História da tatuagem

Page 1

Significado tatuagem

Hist贸ria da tatuagem Ponto de Vista Hist贸rico e Religioso


História da Tatuagem A tatuagem já foi usada para identificar bandidos e enfeitar poderosos; para juntar tribo e afugentar inimigos; para mostrar preferências e esconder imperfeições. O que não mudou quase nada foi a técnica de aplicação de tinta na pele. Passados mais de 4 mil anos, ela ainda é feita por meio de agulhas que perfuram a derme. Perseguida em vários momentos da história, a prática foi banida por decreto papal no século 8 e na Nova York do século 20. Apesar disso, é difícil encontrar quem nunca tenha pensado em fazer uma.

>> Entre 2160 a.C e 1994 a.C. Múmias de mulheres egípcias, como a Amunet, possuem traços e inscrições na região do abdómen. >>> Há mais de 2.400 anos Múmias encontradas nas montanhas de Altais, na Sibéria, apresentam ombros tatuados com animais, reais e imaginários >>> Entre 509 aC e 27 aC Os imperadores romanos determinam que, para não serem confundidos com súditos mais bem afortunados, prisioneiros e escravos sejam tatuados >>> 787 Sob a alegação de ser coisa do demônio, o papa Adriano I proíbe as pessoas de se tatuarem >>> Entre os séculos 15 e 17 Durante a invasão da Bósnia e Herzegovina pelos turcos otomanos, os católicos tatuavam cruzes como forma de evitar ter de rezar para Alá


>>> 1600 Com o fim das guerras feudais no Japão, os serviços dos samurais tornaram-se desnecessários. Surge, então, a Yakuza, a máfia japonesa

>>> 1769 Em expedição à Polinésia, o navegador inglês James Cook nota a tradição local de marcar o corpo com tinta. Na língua local, chamam isso de "tatao"

>>> Entre 1831 a 1836 A bordo do HMS Beagle, Charles Darwin registra que a maioria dos povos do planeta conheciam ou utilizavam algum tipo de tatuagem

>>> 1891 O americano Samuel O’Reilly patenteia a máquina de tatuar. Trata-se de uma adaptação de uma invenção de Thomas Edison . >>> 1928


Em Chicago, um caminhão com peles tatuadas é roubado. A coleção pertencia a Masaichi Fukushi, médico japonês que estudava como a tatuagem ajudava a preservar a pele >>> 1942 Durante a Segunda Guerra, os nazistas tatuavam um número no corpo dos judeus para identificá-los como prisioneiros nos campos de concentração.

>>> 1959 Chega ao Brasil o dinamarquês Knud Gegersen, o primeiro tatuador profissional a atuar no país. >>> 1961 Depois de um surto de hepatite B, a Secretaria da Saúde de Nova York proíbe a realização de novas tatuagens na cidade .

>>> 1999 A empresa de brinquedos Mattel lança a Barbie Butterfly Art, boneca que vinha com uma tatuagem lavável .


>>> dezembro de 2009 Ao passar 52 horas tatuando o corpo de Nick Thunberg, o americano Jeremy Brown bateu o recorde mundial de sess達o mais longa, que era de 43h50min, estabelecido em 2006.


Ponto de Vista Religioso

CRISTIANISMO Historicamente, o declínio na tatuagem tribal na Europa ocorreu com a expansão do Cristianismo. No entanto, alguns grupos cristãos como os Cavaleiros de São João de Malta ainda tinham o costume de fazer tatuagens em seus membros. O declínio ocorreu em outras culturas durante a tentativa europeia de se converter povos aborígenes ao cristianismo, alegando que as práticas de se fazer tatuagens eram práticas pagãs. Em algumas culturas indígenas a tatuagem era realizada no contexto da passagem da infância para a fase adulta.

Tatuagem Tatuagem como Cristã ritual de passagem da infância para a fase adulta

A maioria dos cristãos não vê problemas com a prática, enquanto uma minoria usa a visão dos Hebreus contra as tatuagens baseado no livro de Levítico da Bíblia. Não há proibição por parte da Igreja Católica contra as tatuagens, não sendo considerada sacrilégio, blasfêmia ou obscena.


