Revista Fera! 05

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preço para estudante

o curso que tá na moda São Paulo, Nova iorque, Milão ou Paris? Aqui em Pernambuco também se faz Moda

ano 02 nº 5 – abr/mai 2010 – portalfera.com.br

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Camila coutinho, 22, faz sucesso com seu blog de moda, “Garotas Estúpidas”


ESCOLAS TÉCNICAS MILHARES DE JOVENS COM VAGA GARANTIDA NO CRESCIMENTO DE PERNAMBUCO.

O Ensino Profissionalizante é o melhor caminho para que os jovens pernambucanos se preparem para acompanhar o crescimento do Estado. O ano letivo de Pernambuco começa com sete novas escolas técnicas estaduais e outras cinco serão entregues pelo Governo Federal. Estudantes de todo o Estado serão beneficiados com dois tipos de cursos: Ensino Médio Integrado ao Profissionalizante ou Ensino Técnico de nível superior. Os dois modelos atenderão à vocação dos arranjos produtivos locais, estimulando o potencial de cada município. A partir de 22 de fevereiro, 2.240 alunos estarão em sala de aula. Mais do que formar mão de obra especializada, as escolas técnicas vão ajudar pernambucanos a crescerem juntos com o nosso Estado.

CURSOS Administração, Agropecuária, Enfermagem, Rede de Computadores, Hotelaria, Guia de Turismo, Comércio, Informática, Vestuário e Logística. ESCOLAS TÉCNICAS PRONTAS Carpina, Timbaúba, Goiana, Limoeiro, Surubim, Sertânia e Jaboatão dos Guararapes.


O TRABALHO ACONTECE, O RESULTADO APARECE.


rial

edito

expediente

Revista Fera! Diretoria Executiva – Ira Oliveira e Sandra Paiva Editor de Artes – Ira Oliveira Ira@portalfera.com.br Diretora Comercial – Sandra Paiva sandra@portalfera.com.br Repórter – Mateus Lima mateus@portalfera.com.br Diagramação – Ira Oliveira Revisão – Dolores Orange doloresorange@portalfera.com.br Depto. Administrativo – Fernanda Ester Tratamento de Imagem – Jair Teixeira Claudio Coutinho Colaboradores – Fotos: Fabíolia Melo. Textos: Alana Lima e Isabela Alves. Colunas: Dolores Orange, Luciano Gouveia e Silvana Marpoara. Artigos: Wilson Barreto e Janguiê Diniz. Para anunciar – Rede3 Mídia 81 3031.0968 Sandra Paiva - 81 9291.4325 e-mail: comercial@portalfera.com.br 12.000 – Exemplares Gráfica – Speedgraf Publicada pela Rede3 Mídia Rua Estevão Oliveira, 75 - Santo Amaro Recife/PE - CEP 52050-160 Os textos publicados na Revista Fera! não expressam necessariamente a nossa opinião. ANO 02 Nº 5 – ABR/MAI 2010 – PORTALFERA.COM.BR

R$ 2,00 PREÇO PARA ESTUDANTE

O CURSO QUE TÁ NA MODA

Camila coutinho, 22, faz sucesso com seu blog de moda, “Garotas Estúpidas”

SÃO PAULO, NOVA IORQUE, MILÃO OU PARIS? AQUI EM PERNAMBUCO TAMBÉM SE FAZ MODA

Capa:

Foto de Fabíola Melo com design de Ira Oliveira

Nesta edição da Revista Fera!, resolvemos falar sobre Moda em nossa matéria de capa. A escolha não foi por acaso, já que ultimamente o setor vem dando o que falar ou, se preferir, vem dando pano pra manga. Jovens de todo o Brasil, inclusive de Pernambuco, vêm, cada vez mais, buscando informações sobre essa área, que, hoje em dia, deixou de ser exclusividade dos países europeus e das ruas de Nova Iorque. Também teremos a seção “Jovens de Sucesso”, que volta com tudo para mostrar como é possível ganhar dinheiro através da internet. A construção de webdesigns e o comércio eletrônico são negócios promissores, que vêm gerando lucro para quem atua no ramo. Abordaremos ainda a decisão da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE de manter o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de seleção na primeira fase do Vestibular 2011. O que será que alunos e educadores acharam disso? Todos nós esperamos, este ano, que não ocorram, no fim das contas, surpresas desagradáveis. Dentre outros assuntos relevantes colocados em questão na nossa pauta, está um tema que tem aparecido bastante na mídia e em nosso cotidiano: os problemas ambientais. Assim como você, leitor, nós, da Revista Fera!, estamos preocupados com o futuro do planeta. O caso mais recente de degradação da natureza em grande escala, que chocou todo o planeta, aconteceu no último mês de abril, no Golfo do México, e é tido como o maior desastre ambiental já ocorrido em território americano. Estima-se que cerca de 12 milhões de litros de petróleo foram lançados ao mar. Ou seja, transformando isso em números mais concretos, podemos dizer que, desde o acidente, são despejados no oceano cerca de 5 mil barris do produto por dia. As tentativas de minimizar o desastre não têm dado certo e a Guarda Costeira americana já declarou: a poluição já alcançou a costa do Estado da Louisiana. Só para se ter uma noção, segundo cálculos atualizados, divulgados pela rede de TV CNN, a mancha escura resultante do vazamento tem 72km por 170km de extensão, maior do que toda a área da Jamaica. Até quando o meio ambiente vai suportar as falhas humanas? Ainda há tempo de converter este quadro. Basta que cada um faça a sua parte, dentro de casa, na escola, na faculdade, no trabalho, seja onde for. Comece de hoje, ou melhor, de agora. Não deixe para amanhã, não deixe para os outros. Perca a vergonha de dizer que é a favor do bem-estar do planeta. Não custa nada. E vamos fazer com que essa moda pegue! Boa leitura! Mateus Lima.

índice

06 – enem

Professores e estudantes opinam sobre a decisão da UFPE de manter o Enem.

08 – meio ambiente Veja o que escolas e faculdades estão fazendo em prol do ecossistema.

12 – estágio

Saiba como descobrir se o curso escolhido realmente combina com você.

14 – jovens de sucesso Pessoas que usam a criatividade e ganham dinheiro através das ferramentas disponibilizadas pela internet.

18 – moda

O mundo da moda começou a fazer parte da vida de alguns jovens pernambucanos, provando que pode oferecer uma área de atuação promissora.

23 – indicações

33 – diversão

Dicas para os meses de maio e junho

artigos

Getúlio Cavalcanti, Túlio Velho e Paulo Fradique dão sugestões de livros e filmes.

relacionamento verdade 16

24 – cine pe

jovens empreendedores 28

Artistas, críticos de cinema e aficcionados pela sétima arte estiveram presentes na XIV edição do Festival do Audiovisual de Pernambuco.

29 – novos cursos

A Faculdade Metropolitana do Recife aumenta as opções de cursos universitários.

colunas marketing 30 sétima arte 31 rodapé 34


EDITORIAL O editorial da última edição da Revista Fera! foi muito feliz em comentar as falhas do Enem 2009. Concordo com tudo o que foi dito e, assim como a equipe da Revista Fera!, espero que o próximo Exame seja mais organizado que o anterior. Felipe Silva, 24.

R$ 2,00

– fev/mar 2010

preço para estudante

ano 02 nº 4

PORTAL FERA! E TWITTER Gostaria de parabenizar a equipe da Revista Fera! pelo sucesso do Portal Fera!. Sou uma visitante assídua do site, e acho que o conteúdo publicado é realmente voltado para os jovens que querem se manter informados sobre o que acontece no mundo da Educação. Luana Rocha, 21.

– portalfera.com

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MATÉRIA DE CAPA A matéria de capa da 4ª edição da Revista Fera! ficou show de bola. Sou louco por cinema e achei que a abordagem feita foi muito válida. Não deixem de falar sobre as novidades dessa área em Pernambuco. Régis Motta, 22.

VESTIBULAR Este ano farei vestibular para o curso de Medicina pela segunda vez. Adorei as dicas de preparação para as provas dadas na matéria “Um Novo Começo”. Espero que, através delas, eu possa realizar o sonho de ingressar na faculdade. Valeu! Fabiana Tôledo, 19. NOVAS ESCOLAS Sou aluno da rede pública de Ensino de Pernambuco e li a matéria “Mais Um Investimento na Educação”, da última edição da Revista. Quero ressaltar o valor da construção das novas escolas técnicas no Estado. Este é um grande passo que foi dado rumo a um processo de profissionalização de qualidade. Adriano Leão, 18.

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A sua opinião é muito importante para a Revista Fera!. Mande o seu recado para: redacao@portalfera.com.br


Priscila Matias, 17, é aluna do GGE

fotos: fabíola melo

Aluno do Colégio Decisão, Gustavo da Costa, 16

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Isabela Alves – especial

A

s provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já têm data marcada. Serão aplicadas após os dois turnos das eleições, nos dias 6 e 7 de novembro, como confirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Em 2010, assim como em 2009, a primeira fase da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) será substituída pela nota do Enem. Neste ano, entretanto, haverá uma diferença: a redação do exame nacional vai valer oficialmente para o processo seletivo, diferente do ano passado, em que foi aplicada pela Comissão de Vestibular (Covest). Como o exame do ano passado foi marcado por fraude, desorganização e vazamento de provas, tanto alunos como professores estão receosos de que, este ano, algo parecido aconteça. É o caso de Vinícius Folha, 17, aluno do 3º ano do GGE. No Enem 2009, Vinícius perdeu tempo de prova tentando achar respostas para algumas questões que, na verdade, não existiam, pois havia erro de formulação em alguns quesitos. Além disso, o fera, que vai prestar vestibular para Ci-

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ência da Computação, acredita que o exame não mede a real capacidade do aluno e, com isso, a maioria dos estudantes fica com as notas muito parecidas. “Acho que deveria diminuir o número de questões e aumentar o nível do teste”, afirmou. Assim como Vinícius, Priscila Matias, 17, também aluna do GGE, não aprovou a permanência do exame como primeira fase: “É uma prova que não exige um conhecimento profundo sobre determinada matéria”. Apesar disso, a aluna, que quer entrar no curso de Direito, acha que isso pode facilitar sua entrada na Universidade. “Estou confiante. O Enem é pouco aprofundado, então, somente com as específicas na segunda fase, a concorrência fica mais fácil”, disse. Mas, se de um lado essa decisão não agradou alguns alunos, de outro, foi bastante positiva para Daeme Gonçalves e Ricardo Diniz, diretores do Colégio Decisão e do Colégio GGE, respectivamente. Para Ricardo, foi um conforto saber que o método será o mesmo. “Como os alunos já têm uma preparação, é bom que não se surpreendam. Se alguma coisa tivesse mudado, teríamos que modificar toda a nossa metodologia”, afirmou o diretor. Daeme, apesar


números Veja como foi o Enem no ano passado

2,5 milhões fizeram a prova 55 universidades federais aderiram

Médias das notas: Matemática - 99,3% dos alunos tiraram abaixo de 800 pontos Ciências da Natureza – 99,8% dos alunos ficaram abaixo de 800 pontos

ao Enem

Ciências Humanas – 99,9% ficaram abaixo de 800 pontos.

