Divulgação SAAB
cação e montagem de uma aeronave de última geração. Além dos aspectos técnicos, existem os comportamentais: desde 2009 temos aprendido a praticar um estilo de trabalho mais objetivo e direto”, explica Ferraz. A empresa, desde que começou a trabalhar no novo caça, aumentou em 350% o número de funcionários, e a equipe do Gripen quase triplicou. “De simples fornecedores, evoluímos para parceiros de fato”, resume Fernando Coelho Ferraz.
O Targo, ou Helmet Mounted Display, é um capacete considerado de quinta geração. Ele está sendo desenvolvido pela AEL Sistemas, no Rio Grande do Sul.
interesse pelo Gripen E/F New Generation adquirido pela Força Aérea Brasileira e ao mesmo tempo nós previmos uma enorme necessidade de produção e capacidade de desenvolvimento, daí vermos as equipes suecas e brasileiras como uma só, bem como a fonte de produção como uma só. Então, é bem provável que exportemos o Gripen do Brasil para outros países”, afirmou. Fomento à Base Industrial de Defesa - “De simples fornecedores, evoluímos para parceiros de fato” Embora a Embraer, pela sua expertise na indústria aeronáutica, esteja encabeçando o processo de transferência de tecnologia, outras empresas brasileiras também estão ajudando a construir o novo caça brasileiro. Partes da fuselagem, por exemplo, estão sendo desenvolvidas pela Akaer, localizada em São José dos Campos (SP). A empresa possui, hoje, sete colaboradores trabalhando em Linköping na fuselagem dianteira e traseira, cone
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Jan/Fev/Mar 2017 Aerovisão
de cauda (onde fica, por exemplo, o exaustor do motor), air brake (freios aerodinâmicos) e montagem da asa. O vice-presidente de operações da empresa, Fernando Coelho Ferraz, explica que a experiência dos funcionários na Suécia tem sido, efetivamente, colaborativa: “a rotina deles é praticamente a mesma que a dos engenheiros da SAAB, dividem o mesmo local de trabalho e cumprem os mesmos horários”, disse. Os brasileiros já realizaram, inclusive, usinagem de peças reais que serão montadas nas aeronaves. Ao final do estágio, previsto para julho de 2017, cada um dos engenheiros terá cumprido uma carga de 1700 horas. O número é pequeno perto das mais de 400 mil horas somadas no programa Gripen desde 2009. “O ganho que a transferência de tecnologia vai trazer para a Akaer é muito alto. Por um lado, teremos um grupo de pessoas com um grande conhecimento em métodos de fabri-
“Certamente irá alavancar novos negócios”. A declaração do presidente da Atech, Edson Mallaco, dá a dimensão do que o programa Gripen deve representar às empresas envolvidas na transferência de tecnologia. Produtora de sistemas, ela está envolvida no desenvolvimento de cinco módulos para o novo caça. Segundo ele, além do sistema que vai alimentar o simulador para adestramento em solo dos pilotos, a Atech é responsável pelo programa de ensino a distância que vai embasar o treinamento básico para manutenção da aeronave e pela produção de dados georreferenciados com base em mapas brasileiros, para uso nos sistemas embarcados. Os sistemas mais complexos, porém, dizem respeito à criação dos simuladores que serão utilizados na concepção de um cenário para desenvolvimento dos sistemas eletrônicos da aeronave e do Mission Support System. Esse último é o sistema de solo mais crítico, responsável pela execução de toda a carga do plano de voo e de missão do caça. Ele compreende as etapas de planejamento, análise, briefing e debriefing. WAD, HUD e HMD As siglas parecem estranhas à primeira leitura, mas fazem parte da rotina dos colaboradores da AEL, empresa gaúcha que também participa do processo de transferência de tecnologia. O WAD, Wide Area Dis-