MÓRMONS

Os membros da A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias são avisados por seus líderes a não tatuar seus corpos. Os mórmons acreditam que o corpo é um templo sagrado, assim dito no Novo Testamento , e que seus fiéis devem deixar seus corpos limpos. A prática da tatuagem é desencorajada e não recomendada.

ISLAMISMO Os islâmicos seguem as leis do Alcorão, e os Ditos do Profeta Mohamad. Se uma situação ou caso não estão nem no Alcorão nem nos Ditos do Profeta, eles seguem o veredito das autoridades religiosas locais, onde decidem sobre casos e situações sociais e culturais. Há pouco menos de dois anos, o Irão proibiu tatuagens nas suas universidades. Sempre que se fala em tatuagem no islamismo refere-se a tatuagem permanente. Só é permitida o uso de tatuagens às desde

que

não

estejam

sob

mulheres, regimes

fundamentalistas, é permitido e incentivado a tatuagem com henna.

Mulher muçulmana tatuando com henna


As tatuagens são proibidas no Sunismo, mas permitidas no Xiismo. Vários muçulmanos sunitas acreditam que se tatuar é um pecado, pois isso envolve em mudar a criação de Alá (Surah 4 Verso 117-120). No entanto existem opiniões diferentes entre os sunitas do porque as tatuagens serem proibidas. JUDAÍSMO

Exemplo de tatuagem de identificação usada nos campos de concentração.

As tatuagens são proibidas no Judaísmo baseado no livro de Levítico do Torah (19:28). A proibição é explicada por rabinos contemporâneos como sendo parte da proibição geral de modificações do corpo (com a exceção do ritual da circuncisão) que não sejam feitas por razões médicas. Maimonides, líder judeu do século 12, explicou que a proibição da tatuagem é uma resposta judia contra o paganismo. Nos tempos modernos, a associação da tatuagem com o Holocausto e com os campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, devido ao fato dos prisioneiros serem tatuados para identificação, fez com que a tatuagem seja vista com um nível maior de repulsa dentro da religião. A crença de que qualquer judeu com tatuagens não poder ser enterrado em cemitérios judaicos é um mito.


HINDUÍSMO

N o Hinduísmo, fazer uma marca na testa é encorajada, pois se acredita que isso aumente o bem-estar espiritual. Várias mulheres hindus tatuam seus rostos com pontos, especialmente ao redor dos olhos e queixo, para espantar o mal e aumentar a beleza. Tribos locais usam a tatuagem para se diferenciar de certos clãs e grupos étnicos. Uma das deusas do Hinduísmo, Lirbai Mata, é representada com tatuagens nos braços e nas pernas. Ela é venerada pelos grupos Marwari e Rabari. No hinduísmo, assim como no budismo, não apenas a arte de desenhar na pele não é condenada como é incentivada e faz parte dos ritos da religião. As mulheres hindus tatuam os rostos com pontos, especialmente ao redor dos olhos e do queixo, para


espantar o mal e ficarem mais bonitas. Clãs e grupos étnicos usam tatuagens como identificação e para se diferenciarem entre si.

Um dos semi-deuses hindus mais conhecidos, Ganesha — o primeiro filho de Shiva e Parvati, mestre do intelecto e da sabedoria e deus da boa fortuna — possui uma tattoo entre os os olhos e na tromba.

BUDÍSMO

Tatuagens são comuns entre budistas. Alguns monges budistas expressam seus votos religiosos e devoção através de tatuagens.


Entre os budistas a cultura da tatuagem é tão forte que já existem até algumas imagens religiosas com tatuagens. Como essa do Fudô Myoo (ou Acala), deidade do budismo, um dos Cinco Reis da Sabedoria do Reino do Ventre.

