, como já ouvi”, completa. Nascido no bairro Bom Retiro, na zona rural de São Luiz do Paraitinga, a relação do poeta com a literatura e a contação de histórias é intrincada desde bem cedo. As histórias de Saci, Curupira, Mula Sem Cabeça e Corpo Seco eram a diversão – e o pavor – das noites de sexta. Junto com outras crianças de sua idade, pouco mais de dez anos, ele seguia, pelo breu da mata, a trilha que dava na casa onde acontecia o encontro de contadores de história da região. “Fazíamos um lampião improvisado com bambu, algodão e querosene.

Para ir era tranquilo. O problema é para voltar. Com todas aquelas histórias de Corpo Seco e Mula Sem Cabeça ocupando as ideias, a nossa luminária apagava justo no meio do caminho, naquela escuridão da mata. Eu sempre tive cisma, que é diferente de medo. Medo faz a gente sair correndo. A cisma é aquela curiosidade, um medo controlado, mas que nos dá vontade de desvendar o que está acontecendo”, comenta.

Segui com ele para dentro da mata. Chegando numa mina de água ele parou e bebeu. Bebi junto. Quando voltei para casa, duas horas depois, com os olhos atordoados, meus pais já sabiam que aquilo era coisa do Saci” Ditão Virgílio, POETA E CONTADOR DE HISTÓRIAS

Além das noites de ‘causos’, os cordéis eram outra paixão do poeta durante a infância. Ele usava o dinheiro dado pelo pai para comprar pão com mortadela e guaraná e ia até a loja de livros, garantir o cordel da semana. O

caminho a pé para casa era o suficiente para decorar a história. Ao chegar, interpretava tudo para os pais, que não sabiam ler. De leitor para escritor foi um passo. Aos 16 anos, Ditão lançou seu primeiro livro de poesia de cordel. E, evidentemente, o Saci estava presente em sua estreia na literatura. Com título “O Batizado do Saci”, a história contava como o moleque arteiro conseguiu se batizar para poder frequentar as missas de domingo em São Luiz. “Diziam que o Saci não podia ir à missa porque nunca se batizou. Então, para ajudar, e aproveitando um conto antigo que uma contadora de histórias, fiz uma história do Saci sendo batizado no ‘Brejo que Chora’, um local onde, diz a lenda, as almas de pessoas que não eram batizadas vagavam até um padre conceder o batismo para que elas pudessem ir embora”, conta.

‘Parte com o Saci’ Apesar de estar presente em diversos souvenires vendidos em São Luiz do Paraitinga, ter seu próprio bloco de Carnaval e até mesmo uma sociedade de observadores na cidade, o Saci nem sempre foi personagem bem quisto na região. As histórias sobre Saci e dos encontros frequentes com este personagem do folclore brasileiro renderam a Ditão má fama entre carolas da cidade. Rígido em seus costumes católicos, o grupo via o Saci como uma representação do capeta. “Numa cidade conservadora como esta, foi um desafio falar abertamente sobre o Saci, que é um sujeito do bem, com alma de moleque e que protege nossa mata. Ele gosta de fazer traquinagem, mas não é malvado. Mesmo assim, quando eu reunia o pessoal para contar histórias no coreto, o pessoal mais conservador ficava de cabelo em pé”, comenta. Engana-se, entretanto, quem pensa que Ditão sempre andou por aí


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proferindo afrontas às sagradas escrituras. O poeta encarava o desafio com respeito, encontrando seu espaço na cidade singularizada tanto pela religiosidade quanto pela característica festiva da população. “Eu passava e ouvia o povo falando de canto: ‘esse aí tem parte com o Saci’. Tinha gente que até me chamava de Saci. Sempre houve uma convivência gostosa entre todo mundo. Aliás, várias pessoas que já tiveram encontro com o Saci me abordam na rua ou depois de alguma apresentação. Todo mundo com a mesma história: seguiu um rodamoinho e viu ali um menino negro, com capuz vermelho. Daria para escrever um livro só com essas histórias”. O poeta está presente em absolutamente tudo o que diz respeito ao Saci em São Luiz do Paraitinga. Ajudou a compor a marchinha do Bloco do Saci, é presença confirmada na Festa do Saci, que acontece todo dia 31 de outubro na cidade, e ainda participou da formação da Sosaci (Sociedade de Observadores de Saci), formado em 2003. “Vejo essa participação como uma defesa do folclore brasileiro. É lindo ver o olhar das pessoas brilhando enquanto eu conto as histórias. Aliás, quando você mora na roça e vê um cavalo com a crina cheia de trança, quem você acha que fez isso? Uma bruxa? Nada, isso é coisa de Saci. O povo que perde sua cultura vai perdendo sua identidade”, comenta.

