Dossiê Bedeteca de Lisboa 2000-2009

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2008 DOSSIÊ 211|259 em português, seria limitar-me a uma parcela infíma duma já de si infíma parcela (quem gosta exclusivamente de X-Men, Astérix, e afins, não gosta de arte, e, portanto, esse público não é para aqui chamado). Em ambos os casos acho que fui bem-sucedido. Esperemos que assim continue, pelo menos até ao final do meu cânone: a morte anunciada do blogue. Uma nota final... Não quero acabar este texto sem o facto mais positivo do ano transacto no que à crítica portuguesa diz respeito (ou será investigação?, pouco importa...): a publicação (restrita, por enquanto, esperemos que venha a ser livro...) da tese de mestrado de Pedro Moura: "Memória na Banda Desenhada: presença e leituras da Memória em sete casos da banda desenhada contemporânea francófona" (Agosto de 2008).

Edição Daniel Maia

Sou uma pessoa optimista por natureza, e por isso opto, muita vez sem qualquer indício de que deva fazê-lo, em acreditar no sucesso das boas intenções ou que as nuvens carregadas hão-de abrir em breve. Tal é o princípio da fé, acho; algo muito familiar a quem lida com banda desenhada, especialmente em Portugal, e especialmente nos presentes tempos infectados (não escolho esta palavra levianamente) pelo papão da crise. Posto isto, dizer o quê? Obviamente, consigo, a esforço, vislumbrar farripas de esperança em certas iniciativas e acções comerciais de 2008. Mas contar que as mesmas efectivamente sejam de valia ao sector e devolvam alento ao marasmo editorial e consumo de banda desenhada é algo que está por provar e por isso, sei-o, permanece um acto de fé; quiçá mesmo daqueles desprovidos de qualquer indício de legitimidade, se atendermos às várias lojas especializadas que têm fechado porta por todo o país ao longo dos últimos meses…


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