Entre os não-budistas, orientais e ocidentais, um dos símbolos da religião é muito usado em tatuagens: a flor de lótus. O significado mais importante da flor de lótus para os budistas é a pureza, do corpo e alma. A água lodosa que acolhe a planta é associada ao apego e aos desejos carnais, e a flor imaculada que desabrocha sobre a água em busca de luz é a promessa de pureza e elevação espiritual. É associada à figura de Buda e aos seus ensinamentos e, por isso, são flores sagradas para os povos do oriente. Diz a lenda que quando o menino Buda deu os primeiros passos, em todos os lugares que pisou, flores de lótus desabrocharam.


Significado da âncora

mini âncoras, usadas como tattoo de compromisso

Segundo o Dicionário de Símbolos, âncora significa firmeza, tranquilidade e fidelidade. Representa a parte estável do nosso ser, o que se mantém firme em meio a tempestades. Pelo mesmo motivo pode ser considerada um atraso, uma barreira. Para os marinheiros, a âncora é o último refúgio, a esperança na tempestade.


Há uma outra representação que separa a âncora em duas partes. O semi-círculo virado para cima (o mundo espiritual) é coroado pela cruz da matéria, que representa a existência real e contínua no mundo material. Essa combinação cria a cruz da escora, um símbolo cristão da esperança do tempo em que os cristãos do império romano tiveram que praticar sua religião em segredo por causa das perseguições. Segundo Hebreus 6:19, “Nós temos a esperança como uma âncora para a alma, firme e segura” referindo-se à inabalável presença de Deus nos corações dos homens.

Nos contos marítimos dizem que o primeiro marinheiro a tatuar uma âncora atravessou o Oceano Atlântico e voltou para casa em segurança. Desde então virou quase obrigatória entre os “homens do mar”, e passou a simbolizar a passagem de novato para experiente. Há uma infinidade de tattoos de âncora, coloridas e grandes combinadas com outros desenhos e as mini tattoos, mais simples, comuns em pulsos, dedos, nucas e tornozelos. É quase febre.


Tatuagens de Cervo e Veado

Este post é para quem conhece conhece bem o que o cervo pra quem não sabe nada além mostra. Na verdade, os

mitologia celta e que representa, mas também é do que o filme Bambi primórdios do aparecimento de desenhos de cervos podem ser encontrados na caverna de Les Trois-Frères, na França, o que prova a existência desses animais por volta do ano 14mil a.C e que, pelo estudo de cientistas no local, desde então a figura do cervo, também conhecido como veado, foi associada à sexualidade masculina.


Voltando à mitologia celta, um dos festejos típicos, chamado Fogueiras de Beltane, representava justamente o encontro do Gamo Rei (gamo é um animal semelhante ao cervo) com sua consorte, a Deusa, com o propósito de fecundidade da terra. Em uma certa data do ano (acredita-se que 1º de Maio no Hemisfério Norte e 1º de Novembro no Hemisfério Sul), fogueiras eram acessas para culto à Deusa. Na celebração participavam, predominantemente, mulheres virgens e rapazes, justificando o ápice da virilidade e fertilidade. Na cerimônia, os meninos participavam com o intuito de se passar da adolescência para a maturidade. O rapaz, veste a pele de um gamo e em um ato de bravura e coragem desafia um gamo real, o líder da manada, com o intuito de matá-lo. Se o garoto for vencedor, ele se torna então o Gamo Rei, representante do Deus e terá uma noite com a Virgem, representando a Deusa e o herdeiro que surgirá desse encontro disputará um dia o trono com o pai, uma disputa do Gamo Novo com o Gamo Velho.Apesar de a lenda contar sobre um rapaz representando o Deus e uma virgem representando a Deusa, todos que participavam das Fogueiras de uma forma ou de outra assumiam este papel. Era a celebração da fecundidade, pedindo a Deusa que abençoasse aquela terra e a provesse de uma boa colheita. As crianças que por ventura fossem geradas nas Fogueiras eram dedicadas ao serviço religioso: as meninas se tornavam sacerdotisas e os meninos, magos. Ao surgir o cristianismo e a cultura celta ser praticamente extinta, ainda foi rotulada de “bruxaria”. A representação de um ser chifrudo passou a ser conotação de demônio, que predomina até os dias atuais. Porém, na antiguidade, animais que possuíam galhos eram sinônimos de força, honra e virilidade. No budismo, considera-se que a missão de Buda se iniciou em um parte que veados. Inclusive até hoje um veado macho, particularmente um veado branco, está ligado, na cultura chinesa e japonesa, a deuses da longevidade. Ainda no âmbito religioso, é possível encontrar fontes que sugerem que a imagem de um cervo, se relacioNA com piedade, liberdade, solidão e pureza de vida.Para neutralizar a imagem de misticismo, artistas cristãos começaram a incorporar imagens de veados no seu trabalho. Enquanto o veado com chifres, ocasionalmente, representou o diabo, na maioria das vezes um veado foi utilizado como uma metáfora para Cristo – caçados e mortos para dar sangue (alimentos) para a humanidade.Na cultura indígena, vários são as referências sobre o animal. Os Pueblo, usavam frequentemente carne de veado em suas cerimônias e rituais. Os Sioux, acreditavam que o cervo tinha qualidades masculinas e femininas. Masculinas por causa da rapidez e femininas por terem poder sobre os homens. Acreditava-se na natureza dual do espírito dos cervos, aqueles com cauda branca, preconizavam companhia e o de cauda negra eram agouro de perigo e morte.No imaginário americano, o cervo é um animal que representa amor incondicional e bondade, ele cura feridas e emenda relacionamentos desgastados. (Quem se lembra da história de Harry Potter, em que o patrono do Tiago Potter era um veado e o de Lilian Potter era uma corsa? O patrono significa proteção e neste caso específico, amor eterno). Um último significado, coloca o cervo como representante da garra, graça, rapidez esuavidade. Estas são as maneiras de alcançar nossos objetivos sem usar a força.