Olhar de fantasia Embaixo do inseparável chapéu de couro, entre algumas rugas da idade, Ditão preserva, nos olhos miúdos, um olhar de fantasia. Atento para a eterna novidade do mundo, como diria Alberto Caeiro – heterônimo de Fernando Pessoa e um dos poetas preferidos do luizense.

Vejo essa participação como uma defesa do folclore brasileiro. É lindo ver o olhar das pessoas brilhando enquanto eu conto as histórias” Ditão Virgílio, POETA E CONTADOR DE HISTÓRIA

Sem religião convencional, o poeta é um devoto da natureza. Ao entrar na mata, tira o chapéu e faz uma oração que ele mesmo inventou. Diz baixinho que está entrando sem nada e que, de lá, não vai tirar nada que prejudique o meio ambiente. O poeta mora em um rancho no mesmo bairro onde cresceu. Além das poesias e contação de história, ainda mantem um apiário de onde tira o mel “Sacizinho”, vendido no comércio local. Há também o própolis, produto que ele garante ser a fonte de sua jovialidade. Aos 64 anos, Ditão garante que nunca ficou doente. “Você tem que tomar o própolis logo de manhã, em jejum, quando ele consegue chegar às paredes do estômago. É um remédio da natureza e me ajuda a prevenir doenças. A mata é um remédio pra mim”, diz.


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Emissora de TV tentou gravar o Saci, mas coruja, clarão no céu e problema com a bateria da câmera não permitiram

Travessuras com jornalistas Ditão garante que o saci não gosta de aparecer em fotografias, na TV e em reportagens. O negrinho de uma perna só é avesso aos flashes porque gosta de levar sua vida sossegado, sem que ninguém atrapalhe seus dias de traquinagem na roça. As equipes de reportagem que se arriscam podem sofrer consequências. O poeta conta que, certa noite, por volta das 21h, um carro de televisão bateu à porta de seu rancho. “Olá, Ditão. Viemos caçar Saci com o senhor. Pode nos acompanhar?”, indagava uma acelerada repórter. No carro, o cinegrafista e o iluminador a acompanhavam. O poeta, que estava se preparando para dormir, conta que atendeu a solicitação à contragosto, já avisando aos incautos que não levassem a câmera, já que o Saci não se deixa registrar. A repórter afirmou que não haveria problema quanto a isso, já que as duas baterias para a câmera e a iluminação dariam conta do recado. “Então eu fui. Os levei para dentro da mata e seguimos a caminho de uma bica d’água. No meio do caminho, uma coruja passou zunindo, se deu um clarão no céu e, logo depois, a iluminação e a bateria caíram. Quando a equipe pegou a segunda bateria, não demorou muito para que a mesma coisa acontecesse. Depois disso, os dois homens que acompanharam a mulher saíram correndo, enquanto ela me disse que voltaria outro dia. Mas não voltou mais”, ri Ditão.

Nota da redação

Poeta participou da formação do Sosaci (Sociedade de Observadores de Saci)

Durante a entrevista com o observador de Saci, dois celulares, usados para gravar a conversa, ficaram sem bateria. Uma chuva torrencial atrasou em mais de duas horas o retorno da reportagem até São José dos Campos. No caminho, uma lata de refrigerante cheia caiu no carro, encharcando o banco do carona e algumas edições da revista que estavam no veículo. Obra do Saci? Eu não me arrisco a duvidar. 


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Turismo&

Fotos: Pedro Ivo Prates

Turismo empresarial: um desafio para São José

Hotéis e estabelecimentos comerciais da cidade precisam se atualizar para oferecer boas experiências aos turistas


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João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

P

olo tecnológico e industrial, São José dos Campos é destino turístico para milhares de profissionais de diferentes regiões do país e do exterior. Empresas como a Embraer e espaços dedicados ao desenvolvimento de tecnologia, como o Parque Tecnológico, fazem da cidade uma localidade única no país para fechar negócios, qualificar-se ou para visitas de comitês corporativos. Atender essa demanda exige da rede hoteleira da cidade versatilidade para enfrentar diferentes situações, com demandas que mudam conforme o mercado se atualiza e as relações de trabalho se transformam. Neste contexto, salas de convenções mais modernas, espaço

para reuniões para grupos menores e, principalmente, uma internet veloz, e que nunca falhe, e até smartvs são quesitos indispensáveis para sustentar o turismo corporativo da cidade. A necessidade de estar a par das inovações do mercado fez com que o Novotel, por exemplo, realizasse, entre 2016 e 2017, uma reforma de nada menos do que R$ 6 milhões para adaptação dos apartamentos. A reforma foi financiada pela rede Accor, multinacional que é proprietária do Novotel em São José. De acordo com a gerente geral do hotel, Beatriz Cavaciocchi, o setor da aeronáutica é o que mais demanda hóspedes para o hotel na cidade. Como o hotel recebe turistas de diferentes nacionalidades, todos os funcionários precisam dominar, no mínimo, o inglês.