47.680 selecionados pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada)

Linguagens – 97,9% ficaram abaixo dos 700 pontos. São esperadas 6 milhões de inscrições esse ano.

de ter boas expectativas com relação ao exame deste ano, ainda fez algumas ressalvas: “O trabalho feito é bastante válido, pois o aluno passa a conhecer as ciências de maneira ampla. O que não pode acontecer é a desorganização do ano passado”. O professor de história Danilo Cabral concorda que o exame é válido e espera não haver mais contratempos este ano, pois, segundo ele, não são só os alunos que sofrem com as mudanças, mas também os professores. “Ano passado tivemos que sufocar nossas férias. As modificações mexeram muito com nosso calendário”, afirmou o historiador. Mas, além dos que desaprovaram e dos que ficaram satisfeitos, existem aqueles que não se deixaram abalar nem positiva nem negativamente com a decisão. Para Gustavo da Costa Lima, aluno de 17 anos do Colégio Decisão, o Enem 2009 foi bastante tranquilo, apesar de ter sido tão modificado. “Ainda assim, tenho boas expectativas para a prova deste ano”, afirmou o futuro fera em Ciências Biológicas.

Como neste ano a prova será um pouco mais tarde do que foi a de 2009, os alunos terão um tempo maior para estudar e, segundo o diretor Ricardo Diniz, “quanto mais tempo, melhor”. Para ele, o momento é de muita dedicação por parte dos alunos e professores, a fim de que o período de estudo se reverta numa preparação ideal. E as dicas para uma boa prova? Uma mistura entre diversão e bastante esforço, nada muito diferente do ano passado. Só o que há de novo é a esperança de que as provas não sejam em vão devido a problemas de organização. F! Serviço Colégio Decisão (Boa Vista) – Endereço: Rua Dom Bosco, 779, Boa Vista, Recife-PE. Telefone: (81) 3221-4275. www.colegiodecisão.net Colégio GGE (Paissandu) – Endereço: Rua Paissandu, 632, Derby, Recife-PE. Telefone: (81) 4009-2699. www.colegiogge.com.br Revista Fera! - abr/mai - portalfera.com.br

4,2 milhões de inscrições

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Ricardo Diniz é o diretor da unidade Paissandu do Colégio GGE

O diretor Daeme Gonçalves, do Colégio Decisão


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Mateus Lima

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e uns tempos pra cá, as questões ambientais estão sendo abordadas com mais frequência, seja em veículos de comunicação de massa, em reuniões entre governantes de vários países ou até em conversas banais do dia a dia. Muita gente pensa que não tem nada a ver com isso, que os culpados pela degradação da natureza são sempre os outros, e que, caso tomassem alguma atitude em prol do meio ambiente, não iriam influenciar o restante da população. Será que esta forma de agir é realmente a correta? Será que não temos como melhorar a nossa própria qualidade de vida? Sim, temos. E para começar, é preciso consciência e, é claro, educação. Com estes dois importantes fatores, a esperança de que as coisas se tornem mais tranquilas aumenta, sobretudo quando os jovens passam a ser os maiores incentivadores do cuidado com o meio ambiente. Não há dúvida de que escolas e instituições de ensino superior são lugares ideais para que o conceito de preservação dos bens naturais seja disseminado. Quer um exemplo? O Projeto Menos C, promovido pela Fundação de Ensino Superior de Olinda - Funeso. O Projeto, que já existia em outras regiões do Brasil, como Sul e Sudeste, possuía um custo bastante elevado, sendo considerada inviável a sua implantação no Nordeste. Mas, após sofrer algumas adaptações, o Menos C foi, finalmente, incorporado à realidade pernambucana. Assim, empresas ou mesmo pessoas físicas com consciência verde, ou seja, com uma postura a favor do meio ambiente, podem se vincular ao projeto em busca de tentar diminuir os


fotos: divulgação

cuidados”, afirma o diretor. Segundo Medeiros, não devemos medir esforços quando o assunto gira em torno dos problemas ambientais. “Precisamos dar mais atenção ao que está acontecendo no planeta. Se ficarmos esperando apenas medidas que partam do Governo, logo será tarde demais. É como um beija-flor que deseja apagar um incêndio. Parece insignificante, mas quando cada um faz a sua parte, deixa de ser impossível”, afirma o diretor. Não é só nas faculdades que a preocupação com os recursos ambientais existe. No Colégio BJ, o professor Ricardo Lobo, de Ciências Biológicas, resolveu dar a nota dos alunos através de uma forma inusitada. Ele substituiu as avaliações disciplinares comuns por trabalhos em grupo, onde a tarefa dos estudantes era pesquisar e falar sobre as plantas que podem ser encontradas na cidade do Recife. Depois do seminário, em que os alunos explicavam as peculiaridades de cada tipo de planta aos colegas, pais e educadores, foram elaborados banners, que ficaram expostos nas dependências do colégio por um mês. O professor lembra que os estudantes gostaram do método utilizado por ele e ressalta: “Foi impressionante ver como todos se esforçaram para que tudo desse certo e ficasse bonito. Houve até equipes que decidiram

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danos causados à natureza devido à produção de CO2. O Menos C viabiliza um processo de neutralização em carbono, aparentemente simples, mas que faz muita diferença. O responsável pela iniciativa em Pernambuco e diretor acadêmico da Funeso, Sófocles Medeiros, explica: “Em toda a atividade que desempenhamos, liberamos os chamados GEE (gases do efeito estufa) para a atmosfera, e entre eles está o CO2 (gás carbônico). Sabe-se que as árvores têm poder de absorção deste gás, minimizando os danos que ele causa ao meio ambiente. Então, calculamos a quantidade de árvores que deverão ser plantadas para que o CO2 gerado seja compensado”. Os eventos analisados podem ser tanto individuais e menos complexos, como o cálculo de emissões do uso de um único meio de transporte, por exemplo, como de grandes entidades, onde há a possibilidade de se obter as emissões do consumo de energia, de materiais e de resíduos líquidos e sólidos. O intuito do projeto Menos C é plantar espécies provenientes dos próprios lugares em que se concretizam as ações de poluição, evitando alterações no ecossistema. “Iremos priorizar três tipos de espécies. As pioneiras, que se adaptam mais facilmente ao local onde foram plantadas, as secundárias, que possuem algumas especificidades, e as climáticas, que exigem mais tempo de observação e

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O diretor acadêmico da Funeso, Sófocles Medeiros, (ao centro) e sua equipe de professores que compõem o projeto Menos C


mateus lima

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O professor Ricardo Lobo, do Colégio BJ, acompanhado de seus alunos

observar espécies raras, que muita gente nem sabe que são encontradas perto de suas casas”. Ricardo ainda faz questão de enfatizar: “Espero que tenhamos cada vez mais oportunidades como estas. Eu mesmo já bolei outras ideias para serem colocadas em prática durante o ano letivo. Gostaria de ver os próximos trabalhos preparados pelos alunos sendo exibidos não só dentro da escola, mas em espaços públicos”. Joanna Angélica, 16, que cursa o 2º ano do ensino médio no BJ, ratifica o que foi dito pelo professor Ricardo Lobo e dá uma sugestão: “Qualquer colégio tem condições de atuar no combate à poluição e ao desmatamento, proporcionando aos jovens um conhecimento mais amplo em relação aos cuidados com a natureza. Vale a pena”. Já Pedro Felipe, 16, também do BJ, diz como se sentiu após concluir sua pesquisa: “Falei sobre o cajueiro e achei interessante descobrir uma infinidade de coisas novas a respeito dele, que é tão comentado na cultura nordestina”. Eduardo Cangussú, 16, é da turma de Pedro e concorda com o amigo: “Para mim, todas as fases do nosso estudo foram prazerosas. É mais fácil aprender uma disciplina quando lidamos com ela de maneira mais descontraída”. Em Pernambuco, o Governo do Estado é encarre-

gado de licenciar, fiscalizar e monitorar empreendimentos que representem impacto significativo aos espaços naturais, por meio da Agência Estadual de Meio AmbienteCPRH. Também é da competência do órgão atuar de maneira educacional, lançando campanhas, produzindo peças teatrais, editando cartilhas informativas e fechando parcerias com empresas voltadas à Educação. Vale ressaltar que a Agência desenvolve programas sociais envolvendo jovens, treinando-os e capacitandoos para que estejam aptos a trabalharem no setor de gestão ambiental do Estado. De acordo com Hélio Gurgel, diretor presidente da CPRH, é essencial que as gerações atuais tenham noção e sejam alertadas sobre o desequilíbrio ecológico causado pelos seres humanos. “A responsabilidade começa a partir do consumo. Devemos recusar produtos de origem ilegal e não licenciada. O pão, por exemplo. Muitas padarias utilizam lenha de madeira nativa, o que é proibido. Mas se compram esse tipo de lenha, é porque vendem o alimento para clientes que não têm conhecimento da origem do material utilizado na preparação dele.” Para finalizar, Gurgel chama a atenção de toda a população e deixa um aviso: “A solução está no comportamento de cada um. Todos nós temos condições de


divulgação

nos tornarmos militantes ambientais. O primeiro passo é avaliar e assumir suas próprias atitudes. O que o homem está fazendo com o planeta não pode ser considerado normal”. Não percamos mais tempo. Vamos sair da teoria e partir, imediatamente, para a prática, adotando hábitos saudáveis e agindo de maneira racional. A natureza já cansou de esperar. F!