Tatuagens de Fénix

As tatuagens de fênix são comuns por todo o mundo, desde a cultura oriental em tatuagens tradicionais japonesas, até na representação mais realista da ave lendária. A atribuição mais comum para as tatuagens de fênix é a vitória da vida sobre a morte e, principalmente, a capacidade de superar dificuldades, renascendo de suas cinzas. É símbolo de força, renascimento, renovação e imortalidade. Quando pensamos em fênix, geralmente nos vêm a impressão de cultura oriente. Em verdade, a tradição Taoísta do Feng Shui tem muito a ver com a fênix. Segundo o site Taoismo.org, “Feng Shui significa Vento e Água e seu estudo é originado de um texto conhecido como A Cultura do Dragão e da Fênix. Dragão e Fênix representam o encontro do Yin e do Yang. O Feng Shui está relacionado à cultura de renascimento e morte. A vida e a morte formam um sistema interligado. O Feng Shui trata tanto da vida quanto da morte. É utilizado para encontrar locais bons e favoráveis para enterros, ritos fúnebres, construção de residências e a própria transformação do espírito.” Na China antiga, a fênix também conhecida como Fenghuang foi representada como uma ave maravilhosa e transformada em símbolo da felicidade, da virtude e da inteligência. Na sua plumagem, brilham as cinco cores sagradas, o roxo, o azul, o vermelho, o branco e o dourado. A Fenghuang também simboliza a união de yin yang, aparecendo em tempos pacíficos e própseros mas se escondendo quando algum problema está por perto. Nanshan Jing registra que cada parte do corpo da Fenghuang simboliza uma palavra, a cabeça representa a virtude, a asa representa o dever, as costas representam a adequação, o abdome diz fé e o peito representa a clemência.


Mesmo sendo muito presente na cultura oriental, a fênix apareceu muito nas mitologias gregas e egípcias. Não importa a diferença das culturas, é unanimidade entre todas que a fênix morre queimada e renasce de suas próprias cinzas. Na mitologia grega, conta-se que a fênix vivia exatamente quinhentos anos e no final desse tempo, o pássaro queimava-se em uma pira funerária e renasciam dramaticamente de suas cinzas. A longa vida e o renascimento transformaram a fênix em um símbolo de imortalidade e renascimento espiritual. A fênix ainda possui outros detalhes interessantes, segundo a mitologia grega: suas lágrimas tem a capacidade de curar qualquer tipo de ferida ou doença e, além disso, ela também suportava cargas muito pesadas e dominava a Pirocinese, a arte de produzir e manipular o fogo. De acordo com a lenda grega, somente uma fênix poderia viver de cada vez.


