Rosana estigma sobre pessoas com hiv

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Prefeitura do Municipal de São Paulo Secretaria Municipal da Saúde Programa DST/AIDS Autores: DEL BIANCO, Rosana ¹ Coautores: MONTEIRO, Celso Ricardo¹; BARROS, Cláudia R. S.³; GUTIERREZ, Eliana B. 1,2

¹ Secretaria Municipal da Saúde - Programa Municipal de DST/Aids, São Paulo ² Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo ³ Universidade Católica de Santos

ESTIGMA SOBRE PESSOAS COM HIV RESISTE A MAIS DE 30 ANOS DE EPIDEMIA

Email: rosanab@prefeitura.sp.gov.br

INTRODUÇÃO

RESULTADOS

Após 33 anos de epidemia de aids ainda convivemos com o estigma e a discriminação que atingem as pessoas que vivem com HIV (PVHIV) e os gays, uma das populações chave da epidemia. Informações sobre conhecimento, atitudes e práticas sexuais, inclusive estigma e discriminação, são importantes para subsidiar o enfrentamento da epidemia. O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde (DDAHV) realizou, em 2004, 2008 e 2013 a Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas (PCAP) porém sua metodologia não permite a desagregação de dados para análise por município. Para orientar o enfrentamento do HIV no Município de São Paulo (MSP) realizamos a PCAP-MSP em 2014.

75% concordam que um casal gay adote uma criança, com as maiores proporções de concordância entre mulheres, jovens de 15 a 24a, pessoas das classes A e B; 84% teriam amigos gays, entretanto mais homens, pessoas de 50 a 65 anos e das classes D e E não teriam amigos gays de jeito nenhum; 90% concordam que seus filhos frequentem a mesma escola de uma criança com aids, e a concordância foi maior entre homens, pessoas de 25 a 49 anos e das classes B e C; 90% concordam que uma professora com aids e que não está doente deve dar aulas, e esta concordância foi maior entre as pessoas de 25 a 49 anos e das classes A, B e C; apenas 71% comprariam frutas e legumes de um vendedor que estivesse com AIDS.

OBJETIVOS Avaliar o estigma e a discriminação contra as PVHIV e os gays entre os residentes do MSP. Metodologia. Inquérito domiciliar, com homens e mulheres de 15 a 64 anos residentes no MSP. A amostra representativa de 4318 sujeitos foi baseada nos setores censitários do Censo 2010. Os dados foram descritos por meio de proporções e o teste de hipótese utilizado foi o Qui-quadrado de Pearson.

prefeitura.sp.gov.br/saude

CONCLUSÃO Observamos elevado grau de concordância, embora heterogêneo, com atitudes que se traduzem em reconhecimento dos direitos das PVHIV e dos gays no MSP. Além disso, ainda há extensa falta de conhecimento sobre a doença e suas formas de transmissão, que reforçam o estigma e a discriminação. Para atingirmos o sucesso no enfrentamento do HIV é necessário ampliar a divulgação de informações sobre o HIV e sua transmissão e, principalmente, combater ativamente o estigma e a discriminação que atingem as PVHIV e as populações chave, dentro do quadro dos Direitos Humanos. Aqui destaca-se o direito das pessoas em atuarem profissionalmente, conforme sua área, pois a discriminação não pode ser fator impeditivo para o direito ao trabalho e renda, por exemplo. Observa-se com o presente trabalho, o que há de informação no contexto ampliado da cidade, considerando a importância que cada sujeito oferta ao conhecimento que possui. É, portanto, urgente, a sinergia das informações concentradas na PACAP com os outros instrumentos de gestão, nos níveis local e central, uma vez que a atuação do Programa de DST/AIDS deve orientar-se pela necessidade de resposta adequada à epidemia de HIV/DST/Aids. Contudo, vale lembrar que o preconceito e a discriminação causam impacto de grande ordem na vida das pessoas, alterando entre outras, a sua relação com a sociedade. Nesse contexto, a atuação conjunta dos diferentes atores, implica ainda em incidir sobre a garantia de direitos básicos e fundamentais das PVHIV, destacadamente, os já assegurados pelo marco legal. A multiplicação abrangente de informações relacionadas ao tema deve, portanto, ser considerada essencial no que tange os planos de trabalho, em consonância com os instrumentos já estabelecidos no âmbito da resposta à epidemia.

Referências Berquó E, Barbosa RM; Lima LP; Grupo de Estudos em População, Sexualidade e Aids. Uso do preservativo: tendências entre 1998 e 2005 na população brasileira. Rev. Saúde Pública 2008; 42(supl.1). BEMFAM. Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil. Brasil. Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde: Uma análise do nível de conhecimento e comportamentos de vulnerabilização. Rio de Janeiro: 1997 Bastos F. I. et al. Comportamento sexual e percepções sobre HIV/Aids no Brasil. Rev. Saúde Pública, [S.l.], v. 42, Supl. 1, p. 1-2, 2008.


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