“O hotel tem 40 anos e ao longo do tempo foi se adaptando para continuar atendendo as necessidades do mercado. Isso passa pelas adaptações tecnológicas, mas também pela excelência de atendimento, que precisa estar pronto para oferecer uma experiência de excelência ao hóspede mesmo em situações adversas”, afirma.

Caipirinha do Ivan Entre as idas e vindas de hóspedes acelerados com as demandas do trabalho, os visitantes sempre encontram um tempo para a diversão e, neste quesito, a rede hoteleira também precisa oferecer a melhor experiência aos executivos que visitam a cidade. No Novotel, quando se trata de proporcionar momentos relaxantes ao melhor estilo tupiniquim, o homem a se


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procurar é o Ivan Govea, bartender do local. Sua especialidade é o mais brasileiro dos coquetéis, a tradicionalíssima Caipirinha. “É um problema, porque o Ivan não pode sair de férias, quando ele não está, os hóspedes perguntam. O sucesso é maior ainda no exterior. Quem vem de fora não quer qualquer caipirinha, tem que ser a do Ivan”, lembra a gerente. O sucesso é tamanho que os segredos do drinque preparado por ele foram parar em uma publicação russa. Isso porque um jornalista do país embarcou em São José dos Campos para uma visita à Embraer. Encantado com a Caipirinha, ele resolveu enviar à revista uma página extra, com as dicas da famosa bebida brasileira.

Abrangência Não são somente os hotéis que ficam de olho no turismo em São José dos Campos. Bares, restaurantes, baladas e comércios também se beneficiam com as pessoas que visitam a cidade. Quanto mais hóspedes nos hotéis, mais pessoas consumindo, procurando lugares para jantar ou para sair à noite. Para o empresário Ricardo Sampaio, presidente do Convention Visitors Bureau de São José dos Campos, é fundamental que as casas da cidade mantenham boa relação com os hotéis. Tanto é que a organização chegou a realizar um tour pelos bares e restaurantes de São José dos Campos com os recepcionistas da rede hoteleira.

“São esses caras que vão indicar as casas para que os empresários do ramo de serviços possam aproveitar a capacidade turística de São José. Isso ajuda o visitante a ter uma excelente experiência na cidade”, afirma.

Comércio busca boa relação com hotéis para atrair turistas

Proprietário do Bar do Sampaio, na avenida São João, centro de São José, Sampaio diz que o turismo da cidade já é responsável por auxiliar bastante nas receitas da casa, principalmente nos dias mais fracos de público. Entretanto, o empresário afirma que o potencial da cidade ainda é inexplorado, tanto pela falta de iniciativa quanto pela ausência de uma política pública que impulsione o setor. “Para termos uma ideia, São José é uma das cidades mais caras para se fazer uma grande convenção. Há um imposto municipal que praticamente impossibilita a gente a contar com esses eventos que trariam um público segmentado para a cidade, que iriam incentivar o comércio em diferentes estabelecimentos da cidade”, reclama. 



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Esporte&

Fotos: Pedro Ivo Prates

O timoneiro do bando de loucos

Seguindo legado de Tite e Mano Menezes, Fábio Carille se firmou como ídolo instantâneo da torcida corintiana por montar time ‘raçudo’ e vencedor

Fábio Carille esteve em São José no mês de fevereiro

João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O

técnico Fábio Carille, atual campeão brasileiro com o Corinthians, é, talvez, o principal expoente da geração de treinadores pós 7x1. Combinando desempenho e resultado, o jovem comandante levantou um time abalado pela saída de Tite para a Seleção Brasileira.

Carille soube esperar seu momento quando a diretoria optou por técnicos com mais nome, como Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira, que pouco fizeram em 2016. Assumindo o time com certa desconfiança da diretoria e a alcunha de quarta força do futebol paulista no início de 2017, o técnico se agigantou, montou um time praticamente imbatível e aumentou a coleção de títulos na sala de troféus do Timão.

