5.ª edição da Plural&Singular

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PERFIL

Além de Ivo Quendera, o adjetivo de “guerreira” e a descrição sobre a tal “super-mulher” foram apontados em outros testemunhos recolhidos pela Plural&Singular…

CARLA FERREIRA EM DISCURSO DIRETO Plural&Singular (P&S) – Porque é que esta modalidade é especial para si? Carla Ferreira (CF) – Porque me permite estar em contacto com a natureza e com atletas normais sem estar fechada dentro de quatro paredes ou estar a praticar uma modalidade que inclua apenas pessoas com deficiência. O objetivo aqui não passa por obter títulos e méritos mas mostrar aos jovens que independentemente do tipo de lesão podemos estar integrados e fazer as mesmas coisas mesmo que seja de maneira diferente. Este tipo de ações faz com que se venha a desmitificar medos… No fim de contas todos temos uma imperfeição ou limitação…

“Descrever a Carla é como descrever um sonho, algo muito bom. Uma doçura de pessoa que nos encanta com o seu enorme coração. Conheci a Carla pela Comunicação Social. Fiquei deslumbrado pela sua força de vontade e dedicação ao desporto e à canoagem. É uma guerreira e como todos os guerreiros também tem as suas derrotas, mas depois renasce e vai à luta na conquista dos seus objetivos! Como mulher surpreende tudo e todos. Um dia quando menos esperava aquela ‘menina’ apareceu a escrever para mim a dizer que me vinha dar apoio, eu não queria acreditar no que estava a ler, a Carla para além de lutadora e de conter uma força de super-mulher, era generosa ao ponto de estar sempre a querer ajudar mesmo sem me conhecer! A grande verdade é que hoje não só é uma grande amiga, como também é um braço direito que tenho nos meus projetos!” – Nuno Pereira, canoísta da Volta Ibérica

P&S – É campeã nacional de canoagem adaptada. Acha que em Portugal é dado o reconhecimento merecido a esta modalidade? CF – Portugal esforça-se por apoiar os atletas da canoagem adaptada. Tenho pena é que a nível mundial e nacional não se criem condições para que atletas com paralisia cerebral possam ser reconhecidos e possam competir como os outros atletas com lesões físicas. Nesse campo está tudo por fazer porque trabalhar com pessoas com paralisia cerebral exige um esforço e uma dedicação muito maiores por parte de técnicos, país e acompanhantes. Mas acho que se houver vontade e alguém que queira dar esse passo seria uma área interessante para ser trabalhada.

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