Luciana partiu prevenção a informação tá na mão o uso de aplicativos

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Autor: ABREU, Luciana O.P. ¹ Coautores: MATHIAS, Augusto ¹ ; SILVA, Adriano Q. ¹ ; ZAMPIERI, Talmany ³ ; SPIASSI, Ana Lucia¹; GUTIERREZ, Eliana B. ¹,³

Prefeitura do Municipal de São Paulo Secretaria Municipal da Saúde Programa DST/AIDS ¹ Secretaria Municipal da Saúde - Programa Municipal de DST/Aids, São Paulo ² Secretaria Municipal da Saúde - Centro de Testagem e Aconselhamento Henfil, São Paulo ³ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo

Email: dstaids@prefeitura.sp.gov.br

INTRODUÇÃO O Brasil foi pioneiro na resposta à AIDS e, recentemente, tem notado um aumento nas infecções entre jovens, principalmente homens gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), sobretudo na faixa de 15 a 24 anos. No Município de São Paulo (MSP), entre 2005 e 2012, na população de 13 a 19 anos, tivemos um aumento de 125% do número de casos de aids no sexo masculino. Os resultados da Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas (PCAP), realizada recentemente pelo Programa Municipal de DST/Aids (PM DST/Aids), apontam que quase 100% dos entrevistados concordam que o preservativo é a melhor forma de prevenção ao HIV, mas apenas 46% usaram o preservativo na última relação sexual. Além disso, entre os 94% que declararam ter vida sexual apenas 39% usaram o preservativo na primeira relação. O consenso britânico, publicado em janeiro de 2013 pela British HIV Association (BHIVA) e Expert Advisory Group on Aids (EAGA), afirma que os preservativos continuam a ser a forma mais eficaz de evitar a propagação de outras doenças sexualmente transmissíveis. No entanto, ao falar sobre possibilidades complementares de prevenção, reconhece que a falha no uso da camisinha é real. Outros métodos de prevenção, como o gerenciamento de risco e a Profilaxia Pós-Exposição (PeP) são complementares ao preservativo e devem ser amplamente divulgados. A tecnologia móvel tornou o processo de comunicação mais dinâmico e possibilita que as informações estejam disponíveis 24 horas por dia, com mais rapidez e segurança do que antigamente. São 263 milhões de celulares em território nacional, mais de 1,3 aparelhos por habitante, e isto, sem dúvida, revela a nova tendência do uso do equipamento como fonte de informação e auxílio na tomada de decisões. Os dispositivos móveis estão cada vez mais presentes na vida dos jovens brasileiros. Em 2013, a E.life Consumer-centered Monitoring realizou uma pesquisa qualitativa sobre os principais hábitos e preferências dos jovens ao utilizar tablets e smartphones. Segundo o estudo, os apps de comunicação, utilitários e de produtividade são os mais utilizados. Os aplicativos mais usados por brasileiros na faixa etária dos 15 aos 24 anos são os de música/vídeos/fotos (93%), de mapas (91%) e de jogos (90%).

prefeitura.sp.gov.br/saude

#PARTIUPREVENÇÃO: A INFORMAÇÃO TÁ NA MÃO! O USO DE APLICATIVOS PARA GERENCIAMENTO DE RISCOS E PREVENÇÃO ÀS DST/AIDS ENTRE JOVENS OBJETIVOS Ampliar o acesso à informação, adequando as estratégias de comunicação, com linguagem contemporânea e mais assertiva que dialogue com os jovens.

METODOLOGIA O Programa Municipal de DST/Aids (PM DST/Aids) constituiu um Grupo de Trabalho que teve na sua composição pessoas de populações-chave, como homens que fazem sexo com homens (HSH), principalmente jovens, para a construção de um aplicativo (app) gratuito, destinado ao gerenciamento de risco para a infecção por DST e HIV, baseado em experiências anteriores e vivencias do grupo.

RESULTADOS O PM DST/Aids elaborou um app com informações sobre DST/aids. Até o momento, foram definidos conteúdo, usabilidade e sistemas operacionais (IOS, Android e Windows Phone). Atualmente, a Apple conta com mais de 600 mil apps, seguida pelo Google, que opera com sistema Android, com mais de 400 mil apps e pelo Windows Phone, com pouco mais de 150 mil apps. A atualização e o monitoramento estatístico serão periódicos e o próximo passo é a contratação de empresa especializada para o desenvolvimento do app, em 2015. Posteriormente, ocorrerá a divulgação, via QR Code, em todos os canais de comunicação do PM DST/Aids, incluindo materiais impressos.

CONCLUSÃO O Brasil possui hoje mais de um celular por pessoa, o que revela a nova tendência de seu uso como fonte de informação e, neste caso, poderá auxiliar na tomada de decisões. Estudo americano relatou que o uso de app como fonte de informação sobre DST/aids conseguiu transmitir a mensagem para 90% dos jovens que participaram do estudo. É necessário superar o discurso rígido e adotar outras abordagens, que reconheçam que o preservativo nem sempre é utilizado nas relações sexuais, mas que o indivíduo pode buscar alternativas para reduzir o risco de infecção pelo HIV. Os app permitem uma troca de informações em tempo real, além de possibilitar mudança de escolhas. Um dado captado, processado e convertido em informação acaba gerando uma ação por parte destes usuários. Atualmente, o PM DST/Aids investe em mídias sociais como estratégia de divulgação de informações sobre DST/HIV/aids. Além do app, tem como proposta a ampliação das redes sociais institucionais e o estabelecimento de parcerias com perfis, páginas e app específicos para HSH. Espera-se, com este app, aumentar a comunicação e a informação, em especial com as populações-chave da epidemia.

Referências CASTIEL, L. D. Living among exposures and ailments: the theory of risk relativity. História, Ciências e Saúde – Manguinhos, III (2):237-264, 1996. < http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v3n2/v3n2a03^>. Acesso em: 06/08/2014 DE LUIZ, G. M. Y SPINK, M. J. O gerenciamento dos riscos no cenário da aids: estratégias adotadas por homens que fazem sexo com homens em parceria casual. Athenea Digital, 13(3), 39-56, 2013. <http://dx.doi.org/10.5565/rev/athenead/v13n3.950>. Acesso em: 01/08/2014 HINE, C.Virtual methods. Issues in social research on the internet New York: BERG.2005< http://cyberlabnau.files.wordpress.com/2012/11/hine-c-virtual-methods.pdf>. Acesso em: 04/08/214 LOURES, L. Política de prevenção ao HIV deve priorizar gays? Sim. É possível acabar com a epidemia de aids. Folha de São Paulo – Opinião, Tendências/Debates, São Paulo, 2014. <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/08/1494718-politica-de-prevencao-ao-hiv-deve-priorizar-gays-sim.shtml>. Acesso em: 04/08/2014 RODRIGUES, L. Brasil Link, Como os jovens brasileiros usam dispositivos móveis. http://brasillink.usmediaconsulting.com/2013/11/como-os-jovens-brasileiros-usam-dispositivos-moveis/#. Acesso em: 04/08/2014

Secretaria Municipal da Saúde - Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST do Município de São Paulo, Ano XVII, nº16. Junho de 2013


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