Hélio Gurgel é o diretor presidente da CPRH

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Serviço Fundação de Ensino Superior de Olinda – Funeso. Endereço: Jardim Fragoso, s/n, Olinda-PE. Telefone: (81) 3054-1990. www.funeso.com.br BJ Colégio e Curso. Endereço: Rua Benfica, 197, Madalena, Recife-PE. Telefone: (81) 3445-6323. www.colegiobj.com.br CPRH – Agência Estadual de Meio Ambiente. Endereço: Rua Santana, 367, Casa Forte, Recife-PE. Telefone: (81) 3182-8800. www.cprh.pe.gov.br


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o sair do ensino médio, os jovens se veem desesperados quanto à escolha da carreira profissional que desejam seguir, enquanto o meio que os circundam exerce grave influência e pressão: a escola em que estudam, os amigos e, principalmente, os familiares, por vezes, se figuram como “inimigos” da tranquilidade. Entre idas e vindas, e às vezes sem total convicção, os jovens escolhem uma profissão e ingressam na universidade com todo o entusiasmo de um calouro. Um mundo antes nunca visitado, então, abre-se cheio de novidades e esperanças, onde todos os sonhos são possíveis, onde os estudantes conhecem pessoas e opiniões diferentes. Mas, nessa órbita tão nova, a universidade, as dúvidas aparecem de surpresa junto a uma pergunta bem comum: “Eu fiz a escolha certa?”. A única oportunidade de matar o “x” da questão é através do estágio, pois um emprego na área desejada representa, para os jovens, a possibilidade concreta de avaliar a fundo a profissão que decidiram exercer. O estágio, por isso, é muito importante na vida de um universitário, pois permite que o estudante coloque em prática tudo o que foi vis-

vens só Muitos jo que tomaram m descobre erta em relação c a decisão colhido quando es ao curso estagiar e a começam om as tarefas c convivem o que vão sã da profis uturo. of exercer n

to em sala de aula, conheça as peculiaridades e o dia a dia da profissão, e o mais importante: tire todas as dúvidas existentes sobre a escolha do curso. Para a aluna Raquel Monteath, 21, estudante de Jornalismo da Faculdade Maurício de Nassau e de Ciências Sociais na UFPE, começar o estágio na revista Continente foi de fundamental importância para esclarecer suas dúvidas. “O estágio certo é muito importante na vida de qualquer estudante e, para mim, foi determinante. Através do meu estágio, eu tive a certeza da área que quero trabalhar. Além disso, eu aprendo muito mais, porque estou todo dia praticando, conhecendo coisas novas e vivenciando tudo que vejo em sala de aula, inclusive, certas experiências que, talvez, eu não tenha acesso na universidade”, afirma a estudante. Enquanto para alguns o estágio garante a certeza quanto ao curso escolhido, para outros, desconstrói toda visão do curso universitário. Em alguns casos, o contato direto com a profissão almejada pode ser uma experiência desestimulante: o estudante se depara com uma realidade profissional que não corresponde às suas expectativas e, assim, desencanta do curso. Segundo Amanda Borba, 21, estudante de publicidade e propaganda na Unicap, trabalhar na área escolhida antes da conclusão do curso define quais passos futuros serão dados na carreira profissional: “Conseguir um estágio na minha área é muito difícil, só estou estagiando por influência de amigos. No início do estágio, os primeiro dias foram ótimos, porque


revista fera!

Raquel Monteath, 21, tem, além do estágio, uma dupla jornada de estudos: Jornalismo na Maurício de Nassau e Ciências Sociais na UFPE

tudo que é novo atrai, mas depois, quando comecei a viver a rotina de uma agência e a pressão de como tudo funciona, sem mencionar a remuneração muito baixa, descobri que não quero passar o resto da minha vida trabalhando com isso. Depois de ter uma conversa muito séria com meus pais, decidi mudar de curso e vou tentar agora administração. Pra mim, o estágio foi de extrema importância, pois me fez ver a realidade profissional e tomar uma decisão como essa de maneira segura”, esclarece. O estágio como primeira experiência profissional dentro do mercado de trabalho é uma ferramen-

ta imprescindível para desenhar as linhas do futuro. Por meio dele, o estudante de um curso superior pode ter a certeza se a escolha da carreira profissional foi correta: se houve identificação com a profissão, o jovem continuará a percorrer o seu caminho em busca de sucesso em sua área; se o contato com a rotina de trabalho e de exigências da profissão desestimulou o estudante, ainda restará bastante tempo para que o mesmo busque um curso que se adéque ao seu perfil. Por isso, não perca nenhuma oportunidade de estágio e experimente conhecer melhor o seu curso! F!


divulgação

Adriano Ponte, 27, e Lígia Buarque, 26. (www.nuvon. com.br)

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s o d a t conec o d a c r e ao m o h l a b a de tr Mateus Lima

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driano Ponte, de 28 anos, e Lígia Buarque, de 27, se conheceram na faculdade e se tornaram amigos. Eles foram descobrindo como é possível tirar proveito das novas tecnologias proporcionadas pela internet e pela informática em geral, e, aos poucos, estão crescendo e se aprimorando como webdesigners. Em 2009, os dois resolveram montar uma empresa especializada em design gráfico, a Nuvon Comunicação. No mercado há um ano, a firma atua, principalmente, nas áreas de publicidade e de webdesigns. Atendendo tanto a instituições novas, como a empresas já renomadas, a dupla possui características que chamam a atenção: a formação qualificada e a capacidade de se adequar às novas tendências do mercado com extrema facilidade. Juntos, os sócios utilizam metodologias específicas para a conclusão de cada projeto, de acordo com o que é solicitado pela clientela, seja dentro de um website, de um sistema de identidade visual, ou até na criação de um nome institucional. Adriano é formado em Design pela UFPE e Computação Gráfica e Webdesign pela Unibratec. Com cinco anos de experiência nesse âmbito, ele trabalhou com jogos 3D, construção de maquetes virtuais e animação em flash. Hoje, foca sua atividade no desenvolvimento de interfaces web, que, basicamente, consiste em facilitar a interação entre o homem e a máquina. Por sua vez, a designer Lígia, também formada pela UFPE, começou aos 17 anos como diagramadora de um jornal que pertence à sua família. Desde essa época, se diz apaixonada pelo que faz e não pretende parar. Segundo ela, as vantagens de quem atua nesse campo são inúmeras: “Temos a chance de estar em vários universos diferentes. Cada trabalho é, na verdade, uma vivência única. Ouvimos o cliente com atenção e procuramos saber o seu real desejo”. Apesar de gostar tanto do ofício, a empresária afirma que abrir o próprio negócio e batalhar para conseguir o reconhecimento dos outros é um grande desafio: “Aprendemos bastante diariamente, mas confesso que não é fácil. É necessário estar atento a tudo relacionado à nossa profissão, assim como às técnicas de empreendedorismo”. Para Adriano, a preocupação está relacionada aos cuidados com a saúde. “Muitas vezes, executamos tarefas longas e complicadas. Os olhos ficam cansados e a nossa postura nem sempre é a correta. Tentamos estabelecer algumas horas de descanso, respeitando o tempo destinado ao sono, mas é difícil.” Porém, o faz questão de lembrar: “Simplesmente nos esforçamos para colocar a


Maíra barbosa / divulgação

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uma grande aliada, possibilitando que clientes de todo o Brasil tivessem como comprar as famosas camisetas, que, por sua vez, tornaram-se o único produto comercializado pelo grupo de jovens administradores. De acordo com Maíra, os sócios sempre foram ligados em tudo que rolava no mundo virtual e até costumavam fazer compras online. Então, por que não abandonar o papel de simples consumidores para se transformarem nos próprios fornecedores? O grande diferencial da Chama Camisetas é a forma de se comunicar com os compradores. O site, que adota um perfil descontraído e com boas doses de humor, tenta fazer com que os visitantes se sintam realmente à vontade sem, é claro, deixar o lado comercial de fora. Inclusive, um dos projetos que em breve será colocado em prática na página da Web consiste no processo de seleção das artes exibidas nas camisetas. A intenção é que os próprios usuários escolham os desenhos que estarão à venda. Apesar da ascensão precoce, a estudante Maíra diz que ainda quer mais. Levar o seu trabalho a outros países é uma meta a ser traçada, e que não está tão distante de ser atingida. Para ela, “quem fica parado acaba não conseguindo acompanhar o ritmo da concorrência no futuro, permanecendo sempre atrás em comparação aos outros”. A dica da jovem é: “Comece desde cedo”. Foi o que ela mesma fez, sem medo de arriscar, mostrando que podemos crescer com aquilo que temos em mãos e provando que a fórmula do sucesso está dentro de cada um. Basta, apenas, que desejemos encontrá-la. F!

Ciro Leimig

Nuvon entre as melhores do segmento”. Finalmente, quando questionado sobre o que é preciso para se tornar um profissional de sucesso, responde: “Observamos o que acontece ao nosso redor, usando o conhecimento para o bem e evoluindo gradativamente. Ao realizar alguma tarefa, penso que não basta obter um resultado perfeito apenas esteticamente. Tem que funcionar na prática”. E está funcionando. Demonstrando competência e responsabilidade diante dos compromissos, Adriano e Lígia provam que força de vontade e aplicação transformam, de fato, os sonhos em realidade. Quem também não perdeu tempo e soube como utilizar as ferramentas da informática de forma inteligente foi a sócia e diretora de Marketing e Comunicação da Chama Camisetas, Maíra Barbosa, 23. Na companhia de mais três sócios – Hermano Ramos, 27, Ciro Leimig, 23, e André Félix, 23 – a universitária, que já está no último período de Design na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, deu início a um empreendimento que vem dando muito certo: o comércio eletrônico. A Chama Camisetas surgiu no início de 2009, mas antes disso tinha o nome de Chama Design, pois operava apenas com criações de marcas e de identidades visuais. Nessa época, Maíra e seus amigos se juntaram e abriram um ateliê de serigrafia (processo de impressão no qual desenhos e estampas são reproduzidos em materiais como papel, metal, tecidos, entre outros). Depois disso, a empresa foi regularizada e, a partir daí, a internet passou a ser

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Ciro Leimig, 23, Maíra Barbosa, 23, Hermano Ramos, 27 e André Félix, 23, vendem seus produtos através do site chamacamisetas.aquitanda.com


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Wilson José Macedo Barreto. Engenheiro, professor de Acústica Arquitetônica da Faculdade de Ciências Humanas - ESUDA. Blog: quimera-wilsonmar.blogspot.com

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forma mais comum, atualmente, de se usar o tempo tem sido navegar pela rede virtual. Os jovens e as senhoras mais maduras, principalmente, têm utilizado a internet como meio de intercâmbio entre pessoas. Os e-mails já não satisfazem e a integração nas redes sociais está na moda. As novidades que chegam de pessoas de diversos países ou cidades brasileiras ilustram e enriquecem os internautas que não se cansam de ficar, horas a fio, no mundo cibernético. É uma forma de atualizar os conhecimentos, conhecer costumes, enfim, estar conectado com o atual. Acontece, no entanto, que, a cada dia, existe um número fabuloso de pessoas que têm vivido muito mais contatos virtuais do que com a sua comunidade, desde os amigos até parentes bem próximos como irmãos e pais. Aí, a coisa muda de figura, você não é mais o dono de si mesmo e as fantasias começam a acontecer sem as construções ou indagações que alimentam o viver em sociedade. Seria bem melhor prover o nosso meio, participando de perto das necessidades de nossa comunidade e colaborando para supri-las, no mínimo, como gratidão por ter recebido da mesma, através de nossos antepassados, tantos benefícios sociais e tecnológicos. Cada pessoa é responsável por uma fatia de atividade que venha a beneficiar a humanidade, seu trabalho, isolado na pesquisa ou envolvido com o público, sempre terá boa recepção da sociedade. Observamos que muitas das redes sociais têm criado intrigas entre seus participantes, denotando o desgaste pela exacerbação das intimidades nos contatos. Qual o medo dos jovens de ensaiarem o corpo a corpo em seu meio? Perigoso é o desnudamento de seu ser que dá oportunidade aos mal-

fazejos da rede, que vivem como hienas a espreitar as sobras de contatos ingênuos, de se aproveitarem, provocando consequências terríveis. Nada de novo existe abaixo do céu. Bons ou maus costumes sempre existirão por toda parte. Encontros com câmera aberta que mostra qualquer intimidade de grupos conectados compõem o mais novo site social criado por um russo que tem se tornado milionário com essa façanha. Não sei até que ponto esse desnudar da intimidade alheia vem ajudar o progresso da humanidade. O desejo mundial por aquilo que não presta só vem afirmar que a falta de cidadania não é comportamento comum apenas dos países pobres. As grandes nações têm prestigiado esses sites que não dizem para que vieram e enriquecem grupos só preparados para ganhar dinheiro de forma inconsequente. Onde estão os mediadores da utilização da internet para o bem da humanidade? Amanhã, talvez seja tarde demais para por um freio nesses programas descabidos. Infelizmente, os mentores dessas novidades são elogiados, o que incentiva outros gênios à criação do mal. Melhor seria o desenvolvimento de programas que levassem o ser humano às grandes epopeias do saber. Só a educação construtiva levará os homens ao Éden da sabedoria que verdadeiramente dará o prazer inequívoco que deve pertencer a todos. Essa educação terá que ser partilhada pessoalmente. Utilizar parte do tempo que dispomos na pesquisa e no estudo do desenvolvimento de nosso cérebro, buscando novos horizontes para as pessoas, tornar-nos-á, cada vez mais, ternos para a humanidade. O egoísmo do prazer às escondidas, nas simulações virtuais, afastará, a cada dia, o homem da verdade de ser. F!