Com temperamento inabalável, o treinador carrega um tom firme na fala, mas que não se altera sob as constantes intempéries, típicas do segundo time mais popular do Brasil. Tamanha segurança vem, talvez, do conhecimento de Corinthians. Carille, que chegou como auxiliar de Mano Menezes em 2008, completa, neste ano, 10 anos de clube. Nascido em São Paulo, em 1973, o treinador se mudou para Sertãozinho


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com 12 anos. Foi lá que passou a jogar futebol, primeiro no futsal, depois se profissionalizando no campo pelo XV de Jaú. Junto com o futuro técnico, também subiram nomes como do atacante França e o volante Edmilson, que fizeram história pelo São Paulo. Atuando como zagueiro e lateral esquerdo, o então jogador passou pelo Corinthians (1995), Paraná Clube (1996), Coritiba (1996), Santo André (1999), Juventus (2000) e Grêmio Barueri (2007), time onde encerrou a carreira. Em passagem por São José dos campos durante evento para a loja Thule, do Colinas Shopping, o treinador mostrou que está mesmo privilegiado entre a Fiel Torcida. Antes de uma sessão para fotos e autógrafos, enquanto concedia a entrevista à Metrópole Magazine, o treinador era interrompido pelos cantos da torcida e por pedido de fotos dos corintianos. À reportagem, ele falou sobre a situação do futebol do interior do Estado, sua atual condição no time, as perspectivas para o futuro no Corinthians, contratações, calendário do futebol brasileiro, a desconfiança no início de trabalho, entre outros assuntos. Como alguém que cresceu em Sertãozinho, você acompanha o futebol do interior? Isso mesmo. Nasci em São Paulo e fui para Sertãozinho com 12 anos. De 2017 para cá não consigo acompanhar nada mais de série A2, A3 e Série B do Paulistão. Mas, até 2016, quando ainda era auxiliar do Corinthians, eu ia aos jogos do Juventus, do Nacional e de outras equipes do interior do Estado. Desde que me oficializaram como técnico aí já perdi espaço para isso. Muito se fala sobre a dificuldade desses clubes do interior, de menor orçamento, para se manterem ativos. Quais são os principais problemas enfrentados? Acho que a principal questão é a falta de calendário para os times do interior

Este ano vai ser mais difícil por causa da expectativa. Quando você não é nada, qualquer coisa que faça fica legal, mas quando consegue chegar lá é outra coisa” que não disputam os campeonatos nacionais. Isso é um problema muito sério. Muito se fala em terminar os estaduais, mas a gente não pode terminar. Principalmente o de São Paulo, que é muito forte em todas as divisões. Joguei a A3, joguei a A2 e joguei a A1. Sei bem do que eu estou falando. Meu último clube foi o Barueri, onde a gente subiu da A3 para a A2 e da A2 para a A1, em 2005 e 2006. Não sei como ajustar isso, mas tem que ser ajustado. Fazer mais divisões, talvez. Nosso País é grande. É diferente de Itália, Portugal e Espanha, por exemplo. Falando em calendário, se faltam jogos aos times do interior, clubes grandes como o Corinthians trabalham sempre no limite. Quanto o futebol perde com isso? Perde muito em qualidade. Para mim o ideal seria jogar numa quarta sim e outra não. O espetáculo fica melhor, o jogo melhor. Torcedores, imprensa e investidores iriam ganhar um futebol muito melhor do que temos atualmente.


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O torcedor corintiano é muito exigente com jogadores e técnicos. Há uma relação passional, de amor e ódio, inclusive com ídolos sagrados da história do clube. Como senhor administra esse relacionamento? Faço questão de manter a proximidade com a torcida. Vou a vários eventos. Eu gosto disso. Já fui para Santos, Campinas, Praia Grande, Bauru e outras localidades. Quando eu era torcedor também queria estar perto e a gente não tinha possibilidade, então o evento que aparece eu faço questão de ir. Até evento que aparece e eu não sou convidado eu vou. Sinto muita alegria neste contato com os torcedores. Senhor acumulou boas passagens como interino, mas quando assumiu de vez, em 2017, houve uma desconfiança geral. Como foi para lidar com essa pressão e responsabilidade? Já estou há 10 anos no Corinthians e todo ano é a mesma pressão, a mesma experiência. Este ano, para mim, vai ser maior por causa da expectativa. Quando você não é nada, qualquer coisa que faça fica legal, mas quando consegue chegar lá é outra coisa. Mesmo se não tivéssemos sido campeões em 2017, a boa campanha já seria uma vitória. Mas quando se é campeão, a expectativa é que a gente sempre seja vitorioso. Cabe a mim saber lidar com tudo isso

Torcedores lotaram shopping pra ver técnico do Timão

Estamos em ano de Copa do Mundo e, em 2018, seu amigo e mentor Tite é o técnico da seleção. Vocês conversam sobre futebol? Como sente que está o espírito do treinador às vésperas da Copa da Rússia? Falo muito com o Tite, mas muito pouco sobre futebol. Sei como ele é, afinal, foram cinco anos e meio trabalhando com ele e seis títulos com o Corinthians. A gente fala de família, fala de viagem, de outras coisas, mas pouco de futebol. Tive a oportunidade de estar em um jogo em Chapecó, no fim de 2017, onde ele foi técnico de um time e eu do outro. Aí a

