Análise da sazonalidade e tipos de ambientes relacionados ao atropelamento da avifauna nas brs 392 e

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Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas Universidade Federal de Lavras - Lavras - MG - Brasil

ANÁLISE DA SAZONALIDADE E TIPOS DE AMBIENTES RELACIONADOS AO ATROPELAMENTO DA AVIFAUNA NAS BRS 392 E 471, EXTREMO SUL DO BRASIL

CLARISSA ALVES DA ROSA

Monografia | 2009


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA E DA SAÚDE BACHARELADO EM ECOLOGIA

ANÁLISE DA SAZONALIDADE E TIPOS DE AMBIENTES RELACIONADOS AO ATROPELAMENTO DA AVIFAUNA NAS BRS 392 E 471, EXTREMO SUL DO BRASIL

Clarissa Alves da Rosa

Pelotas Junho de 2009


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA E DA SAÚDE BACHARELADO EM ECOLOGIA

ANÁLISE DA SAZONALIDADE E TIPOS DE AMBIENTES RELACIONADOS AO ATROPELAMENTO DA AVIFAUNA NAS BRS 392 E 471, EXTREMO SUL DO BRASIL

Clarissa Alves da Rosa

Monografia apresentada como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Ecologia. Orientador: Prof. Maximiano Pinheiro Cirne Co-orientador: Prof. Alex Bager (Universidade Federal de Lavras)

Pelotas Junho de 2009


O artigo a seguir segue as normas de formatação de texto constantes nas instruções da Revista Brasileira de Zoologia (ISSN 0101-8185), publicada pela Sociedade Brasileira de Zoologia.

iii


1

Análise da sazonalidade e tipos de ambientes relacionados ao atropelamento da avifauna

2

nas rodovias BRs 392 e 471, extremo sul do Brasil

3

Clarissa A. da Rosa1, Maximiano P. Cirne1, Alex Bager2

4

1

5

Félix da Cunha 412, 96010-000 Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: clarissa-

6

alves@hotmail.com

7

2

8

3037, 37200-000, Lavras, Minas Gerais, Brasil. E-mail: abager@ufla.br

Laboratório de Biologia e Ecologia de Cordados, Universidade Católica de Pelotas. Rua

Setor de Ecologia, Universidade Federal de Lavras. Campus Universitário, Caixa Postal

9 10

ABSTRACT. Analysis of seasonality and types of related environments on the roadkill

11

of birds in highways BRs 392 and 471, southern Brazil. The roadkill of wild animals is

12

considered today, one of the main causes of biodiversity loss. Despite of this, little is known

13

about how roadkill affects the bird community. The purpose of this paper is to quantify the

14

rates and structure of the bird community affected by roadkills on highways BRs 392 and 471,

15

southern Brazil, due to the seasonality and landscape matrix. It was performed a comparison

16

with data collected 20 years ago. Weekly monitorings were performed between January 2002

17

and February 2003 and between September 2004 and December 2005, along 117 km of

18

highways. The composition and abundance of species were compared through the analysis od

19

variance (ANOVA) with a re-sampling technique (1000 iteractions) and significance level of

20

0,05. We recorded 708 road-killed birds (0,2 kills per km per month), however only 455 kills

21

(64%) of different 57 taxons were considered, of which, 72% were defined as occasional

22

roadkill due to the presence of a less than 5 kills. The roadkill of an endangered species on

23

national level was identified (Sporophila collaris, N=2) of which two considered rare species

24

in the region (Ixobrychus involucris, N=2 and Pardirallus maculatus, N=1). Over 65%of

25

roadkills were that of six species, all considered common and of large distribution in Rio

1


26

Grande do Sul. Another 55 species were identified in 2002 and another 21 in 2005. There was

27

a difference of (p < 0,05) in the composition and abundance of species among urban

28

environments (S = 6), wet areas 1 (S = 24) and rice crop (S = 39). As to the seasons of the

29

year, a difference of (p < 0,05) was found in the communities affected by roadkills along the

30

years (winter, fall and summer) and along the seasons of the year 2002. In that year the

31

biggest difference occurred between spring/summer, spring/fall, summer/winter and

32

fall/winter. In accordance with the results 20 years ago, the roadkills are concentrated in few

33

species, typical of non tropic areas and side of the roads, whose roadkills are compatible with

34

the size of their population along the highway, which in turn does not raise conservation

35

preocupation. Constant monitoring and data raising of endangered and rare species are

36

important to quantify the impact level of the roadkills over theses species.

37

Key Words. Bird mortality; grassland; road ecology; wetland.

38 39 40

INTRODUÇÃO A construção e a ampliação de rodovias causam significativas mudanças sociais,

41

econômicas e ambientais ao longo do tempo. Para a biodiversidade os principais efeitos são a

42

fragmentação de hábitat (FORMAN & DEBLINGER 2000), alterações hidrológicas (JONES et al.

43

2000), poluição sonora (REIJNEN et al. 1995), introdução de espécies exóticas (FORMAN et al.

44

2002) e atropelamentos à fauna selvagem (BAGER 2003; PINOWSKI 2005; BAGER et al. 2007).

45

Os primeiros estudos de atropelamento da fauna são anteriores a 1940 (DAVIS 1934), e

46

foram intensificados a partir da década de 1980. Estes, porém, se concentram em mamíferos e

47

répteis, sendo as aves ainda pouco estudadas. Estudos de atropelamento de aves realizados na

48

Europa (FINNIS 1960; DUNFORTH & ERRINGTON 1964; ERRITZOE et al. 2003), Estados Unidos

49

(CHANNING 1958; SARGENT & FORBES 1973), Índia (DHINDSA et al. 1988) e Brasil (NOVELLI

50

et al. 1988) são, em sua maioria, descritivos ou datam de mais de 20 anos. BAGER et al.

