Eliana dst na cidade de sao paulo

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Prefeitura do Municipal de São Paulo Secretaria Municipal da Saúde Programa DST/AIDS Autores: GUTIERREZ, Eliana B.1,2 Coautores: BASSO, Cáritas R.1; PINTO, Valdir M.1, 3

¹ Secretaria Municipal da Saúde - Programa Municipal de DST/Aids, São Paulo ² Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo ³ Programa Estadual de DST/Aids, São Paulo

DST NA CIDADE DE SÃO PAULO: ESTAMOS ORIENTANDO CORRETAMENTE AS PESSOAS?

Email: patcarla@prefeitura.sp.gov.br

INTRODUÇÃO

RESULTADOS

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) continuam atingindo, silenciosamente, milhões de pessoas no mundo e são grande problema de saúde pública. A falta ou o tratamento inadequado das DST pode resultar em várias afecções como doença inflamatória pélvica, abortos, infecções congênitas, além de aumentar o risco de transmissão do HIV. No Brasil, a situação epidemiológica não é bem conhecida, devido à escassez de estudos de prevalência de bases populacionais.

Dentre a população entre 15 e 64 anos, que iniciou vida sexual, 6,3% declararam ter tido pelo menos uma DST durante a vida, sendo 8,2% entre os homens e 4,3% entre as mulheres (Tabela 1). Cerca de 3% das mulheres referiram feridas nos genitais, 1,3% verrugas e 0,8% bolhas; aproximadamente 6% dos homens relataram corrimento uretral e destes 17% não buscaram tratamento; 98% das mulheres e 74% dos homens buscaram, primeiramente, médico para tratamento da DST. Mais de dois terços as mulheres (72%) e 63% dos homens foram orientados a usar preservativos e comunicar suas parcerias sexuais (Tabela 2) e estes percentuais de orientações, decresceram conforme aumentaram as idades, variando de quase a totalidade entre 15 e 24a para praticamente 50% de 50 a 64anos; 50% das mulheres de 50 a 64a não receberam informações para realizar testes para HIV, sífilis e hepatites e, entre os homens de 15 a 24a, 70%, 80% e 90%, não foram orientados a fazer testes para HIV, sífilis e hepatites, respectivamente (Tabela 3). Enquanto nas regiões Norte e Centro-Oeste, 100% das mulheres com DST foram orientadas a usar preservativos, esta orientação foi feita apenas para 29,4% da região Leste.

OBJETIVOS Descrever, em pessoas que iniciaram vida sexual, a ocorrência de DST e as orientações recebidas dos profissionais de saúde.

METODOLOGIA Análise das informações sobre DST obtidas na Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas (PCAP) no MSP, realizada em 2014. Estudo de base populacional, com amostra representativa de 4.318 pessoas de 15 a 64 anos. Não foi incluída pergunta sobre corrimento vaginal que, via de regra, não está relacionado às DST. As variáveis foram descritas em proporções e o teste de hipótese utilizado foi o Qui-quadrado de Pearson.

Tabela 1. Frequências e porcentagens de antecedentes de DST, segundo homens e mulheres que iniciaram a vida sexual. Município de São Paulo, 2014. Antecedente de DST

Homens (n=2.044) Mulheres (n=2.013) n % n % 113 5,5 --------45 2,2 57 2,8 37 1,8 15 0,8 17 0,8 26 1,3 168 8,2 87 4,3

Corrimento* Feridas Bolhas Verrugas Pelo menos um sintoma

p

0,2 0,003 0,153 <0,001

Tabela 2. Frequências e proporções de orientações recebidas entre indivíduos que tiveram pelo menos um antecedente de DST e procuraram tratamento, segundo sexo. Município de São Paulo, 2014. Homens Orientação Usar preservativo Sim Não Comunicar aos parceiros Sim Não Fazer teste HIV Sim Não Fazer teste de Sifilis Sim Não Fazer o teste HB e HC Sim Não

Mulheres

p

n

%

n

%

80 47

62,9 37

49 19

72,1 27,9

0,202

81 46

63,8 36,2

48 20

70,6 29,4

0,338

51 76

40,2 59,8

49 19

72,1 27,94

<0,001

49 78

38,6 61,4

44 24

64,7 35,3

0,001

40 87

31,5 68,5

40 28

58,8 41,2

0,001

Tabela 3. Frequências e proporções de orientações recebidas por homens e mulheres que tiveram pelo menos um antecedente de DST e procuraram tratamento, segundo faixa etária. Município de São Paulo, 2014. Orientações recebidas

Usar preservativo Sim Não Informar aos parceiros Sim Não Fazer teste HIV Sim Não Fazer teste de Sifilis Sim Não Fazer teste de HB e HC Sim Não

HOMENS 25 a 34 35 a 49 % n %

15 a 24 n %

n

50 a 64 %

n

9 1

90,0 10,0

19 4

82,6 17,4

29 13

69,1 31,0

23 29

44,2 55,8

9 1

90,0 10,0

18 5

78,3 21,7

27 15

64,3 35,7

27 25

51,9 48,1

3 7

30,0 70,0

17 6

73,9 26,1

22 20

52,4 47,6

9 43

17,3 82,7

2 8

20,0 80,0

12 11

52,2 47,8

21 21

50,0 50,0

14 38

26,9 73,1

1 9

10,0 90,0

12 11

52,2 47,8

20 22

47,6 52,4

7 45

13,5 86,5

p

MULHERES 25 a 34 35 a 49 % n %

n

15 a 24 %

n

50 a 64 %

n

0,001

2 0

100,0 0,0

17 0

100,0 0,0

19 10

0,041

2 0

100,0 0,0

17 0

100,0 0,0

<0,001

1 1

50,0 50,0

15 2

0,036

1 1

50,0 50,0

<0,001

1 1

50,0 50,0

p

65,5 52,6

11 9

55,0 47,4

0,012

18 11

62,1 37,9

11 9

55,0 45,0

0,010

88,2 11,8

23 6

79,3 20,7

10 10

50,0 50,0

0,040

13 4

76,5 23,5

23 6

79,3 20,7

7 13

35,0 65,0

0,009

10 7

58,8 41,2

20 9

69,0 31,0

9 11

45,0 55,0

0,412

CONCLUSÃO A ocorrência de DST entre a população sexualmente ativa do MSP é relevante, a procura por atendimento médico é elevada entre as mulheres, mas ainda é baixa entre os homens, as orientações disponibilizadas variam de acordo com idade, sexo e região geográfica do MSP. Os protocolos para o manejo de pessoas com DST, que a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, por meio do Programa Municipal de DST/AIDS, disponibiliza ainda são parcialmente adotados pelos profissionais de saúde.

prefeitura.sp.gov.br/saude


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