indicações

“Assim Caminha a Humanidade” “O filme é do diretor George Stevens. Gostaria que todos pudessem assisti-lo e, para quem já viu, sempre é bom relembrá-lo. Ele fala sobre as diferenças entre as classes econômicas nos Estados Unidos, mostrando como os ricos são vistos pelos pobres e vice-versa. A história é muito bonita e traz à tona um personagem pobre que se apaixona por uma mulher muito rica. O decorrer do enredo é surpreendente e vale a pena conferir.” Getúlio Cavalcanti, poeta, cantor e compositor. terra em Transe “Na minha opinião, trata-se de um dos maiores clássicos da filmografia mundial, e não apenas do cinema nacional. Nele, o genial e polêmico diretor baiano Glauber Rocha, um dos principais mentores e realizadores do Cinema Novo, faz a mais precisa e criativa síntese dos conturbados e efervecentes anos 60, abordando da política à cultura de forma épica e delirante. O cineasta viaja literalmente até o litoral e “inventa” Eldorado, que em tudo se assemelha ao Brasil da época. Imperdível!” Túlio Velho Barreto, cientista político, pesquisador e escritor.

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Memórias Póstumas de Brás Cubas “É um dos meus romances preferidos de Machado de Assis. O texto nos apresenta o autor em sua plenitude expressiva. Em destaque, uma refinada observação dos costumes de sua época, acrescida pelo humor mordaz e o domínio máximo de nossa língua em versão escrita. É leitura de primeira, matéria de feitura incomparável para quem deseja degustar o biscoito fino que é o ‘sorriso da inteligência’”. Paulo Fradique, jornalista e professor.


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A estudante Camila Coutinho,22, criou o blog das “Garotas Estúpidas”


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O mercado da Moda de Pernambuco está sendo cada vez mais respeitado, e não é à toa que vários novos projetos vêm sendo difundidos no Estado e abrindo portas, até mesmo, fora do Brasil.

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oda parece ser um assunto abstrato e longínquo para muitas pessoas, ligado só às grandes e distantes passarelas de Paris, Milão, Nova Iorque e, no máximo, São Paulo. Assunto de grandes grifes, estilistas e modelos. Utilidade prática? Na maioria das vezes, nenhuma. Afinal, ninguém pode negar que muitas das tendências apresentadas nos mais badalados desfiles não condizem nenhum pouco com a nossa realidade, seja no aspecto climático ou prático. A questão é que moda não é só São Paulo Fashion Week e Gisele Bündchen. Você, que neste momento lê a revista e não está da maneira como veio ao mundo; você, que está enrolado por um pedacinho de pano qualquer; você, acredite, tem alguma relação com a moda. Inclusive, a sociologia já tratou de estudar o assunto, que é construção e reflexo da sociedade. Até a década de 1960, a abordagem mais aceita era a funcionalista, que analisava a moda como fator de distinção social: os ricos poderiam ser reconhecidos por suas roupas caras, novas, e de acordo com as tendências. O século XX marcou a história da humanidade com as inovações tecnológicas, e a moda, é claro, foi influenciada por essas grandes mudanças. Graças a elas, cópias baratas de peças luxuosas puderam ser feitas em número expressivo e as tendências, então, tiveram que ser modificadas, cada vez mais rápido, a fim de manter esse caráter de seletividade. De acordo com outra perspectiva sociológica - a teoria do conflito - a moda sempre se modifica para que os grandes empresários do ramo possam lucrar com a venda

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Alana Lima – especial


fabíola melo

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Produtos da Loja Safh

de novas peças. Além disso, esse fenômeno cultural manteria as pessoas desatentas em relação a problemas políticos, econômicos e sociais, ajudando, assim, a manter a estabilidade social. O problema dessa visão é que, além de não considerar o fato dos indivíduos possuírem escolhas próprias, vê a moda como um processo unilateral: os industriais decidem e nós absorvemos. Já para o fim do século XX, o sociólogo Fred Davis introduz uma nova vertente que é muito aceita atualmente: a do interacionismo simbólico. A moda é vista como uma construção da identidade. As roupas são formas de expressões e, a partir do modo como nos vestimos, passamos a ser identificados em grupos: patricinhas, roqueiros, alternativos e, individualmente, como homossexuais, heterossexuais, solteiros e casados. A maneira que nos apresentamos esteticamente mostra como gostaríamos que os outros nos enxergassem e com qual tipo de pessoas nos relacionaríamos melhor. Mas atenção: nem sempre as interpretações são feitas da maneira correta. Então, cuidado. Muito dessa visão da moda como algo distante do dia a dia vem dessas tradições sociológicas anteriores ao interacionismo. O profissional do ramo, já tem, de início, um

problema, é o que afirma Tiago Sá, designer chefe da grife de acessórios de moda Safh: “Você precisa mostrar que o seu trabalho tem valor, que não é futilidade”. Hoje, com 27 anos, o designer conta que descobriu sua profissão de uma maneira peculiar: pensava em fazer o curso de Publicidade e, antes de entrar na universidade, conseguiu trabalho em uma pequena agência. Lá percebeu que não era aquilo o que ele queria. Mudou de opção: Design. Enquanto estudava para o vestibular, ia ajudar na loja dos pais e lá descobriu sua paixão por design de moda. A dica que dá para os que estão tentando descobrir suas profissões vem muita dessa experiência. Tiago aconselha que o jovem se informe o máximo possível sobre a atividade profissional que pensa gostar. Que corra atrás, que se ofereça a trabalhar, mesmo de graça, porque, só dessa maneira, um estudante tem a oportunidade de conhecer a profissão na prática e, assim, se dedicar ao curso com mais vontade e direcionamento quanto ao rumo a seguir. “Todas as experiências são válidas, mesmo as ruins, que nos mostram o que não devemos ou não queremos fazer”, afirma ele. Sobre as oportunidades do design no Brasil, Tiago concorda que o grande centro hoje é São Paulo, mas isso não é problema para quem lida com a criatividade. É preciso encontrar soluções, e solução implica oportunidade. Se estivesse hoje no sudeste, o designer acredita que trabalharia com web. Lá, as grandes empresas lhe diriam o que fazer e as chances de sair desse esquema, de quebrar a barreira e de liberar a criatividade seriam menores. Aqui em Pernambuco, por exemplo, é mais fácil existir essa liberdade criativa, é mais fácil se destacar e empreender. – Acredita-se que as oportunidades estão onde as coisas acontecem, mas elas estão onde as coisas não acontecem também, e é aí que elas podem acontecer de verdade − a questão é não se intimidar. O Brasil possui enorme potencial: nação emergente, novas e baratas tecnologias e crédito como país criativo. Para Tiago, as possibilidades são infinitas, só resta aproveitá-las: “Em moda, é importante criar nichos. Focar em um grupo, ter identificação e estabelecer significados. No caso da Safh, a maioria dos seus consumidores corresponde a lojas atacadistas de São Paulo. O nome da marca ainda está se firmando no mercado, mas, enquanto isso, produz coleções diversas para variadas grifes, como a Colcci. Além disso, a Safh já começa a expandir para o mercado internacional como os Estados Unidos e a França. O designer dá a última dica: aproveitar as mídias sociais.


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Foi isso o que Camila Coutinho, 22 anos, fez e muito bem. Dona do blog de moda Garotas Estúpidas, a recifense recebe cerca de 50.000 acessos por dia no endereço eletrônico onde dá dicas de moda, de beleza, fala de celebridades e de assuntos femininos no geral. Além disso, já saiu na lista da Vogue Paris como um dos 45 blogs mais bacanas. Camila conta como o projeto surgiu: “Existe há 4 anos. Estava no começo da faculdade e foi totalmente de brincadeira. Eu e mais duas amigas sempre líamos os blogs gringos e sempre ficávamos comentando e mandando o que víamos por email. Então falei: vou criar um endereço porque aí a gente publica as fotos e não tem que ficar enviando email, atualizamos todo dia com o que acharmos e comentamos entre nós. De madrugada, estava sem fazer nada e criei. Começamos a usar, só que depois de uns dois meses as meninas encheram o saco e eu fiquei sozinha com uns 30, 100 acessos. No início, não havia divulgação nenhuma do site, apenas amigas que iam indicando para outras”. O blog possui algumas seções fixas como: ”what’s in your bag” e entrevistas falando da experiência de estudar moda fora do país. Além disso, há coisas que Camila vai vendo na rua e colocando no site. De acordo com ela, as leitoras gostam muito de ver sugestões de produtos. Os comentários são todos liberados e a dona do blog tenta responder todos por email. Sobre o twitter, relutou um pouco, mas depois viu como funcionaria: “É muito legal, acho uma ferramenta incrível. Acordo de manhã, olho meu twitter e fico informada de tudo, porque eu sigo todas as revistas, os jornais e as pessoas que me interessam”. Cursando o último período de design de moda da faculdade FBV, entre as muitas carreiras possíveis na formação, como estilista, produtora, figurinista e jornalista, Camila, que já trabalhou por um ano como estilista da loja de roupas Seaway, mas pediu demissão para se dedicar ao blog, conta que pretende se dedicar à produção de eventos. Na verdade, já é produtora. Duas vezes ao ano, Camila e sua sócia, Mariana Pahl, organizam o Garotas Estúpidas Shopping Day. A ideia surgiu de uma cadeira da faculdade chamada produção de eventos de moda. O meu grupo, inicialmente, ia promover um desfile de uma menina da equipe, mas começou a dar errado: o desfile seria dela, mas a gente ia ter que investir, porque produção de desfile não tem como ser feita sem custo. Então tive a ideia de fazer um bazar, porque cada um iria vender suas coisas e todo mundo ganhava um dinheirinho. Fizemos, então, o primeiro Shopping Day. Éramos um grupo de dez pes-

soas. Resolvemos tudo e percebemos que o evento tinha um potencial, não tinha aqui em Recife ainda e então colocamos para frente. O próximo será em novembro, adianta. O último aconteceu em março e teve um fluxo de mais de 4.000 pagantes. As oportunidades na vida da blogueira não apareceram do nada. Ela foi atrás. Mesmo sem credenciamento em eventos como o SPFW, não se intimidou, conseguiu entrar em lugares onde não deveria estar e fez a sua cobertura. Essa edição será diferente, pela primeira vez, Camila participará do evento, credenciada como Garotas Estúpidas, uma das vantagens que a enorme visibilidade do blog trouxe para ela. Os contatos são muito importantes no mundo da moda: “Conheci muita gente até antes do sucesso do blog. Sempre fui muito de ir e fazer as coisas. Quando podia, ia fazer cursos em São Paulo, mesmo que o curso não fosse tão bom, mas eu ia e conhecia muita gente, fiz amigas em vários workshops que foram mais valiosas que o curso em si. Contato é tudo em moda. Às vezes, a pessoa é muito boa, só precisa ter um espaço, e pode ser essa pessoa que você conhece que vai fazer a diferença depois”.