2


51

(2007) demonstraram que no Brasil, além da carência de trabalhos e discussões a respeito da

52

avifauna atropelada, os trabalhos (~90%) se limitam a apresentação de listas e percentuais de

53

espécies atropeladas. O único trabalho que discute essa problemática especificamente em

54

relação às aves no Brasil é o de NOVELLI et al. (1988), realizado na rodovia BR 471 (extremo

55

sul do Rio Grande do Sul), onde já se enfatizava a necessidade de estudos mais aprofundados.

56

No Brasil existem 1801 espécies de aves (COMITÊ BRASILEIRO DE REGISTROS

57

ORNITOLÓGICOS 2007), e, pelo menos, 624 ocorrem no Rio Grande do Sul (BENCKE 2001).

58

Segundo DIAS & MAURÍCIO (1998), no Saco da Mangueira e arredores (extremo sul do

59

Brasil), ambientes sob influência da rodovia BR 392, ocorrem 176 espécies de aves, enquanto

60

na Estação Ecológica do Taim, sob influência da BR 471, a riqueza é de 220 espécies

61

(MÄHLER JR et al. 1996). Esses números mostram a importância da região cortada pelas

62

rodovias BRs 392 e 471 para a conservação da avifauna do Rio Grande do Sul e do Brasil.

63

Levando em conta que o ambiente de entorno da rodovia e a sazonalidade podem

64

influenciar os atropelamentos (BAGER 2003; CLEVENGER et al. 2003), este trabalho tem por

65

objetivo avaliar as diferenças na composição e abundância de aves atropeladas nas rodovias

66

BRs 392 e 471 em função da época do ano e dos tipos de ambiente. Adicionalmente,

67

comparamos nosso dados à NOVELLI et al. (1988) com o objetivo de avaliar mudanças na

68

composição e abundância das espécies atropeladas após um período de 20 anos.

69 70

MATERIAL E MÉTODOS

71

Área de Estudo

72

A área de estudo se localiza no extremo sul do Rio Grande do Sul, região da Planície

73

Costeira, caracterizada por um relevo baixo e plano, com a formação de grandes restingas,

74

áreas alagadas, campos litorâneos (temporariamente alagado), lagoas de água doce, salobra e

75

lagunas (CARVALHO & RIZZO 1994). Com um clima subtropical, a temperatura média anual é

3


76

de 17 ºC e a precipitação anual varia entre 1200 e 1500 mm. A precipitação média mensal é

77

maior no inverno e na primavera, podendo ocorrer altas precipitações no verão (KLEIN 1998).

78

As rodovias BRs 392 e 471, essa última com influência direta por 17 km na Estação

79

Ecológica do Taim (ESEC Taim), ligam as cidades de Pelotas e Rio Grande ao Chuí. O

80

monitoramento da avifauna atropelada foi realizado em 117 quilômetros destas rodovias,

81

desde o município de Pelotas (31º48’19”S e 52º19’39”W) até a ESEC Taim (32º40’35”S e

82

52º35’42”W) (Figura 1).

83

84 85

Figura 1.- Localização das rodovias BRs 392 e 471, entre Pelotas e a ESEC Taim.

86 87 88

Coleta e análise de dados Realizamos os monitoramentos (N = 95) semanalmente entre janeiro de 2002 e

89

fevereiro de 2003 e entre setembro de 2004 e dezembro de 2005, no sentido Pelotas – ESEC

90

Taim, a uma velocidade média de 50km/h. Identificamos aves atropeladas em toda a largura

91

da rodovia, incluindo acostamentos. Para cada animal registramos dados de posição

92

geográfica e data da coleta. A identificação das espécies segue o COMITÊ BRASILEIRO DE

93

REGISTROS ORNITOLÓGICOS (2007).

4


94

Dados sem identificação de gênero, espécie ou posição geográfica foram descartados

95

das análises. Definimos as espécies atropeladas ocasionalmente como aquelas com menos de

96

cinco indivíduos afetados, levando em conta que esse valor representa menos de 5% do

97

número de atropelamentos da espécie mais atropelada e menos de 10% da segunda e terceira

98

espécies mais atropeladas. A suficiência amostral foi analisada a partir do estimador de

99

riqueza de espécies Chao 1, calculado no programa EstimateS 7.5 (COLWELL 2005),

100 101

utilizando 1000 aleatorizações. Segmentamos as rodovias conforme a paisagem de entorno, considerando a matriz

102

existente, identificada em imagem na escala de 1:50000. Consideramos quatro ambientes em

103

seis áreas distintas: áreas úmidas 1 (várzea do Canal São Gonçalo) e áreas úmidas 2 (ESEC

104

Taim), campo litorâneo 1 e campo litorâneo 2, cultivo de arroz e área urbana. As três áreas

105

urbanas consideradas foram tratadas como uma só, tendo suas áreas somadas (Tabela I).

