Cidadania e Políticas da Vida

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ADOECIMENTO GENÉTICO: ESTUDO SOBRE O CASO DA DOENÇA FALCIFORME Georgia Kessia Cavalcanti da Silva1 Ednalva Maciel Neves2 INTRODUÇÃO Este trabalho, fruto da proposta investigativa acerca do adoecimento genético, surgiu das inquietações suscitadas pelas tendências e evolução contemporâneas das interações entre genética e medicina na composição dos novos padrões de saúde e adoecimento, impulsionando não só novas práticas profissionais, mas também comportamentos sociais (LÖWY, 2011). Para melhor elucidar, cumpre-nos mencionar que desde o Projeto do Genoma Humano (PGH), entre as décadas de 1970 e 1980, a genética vem se consolidando como um conhecimento que institui uma nova interpretação para o adoecimento e a saúde, “embasada nos diagnósticos preventivos e genéticos a partir da perspectiva do risco” (NEVES, 2008, p. 1). Isto é, no sentido de uma racionalidade voltada à antecipação do adoecimento, baseada na apropriação da genética pelo campo da biomedicina. Ou, se se quiser, o campo de saberes biológicos no qual se baseia a medicina, envolvendo as instituições e as práticas de saúde a ela associadas. Conforme nos orienta (SARTI, 2010), para a discussão da biomedicina (ou racionalidade biomédica), como a referência cultural que informa as concepções e as práticas de saúde

1. Graduanda em Serviço Social, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Bolsista Pibic/UFPBCNPq. E-mail: georgia_kessia@hotmail.com. 2. Professora de Antropologia do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba (PPGA/UFPB). Email: ednmneves@gmail.com. 104


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