Na mitologia egípcia, acredita-se que a ideia de fênix tenha vindo da ave Bennu, um pássaro parecido com uma garça, hoje extinta, que habitava o Egito. Curiosamente, chegada a hora de sua morte, o Bennu voava para Heliópolos, pousava sobre a pira do deus Rá (deus do Sol), construía uma pira com ramos de canela, sálvia e mirra e morria em suas chamas. Na mitologia, a ave era considerada a alma do deus Rá, que como o deus do Sol, nascia e morria todos os dias, em um ciclo perfeito. Cada tatuagem tem um significado para o tatuado, podendo muitas vezes não ter ligação alguma com os significados literais, citados no texto acima.

Tatuagens de penas Delicadas, símbolos de espiritualidade e com uma variedade imensa de cores, as tatuagens de penas são consideradas muito populares entre homens e mulheres de todo o mundo. A escolha da tatuagem de penas pode vir desde um parentesco indígena, simbolizar liberdade, sorte ou convicção. Índios costumam usar penas em roupas, armas e adereços, representando a sua comunicação com o mundo espiritual e os seus antepassados. Uma única pena caída pode expressar uma perda; e com mais alguns elementos – como um bracelete ou sementes e cordões – pode ser o símbolo da coragem de um guerreiro. As cores também mudam o significado da tatuagem: branco remete à inocência; vermelho ao amor. Amarelas e laranjas representam alegria e inteligência. Azul e verde simbolizam tranquilidade, e uma pena sombreada ou preta pode ser símbolo de simplicidade e liberdade. Os de pode A

significados variam ainda dependendo do tipo específico de pena que é escolhido. Uma pena águia, por exemplo, simboliza força e coragem, enquanto a do pavão, com todas as suas cores, simbolizar riqueza, renascimento e vaidade. pena de uma coruja carrega com ela diversos significados como a proteção contra maus espíritos e energias ruins, simbolizam também


mistério e sabedoria. Outra pena que pode ser retratada na pele é a da fênix, uma pena flamejante pode significar renascimento e imortalidade, ou uma nova fase na vida de quem a possui. Junto às penas, algumas pessoas ainda incluem alguns elementos, como as âncoras. Âncoras e penas podem significar perseverança e espiritualidade. As penas também são retratadas nos filtros dos sonhos, em diferentes quantidades que simbolizam o ar. É comum que pessoas incluam no desenho da tatuagem pequenos pássaros como parte da pena içando voo, simbolizando liberdade. Vale lembrar que os significados de tatuagem publicados são apenas referências, pois cada pessoa tem um significado próprio para sua tatuagem.


Tatuagens podem dificultar a previsão de cancro de pele Vocês já devem ter reparado em que, se há alguma pinta ou costuma aplicar pigmentação permaneça visível, mesmo após se Recomenda-se, aos tatuadores, marcas pré-existentes do tipo observar caso haja alguma da verruga, que pode indicar um Infelizmente, não são todos os esse cuidado e as consequências negativas.

fotografias de tatuagens verruga na pele, não se sobre ela para que fazer a tatuagem. que não tatuem sobre porque, assim, é possível mudança na coloração câncer de pele. tatuadores que tomam podem ser bem


HORIHIDE E A TRADIÇÃO JAPONESA

Kazuo Oguri, também conhecido como Horihide – seu nome como tatuador -, foi o primeiro tatuador japonês a viajar para os Estados Unidos após a Segunda Grande Guerra. Ele viajou em 1970 para o Hawaii para se encontrar com Sailor Jerry e ensiná-lo a arte japonesa – posteriormente, ele também foi mentor de Don Ed Hardy, aprendiz de Sailor Jerry que viajou ao Japão para conhecer melhor a tatuagem tradicional. Ele calcula que está com 86 anos e mesmo com a idade avançada ainda tatua diariamente. Oguri fundou o Instituto Japonês de Tatuagem e o Clube de Tatuagem de Tokai. O treinamento para se tornar um mestre tatuador, quando Oguri se tornou aprendiz, ainda conservava características do Japão feudal e o costume do aprendizado, chamado uchideshi, moldava não apenas as habilidades, mas a mente de quem se submetia ao duro sistema. Os pupilos viviam com seus mestres por um período de 5 anos e, depois, pelo primeiro ano em que trabalhavam de forma independente, doavam todos os seus ganhos para o mestre, em sinal de gratidão – um costume chamado oreiboko.