106 107

Tabela I.- Classificação dos ambientes das BRs 392 e 471. Ambiente

Extensão

Localização

Campo litorâneo 1

29,7 km

52º19'16"W/31º52'49"S e 52º21'43"W/32º07'21"S

Campo litorâneo 2

6,17 km

52º34'51"W/32º29'27"S e 52º32'18"W/32º32'14"S

Cultivo de arroz

47,55 km 52º21'43"W/32º07'21"S e 52º34'51"W/32º29'27"S

Áreas úmidas 1

12,26 km 52º21'18"W/31º47'06"S e 52º19'16"W/31º52'49"S

Áreas úmidas 2

16,57 km 52º32'18"W/32º32'14"S e 52º35'39"W/32º40'32"S

Área urbana (Povo Novo)

52º18'41"W/31º56'13"S e 52º18'30"W/31º57'04"S

Área urbana (Vila da Quinta) 4,74 km

52º16'08"W/32º03'45"S e 52º16'17"W/32º04'36"S

Área urbana (Vila do Taim)

52º34'50"W/32º29'33"S e 52º34'38"W/32º29'54"S

108 109

Para analisar a variação no número de atropelamentos em relação as épocas do ano

110

utilizamos somente os dados de 2002 e 2005, que tiveram todos os meses monitorados. Os

111

meses foram agrupados segundo as estações do ano: verão (janeiro, fevereiro e março),

5


112

outono (abril, maio e junho), inverno (julho, agosto e setembro) e primavera (outubro,

113

novembro e dezembro).

114

A abundância das espécies de cada área foi padronizada em relação a menor extensão

115

(área urbana com 4,74 km), segundo a fórmula: [Npadr = (4,74 km . Nreal)/Akm], onde Npadr:

116

abundância padronizada; Nreal: número de indivíduos da espécie atropelados na área; e Akm:

117

extensão, em quilômetros, da área. As variáveis respostas são contagens individuais, por isso

118

os dados foram previamente transformados para uma escala logarítmica. Cada área e cada

119

estação do ano foi descrita pelo número de indivíduos atropelados de cada espécie.

120

Comparamos a composição e abundância de espécies entre as áreas e entre as estações (entre

121

anos e entre as estações de um mesmo ano) utilizando análise de variância (ANOVA) com

122

técnica de reamostragem (10000 iterações) (COELHO et al. 2008) no programa BioEstat 5.0

123

(AYRES et al. 2007). Para os testes foi adotado o nível de significância de 0,05.

124 125 126

RESULTADOS No total, encontramos 708 indivíduos atropelados, resultando em uma taxa de

127

atropelamento de 0,2 ind./km/mês, mas apenas 455 indivíduos (64%) de 57 táxons foram

128

considerados. Destes, 72% (N < 5) foram ocasionais, incluindo Sporophila collaris (Boddaert,

129

1783, Emberizidae) (N = 2), ameaçada na categoria vulnerável no Rio Grande do Sul

130

(BENCKE et al. 2003) e as espécies Ixobrychus involucris (Vieillot, 1823, Ardeidae) (N = 2) e

131

Pardirallus maculatus (Boddaert, 1783, Rallidae) (N = 1), consideradas raras na região

132

(BELTON 1994). Mais de 65% dos atropelamentos se devem a seis espécies: Chrysomus

133

ruficapillus (Vieillot, 1819, Icteridae) (27,3%), Guira guira (Gmelin, 1788, Cuculidae)

134

(11,2%), Furnarius rufus (Gmelin, 1788, Furnariidae) (9,7%), Nothura maculosa (Temminck,

135

1815, Tinamidae) (6,6%), Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766, Tyrannidae) (6,2%) e

6


136

Passer domesticus (Linnaeus, 1758, Passeridae) (5,7%). Os valores de Chao 1 mostram que a

137

riqueza observada não atingiu a estimada (Sest = 70,15; mín. = 62,16; máx. = 78,14).

138

A composição e abundância de aves atropeladas foi diferente entre área urbana, áreas

139

úmidas 1 e cultivo de arroz (p < 0,05). No cultivo de arroz houve o maior número de espécies

140

atropeladas (S = 39), seguido das áreas úmidas 1 (S = 24), campo litorâneo 1 (S = 18), áreas

141

úmidas 2 (S = 16), campo litorâneo 2 (S = 13) e área urbana (S = 6). Observamos onze

142

espécies atropeladas exclusivamente no cultivo de arroz, incluindo a espécie ameaçada

143

Sporophila collaris (N = 2). Além dessas, há oito espécies exclusivas das áreas úmidas 1,

144

duas do campo litorâneo 1 e uma do campo litorâneo 2, todas com menos de cinco indivíduos.

145

As áreas úmidas 2 tiveram três espécies exclusivas (Anexo I). No cultivo de arroz e nas áreas

146

úmidas 1 ocorreram 26,6% e 23,8% dos atropelamentos, respectivamente. As áreas de campo

147

litorâneo 2 (14,7%), áreas úmidas 2 (13,7%) e campo litorâneo 1 (12,7%) tiveram

148

abundâncias similares. A área urbana apresentou a menor incidência de atropelamento (8,5%).

149

No campo litorâneo 1 ocorreram duas espécies dominantes: Furnarius rufus (21,3%) e

150

Guira guira (20%). Esta última espécie também foi dominante no campo litorâneo 2 (22,2%).

151

Chrysomus ruficapillus foi dominante no cultivo de arroz (37,5%), áreas úmidas 1 (22,4%) e

152

áreas úmidas 2 (20%). Nesta última é considerável também o atropelamento de Chauna

153

torquata (Oken, 1816, Anhimidae) (15,6%). Na área urbana ocorreram 25% dos

154

atropelamentos de Nothura maculosa e de Passer domesticus.