Treinador distribuiu autógrafos aos torcedores

gente conversou muito no hotel. Está na seleção por merecimento, mas não dá para cravar que vai ser campeão. E quais os seus favoritos para ganhar o torneio? São muitos times qualificados. A Inglaterra, França, Argentina, Alemanha. O Brasil está aí no grupo de favoritos, mas a parada vai ser duríssima. O Corinthians começou o ano tentando resolver a questão do substituto para o atacante Jô, melhor jogador do Brasileirão de 2017. As negociações em busca de um nove esfriaram de vez? Qual o perfil do matador que senhor pretende trazer? Tem que fazer gol. Alto, baixo, não importa, tem é que colocar a bola para dentro. Se tiver que investir, tem que ser um nove que chegue para vestir a camisa e assumir a responsabilidade. Se não, vamos com o que já temos no grupo. O (Henrique) Dourado foi um jogador com valores muito fora. Eu trabalho muito com a diretoria, ando sempre com eles, sou muito grato pela oportunidade e não vou sugerir o que está longe da realidade do clube. 



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Arquitetura&

Fotos: Arquivo Pessoal

Os desafios para se projetar uma casa impecável

Arquiteta comenta como é o processo de construção de uma residência

Giovana Berti SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A

junção da criatividade, experiência e o bom gosto foram os ingredientes necessários para conse guir criar uma casa sofisticada que atendesse todas as necessidades de uma família joseense, em um terreno de 360m², em um condomínio fechado de São José dos Campos, na região oeste da cidade. “Esta obra foi um dos maiores desafios da minha carreira. O terreno era estreito e tinha um desnível de quatro metros de cada lado e o cliente necessitava de uma casa ampla. Tive que pensar em uma residência com quatro níveis para atender todas as necessidades da família”, explicou a arquiteta Silvia Costa Basto, que trabalha com construção de casas e design de interiores desde 1987.

Toda a concepção, até a parte da execução do projeto, demorou 20 meses para ser finalizada. Durante o processo, foi necessário fazer muro de arrimo para regular o terreno e pensar em soluções para que a estrutura da residência ficasse harmônica em todos os ambientes. “Esta construção necessitou de uma atenção especial por causa da projeção do terreno. Foram necessárias manobras para que a construção do prédio fosse algo seguro. A execução do processo estrutural da casa também foi complicada e o mais difícil de tudo foi escolher o local para instalar a escada, pois em cada ambiente que a colocava atrapalhava um andar. Até pensei que não era possível concluir o projeto, mas no final a casa ficou linda e com um resultado harmônico magnífico”, disse a arquiteta.

No andar debaixo ficou a garagem, com vaga para cinco carros e local para guardar os objetos que não estão sendo utilizados. O ambiente também foi pensado para que as pessoas que estiverem nele tenham a visão completa da área externa da residência e possam admirar a natureza. “Projetei o subsolo para os moradores e visitantes não perceberem que estão no subsolo, pois nele se tem a visão do céu, da natureza e é um local bem iluminado e arejado, pois com uma residência com quatro andares é necessário que as pessoas se sintam confortáveis e felizes em todos os ambientes”, contou Silvia. Além das necessidades comuns em uma residência, os proprietários gostam de realizar festas e queriam ter um ambiente na casa montado para a família poder receber os amigos durante o fim de semana. “Aproveitei o ambiente do subsolo para deixar reservado um espaço onde os eventos da família possam ser realizados. Os proprietários adoram fazer festas temáticas e receber os amigos para churrasco. Por isso, quando montei a área de lazer, precisei pensar no que daria praticidade e tornaria o momento de relaxamento mais proveitoso para todos os participantes”, disse. A família proprietária da residência é composta por três pessoas, sendo o casal e um filho adolescente. A casa tem quatro andares, três suítes e nove banheiros espalhados pelos ambientes da residência. “Como a família é pequena não havia necessidade de vários quartos. Projetei uma suíte para cada, um quarto de hóspede e os demais ambientes foram colocados para a família poder relaxar e aproveitar. Por ser