Quando pupilo, Oguri dormia no local de trabalho de seu mestre e, desejando tornar-se tatuador o mais rápido possível, pegava as ferramentas do mentor para praticar em suas próprias coxas, sem a tinta, imitando os movimentos que observava o mestre fazendo. A ferramenta que usava era um pequeno bastão de bambu, grosso e de comprimento de aproximadamente 20cm, para fazer o contorno (sujibori). A ponta do bastão era afiada e 6 ou 7 agulhas, com pontas que mediam entre 3 e 4mm, eram amarradas com uma linha de seda. Como não sabia manusear as ferramentas nem os ângulos corretos, às vezes ele penetrava demais a agulha em sua pele, que sangrava e inchava. As marcas de pequenos círculos e quadrados dos movimentos executados por Oguri ainda estão em suas coxas, apesar de esmaecidas pelo tempo. Nos primeiros 2 anos de aprendizado os pupilos devem apenas realizar tarefas como limpar a casa, segundo os mestres, para que possam desenvolver disciplina, uma vez que, aos tatuadores, não é permitido cometer erros. Somente se completar os 2 anos iniciais é que o mestre o ensinará a tatuar aos poucos. Durante esse período, Oguri podia treinar esboços com base nos desenhos de seu mestre, após o dia de trabalho. Se ele não tivesse mais tarefas a fazer durante o dia, podia sentar e observar o mestre trabalhar à distância. Não é de se admirar que muitos acabassem desistindo do aprendizado e fugindo. Oguri relata que seu mestre gritava e batia nele sem motivo aparente, mas ele aguentava, por acreditar que estaria treinando sua mente para o futuro. Acordando todos os dias às 5 da manhã, o aprendiz varria toda a casa e o lado de fora, além de limpar o chão com um pedaço de tecido. No inverno, seus dedos ficavam dormentes pela água fria e feridos. Não lhe era permitido comer mais que uma tigela de sopa e uma refeição com arroz, pois ele estava em treinamento e a quantidade de alimentos era escassa, logo após a Segunda Guerra. Oguri conta que tinha 19 anos e estava sempre com fome. E ainda que odiasse seu mestre durante o tempo em que foi aprendiz, hoje, ao olhar para trás, diz ter vergonha dos sentimentos negativos que nutrira.


A tatuagem foi proibida no Japão no início da era Meiji, ainda no século XIX, e a lei só foi revogada em 1948, durante a ocupação do país pelas Forças Aliadas, após a Segunda Guerra.


Assim, tatuadores no Japão trabalhavam em suas casas para não chamar a atenção, sem fazer uso de propagandas nem placas, sendo possível chegar até eles apenas por indicação de alguém que já tivesse se tatuado. Os clientes que chegavam ao “estúdio” faziam hitoppori (termo em japonês para ser tatuado pelo período de 2 horas a cada dia). Se o trabalho feito fosse muito grande, marcavam-se hitoppori a cada 3 dias. Atualmente, o número de tatuadores que se submetem ao aprendizado tradicional é bastante reduzido e quase não há mais os que fazem o contorno por meio dotebori, optando pelas máquinas elétricas. Oguri também lamenta que a maioria apenas copie os desenhos já feitos, sem saber trabalhá-los nem criá-los diretamente na pele. Muitos dos significados e dos conhecimentos tradicionais também se perderam e aponta alguns erros que vê com frequência em dias atuais: as carpas subindo a correnteza, por exemplo, não podem ser representadas junto com peônias, mas a migração das carpas ocorre durante o outono, quando não há peônias, e a carpa deveria ser acompanhada por folhas de carvalho; cobras não podem ser vistas junto com flores de cerejeira, pois a cobra hiberna durante o período em que as cerejeiras florescem. Oguri acredita que as tatuagens devem poder ser apreciadas à distância com o passar dos anos, por isso não podem ser extremamente detalhadas, mas com traços grossos. “Como esculturas, as tatuagens devem ser rudes e drásticas de certa forma”,