155

Em 2002 foram registradas 55 espécies, enquanto em 2005 a riqueza foi de 21

156

espécies. A comparação da assembléia dos diferentes anos não apresentou diferença (p >

157

0,05) somente entre as estações de primavera (Tabela II). As demais estações tiveram poucas

158

espécies em comum (S ≤ 8). Os atropelamentos de Chrysomus ruficapillus ocorrem

159

predominantemente no outono, representando 75% dos atropelamentos da espécie em 2002 e

160

72% dos atropelamentos de 2005. Os atropelamentos de Guira guira, concentrados no verão,

7


161

também ocorrem nos dois anos, representando 63% dos atropelamentos em 2002 e 50% dos

162

atropelamentos em 2005.

163

Considerando somente o ano de 2002 houve diferença significativa na composição e

164

abundância de espécies entre as estações do ano (p < 0,05), exceto entre a primavera e inverno

165

(p > 0,05). Neste ano a riqueza e o número de atropelamentos se concentraram no verão (S =

166

30; 50,7% dos atropelamentos) e outono (S = 29; 40,8% dos atropelamentos). Além do Guira

167

guira, outras espécies tiveram atropelamentos concentrados no verão de 2002: Pitangus

168

sulphuratus (89%), Furnarius rufus (85%) e Passer domesticus (77%). Em 2005 a

169

composição e abundância de espécies atropeladas não apresentaram diferenças entre as

170

estações (p > 0,05) (Tabela II).

171 172

Tabela II.- Riqueza e abundância de aves atropeladas entre as estações do ano nas rodovias

173

BRs 392 e 471, durante o ano de 2002 e 2005. Letras minúsculas: entre as estações do mesmo

174

ano, letras iguais não diferem significativamente (p > 0,05). Letras maiúsculas: entre os anos,

175

letras iguais não diferem significativamente (p > 0,05). 2002

2005

S

N

Inverno

8

a12

Outono

29

b120

Primavera

9

a13

Verão

38

c149

A A

A A

S

N

8

a21

10

a31

12

a26

8

a33

B B

A B

176 177

DISCUSSÃO

178

A avifauna atropelada nas rodovias BRs 392 e 471 é composta por espécies

179

comumente encontradas em áreas campestres e áreas úmidas (BELTON 1994; SICK 1997),

8


180

correspondendo a menos de um quarto das espécies que, segundo MÄHLER JR et al. (1996),

181

DIAS & MAURICIO (1998) e DIAS & BURGER (2005), ocorrem no entorno da rodovia.

182

A taxa de atropelamento de 0,2 ind./km/mês é alta, quando comparada a outras

183

rodovias do Brasil. MELO & SANTOS-FILHO (2007) encontraram uma taxa para o

184

atropelamento de aves de 0,07 ind./km/mês na BR 070, rodovia que corta um conjunto de

185

serras paralelas entre áreas de planalto do Cerrado e áreas alagáveis do Pantanal na Província

186

Serrana de Cáceres. ROSA & MAUHS (2004) encontraram uma taxa de 0,03 ind./km/mês na RS

187

040, enquanto COELHO et al. (2008) encontraram 0,08 ind./km/mês na BR 101 e 0,06

188

ind./km/mês na RS 389, rodovias no sul do Brasil que cortam áreas de Mata Atlântica em

189

diferentes níveis de antropização. Porém, interpretações e comparações devem ser realizadas

190

com cautela e levando em conta os erros de amostragem inerentes a coleta de dados, tais

191

como visualização e permanência das carcaças sobre a rodovia. Segundo TAYLOR &

192

GOLDINGAY (2004), em estudo realizado no nordeste da Austrália, 30% das aves são

193

removidas em uma semana, sendo que as restantes já se encontram parcialmente decompostas

194

ou com sinais de predação. Já ANTTWORTH et al. (2005), trabalhando na costa Atlântica da

195

Flórida nos Estados Unidos, observaram que 60 a 97% das carcaças de aves e serpentes são

196

removidas em até 36 horas e, por isso, recomendam cautela nas interpretações de dados de

197

atropelamento. COELHO et al. (2008) recomendam a intensificação de estudos que abordem o

198

tempo de permanência de carcaças sobre a estrada, para que assim os efeitos dos

199

atropelamentos de vertebrados sejam melhor compreendidos.

200

Os atropelamentos estão concentrados em poucas espécies, conforme identificado

201

neste trabalho e por NOVELLI et al. (1988). Estes autores registraram 15 espécies atropeladas

202

na rodovia BR 471, dentre as quais Chrysomus ruficapillus foi dominante (47% dos

203

atropelamentos), fato corroborado neste trabalho. Assim como observado por NOVELLI et al.

204

(1988), mais da metade das espécies atropeladas possuem, no máximo, duas ocorrências. A

9


205

elevada ocorrência de espécies em baixa abundância é o motivo da ausência de suficiência

206

amostral, uma vez que o estimador Chao 1 leva em conta as espécies que ocorrem em apenas

207

uma (singletons) ou duas (doubletons) ocorrências. Devido a elevada riqueza de aves na área

208

de estudo, é possível que um aumento do esforço amostral implique em uma ampliação da

209

riqueza de espécies atropeladas (ESBÉRARD & BERGALLO 2008). Esse incremento seria

210

provavelmente de espécies de baixa ocorrência. Quando desconhecemos o tamanho das

211

populações do entorno da rodovia, não podemos afirmar com segurança o quão impactante

212

são os atropelamentos. Por isso, devemos considerar que uma ou duas ocorrências de

213

atropelamento podem ser significativas para algumas espécies. Em relação as espécies

214

ameaçadas e raras aqui encontradas são necessários estudos populacionais no entorno das

215

rodovias, para avaliar o nível de impacto de atropelamento sobre elas.