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uma família festeira, até o projeto da cozinha foi pensando para que quem estiver cozinhando possa estar na companhia de amigos e visualizar toda a área de lazer”, comentou Silvia. Todos os detalhes da decoração do ambiente foram pensados para serem perfeitamente compatíveis com as áreas em que estão inseridos. Por isso, a conversa e liberdade para a arquiteta trabalhar foram essenciais para o resultado final da residência. “Os meus projetos são desenvolvidos a partir da mobília e o que o cliente quer e necessita no ambiente para depois montar os espaços físicos. A conversa com os proprietários foi fundamental para que esse projeto fosse desenvolvido”, afirmou. A obra em uma casa precisa levar em consideração que o ambiente vai precisar se manter funcional por anos, até mesmo décadas. É necessário que o projeto seja

agradável e atenda a família em todas as suas mudanças. “Uma casa não é feita para 12 meses, mas no mínimo para 20 anos, então, é necessário fazer um plano de como essa família vai se desenvolver. O casal já está com um pouco mais de idade? Os pais já estão idosos ou daqui cinco anos vão estar idosos? Tem tudo isso que o arquiteto tem que descobrir para fazer uma montagem adequada para a casa não virar uma bagunça ao longo dos anos. É necessário destrinchar todos os detalhes com os clientes para que a casa cresça adequadamente com a família”, explica a arquiteta. Por fim, a arquiteta cita que para projetar um lar é necessário entender a necessidade do cliente e também fazer de tudo para realizar o seu sonho, fazendo da casa um local agradável e funcional. “Vamos realizar o sonho da família e então, fazer uma casa que tenha o desejo de todos” finaliza. 


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Gastronomia&

Fotos Otávio Baldim

Chocolates caseiros ganham espaço com a chegada da Páscoa Produção artesanal conquista paladar e deve se tornar tendência neste ano

Chocolate branco e preto misturado com cereja

Otávio Baldim RMVALE

O

chocolate define o sabor da renda extra nesta época do ano. Principal item das prateleiras, os tradicionais ovos industrializados, que lotam os corredores dos supermercados durante a Páscoa, competem com uma irresistível concorrente na disputa pelo consumidor: a produção caseira. O ritual de compartilhar esta delícia gastronômica movimenta um doce negócio de números incalculáveis devido à informalidade. Ex-professora de educação artística,

a taubateana Mariana Alves se arrisca na arte da confeitaria. Ela abandonou a sala de aula para assumir o comando da própria produção de chocolate. Os clientes fitness foram o alvo da nova empreitada. Para comer sem culpa nesta Páscoa, Mariana, encolheu a receita dos produtos. O pedido veio dos companheiros de esteira da academia em que frequenta. Ela prepara ovos com 50 gramas. Pequenos no tamanho, mas caprichados no recheio. “Quem anda na linha com a dieta, normalmente sofre nessa época. Mas, cá entre nós, ninguém precisa fugir do chocolate e nem apelar para outras linhas

menos saborosas, que descaracterizam completamente o sabor do produto. Basta diminuir a porção que come. O formato mais compacto do ovo livra o cliente de cair na tentação de devorar um enorme, dez vezes maior, por exemplo, como os modelos tradicionais que a gente encontra no mercado”, explica. Por dia, a Mariana passa mais de sete horas na cozinha. Por enquanto, 74 encomendas foram feitas, mas ela acredita que os pedidos devem dobrar mais perto da Páscoa. “O chocolate tem retorno certo, sempre. Quem trabalha com esse produto, ainda mais nessa época, desconhece o significado de prejuízo”, garante. O chocolate adoçou os severos efeitos da crise financeira e mudou completamente a vida da ex-bancária Aline Barbosa, de Cruzeiro, demitida em 2014. Ela precisou se reinventar em busca de uma recolocação no mercado de trabalho. Guardada num canto qualquer da casa, a anotação empoeirada de uma receita de brownie representou o recomeço e o novo ramo que a cruzeirense iria desbravar: o maravilhoso mundo dos brownies. Para esta Páscoa, a dona do “Bê de Brownie” contratou mais duas funcionárias para ajudar na produção dos ovos, encomendados apenas por telefone. Ela espera um aumento de 20% nas vendas deste ano. “Os ovos têm a casca feita com chocolate belga, recheados de brownie e mais uma opção a escolha do freguês, como pistache, creme de avelã, leite em pó, entre outros sabores. O consumidor valoriza o produto artesanal. Ele sente a


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diferença no sabor e o carinho que a gente coloca em cada item, feito um a um, com extrema delicadeza e cuidado”, diz a empresária. O requinte das impecáveis sobremesas servidas nos luxuosos hotéis de Campos do Jordão, define a incrível experiência causada na boca ao experimentar o chocolate artesanal preparado cuidadosamente pelo chef Murillo Lima, de Taubaté, outro devoto da produção caseira de ovos de Páscoa e que durante anos trabalhou nos mais renomados restaurantes da Serra da Mantiqueira. “O comportamento do consumidor mudou. Os produtos artesanais conseguem ser mais atraentes diante dos industrializados. Eles podem ser feitos sob medida, personalizados de acordo com o gosto de cada cliente, além de ter o melhor custo benefício. O consumidor reconhece a dedicação de um trabalho feito inteiramente a mão”. Considerado um fenômeno da confeitaria na região e admirado entre os amantes de sobremesa, o Murillo foi campeão na edição que marcou a estreia da primeira temporada da competição culinária “Que seja doce”, exibida pelo canal GNT, em 2015. O título ainda rende ao confeiteiro uma maratona intensa de trabalho durante a Páscoa, com mais de dois mil pedidos. Os sabores tradicionais desta época ganham uma releitura nas