Cuidados tatuagem

antes

e

pós-

ANTES Certos cuidados devem ser tomados antes de se fazer uma tatuagem. Primeiramente deve-se se fazer uma pesquisa e visitar os possíveis estúdios de tatuagens a serem escolhidos, procurando saber se eles são certificados pela Anvisa e se seguem todas as normas e regulamentações de segurança determinadas pelo órgão, como ter um ambiente esterilizado e o uso de materiais descartáveis utilizados para a realização da tatuagem, por exemplo. É possível consultar se o estúdio escolhido é certificado pela Anvisa através de seu site. Também é importante fazer uma pesquisa de preço, consultando diferentes estúdios e não dar preferência para aqueles que cobram mais barato, lembrando que a tatuagem é algo permanente e que muitas vezes o barato pode sair caro. DEPOIS Vários são os cuidados a serem tomados depois de se realizar a tatuagem, sendo extremamente recomendável seguir as orientações passadas por tatuadores profissionais no


que se deve fazer depois de realizar o procedimento. Em casos adversos e não esperados, procure um médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. FILME PLÁSTICO Muitos tatuadores recomendam o recobrimento do local da tatuagem recém-feita com plástico de embalar alimentos, por pelo menos três dias. No entanto, nem todos os tatuadores compartilham da mesma opinião, pois alega-se que a pele recoberta por plástico, com resíduos de pele e líquidos (linfa, sangue, tinta, suor) podem gerar uma ambiente propício para a formação de colônias de bactérias. Alguns recomendam manter por no mínimo cinco horas, tempo suficiente para cicatrização inicial, e depois retirar só recolocando à noite para não grudar no lençol, no primeiro ao terceiro dia. A recomendação de uso do plástico também está associada ao contato da tatuagem recente com tecidos: a cicatrização que pode ocorrer logo após o processo ou à noite, com vazamento de linfa e consequente aderência do lençol ou roupa ao desenho, gera o risco de remoção da camada (epiderme e derme ) superficial onde estão alojadas as tintas. A consequência pode ser a formação de falhas em alguns pontos LAVAGEM Deve-se lavar a região com sabonete neutro durante o banho, após algumas horas, para manter o local limpo, já que a pomada também sairá na lavagem. Além disso, os resíduos podem criar uma superfície de risco por falta de assepsia.

ÁGUA A água é um elemento importante para o processo químico de cicatrização, fazendo parte da cadeia de fixação do colágeno. A pele muito seca pode perder mais células ou demorar mais para cicatrizar. Por outro lado, o excesso de água também prejudica, ao amolecer a casquinha. Por isso, é muito importante não deixar a tatuagem exposta ao sol, não ir à praia, piscinas, saunas, nem tomar banhos longos, e não esfregar com buchas abrasivas ou sabonetes fortes. Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. CROSTA Não se deve puxar a crosta. É o conselho de todo tatuador. Para algumas pessoas, uma tarefa fácil. Para outras, nem tanto: é um ritual viciante e somado à curiosidade, puxar as crostas para que "cicatrize logo" pode abrir buracos nos desenhos, mesmo quando a crosta parece fina e superficial. Além disso, uma coceira frequente devido à retração da pele provoca o desejo de se encravar as unhas no local. Via de regra, jamais arranque a crosta. ALIMENTAÇÃO


Deve-se tomar cuidado com a ingestão de alimentos que possam causar alergia no período de cicatrização do trabalho, pois em algumas pessoas a pele pode adquirir um comportamento reativo e comprometer o resultado da tatuagem. Costuma-se recomendar a suspensão de alimentos muito gordurosos, carne de porco, frutos do mar, comida japonesa , chocolates e pimentas.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.