216

As diferenças nas assembléias de aves atropeladas entre as áreas estão possivelmente

217

influenciadas pelo tamanho da área, visto que, com exceção das áreas úmidas 1, o número de

218

espécies atropeladas aumenta proporcionalmente com a extensão da área. Porém, as áreas

219

úmidas 1 possuem a segunda maior riqueza de atropelamentos e quarta maior área, o que nos

220

leva a considerar que atropelamentos são seletivos em relação as espécies afetadas e que a

221

distribuição de atropelamentos não segue necessariamente a distribuição de espécies.

222

A diferença entre a área urbana e os ambientes de cultivo de arroz e áreas úmidas 1 se

223

deve as espécies exclusivas e a elevada riqueza e abundância de atropelamentos destes dois

224

últimos ambientes, uma vez que 87% das espécies do cultivo de arroz e 79% das espécies das

225

áreas úmidas 1 não ocorreram na área urbana. A avifauna atropelada na área urbana é típica

226

de áreas antrópicas e bordas de estrada (BELTON 1994; SICK 1997). Apesar da baixa riqueza

227

associada a urbanização (MENDONÇA-LIMA & FONTANA 2000; JOKIMÄKI 2002), era de se

228

esperar um maior número de atropelamentos, visto que as poucas espécies que dominam estas

229

áreas ocorrem geralmente em grandes populações. Estes baixos índices de atropelamento

10


230

podem estar relacionados principalmente a velocidade dos veículos. A velocidade máxima

231

permitida nas rodovias estudadas é de 80km/h, embora seja comum os veículos trafegarem a

232

mais de 100 km/h. Porém, nas áreas urbanas, a velocidade máxima permitida é de 40 e 60

233

km/h, o que costuma ser respeitado pelos motoristas, uma vez que nessas áreas é mais comum

234

a atuação da fiscalização, além do tráfego de pedestres e ciclistas que obrigam os motoristas a

235

diminuírem a velocidade. Segundo KLOEDEN et al. (1997) uma velocidade de 60 km/h têm o

236

potencial de reduzir significativamente colisões entre veículos e animais silvestres, sendo que

237

a partir disso o risco de acidentes que envolvem colisões duplica a cada incremento de 5

238

km/h. Já FORMAN & MCDONALD (2007) identificaram uma queda acentuada na colisão entre

239

veículos e fauna selvagem com um limite de velocidade entre 70 e 90 km/h.

240

A diferença entre cultivo de arroz e áreas úmidas 1 está relacionada a espécies

241

exclusivas, diferenças na composição e abundância de algumas espécies em comum. Esses

242

ambientes tiveram 13 espécies em comum, que correspondem a 33% das espécies do cultivo

243

de arroz e 54% das espécies das áreas úmidas 1. Chrysomus ruficapillus, mais atropelado no

244

cultivo de arroz (48% dos atropelamentos da espécie) do que nas áreas úmidas 1 (26%), pode

245

ser observado forrageando em grandes grupos nas plantações de arroz da região (DIAS &

246

BURGER 2005), levando a considerar que sua abundância pode estar condicionando o maior

247

número de atropelamentos. Porém, este não é o único fator envolvido, visto que espécies que

248

não foram atropeladas ou o foram esporadicamente (ex. Sicalis luteola Sparrman, 1789,

249

Emberizidae), ocorrem em tão ou maior abundância (DIAS & BURGER 2005). No entanto,

250

Chrysomus ruficapillus é avistado com frequência forrageando em bandos sobre a estrada

251

como observado neste trabalho e por NOVELLI et al. (1988), enquanto as outras espécies

252

parecem estar restritas as plantações. Outra diferença marcante entre os ambientes está nos

253

atropelamentos de Guira guira, uma vez que 23% dos atropelamentos da espécie ocorreram

254

no cultivo de arroz, contra 11% nas áreas úmidas 1. NOVELLI et al. (1988) atribuem os

11


255

atropelamentos de Guira guira ao forrageamento de insetos e rãs, abundantes no cultivo de

256

arroz. Porém, esta é uma espécie exclusiva de campo e eucaliptais (BELTON 1994), portanto o

257

forrageio em ambientes úmidos como as plantações de arroz é pouco provável. Isto é

258

evidenciado no fato de que mais da metade (52%) dos atropelamentos do Guira guira estão

259

concentrados nas duas áreas de campo litorâneo. O vôo baixo e lento, do tipo planador pode

260

ser um dos principais fatores que levam ao atropelamento da espécie, como já apontado por

261

NOVELLI et al. (1988). Os atropelamentos de Nothura maculosa concentrados no cultivo de

262

arroz se devem provavelmente a preferência da espécie por terrenos abertos com vegetação

263

baixa e não muito densa (BELTON 1994). Já o atropelamento de Paroaria coronata, uma das

264

dez espécies mais atropeladas e que ocorre exclusivamente no cultivo de arroz, está

265

relacionado a sua alimentação, concentrada em grãos dessa cultura (NOVELLI et al. 1988).

