Pesquisas em Educação Inclusiva

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Atendimento Educacional Especializado

Do ponto de vista da prática escolar, a designação por idade e não por domínio dos conteúdos, caracteriza a política de redução de gastos, em que a criança especial teria “direito” a frequentar a escola enquanto estivesse na idade escolar. Sem uma avaliação real da aprendizagem desse/a aluno/a, ele/a é incluído dentro do aspecto da socialização. Para se socializar, um grupo de mesma idade poderia facilitar a interação, e sob a perspectiva da socialização a inclusão vai se construindo. Mas Beatriz enfatiza o valor da convivência e avalia positivamente a socialização expressa em “mas defendo a inclusão”. O advérbio de negação “mas” revela o pressuposto de que nem todos defendem, e ainda que ela própria poderia não defender. Seus motivos são os problemas relacionados à aprendizagem, resultante da falta de um conteúdo e de critérios pedagógicos para o atendimento. Em seguida ela reafirma sua condição, numa avaliação mais enfática “Eu defendo a inclusão”. Na oração “Eu defendo a inclusão, eu acho que eles tem de se socializar junto com as outras crianças” a professora aborda a importância da socialização também por meio de uma obrigação forte ou direito “eles tem de se socializar”. Para ela, os/as alunos com deficiência também estão agrupados sob o pronome “eles”. Ao designá-los pelo pronome há, como no caso dos governantes e a escola, uma separação. Porém agora é entre a escola e as crianças com deficiência. Nós, a escola, precisamos oferecer o ambiente para que eles (os alunos) usufruam do convívio. Não há uma comunidade escolar coesa aos olhos da professora. Não somos nós, comu229


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