AEROVISÃO nº 247 Jan/Fev/Mar 2016

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altitudes. Enquanto isso, no solo, o 3° Grupo de Artilharia Antiaérea do Exército Brasilero treinava como combater a ameaça de caças em missões deste tipo, e aumentavam o nível de dificuldade para os pilotos da FAB. “O emprego desse tipo de armamento serve não apenas para adestrar nossos pilotos e verificar a sua precisão, mas também para qualificarmos nossos especialistas no manuseio adequado de equipamento tão sensível e, ao mesmo tempo, perigoso em função da carga explosiva”, explica o Major Murilo Grassi Salvatti, coordenador do exercício Alto Saicã. Alvos no ar No mesmo mês, a Terceira Força Aérea também alcançou 100% de sucesso durante o lançamento dos mísseis Phython 3 e Python 4 a partir de caças F-5EM. Neste caso, os alvos

eram sinalizadores. Todos os disparos foram bem sucedidos, apesar de muito ter sido feito para dificultar a tarefa. Os lançamentos foram executados em diferentes perfis, de forma que se pudesse avaliar o desempenho do armamento em situações táticas encontradas em combates reais. Houve disparos com os caças em manobras de alto desempenho, com elevada “carga G”, bem como no chamado off-boresight, ou seja, em ângulos tão elevados que os alvos já estavam ao lado dos caças, e não na frente. Para conseguir isso, os pilotos utilizaram os chamados HMD (Helmet Mounted Display), um tipo de mira montada no capacete que permite direcionar os mísseis apenas com o movimento da cabeça. O exercício aconteceu sobre o Oceano Atlântico, em áreas separadas do tráfego aéreo comercial.

III FORÇA AÉREA

S

e o leitor conhece o Rio de Janeiro (RJ) vai conseguir entender o desafio. Imagine, do alto do Pão de Açúcar, acertar um alvo menor que a metade de um campo de vôlei de praia montado nas areias da Praia do Leblon, já perto do Posto 12. Agora complique mais um pouco: você está a uma velocidade de 900 km/h e a 6.096 metros de altura. São mais que quinze morros do Pão de Açúcar empilhados um em cima do outro. Fica difícil acertar o alvo? Pois foi isso o que os pilotos de caças A-1 da Força Aérea Brasileira conseguiram realizar em outubro. Não foi no Rio de Janeiro, e sim na cidade gaúcha de Santa Maria. As dimensões envolvidas foram as mesmas: a diferença principal é que o alvo estava no estande de tiro. Para conseguir o feito, os caças foram armados com as bombas Lizard 230, guiadas a laser. Também foram usados equipamentos de designação de alvos, o Litening. Em uma missão assim, um A-1 usava o Litening para “iluminar” o alvo com um feixe laser e outro caça lançava o armamento. O nível de dificuldade simulava situações encontradas em guerras aéreas modernas. O alvo, de 5 x 5 metros, deveria ser atingido com precisão: caso contrário, em uma situação real, o armamento poderia atingir tropas amigas ou um hospital, por exemplo. Já a distância de oito quilômetros e a altura superior a seis quilômetros são necessárias para fugir de ameaças de armas antiaéreas, como os mísseis Igla-S. “A incontestável precisão do armamento inteligente ora empregado no exercício Alto Saicã nos faz refletir o quanto a Força Aérea evoluiu nos últimos anos”, afirma o comandante da Terceira Força Aérea, Brigadeiro Fernando Almeida Riomar. A unidade é responsável pelo treinamento dos esquadrões de caça e de reconhecimento da FAB. Durante o exercício operacional foram lançados armamentos de diversas

F-5M para missão Enquanto os A-1 realizam missões de ataque à superfície, os F-5EM sãoparte responsáveis pela defesa com um míssil Python 4 com aérea do País até a chegada dos futuros Gripen NG. Supersônicos, foram modernizados novos equipamentos. Acima, caça F-5EM equipado com um míssil Python 4.


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