266

Poderia se esperar que as áreas úmidas 2 (ESEC Taim) tivessem o maior número de

267

atropelamentos, assumindo que áreas preservadas possuem maior diversidade. No entanto,

268

características intrínsecas a espécie são tão importantes quanto a diversidade na determinação

269

das taxas de atropelamento, sobretudo para o caso das espécies Chauna torquata e Caracara

270

plancus (Miller, 1777, Falconidae). Segundo FONTANA et al. (1994) o padrão de ocupação das

271

populações de Chauna torquata em áreas úmidas pode variar rapidamente, visto que a espécie

272

procura ambientes com menor intensidade de déficit hídrico, tais como a ESEC Taim, com

273

um ambiente capaz de abrigar grandes populações da espécie. Assim, a abundância desta

274

espécie e a presença de ambiente aquático diretamente associado à rodovia na ESEC Taim,

275

estão provavelmente relacionados aos atropelamentos da espécie. O Caracara plancus é a

276

espécie carnívora mais atropelada e habita todo trecho estudado, embora não existam dados

277

populacionais. YABE & MARQUES (2001) observaram que esta é a espécie carnívora que mais

278

se movimenta em busca de recursos alimentares. Nas áreas úmidas 2, onde ocorrem 83% dos

279

atropelamentos da espécie, as visualizações de indivíduos se alimentando de animais

12


280

atropelados são freqüentes. A permanência de carcaças em rodovias já vem sendo apontado

281

como potencializador de atropelamentos de espécies carnívoras oportunistas (TAYLOR &

282

GOLDINGAY 2004). Por isso, consideramos que a frequência de deslocamento de Caracara

283

plancus e os atropelamentos de vertebrados são as principais causas de atropelamento da

284

espécie.

285

NOVELLI et al. (1988) citam ainda Athene cunicularia (Molina, 1782, Strigidae), com

286

40 atropelamentos, e Vanellus chilensis (Molina, 1782, Charadriidae), com 12

287

atropelamentos, entre as cinco espécies mais atropeladas. O atropelamento destas espécies é

288

considerado aqui como ocasional, visto que tiveram quatro e dois indivíduos atropelados,

289

respectivamente. NOVELLI et al. (1988) não encontraram nenhuma interferência de um

290

ambiente de entorno no atropelamento específico dessas espécies. A espécie Vanellus

291

chilensis pode ser considerada de fácil identificação, portanto outros fatores desconhecidos

292

devem ter influenciado as diferenças entre os levantamentos. Já o atropelamento de Athene

293

cunicularia pode estar subestimado nesse trabalho, visto que muitos espécimes não

294

identificados foram classificados como “coruja”, podendo incluir indivíduos desta espécie, o

295

que indicaria que Athene cunicularia ainda sofre uma pressão direta por parte da rodovia.

296

As diferenças encontradas entre as assembléias de aves atropeladas entre os anos de

297

2002 e 2005 e entre as estações do ano de 2002 se deram pela riqueza e abundância de

298

indivíduos atropelados. As diferenças entre os anos de 2002 e 2005 devem ser interpretadas

299

com cautela, uma vez que 57% (N = 147) dos indivíduos atropelados em 2005 e 18% (N =

300

66) dos indivíduos de 2002 não foram identificados. Segundo COELHO et al. (2008),

301

atropelamentos podem ocorrer de forma dinâmica, com alterações significativas entre um

302

período e outro. Considerando nossos resultados é possível notar que nas rodovias aqui

303

estudadas, os atropelamentos se concentram em poucas espécies com padrões que se repetem

304

durante os anos (ex. Chrysomus ruficapillus e Guira guira), enquanto a maioria das espécies é

13


305

atropelada ao acaso, acarretando em mudanças significativas na composição de espécies entre

306

os anos. Essa variação dinâmica da assembléia de aves afetada por atropelamentos é

307

corroborada pelos dados de NOVELLI et al. (1988), visto que 27% das espécies encontradas

308

por estes autores não foram encontradas neste trabalho, enquanto as espécies mais atropeladas

309

foram comuns aos dois trabalhos.

310

Considerando somente o ano de 2002, o outono e o verão possuem mais que o triplo

311

de espécies atropeladas que a primavera e o inverno. A sazonalidade das áreas úmidas

312

condiciona uma maior diversidade de aves no período de primavera e verão, devido a

313

presença de espécies migratórias em busca de recursos alimentares (ACCORDI & HARTZ 2006).

314

Porém a sazonalidade dos atropelamentos não acompanha estritamente a dinâmica sazonal das

315

assembléias de aves, visto que os picos de atropelamento são no verão e outono. Isso se deve

316

as espécies mais atropeladas, que possuem picos específicos de atropelamento, como

317

Chrysomus ruficapillus atropelado principalmente na transição entre verão e outono, quando

318

ocorre a colheita de arroz. E espécies frequentes e abundantes durante todo ano, como

319

Furnarius rufus, Pitangus sulphuratus e Passer domesticus (BELTON 1994; MENDONÇA-LIMA

320

& FONTANA 2000; ACCORDI & HARTZ 2006), atropeladas predominantemente no verão.

321

Somente em abril ocorreram 51% dos atropelamentos de Chrysomus ruficapillus

322

durante todo ano de 2002 e 61% dos atropelamentos em 2005, corroborando NOVELLI et al.

323

(1988), que encontraram 58% dos atropelamentos da espécie concentrados neste mesmo mês.

324

DIAS & BURGER (2005) observaram bandos de Chrysomus ruficapillus forrageando em

325

plantações de arroz durante todas as etapas do cultivo, porém os maiores bandos foram

326

observados na última etapa, que corresponde a drenagem, colheita e transporte do arroz

327

(março e abril), cujo período coincide com os meses de maior atropelamento da espécie.

328

Assim, podemos considerar que o atropelamento de Chrysomus ruficapillus é condicionado

329

pelo período de safra e colheita de arroz e não pela estação do ano propriamente dita.