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Aproveitar as novas mídias sociais


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Loja Avesso

Os eventos de moda aqui em Recife são poucos – antes existia o Recife Fashion, agora não mais. Porém, existem alternativas: “Nem que seja preciso ir a Fenearte, a desfiles, a eventos, a lançamentos, a exposição de arte, porque aí você é visto, vê, conhece e aprende. Outra dica é se agrupar com gente que tenha a mesma intenção que você, gente esforçada, que está começando, porque aí você pode produzir várias coisas com essas. Depois que comecei a fazer editorial no site, já surgiram vários trabalhos para mim e o pessoal: fizemos um editorial para o Plaza, para a Maria Filó e a capa pra uma revista de São Paulo. Outra coisa é usar e abusar da internet, porque é de graça e está aí para ser usada. Mercado aqui está ficando bom e grande parte disso por conta das pessoas que estão sabendo usar as mídias sociais. A equipe com a qual eu faço editorial, por exemplo, é todo mundo daqui e todos são muito esforçados, assim: ‘Esse fim de semana não tem trabalho? Então vamos produzir um editorial e vamos colocar no orkut’. Desse jeito as pessoas vão ficando conhecidas”. O reconhecimento da moda como manifestação individual abre espaço pra múltiplas tendências e a cultura de mídias alternativas é outra forma de incentivo àqueles que estão começando agora e que buscam o seu espaço aos poucos. Pernambuco possui, ainda, mais pontos a favor: reconhecido centro artístico e de confecções no interior do Estado em cidades como Caruaru e Touritama. Da próxima vez que você for escolher uma roupa para vestir, lembre-se de que, além de você, muitos também pensaram nela. E isso é moda. F! Serviço Avesso: Avenida Rui Barbosa, 806, Graças. Telefone: 3301.7692 SAFH: Rua Da Olegarina Cunha, 87, Casa Forte. Telefone: 3442-2237. Site: www.safh.com Garotas Estúpidas: Camila Coutinho, blog. www.garotasestupidas. com

Cursos de Design de Moda UFPE Endereço: Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, Recife-PE. Telefone: (81) 2126-8000. www.ufpe.br Faculdade Senac Endereço: Av. Visconde de Suassuna, 500, Boa Vista, Recife-PE. Telefone: (81) 3413-6655. www.faculdadesenacpe.edu.br SENAI-PE Endereço: Rua Frei Cassimiro, 88, Santo Amaro, Recife-PE. Telefone: (81) 3202-9300. www.pe.senai.br Faculdade Boa Viagem Endereço: Rua da Alfândega, 35, Recife Antigo, Recife-PE. Telefone: (81) 3087-4444. www.recmoda.com.br Escola de Moda Profissional do Recife Endereço: Rua Agenor Lopes, 292, Boa Viagem, Recife-PE. Telefone: (81) 3469-2605.


fotos: divulgação

Cris Pontual Falando de moda Ela havia acabado de chegar do Minas Trend Preview, primeiro evento de lançamento da próxima coleção de várias grifes brasileiras. Em meio ao corre-corre do dia das mães, da época do início dos pedidos da próxima coleção e das viagens, Cris Pontual, dona da loja Avesso, arranjou um tempinho para falar com a Revista Fera!

Como tudo começou

Em 1988, nos corredores do Colégio São Luís, vendendo várias coisinhas (de tudo mesmo) e, em seguida, roupas para amigos(as) de turma. Acho que a Avesso começou mesmo no banheiro cor de rosa do colégio, banheiro feminino onde minhas colegas provavam as roupas nos intervalos da aula. Totalmente informal e despretensiosa. Na realidade, foi o dom de comercializar que me conduziu à moda. Sempre tive espírito empreendedor. Fiz bijuterias, organizei excursões e blusas promocionais na Viração, marca que foi um grande sucesso no inicio dos anos 90, junto com meu sócio - na época – o design Céo Pontual.

Pessoas importantes

Sempre pensei nos meus clientes, oferecendo produtos com ótima relação de custo e benefício. Uma relação de muito respeito com todos os meus clientes, fornecedores, funcionários e parceiros. Além de muito trabalho e persistência, disposta sempre a arriscar no novo, facilidade em perceber as tendências, espírito empreendedor, visionária... Moda é mudança, comportamento. Quanto mais crescemos, mais somos cobrados e nos cobramos. No início é uma sede por trabalho incrível. Férias? Nem pensar. A vontade de construir uma empresa sólida faz a gente deixar muita coisa de lado.

Cursos superiores

Muito importantes. Fundamental para a profissionalização. Educação é tudo na nossa vida. Lógico que a prática também: estagiar muito, em várias áreas da profissão escolhida, para somar com o aprendizado teórico e poder escolher com maior certeza de que área se especializar.

Mercado atual e espaço para os jovens

Muito espaço. O leque na moda é bem grande: criadores, célula de produção, eventos, marketing, administrativo, comercial...Temos muitos talentos. Os pernambucanos são muito criativos, mas eles precisam de administradores para crescerem e se dedicarem mais à criação. Acredito muito na dupla criador (estilista) + um bom administrador. Em pernambuco temos vários exemplos: Madame Surtô de Taís Asfora, Melk-zda, Jaílson Marcus, a marca infantil Ovo, Carol Azevedo, Movimento, Seaway e muitas outras. Sempre digo: Glamour não paga duplicata.

Para quem pensa em abrir um negócio

Calculem tudo direitinho, pesquisa de mercado, planejamento, investimento e não esquecer de uma boa reserva para o capital de giro. Procurem os bancos estatais, são muito mais baratos F!

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Consolidando a marca

De um tempo para cá, tento buscar um maior equilíbrio entre o trabalho, a saúde, o lazer e a família.

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No ramo da moda, minhas influências iniciais foram meus tios: tia Dulce Pontual Castelão e tio Fernando Castelão, representantes de várias grandes marcas conceituadas desde os anos 80, 90 e até hoje. Mas o principal item foi toda a confiança que meus pais, familiares, ex-namorado e amigos depositaram em mim. Meus pais sempre me apoiaram muito. Meu pai abriu, quando eu comecei a comercializar, uma conta corrente no Banco do Brasil, perto da minha casa. Eu tinha 16 anos, movimentava sozinha. E olhe que vivíamos numa época de inflação altíssima. Controlava tudo bem certinho. Em dezembro de 92, inaugurei no bairro das Graças a Avesso (firma individual) e a Viração (sócia com Céo Pontual). Tinha menos de 21 anos, fui emancipada. Lembro que uma vez meu avô falou: Credibilidade é tudo! São anos para conquistar e, para perder, basta uma horinha.


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Alana Lima * – especial

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m plena segunda-feira 26 de abril, o Teatro Guararapes estava lotado para a abertura do festival de cinema. Marcado para iniciar às 18h30 e começando com atraso, o evento foi aberto pela pianista de 11 anos de idade, Crystal. Em seguida, deu-se início à exibição dos curtas da noite – cinco no total - com destaque para Bailão (35 mm, documentário, direção: Marcelo Caetano, 16’, SP) e Recife Frio (35 mm, ficção, direção: Kleber Mendonça Filho, 20’, PE), que, visivelmente, agradaram a plateia, que se manifestou com aplausos durante os dois curtas. Recife Frio, além disso, provocou muitas risadas. Na ficção científica, Recife se torna uma cidade de temperaturas baixas e de dinâmica diferente: a Avenida Boa Viagem passa a ser umas das áreas mais desvalorizadas da capital, mendigos morrem congelados na praça do Derby, pinguins são os novos habitantes do litoral recifense e Lia de Itamaracá canta a sua ciranda praieira em meio ao vento forte e à chuva. O público ria pelo inusitado, sem deixar de levar em consideração a presença de críticas sociais inseridas em muitos trechos da obra. Finalizados os curtas, veio a homenagem ao diretor pernambucano Guel Arraes, o qual recebeu o troféu Calunga de Ouro, honraria máxima do festival, pelo conjunto de sua obra. No fim de seu agradecimento, o cineasta chamou ao palco, de acordo com palavras dele, os co-criadores do seu mais novo filme. Subiram então os atores Andrea Beltrão, Maria Flor, José Wilker, Caio Blat, Edmilson Barros, Marco Nanini e a produtora Paula Lavigne. O diretor foi aplaudido de pé e, logo depois, houve a primeira exibição de seu mais recente filme: O Bem Amado. Com enredo que conta as peripécias de Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) para se eleger prefeito da cidade de Sucupira e se perpetuar no cargo, a corrupção toma conta de toda a cidade fictícia que,


