6.ª edição da Plural&Singular

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OPINIÃO

Marta Figueiredo Psicóloga Clínica m.ffigueiredo12@gmail.com

Dificuldades em Comum, Soluções em Particular Nos últimos tempos, assisti a uma reportagem num canal português sobre um projeto muito interessante, o “Patient Inovation” que consiste numa plataforma internacional que permite a divulgação de soluções práticas para vários problemas de saúde (doenças crónicas de foro psicológico, físico, imunológico como por exemplo: depressão, hipertensão portal, doença de behçet, paraplegia e tetraplegia, nanismo, entre muitas outras). Este projeto é liderado pela Universidade Católica de Lisboa com cooperação internacional, tem como objetivo associar tanto os portadores de doenças como também os cuidadores e que estes partilhem as suas experiências, estratégias, métodos no que concerne a lidar com o problema e partilhá-lo com outras pessoas que padecem de problemáticas semelhantes. Um trabalho que envolve tanto membros individuais como instituições que almejam apoiar, promover e adicionar valor e qualidade de/na vida das pessoas. Esta plataforma é progressista e um exemplo a seguir, é feito por pessoas para pessoas, onde os portadores e os cuidadores reúnem informações de interajuda. Segundo a equipa que lidera o projeto “sem partilha, não há conhecimento” (Patient Inovation). Maria Seabra, uma das usuárias considera que é relevante existir um “elo de transmissão de conhecimento de portadores de nanismo”. Entre estes e outros exemplos que estão disponíveis no site, é de facto louvável que comecemos a seguir e fomentar estes exemplos e a criar mais condições, informações válidas e partilhas. Na generalidade, fechamo-nos no nosso mundo e consideramos que já alcançamos o possível e provável, no que toca a qualidade de vida. Como por exemplo os registos médicos, (com ou sem medicamentosas) terapias no entanto existe algo que poderá mudar a vida de todos; Baseia-se na troca de experiências de vida entre todos os que sofrem do mesmo problema com soluções práticas, algumas que poderão envolver gastos outras simplesmente poderão fazê-lo por si, adotando novas

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dinâmicas, que melhorem o funcionamento da pessoa. Quando se falam de números respeitante a uma patologia particular, acabamos por cair no erro de considerar que as doenças raras são números baixíssimos, no entanto se juntarmos na comunidade o mundo provavelmente seremos muitos com números efetivamente maiores. O sentido de identificação das pessoas na sua maioria com um grupo ajuda a diminuir o isolamento, promovendo o diálogo e a busca por melhores condições. Os benefícios são inúmeros como a reflexão, a aceitação, a coragem, a esperança e mais importante a promoção da qualidade de vida.


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