Empresária de Cruzeiro espera aumento de 20% nas vendas de Páscoa neste ano

receitas dele. O Murillo aposta numa ousada combinação de ingredientes para fisgar o cliente, como a mistura de chocolate com flor de sal, a parte mais nobre do sal marinho. “Eu brinco que a Páscoa é o natal dos confeiteiros. É uma época excelente para as vendas de quem atua na área. Ganhar barras de chocolate, por exemplo, não tem a mesma graça, muito menos traz à tona toda a simbologia que o ovo carrega. Para este ano, acho que o mercado deve apostar no ovo de pote, que são camadas de recheio acompanhadas de lascas de chocolate, e os ovos de colher que, certamente, continuam em alta”, prevê. O ex-participante do reality MasterChef, da TV Band, Raphael Del Borelli, concorreu ao disputadíssimo título de maior cozinheiro do Brasil na temporada do ano passado. Ele não levou o prêmio, mas o programa temperou a carreira do chef, um fã incondicional de chocolate. “O chocolate pode ser a base para infinitas combinações de sabores, misturado, por exemplo, com laranja, pimenta ou nozes. Ele é um ingrediente chave na confeitaria e agrega um sabor maravilhoso a qualquer prato”, diz.

Caixa de brigadeiro Obrigatório nas festas de aniversário, o brigadeiro também marca presença na Páscoa. Pequenas obras de arte feitas com chocolate nobre e enroladas como tesouros derretem na boca ao encontro com a textura macia da massa. Para complementar a renda da família, a gerente de loja, Ariana Perin Rocha, de Taubaté, investe na produção de brigadeiros. Nesta Páscoa, ela deve fazer mais de mil unidades, distribuídas em delicadas caixinhas com oito em cada uma delas, arrematadas com um charmoso laço que completa os enfeites da embalagem. O trabalho na cozinha começa por volta da meia-noite e atravessa a madrugada. O processo leva, em média, quase 12h para ser concluído e colocado nas embalagens.


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Ovo recheado e com detalhes de doce de leite

“Para quem quer economizar e pretende substituir o ovo tradicional, mas ainda assim não abre mão de um presente saboroso e com um acabamento bacana, que mostre o carinho com a escolha da lembrancinha, o brigadeiro pode agradar o bolso e o paladar. Independentemente do formato, o chocolate precisa estar presente na Páscoa, ao menos com uma caixinha para celebrar e compartilhar com a família”, sugere.

diferenciado e um preço mais justo comparado com os produtos industrializados”, diz. O Senac oferece cursos na área de chocolataria que proporcionam atividades práticas e o aprendizado de

técnicas que podem auxiliar quem quer desbravar o fantástico comércio dos chocolates caseiros. Pelo menos 15 pessoas participam das aulas que estão em andamento, em Taubaté, ainda sem previsão da abertura de novas

Profissionalização O chef André Aquino, de São José dos Campos, alerta que, mesmo com o mercado recheado de oportunidades durante a Páscoa, o que acaba estimulando a migração de aventureiros para este ramo em busca de uma renda extra. Para ele, o manuseio do chocolate é difícil e necessita de uma série de cuidados no preparo para alcançar a qualidade no produto final. “O negócio é lucrativo, mas as pessoas precisam conhecer mais sobre o chocolate para entrar no ramo. O retorno com a produção de ovos caseiros pode chegar a 200% em cima do dinheiro que foi investido. O chocolate artesanal tem se mostrado cada vez mais atraente para quem produz e também para o consumidor que ganha com um sabor

Nozes enfeitam ovo caseiro


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Quem anda na linha com a dieta, normalmente sofre nessa época. Mas, cá entre nós, ninguém precisa fugir do chocolate e nem apelar para outras linhas menos saborosas” Mariana Alves, CONFEITEIRA E EXPROFESSORA DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA

turmas para este semestre. “A profissionalização nesta área permite produzir produtos mais elaborados que atendam as necessidades dos consumidores que estão muitos mais exigentes com a qualidade do serviço que eles compram”, diz o professor de gastronomia da unidade, Ricardo Amâncio. Para a nutricionista Juliana Ebram, de Taubaté, o consumidor deve optar pelo chocolate amargo que possui substâncias antioxidantes e diminuem os riscos de doenças cardiovasculares e câncer. Ele também protege o cérebro e contribui para a diminuição do colesterol ruim e controle da pressão arterial. “Já os outros tipos de chocolate, com menor teor de cacau, têm muita gordura e alto teor calórico”, explica. 