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infelizme O Bem nte Amado as reais. , estabelece muit Em ano o s tr a ç os em c de e texto de omum c Dias Gom leição, o filme de om pr Rafael Arraes e e que pode s mostra essão na Cortez o ótimo m prática m ser rep c io n a l, c s políticas o rimidas p c m política e h o e g o ar aqu Cine PE, or e do voto c eh onsciente nós através da co sociais lembrou i, eles vêm e gos minava a tam. Com á viabilidade para . n exibição d - ou ten Por volta sciência tou - do da meia n o fi fossem a is humor humor, o repórte oite, ter- “É terra de Muril esse prim lme que fez com istas pern r o q e G u do Brasil iro dia do de 17 an e muitas un, um d ambucan . Recife, os Tiago pessoas Cine PE o s o m s : e lh n P como o o humor, ores com inheiro, q violento, trabalha c estud ue, e con tem um om pólo de diantes apreciar c audiovisual, foi a influenciado pelo ante Murilo ag heci um pessoal in m c s ora ine pa pir os u amiga Br ma e que, agora, tumado desde pe i que humorista . Mas tem o mag ito legal. Eu lembr ação una Samp queno a relo lá, vá ajuda a de o só do s como M rias p aio, de 1 uril Voltou em pelo cole 6 anos, q spertar a paixão n ga. seguida e o Gun e Murilo G essoas, vários a Agra ue se diz u lembrou . Do lad influencia o nome n”, disse rindo. da d Rafael Co o de fora do Tea o “magrelo Outro tro rte ”: Nil cinema e artista que estava entrevista z do programa C Guararapes, o r ra o ator n epórter va os arti QC, da r o s b astidor Luig sta ed do progr de festiva ama Víde i Baricelli, na ocas es do festival de is como s e fazia graça. S e Bandeirantes, o iã o o bre a im importân Cine PE, portância a importância do Show da rede G o, como repórter cia impo e n fa ti z o lobo u brincan Cin rtantíssim o maior importan do: “Um a, m público e e PE como o fes . Luigi lembrou tíss a desd tival a do Nord ima”. Questionad uito importante q ualidade e a época o sobre a por ser este no P do cinem brasileiro com d a r e r a o to u a pernam o ator, sã vem muit grama, R sência de o importa mada. Festivais c afa o p omo esse bucano ntes para de, de m pra cá, muitas vez el explicou: “A ge autas a outras , segu desc até par nte não es oftalmoló tes do Brasil. Co entralizar e dar d ndo existe um rias que tenham r , por falta de opo es gico e de ele rtu m as informáti entou que Recife taque aspecto r sunto que pode p vância nacional. À nida- sabem dis ca, s vezes, egional, m arecer m so é pólo uit a em passa . No fim, confess mas que poucas teiro”. C o onclui diz s o programa pa o relevante pelo p r u e o ssoas q ue todo carnava ssa endo que Galo da quando é para o Brasil inMadruga l em casa, mas n s os anos pensa da ã uma pau ta de ex- as pessoas são igu e ver uma festa o resiste a vir ao sem barr a is . Falando eiras, on de em plate ia, com um ingr esso ace ssível

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erto So (R$8,00 ares a inteira e R$4,00 a co do Fe me stiv Bertini, d al era formada po ia), a maior parte Paloma d iretor do r jovens, mas não o públi- Do M Duarte Cine PE, etário ma o s rr ó. Alfredo confirmo o? (digital, is caracte u r ís q d “A gente fi tico do p ue esse é ocumentá e Rafael M úbli ca rio o o plateia pr muito feliz por iss co e manifestou fe perfil (35 mm ntenegro, 20’, PE , direção: Mykae o, porqu , o festival, la Plotkin ) li d c e Faço de idade: ocumentá eé pr nambuca no. A cas o cinema brasileir uma formação de nio Lorena, 18’, P rio, direção: Sér Mim o Que Quero gio ad o, E), a Mostra Pernamb o São Luís, ontem pro cinema per- Brasil. Um destaq vencedor do Prê Oliveira e Petrôu u m , c e Longas-M o”. A Mo e io Aquisiç stra Pern stava lotada para créditos da produ interessante no ú etr ão C ambuco lt ç im ã ceu nos d agens vivenciou o b o curta fo anal : a il a a p rinas enq a de Curta r e sua terce c ias 24 e 2 e ram ram os uanto a d se ira 5 de Recife ança se d escritos nos cor Na noite . Com e de abril no cinem edição e acontep e os de s e n de sex volvia a Sã ntra quinze cu homenag rtas e trê da gratuita, a pla o Luís no centro eada, com ta-feira (30), a atr . Muito propício. te iz Júlia Le s não só a mmertz fo juventude longas-metragens ia pôde prestigiar ção ao audiovisua o troféu Calunga d . i l e fo M e Carlos A lberto So i ao Centro de C as, como já dito, Ramos. Foi exibid , no sábado (01), Ouro, pela dedica onvençõ foi a vez ares, 67, o, també corda qu cas Berro es, o s do ato m, alé é um eé D idade dele exceção: afirma q exemplo disso, m enhor do,102, ’Água (35 mm, co m de curtas, o lo r Tony média, dir RJ), que n nga Quinue as q ão eç ele gosta ue mantém o háb poucas são as pe con- O Bem Amado. N participou da com ão: Sérgio Macha ssoas da muito, po ito de ir a petição, a o domin o cinema r is “Na minh go (02), ssim com , mas que no Cinema São a juventu so vai, mas não o L o uís festi co de mana, ho je, um po , eu assistia mais mo antigamente: responsáveis pelo com a anunciação val foi encerrado d lo r d e o m n c u s g urta Recif ês”. m filme p Parece e Frio fora a As melhores Cois vencedores. Os or seas vencedor que a festa foi m m os que esmo do levaram m do Mundo e pelo do Cine s jovens. PE 2010 mática ad ais prêmio * A re Og foi ole s. F! ficção, dir scente As Melhore o longa-metrage rande nema no pórter Alana Lima m eção: Lais s dias 26 s Coisas d de tee 29 de a compareceu ao fe B o categoria stival de c bril. s. O filme odanzky,100’, SP) Mundo (35 mm, ique co anos que começa nta a história de M ganhou em oito a an cia e se enfrentar per os proble o, garoto de 15 mas da a a vários c cebe tendo que dole vira on viveu o p flitos. O ator estr r gente grande e scêners eante Fra m meio nc ator no fe onagem principal e ganhou isco Miguez, que stival, se o pr mo do quand o subiu a strou bastante ne êmio de melhor rvoso e e o apresenta mociona r o filme palco junto com Ao long na noite L a antes, na is B o d d a o de 13 e quintansky para mesma n fe a P o ir ú it a mentário e b (2 , li o c 9 o p ). ú – 275.0 nos tivemos: Um pouc blico se d s que retr 0 o iv 0 F e atavam a ilmes in p r scritos – essoas cultura b tia com dois docu rega de P 2 C .6 u r 67 t a s-me ernambu co: Longas- tragens inscrito me s – 2.28 8 Curtas-m tragens inscrit os e Longas- tragens exibido – 379 metrage s – 480 ns Artistas convida exibidos – 212 dos – 30 Oficinas 2 – 10. Púb 49 lico das ofic Convida dos – 2.1 inas - 985 15


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Janguiê Diniz – Presidente do Grupo Universitário Maurício de Nassau. janguie@mauricionassau.com.br

Jovens Empreendedores

P

rocurar um emprego fixo numa grande empresa ou aventurar-se num negócio próprio? Esse é um dos dilemas dos jovens recém-formados que buscam alcançar sucesso profissional e pessoal com a inquietação peculiar à juventude. Segundo um estudo do instituto internacional Global Entrepreneuship Monitor, nos últimos cinco anos, o número de jovens empreendedores cresceu mais de 30%. Já são 3 milhões de brasileiros, entre 18 e 24 anos, à frente do próprio negócio, mesmo sabendo dos riscos e das incertezas desta opção. A ascensão-relâmpago de figuras como Larry Page e Sergey Brin, os fundadores do Google, ou de Mark Zuckerberg, o criador do site de relacionamento Facebook, motiva a opção empreendedora desse grupo de jovens. Outro aspecto que motiva o empreendedorismo vem da visão otimista acerca da economia brasileira, na qual os jovens enxergam espaço para inovação. Inovação é hoje, afinal, o que mais enriquece um país. Num cenário em que 83% dos donos de negócios brasileiros nem sequer pisaram numa universidade, esses jovens com diploma têm maior possibilidade de prosperar, e os dados confirmam esta tese. Das empresas que declaram falência, um quarto da média nacional corresponde, no quesito tempo, ao primeiro ano de vida, desta média apenas 7% diz respeito às empresas abertas por brasileiros

com ensino superior. Esses jovens empreendedores saem das faculdades e universidades com uma bagagem atualizada e equilibrada entre a aquisição de conhecimentos e o aprender com experiências. Vão para o mercado com a cultura do planejamento. Não há “achismos” e feeling. Os negócios são iniciados somente após pesquisarem minuciosamente o mercado e elaborarem um detalhado plano de negócio, o que diminui consideravelmente o risco de um naufrágio empresarial. O Brasil sempre teve altos índices de empreendedorismo. Entre os jovens, 15% dos brasileiros já estão à frente de seu próprio negócio, mais do que americanos (14%) ou indianos (12%) – ambos tradicionalmente empreendedores. Mas empreender não significa apenas abrir um negócio, o jovem pode ser empreendedor dentro de uma empresa tomando uma postura diferente, uma atitude, usando a criatividade para a resolução de problemas, com pró-atividade e dedicação. Portanto, ao concluir o curso superior, o jovem antenado poderá optar pelas duas vertentes do empreendedorismo: buscar um emprego numa grande empresa ou aventurar-se num negócio próprio, desde que, durante sua graduação, além de adquirir conhecimentos, aprenda a aprender e a ousar. A ousadia é uma das principais características do empreendedorismo e da inovação. F!


espe

cial

novos cursos

os últimos anos, alguns cursos como Logística, Gestão Financeira e Hotelaria vêm sendo bastante requisitados no mercado de trabalho de Pernambuco. A tendência é que, de agora em diante, essas graduações sejam cada vez mais procuradas, tendo em vista o fato de que a oferta de vagas nessas áreas também só tende a aumentar. Pensando assim, a Faculdade Metropolitana resolveu inovar e dar ainda mais opções profissionais aos seus alunos, implantando estes mesmos cursos em sua grade. Para quem ainda não conhece a fundo ou não sabe quais são as atribuições do profissional de Logística, vale a pena se informar. Ele é essencial dentro de qualquer instituição, podendo se especializar em setores de recebimento, armazenagem, transporte e distribuição de materiais. Em Pernambuco, o Porto de Suape se transformou em referência para o trabalho logístico. Isso porque quase todas as empresas já instaladas no local, que realizam processos de produção em grande escala, exigem pessoas qualificadas, capazes de ajudar e se responsabilizar por tarefas fundamentais para o funcionamento de uma instituição. Segundo Luciana Gondim, coordenadora das graduações de Logística e Gestão Financeira da Faculdade Metropolitana, o interessado nessa graduação e em desempenhar atividades logísticas deve ser polivalente e precisa ter habilidades específicas. “O bom tecnólogo pode ter um vasto campo de atuação. Planejar e coordenar as movimentações, tanto as físicas quanto as de informações, constituir processos de compra, identificar fornecedores em potencial e monitorar o fluxo de pedidos são só alguns exemplos dos papéis dele dentro da empresa.” No caso da Gestão Financeira, não é diferente. O gestor bem preparado exerce, com facilidade, uma variedade de funções típicas do ramo. O âmbito das finanças empresariais envolve conceitos de economia, legislação e até informática, no qual o real objetivo a ser alcançado é a otimização dos investimentos realizados. A base de toda organização é o lucro, e é assim que o profissional desse setor deve pensar.