14


330

Considerando que as espécies Guira guira, Pitangus sulphuratus, Furnarius rufus e

331

Passer domesticus são residentes anuais (BELTON 1994), eram esperadas taxas de

332

atropelamentos constantes ao longo do ano. Acreditamos que dois fatores, associados a

333

frequencia de deslocamento, estejam condicionando o maior número de atropelamentos no

334

verão: aumento da intensidade do tráfego decorrente principalmente das férias de verão, como

335

já observado por TROMBULAK & FRISSELL (2000) e COELHO et al. (2008), e incremento na

336

abundância de indivíduos devido a dispersão de juvenis, aumentando o número de aves se

337

deslocando sobre a rodovia. A dinâmica de assembléias de aves de áreas abertas é pouco

338

conhecida, porém é sabido que muitas espécies nidificam nos cultivos de arroz e na vegetação

339

palustre densa dos banhados da várzea do Canal São Gonçalo (DIAS & BURGER 2005), e que

340

no verão há uma variação significativa na abundância de espécies que se reproduzem em

341

áreas de campo e pastagens altas, relacionados ao recrutamento de juvenis (ISACCH &

342

MARTÍNEZ 2001).

343

Os atropelamentos de aves são condicionados por uma associação de fatores tais como

344

o tamanho das populações locais, sendo os atropelamentos de algumas espécies compatíveis

345

com as abundâncias quantificadas por DIAS & BURGER (2005) no entorno da rodovia. O

346

ambiente de entorno é também um fator chave, visto que muitas espécies se deslocam em

347

busca, principalmente, de recursos alimentares. Espécies como Chrysomus ruficapillus não

348

estariam necessariamente sofrendo uma maior pressão devido às rodovias, principalmente se

349

considerarmos que sua abundância vem aumentando consideravelmente no Rio Grande do Sul

350

devido às plantações de arroz (BELTON 1994). As abundâncias de outras espécies, que não são

351

atropeladas, demonstram que outros fatores são determinantes para a seleção das espécies

352

afetadas por atropelamento. Acreditamos que a velocidade dos veículos e fluxo de veículos

353

intensificado no verão (incluindo o derramamento de grãos pelos transportes de carga), além

354

da dispersão de juvenis no mesmo período, são responsáveis por um incremento no número

15


355

de atropelamentos, porém somente amostragens e análises direcionadas poderão confirmar

356

esta hipótese.

357

Embora as principais espécies atropeladas nas rodovias BRs 392 e 471 sejam comuns

358

e abundantes e, por isso, não denotam uma preocupação em termos de conservação, a partir

359

delas podemos associar e levantar hipótese sobre fatores que levam as espécies a cruzarem a

360

rodovia ou estar sobre ela. Esses fatores podem ser cruciais para o entendimento da dinâmica

361

envolvida nos atropelamentos de aves silvestres. Alguns fatores, intrínsecos a espécie, podem

362

tornar umas mais vulneráveis que outras, como a capacidade de deslocamento, o tipo de vôo e

363

a forma de exploração e aproveitamento dos recursos alimentares do ambiente.

364

É importante salientar que a região estudada abriga ecossistemas ameaçados e de

365

extrema importância para avifauna do Brasil (MAURÍCIO & DIAS 2001). Por isso, os

366

atropelamentos geram outras perguntas relevantes a conservação, tais como: as espécies não

367

atropeladas não o são pelo fato da rodovia constituir uma barreira, causando um isolamento

368

de populações? Esta é uma questão importante, visto que a resposta das aves a abertura de

369

estradas é variável e depende da largura da estrada, do nível de antropização do entorno

370

(DEVELEY & STOUFFER 2001) e de características das espécies, uma vez que espécies

371

sedentárias são mais vulneráveis a ambientes alterados e ao isolamento por barreiras físicas

372

(LAW & DICKMAN 1998; THIOLLAY 1999).

373

Por isso, essas questões e a presença de atropelamentos de espécies ameaçadas e

374

espécies raras indicam que monitoramentos constantes nestas e em outras rodovias brasileiras

375

são necessários. Em rodovias concessionadas este monitoramento pode estar atrelado a uma

376

exigência ambiental de operação, como ocorre hoje na rodovia BR 392. Estes

377

monitoramentos, desde que realizados com objetivos claros e específicos, são importantes

378

também para monitorar as espécies comuns, dominantes ou exóticas (ex. Passer domesticus)

379

como as aqui encontradas, pois um alto número de atropelamentos pode indicar um aumento

16


380

populacional destas, o que deve ser especificamente estudado, para evitar competições inter-

381

específicas que comprometam espécies nativas e intensifiquem ainda mais os impactos das

382

rodovias a fauna selvagem.

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TROMBULAK, S.C. & C.A. FRISSELL. 2000. Review of ecological effects of roads on terrestrial and aquatic communities. Conservation Biology 14 (1): 18-30. YABE, R.S. & E.J. MARQUES. Deslocamentos de aves entre capões do Pantanal Mato-

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JR.; F.C. STRAUBE & A.L. ROOS (Eds.). Ornitologia e conservação: da ciência às

506

estratégias. Tubarão, Editora Unisul, 344p.