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Humor& Tapa Olho Experimental Notícias com um só ponto de vista! Polícia encontra três pés de Camomila em um quintal de uma casa em Pinda A denúncia veio por parte dos vizinhos que acharam estranho o cheiro de camomila que vinha do quintal de Andread dos Santos. “Eu planto maconha aqui em casa já faz 10 anos e nunca ví um pé de Camomila nascer no meio delas, pra mim era um matinho qualquer” disse Andread em sua defesa enquanto despelotava uns berlozinhos de canabis em seu sofá. O caso foi levado ao 5° Batalhão de Essências de Floral de Pinda.

Caçapavense cria lei para multar pessoas que saem do grupo de família do whats A multa no valor de 3 Mil reais, tem como meta penalizar o meliante que entra no grupo da família e sai em menos de 1 Semana. “Você pega o telefone do cidadão, salva no seu celular, avisa o grupo que vai adcionar, adciona ele e em menos de 1 semana o cara vai e sai! Me diz qual é o problema de abrir um grupo no whats com 20 bom dia por dia?!” diz Paulo Carêncio de Souza em tom de revolta. A Lei entra em vigor na próxima sexta, e só no horário da manhã, onde o congestionamento de fotinhas de pombas e bom dia é mais usado.

Tecnólogo descobre que São José dos Campos não fica exatamente a 1 hora de tudo O Cientista do CTL (Centro de Tecnologia de Lendas), Enzo Cavalcante afirmou ontem em uma conferência no auditório Evaristo Costa, que se um Joseense sai de sua casa no Urbanova com sua Land Rover azul loire ao meio dia, em sentido a Ubatuba, sua viagem será de exatamente 2 horas e 15 minutos. Enzo ainda diz que essa conta pode ser feita por qualquer pessoa, apenas usando um relógio.

Taubaté: O Nutricionista (Digital influencer) Selton Grelhado diz que passar pela Av. Itália é uma afronta a comunidade Vegana O queridinho das internautas Selton Grelhado causou um reboliço na noite de ontem no insta. No post Selton disse: Não é aceitável que em tempos de abdômen do avesso ainda teremos que passar pela Av. Itália (Cracolândia do espeto) e sentir aquele horrendo e delicioso cheiro de carne ao ponto ao som de Rafinha Acústico. Onde fica minha dieta?! Espero que a Prefeitura já tenha um planejamento de um futuro túnel para não ter que passar por essa situação”. Selton concluiu o post falando sobre o novo óculos que ganhou de uma ótica.



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Crônicas & Poesia

...E Deus criou o homem!!! Olhou bem e disse: posso fazer melhor. E fez a mulher!!! E nós, maravilhosas, seguimos as estrelas em busca de um reino encantado...E ainda o estamos procurando. Falar de mulher não carece, já se falou tudo e demais: poetada, cantada, historiada, adorada, martirizada, sacrificada, santificada...UFA! Nós já sabemos que somos tudo isso. OBRIGADA. O que me agrada é dizer para a mulher e não da mulher (até porque sou

uma): nós temos um cérebro mais leve! Somos 25% mais criativas, mais intuitivas, sonhamos mais, vivemos mais, rimos mais, choramos mais, falamos MUITO mais, trabalhamos mais, rezamos mais, procriamos, e por aí vai... O que nos falta é saber para que todos esses atributos. O que fazer? Nossa força e inteligência que está na sutileza “não melhor, nem pior: diferentes!” Mas...sofremos de um complexo de prepotência: podemos arrumar, curar, acertar a vida e resolver

Pedro Ivo Prates

Um olhar de Mulher

situações absurdas que até Deus duvida. Não podemos! Somos Humanas! Embora não pareça, com essa consciência podemos nos perdoar mais, desapegarmos mais, olharmos com mais carinho para dentro de nós, permitindo sermos apenas uma linda mulher, sem ter que...ter que...ter que.  Dagmar Siqueira, paulistana de nascimento, joseense de coração apaixonado. Formação Artes Plásticas, hoje cenógrafa e figurinista (viciada em Teatro). 7.7 de existência perfeita nos desígnios e preparatória para o novo em Deus.



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e de 430 árvores

Nazira Madureira | Rose Constantino | Daniele Riera Paschotto Vivien Anselmo | Fernanda Bellei Rocha | Mari Ronchi | Carmem Alvim Tuca Iralah | Andrea Maia Camargo | Tarcila Taborda Texto e direção geral: Elaine Santos


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