Luciana Gondim afirma que, na Faculdade, a parte prática das graduações é bastante trabalhada, dando aos alunos condições de saírem do ambiente acadêmico prontos para, de fato, crescerem em suas áreas. “Contamos com processos interdisciplinares, auxiliando os estudantes no entendimento do que realmente será preciso fazer quando já estiverem empregados”, ela completa. Outro fator que motiva os universitários são os certificados entregues ao fim de cada módulo. Para a coordenadora, é gratificante para os orientadores quando se constata que cada semestre foi importante na formação profissional do aluno: “O recebimento de cada certificado é a prova de que eles estão aptos a encararem os desafios do futuro”. Já para Matson Cysneiros, coordenador do curso de Hotelaria da Metropolitana, além dos motivos óbvios, como a chegada da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, eventos que já movimentam os empreendimentos hoteleiros, Pernambuco se destaca por possuir pontos turísticos que atraem milhares de turistas todos os anos, resultando em uma enorme demanda por mão de obra nos hotéis do Estado. Cysneiros lembra que a Faculdade oferece recursos importantes, como o laboratório de gastronomia, por exemplo. Lá os estudantes são orientados por professores de qualidade, que conhecem os segredos do setor e que podem passar toda a sua experiência para os aprendizes. Por fim, Matson ressalta o valor da conclusão do projeto prático obrigatório, que deve ser concluído antes da colação de grau dos universitários: “No projeto, o formando simula a construção de um hotel, incluindo, é claro, todas as especificidades que a atividade engloba. Depois de pronto, o material pode até ser vendido, marcando um início de carreira promissor para o idealizador”. O coordenador ainda acrescenta: “Nosso intuito não é apenas entregar o diploma às pessoas, mas, acima de tudo, conscientizá-las de que todo o esforço e os sacrifícios que precisaram fazer no decorrer de dois anos valeram a pena”. F!

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marketing

luciano gouveia Gerente Comercial da Faculdade IBGM - Instituto Brasileiro de Gestão & Marketing e-mail: lucianogov2006@hotmail.com

marketing pessoal

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Nunca ouviu falar tanto de marketing pessoal nos últimos tempos – a habilidade que um funcionário tem de se destacar, sem ser chato, e de conseguir a simpatia da chefia, sem ser puxa-saco.

Ao longo dos anos, esse modelo de gestão pessoal cresce e vem conquistando adeptos e seguidores em busca de resultados e sucesso em suas carreiras profissionais. Sempre digo que a melhor avaliação é a gente que faz, que é preciso ficar atento ao que se passa ao seu redor e, se for necessário, ter um plano de marketing pessoal que leve em conta todos os aspectos importantes que impulsionarão sua carreira: • desenvolver um poder de relacionamento interpessoal eficaz; • traçar objetivos profissionais de curto, médio e longo prazo; • traçar um plano de estudo e de formação acadêmica; • aprender a vender sua imagem; • conhecer o seu mercado de trabalho; • promover continuamente sua imagem dentro e fora da empresa; • construir, ao longo dos anos, uma rede de relacionamentos. Lembremos: Marketing é o conjunto de ferramentas que uma empresa usa para fazer com que seus produtos sejam conhecidos, apreciados e comprados. Marketing pessoal acontece quando um profissional faz exatamente a mesma coisa, só que em benefício da própria carreira, sem esquecer a ética. Como você quer ser reconhecido pessoal e profissionalmente? Que tipo de “marca” você gostaria que ficasse vinculada à sua pessoa? As ações do seu plano de marketing pessoal devem reforçar a imagem que você deseja construir ao longo dos anos. Este plano desenvolverá a sua própria maneira de ser, e a sua vida pessoal e profissional reforçará a imagem que pretende construir. Por que ótimos funcionários muitas vezes não conseguem ser promovidos? Porque eles estão fazendo tudo certo, mas esquecem de algo muito importante: o marketing pessoal. Você sabe como crescer e aparecer dentro da empresa? Conheça alguns mandamentos do chamado marketing pessoal. 1º - Liderança – Algumas pessoas têm uma habilidade muito maior de influenciar as outras, por isso torna-se indispensável cultivar o valor da liderança em todos aspectos. 2º - Visão – É alguém entender o que está fazendo e por que está fazendo, e sugerir pequenas mudanças para melhorar o próprio trabalho ou o trabalho dos colegas. Pequenas ideias, uma por dia, já basta. Muita gente fica espe-

rando muito para ter uma grande ideia na vida de e perde a oportunidade de ter a pequena ideia de todo dia. 3º - Espírito de equipe – É oferecer ajuda aos colegas, mesmo sem ser solicitado. De coração aberto, quantas vezes for preciso. 4º - Maturidade – É saber solucionar conflitos sem provocar mais conflitos. “Prefiro conversar e não resolver em discussão”, diz o livro “Manual Prático do Marketing Pessoal”: “Um ajudando o outro é que a gente vai ser uma equipe melhor”. 5º - Integridade – É fazer o seu trabalho sem prejudicar ninguém. Não ser excessivamente ambicioso e atropelar quem aparece pela frente. Naquela de ficar escondendo o jogo, comportamento que não vai levar a nada. Competitividade sempre vai existir, mas tudo tem limites e coerência. 6º - Visibilidade – Ser o primeiro a levantar a mão quando o chefe precisa de um voluntário para uma tarefa. Dessa forma você terá mais chances de poder apresentar resultados dos processos pedidos pelo chefe. Mas cuidado para que tudo que for pedido realmente seja cumprido à risca. 7º - Empatia – É saber elogiar o trabalho de um colega e reconhecer o mérito dos outros. “Foi fulano. Isso mesmo, parabéns, foi ótimo seu resultado.” Elogios sempre casa bem em qualquer momento. 8º - Paciência – De todas as qualidades que nós podemos ter, essa é a que menos acontece com jovens recém-formados no mercado de trabalho. Normalmente, uma pessoa com excelente formação acadêmica entra em uma empresa e, seis horas depois, já está começando a pensar por que ela não foi promovida. Tudo na vida tem seu tempo e suas maturações. Experiências contribuirão para se chegar aonde quer chegar. Evidentemente, que não adianta ter tudo isso se o funcionário não consegue fazer aquilo que ele é pago para fazer: dar bons resultados em curto prazo. Em uma empresa séria, quem tem marketing pessoal recebe atenção da chefia e apoio dos colegas. Em uma empresa medíocre, a mesma pessoa pode ser vista como uma ameaça. Num caso assim, não adianta querer mudar a empresa – é mais sábio mudar de empresa. F!


sétima arte

Silvana Marpoara Jornalista, produtora cultural e profª. dos cursos de Cinema Digital e Jornalismo. Colunista de Cinema da Rádio CBN RECIFE (quintas, 15h30, 90.3) marpoara@hotmail.com

buco: Avenida Brasília Teimosa, de Gabriel Mascaro. Fui convidada para participar de uma oficina de documentários do projeto Talent Campus (Festival de Berlim) nesse festival de Buenos Aires, por conta do meu projeto de mestrado (sobre cinema numa comunidade de pesca), que me colocou ao lado de outros 49 jovens estudantes de cinema na América Latina. Numa conversa informal com outros participantes do festival, realizadores e produtores locais, descobri que o cinema brasileiro ainda é um tanto exótico para nossos colegas-vizinhos, que dizem preferir as produções asiáticas e europeias. Um deles me disse ter gostado do filme Cidade de Deus (detalhe: essa é uma produção de 2002 e, depois disso, já produzimos uma série de outros filmes interessantes que sequer chegaram aos cinemas da America Latina). O curioso é que os filmes brasileiros, que não chegam aos cinemas dos países vizinhos, conseguem chegar aos mais importantes festivais internacionais como Cannes e Berlim, sempre com excelente repercussão de público e crítica. Mas, pensando bem, os filmes argentinos também não chegam às salas brasileiras de cinema. De vez em quando, uma produção mais expressiva e de interesse dos

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Desde os tempos da escola, aprendemos sobre a história e a geografia do país em que vivemos e de tantos outros lugares pelo mundo. Mas como podemos saber tão pouco sobre um país tão próximo – geograficamente falando - como a Argentina? E eu nem culpo a acirrada disputa entre o nosso futebol e os nossos distintos craques (Pelé x Maradona), nem mesmo nossas diferentes características musicais, como o samba e o tango. Até o cinema é palco de diferenças, já que os argentinos acabam de ganhar um Oscar e nós – mesmo produzindo uma diversidade incrível de filmes no mercado audiovisual - sequer conseguimos chegar próximo a isso! Vamos falar aqui sobre cinema, claro, mas também de uma distância cultural imensa, que gera abismos entre Brasil e Argentina quanto à produção Audiovisual. Uma das coisas que mais me impressionou, na recente visita a capital portenha, é o aparente descaso de nós, brasileiros, com o cinema argentino e deles também em relação à nossa produção cinematográfica. O Bafici (o festival de cinema independente de Buenos Aires) apresentou mais de 400 filmes de vários lugares do mundo – poucas produções brasileiras e apenas uma de Pernam-

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POR UM SÓ CINEMA LATINO AMERICANO...


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distribuidores é que consegue espaço nos circuitos daqui, como o bem sucedido O Filho da Noiva (de 2001). De lá para cá, pouco se ouve falar – a não ser nos circuitos alternativos - sobre o cinema produzido pelos hermanos cineastas. Por isso, a minha curiosidade em saber um pouco mais sobre essa produção. Comecei, então, perguntando às pessoas comuns... nos táxis, nas lojas. Afinal, o que representava um Oscar para eles e que filmes costumavam assistir? Para a minha surpresa, ou não, descobri que brasileiros e argentinos são muito parecidos... Não costumamos assistir os filmes produzidos no nosso país, não nos identificamos com os seus personagens e as sua histórias, além disso, o Oscar está longe de ser uma conquista como uma Copa do Mundo, por exemplo. Em ano de Copa, a pergunta mais frequente era sobre a seleção brasileira, mas eu insistia em querer saber mais sobre os filmes argentinos. Segundo uma cineasta, Karina Agosto, que estudou audiovisual na Universidade de Buenos Aires e hoje trabalha produzindo curtas-metragens, o cinema local segue algumas fases distintas: primeiro, se volta para a temática social, depois, para os filmes políticos e, agora, para o filão das películas de comédia e de assuntos de família. “Com isso, o cinema argentino não cria uma identidade e não atrai o público interno”, afirma a cineasta. Mesmo assim, a cidade parece respirar cinema por todos os lados, desde as imagens nas lojinhas dos bairros tradicionais – como na feirinha de San Telmo, aos domingos, onde personalidades marcantes da cultura argentina, como Evita Perón e Carlos Gardel, dividem espaço com astros do cinema mundial; até as várias filmagens que acontecem ao redor da cidade, nos cafés e nos parques. O número, inclusive, de escolas de cinema que existem na cidade é considerável: 34. Entre as instituições de ensino que dedicam estudos às artes visuais, a que merece destaque é a Universidad Del Cine, que tem uma estrutura incrível, adaptada em charmosas casas antigas, com uma enorme gama de equipamentos para se estudar cinema de verdade (numa das salas, contei mais de 08 câmeras de filmagem; na universidade há 07 ilhas de edição e um enorme estúdio, com pédireiro alto, para criação de cenários, por exemplo). Nessa hora, tenho inveja de uma escola como essa e adoraria que tivéssemos algo parecido no Brasil e em especial no Recife . A Universidad Del Cine é conhecida pela intensa produção de seus alunos – muitos vindos de países como Colômbia, Chile, Peru, Venezuela e até do Brasil – que participam de mostras e festivais locais e conseguem também exibir os filmes no circuito comercial de cinema de Buenos Aires. fotos: divulgação