22


Anexo I.- Assembléia de aves atropeladas entre as BRs 392 e 471. Abundância absoluta (abundância relativa). Dados padronizados. Espécies TINAMIDAE Nothura maculosa (Temminck, 1815) ANHIMIDAE Chauna torquata (Oken, 1816) PHALACROCORACIDAE Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) ARDEIDAE Ixobrychus involucris (Vieillot, 1823) Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) ACCIPITRIDAE Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) FALCONIDAE Caracara plancus (Miller, 1777) Milvago chimango (Vieillot, 1816) ARAMIDAE Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) RALLIDAE Aramides sp. Aramides ypecaha (Vieillot, 1819) Pardirallus maculatus (Boddaert, 1783) Pardirallus sanguinolentus (Swainson, 1837) Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758) Fulica rufifrons (Philippi & Landbeck,

Área Urbana

Cultivo de Arroz

Campo 1

Campo 2

Áreas úmidas 1

2 (0.25)

1.5 (0.060)

1.8 (0.147)

0.8 (0.056) 0.4 (0.017)

Áreas úmidas 2

30 2.0 (0.156)

0.1 (0.004)

0.2 (0.013)

7 2

0.8 (0.034) 0.4 (0.017)

2 1 1

0.2 (0.008) 0.5 (0.020)

0.4 (0.017) 0.9 (0.067) 0.8 (0.056) 0.4 (0.017)

6 7

0.3 (0.012) 0.2 (0.008)

1.4 (0.111) 0.3 (0.022)

8 3

0.9 (0.067)

5

0.3 (0.022)

1 1 1

0.1 (0.004)

0.1 (0.004)

0.8 (0.056) 0.4 (0.017)

0.1 (0.004)

1 (0.13)

Total

0.2 (0.013)

0.4 (0.017) 0.8 (0.034) 0.4 (0.017)

1 4 1 23


1861) CHARADRIIDAE Vanellus chilensis (Molina, 1782) JACANIDAE Jacana jacana (Linnaeus, 1766) COLUMBIDAE Columbina talpacoti (Temminck, 1811) Columbina picui (Temminck, 1813) Leptotila sp. PSITTACIDAE Myiopsitta monachus (Boddaert, 1783) CUCULIDAE Coccyzus melacoryphus (Vieillot, 1817) Guira guira (Gmelin, 1788) TYTONIDAE Tyto alba (Scopoli, 1769) STRIGIDAE Bubo virginianus (Gmelin, 1788) Athene cunicularia (Molina, 1782) Rhinoptynx clamator (Vieillot, 1808) Asio flammeus (Pontoppidan, 1763) CAPRIMULGIDAE Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) PICIDAE Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) Colaptes campestris (Vieillot, 1818) FURNARIIDAE Furnarius rufus (Gmelin, 1788) Phleocryptes melanops (Vieillot, 1817) Synallaxis spixi (Sclater, 1856)

0.1 (0.004) 0.2 (0.013)

0.4 (0.017)

2

1.6 (0.069)

5

0.4 (0.017) 0.4 (0.017) 0.6 (0.044)

2 1 4

0.2 (0.008) 0.1 (0.004) 0.4 (0.016)

4

0.2 (0.008) 2.4 (0.096)

2.4 (0.200)

3.1 (0.223) 1.2 (0.052) 1.4 (0.111)

2 51

0.3 (0.012)

0.3 (0.027)

0.4 (0.017)

6

0.1 (0.004) 0.2 (0.008) 0.1 (0.004) 0.1 (0.004)

0.3 (0.027) 0.2 (0.013)

0.1 (0.004)

0.3 (0.027)

0.3 (0.022)

4 4 2 1

0.3 (0.022)

4

0.8 (0.056) 0.4 (0.017)

0.8 (0.056)

1 2

1.5 (0.111) 2.3 (0.103) 0.3 (0.022) 1.6 (0.069) 0.8 (0.056)

44 4 1

0.2 (0.008) 1 (0.13)

1.8 (0.072)

2.6 (0.213)

24


TYRANNIDAE Pseudocolopteryx sclateri (Oustalet, 1892) Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Tyrannus savana (Vieillot, 1808) HIRUNDINIDAE Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) TROGLODYTIDAE Troglodytes musculus (Naumann, 1823) TURDIDAE Turdus rufiventris (Vieillot, 1818) Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850) EMBERIZIDAE Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) Sicalis luteola (Sparrman, 1789) Sicalis sp. Sporophila collaris (Boddaert, 1783) Sporophila sp. Paroaria coronata (Miller, 1776) ICTERIDAE Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819) Pseudoleistes sp. Agelaioides badius (Vieillot, 1819) Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) Sturnella superciliares (Bonaparte, 1850) PASSERIDAE Passer domesticus (Linnaeus, 1758)

0.4 (0.017)

1 (0.13)

1 (0.13)

0.1 (0.004) 0.5 (0.020) 1.5 (0.060)

0.3 (0.027)

0.3 (0.022) 0.4 (0.017) 0.8 (0.056) 2.3 (0.103) 0.9 (0.067) 0.3 (0.022)

0.1 (0.004)

1

0.2 (0.008)

3 0.2 (0.013)

0.1 (0.004) 0.8 (0.067)

9.4 (0.375)

1.0 (0.080)

1.4 (0.056)

1 2

0.8 (0.056)

0.8 (0.032) 0.1 (0.004) 0.3 (0.012) 0.2 (0.008) 0.1 (0.004) 0.7 (0.028)

0.1 (0.004) 0.1 (0.004) 2 (0.25)

1 2 6 28 1

0.8 (0.056)

14 1 4 2 1 7

1.5 (0.111) 5.0 (0.224) 2.6 (0.200) 0.3 (0.022)

0.4 (0.017)

124 1 1 2 2

0.8 (0.056) 1.2 (0.052)

26

0.2 (0.013)

0.2 (0.013) 0.2 (0.013)

1.0 (0.080)

25


CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ECOLOGIA DE ESTRADAS Universidade Federal de Lavras Departamento de Biologia Setor de Ecologia Campus Universitรกrio, Lavras / MG, 37200 000 Homepage: http://cbee.ufla.br Email: cbee@dbi.ufla.br

Monografia | 2009


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