Na própria universidade, há uma biblioteca raríssima que dedica espaço a obras tanto do cinema Argentino, quanto a produções da cinematografia mundial, através de uma vasta coleção de livros, periódicos e dvd´s sobre o assunto. Com isso, acredita-se que está se formando uma nova geração de cineastas argentinos com mais acesso à informação, estrutura tecnológica e qualidade técnica, que certamente vai gerar mais filmes, novos circuitos e públicos para o cinema produzido por lá. Mas e o Oscar? Pois é, logo que cheguei perguntei pelo filme O Segredo dos Seus Olhos, e não havia um só cinema da cidade que estivesse ainda exibindo o filme ganhador do Oscar 2010 de melhor filme estrangeiro. O filme do diretor Juan José Campanella – conhecido pelo trabalho em famosas séries de TV americanas – conta a história de um homem que sonha em escrever um romance sobre um crime que ele investigou anos atrás e que, agora, vai transformar a sua vida. Das várias pessoas comuns que perguntei sobre filme, poucas realmente tinham visto (mesmo com o expressivo número de bilheteria local, que chegou a 2,5 de espectadores). Dos envolvidos com cinema, poucos pareciam ter orgulho do grande feito do compatriota Campanella, talvez porque essa tenha sido a segunda vez que os argentinos ganharam um Oscar (o primeiro foi A história oficial de 1985, do diretor Luis Puenzo). Quanto a isso, acho que somos bem diferentes dos argentinos, pois, no dia em que ganharmos um Oscar, o orgulho dos brasileiros será tão grande quanto ao de uma final de campeonato de futebol. Só sei que, na véspera da minha partida de Buenos Aires, ganhei de um amigo uma cópia do filme. Em compensação, fiquei com a incumbência de selecionar filmes brasileiros para enviar para ele e também para vários outros colegas latino americanos que demonstraram interesse na atual produção de cinema do Brasil. E, assim como o futebol, a língua, a música e tudo mais que nos diferencia, o cinema produzido no Brasil ou na Argentina tem características muito próprias, mas também guarda um mesmo elo em comum: o de representar a cultura e o povo do seu país – mesmo que isso não seja reconhecido pelo público. O que sei é que, a partir de agora, quero estreitar esses laços, prestar mais atenção nos vários tipos de cinema que se produz nos países vizinhos e, sempre que possível, continuar mostrando e falando (com muito orgulho) sobre esse cinema que fazemos aqui, no Brasil. Hasta la próxima !!!

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Deux de la Vague – Estreia – 28 de maio Celebrando os 50 anos da Nouvelle Vague, o documentário relembra o lançamento de Os Incompreendidos, de François Truffaut, no Festival de Cannes de 1959, e a criação de Acossado, de Jean-Luc Godard. Sendo assim, o filme mostra o surgimento do movimento que mudou a forma de se fazer cinema na França e revelou dois dos maiores cineastas de todos os tempos. Além disso, é ressaltada a relação de amizade entre Truffaut e Godard, que tinha temperamentos completamente distitos. Documentário / 16 anos / 91 min.

EVENTO Animage Festival Internacional de Cinema de animação de Pernambuco, que acontece entre os dias 21 e 27 de maio, oferece oficinas de técnicas de animação. A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo site do festival (www.animagefestival.com ). As vagas são limitadas. Confira as áreas oferecidas: Animação (3D) - Orientador: Thiago Savona Animação Experimental - Orientador: Maurício Martins Animação Tradicional - Orientador: Felipe Soares Design de Jogos - Orientador: Frank Malcher Modelagem (3D) - Orientador: Marcelo Morais Motion Graphics - Orientador: William Paiva Stop Motion - Orientador: Samuel Arruda Guimarães

TEATRO Um Rito de Mães, Rosas e Sangue A peça é uma livre licença poética, a partir das três tragédias rurais escritas pelo dramaturgo e poeta espanhol Federico García Lorca – “Bodas de Sangue”, “Yerma” e “A Casa de Bernarda Alba”. O resultado é um espetáculo ritualístico, a partir da figura da Mãe, personagem aglutinador das forças que regem a natureza. Dividida em três quadros, a encenação versa sobre uma mãe que desabafa após o infortúnio da morte do filho; outra mãe que, com mãos de ferro, condena suas filhas a um luto eterno, até

Lucas Emanuel

Alice no país das maravilhas

que alguma delas se case; e, por fim, a “mãe” que busca, incessantemente, a maternidade. Serviço: Dias 26 e 27 de maio (dentro do Festival Palco Giratório), às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho (tel. 3232 2030), no Recife, seguindo em cartaz às quintas e sextas-feiras de junho, até 02 de julho. Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (estudantes, professores com carteira e maiores de 60 anos). Informações: cflira@gmail.com

Show Arraiá da Capitá 2010 O evento junino, que acontece todos os anos no Recife e reúne forrozeiros de todo o Brasil, acontecerá em dois dias (11 e 12 de junho), homenageando, este ano, o paraibano Flávio José. No dia 11, sextafeira, se apresentarão, nos palcos montados na área externa do Chevrolet Hall, artistas que fazem a alegria da galera, como Victor e Léo e as bandas Aviões do Forró e Saia Rodada. Já no dia 12, sábado, algumas das grandes atrações serão Calypso, Garota Safada e, é claro, a principal delas: o cantor Flávio José. Serviço: Rua Agamenom Magalhãesm s/n, Complexo de Salgadinho, Olinda-PE. Telefones: (81) 3427-7500. www.chevrolethall.wcms.com.br

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Quincas Berro D’água - Estreia – 14 de maio O filme da Disney, dirigido por Sérgio Machado, retrata a obra A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água, escrita pelo baiano Jorge Amado e publicada no ano de 1961. Na história, um homem exemplar deixa a vida familiar de lado para viver como um vagabundo, transformando-se em Quincas Berro D’água. Após a morte do personagem, sua família tenta apagar da memória os anos de loucura e humilhação diante da sociedade. O elenco conta com atores renomados como Paulo José e Marieta Severo. Comédia / 12 anos / 102 min.

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CINEMA

divulgação

diversão

tuca siqueira/divulgação


rodapé

dolores orange Revisora de textos da Revista Fera! e-mail: doloresorange@portalfera.com

As bibliotecas brasileiras e o Maracanã

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A leitura da palavra, da frase, da sentença, jamais significou uma ruptura com a “leitura” do mundo. A leitura da palavra foi a leitura do “palavramundo”. – Paulo Freire No começo deste mês, o Ministério da Cultura divulgou os dados de uma pesquisa que propunha o mapeamento da situação das bibliotecas brasileiras. Lá na investigação, o Brasil passou vergonha e apresentou uns numerozinhos bem mesquinhos: uma média de 2,67 bibliotecas para cada 100 mil pessoas. Imagina só, você dentro do Maracanã lotado com uns poucos 4 mil livros (e estou sendo generosa) jogados lá no campo e, de repente, a metade (só a metade) dos brasileiros resolve ler um livro. Uma horda de famintos pela leitura se lança, ávida, em direção aos livros. Sentiu a dureza? Mas, essa situação hipotética tem poucas chances de sair da nossa imaginação por causa de uma razão bem simples: os brasileiros, em geral, não gostam de ler. Provavelmente só aconteceria uma movimentação qualquer, naquele Maracanã, se alguém jogasse uma bola no meio do campo. E é isso aí porque os brasileiros ainda não descobriram a importância da leitura. Os dias seguem seu rumo e não há santo na terra que faça os brasileiros abrirem a página de um livro por puro prazer, só o fazem quando obrigados por alguma situação. Os brasileiros são verdadeiros leitores bissextos. Até compreendo algumas das razões para o abandono da leitura: o corre-corre do cotidiano e a falsa ideia estampada pela vida prática de que os livros só têm utilidade quando as suas páginas guardam segredos profissionais. As pessoas se esqueceram da educação do espírito. Quando falo em ler um texto, não me refiro à leitura que se faz como um exercício mecânico, através do simples soletrar de palavras; antes, penso naquela que se pratica em diálogo com o mundo, em diálogo com os conhecimentos próprios de cada um – a leitura como inquietação da nossa curiosidade, como um despertar, na nossa mente, de uma “bisbilhotice” por novos conhecimentos. Ler, para utilizar uma gíria, deve ser uma viagem, que leva a imaginação longe ou que nos arrasta para aquela introspecção momentânea, própria de quem reflete sobre o mundo. Toda leitura nos leva a algum lugar, ao mesmo

tempo em que exercita a nossa sensibilidade enquanto seres humanos e o nosso espírito crítico enquanto cidadãos. A leitura tem o grande (e mágico) poder de unir prazer e aprendizagem. Paulo Freire, o grande educador que inspirou o Brasil e o mundo com a sua visão de uma educação como força transformadora da sociedade, ensina bastante a respeito da importância da leitura. Ler o mundo enquanto o vemos é uma de suas frases, simples, que até soa como um ditado de livro de autoajuda, mas, na verdade, quando compreendida no seu sentido mais complexo, entra no hall daquelas descobertas que, apesar de soarem óbvias aos ouvidos, mudam algumas pedras de lugar na nossa vida. Olhar o mundo e descobrir em cada detalhe, por menor e mais bobo que seja, a sua importância só acontece quando a nossa sensibilidade e o nosso espírito crítico estão acordados, ou seja, quando estamos aptos para interpretar o significado profundo dos objetos ao nosso redor – e essas qualidades não são aprendidas na escola por meio de técnicas, são aprendidas com o exercício da reflexão, do pensar sobre o mundo, e a leitura é o primeiro passo dessa educação. Por isso é preciso ler – ler livros, mas ler também os acontecimentos, os nossos “intercâmbios” afetivos, os problemas que nos assaltam ao longo do dia, as relações humanas e etc. Além de nos tornar mais humanos, a leitura é indispensável para quem pretende dominar as malícias do texto bem escrito. Pois, será possível escrever bem sem ler bastante? O domínio da técnica, as nomenclaturas da gramática, é suficiente para a produção de bons textos? Não, não, meus queridos, a leitura forma o espírito do homem e, de quebra, constrói bons escritores. Agora, aqui pra nós, como um país com mais 190 milhões de habitantes não mobiliza nem meia dúzia de estudantes, por cincos minutos, para protestar contra o abandono das nossas bibliotecas? A Copa do Mundo, por sua vez, vem aí e, em dia de jogo do Brasil, o país parará por 90 minutos. F!




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