De volta ao básico: powerlifting
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Em 1978 foi realizado um Campeonato Brasileiro extraoficial no Clube Pinheiros, e, a partir daí, por três anos seguidos, foram realizados campeonatos oficiais em Campinas, ainda sob a organização da Confederação Brasileira de Culturismo e Musculação. A primeira organização nacional para o powerlifting no país surgiu em 1994 – a Confederação Brasileira de Levantamentos Básicos. No entanto, a organização no estado de São Paulo precede a nacional em vários anos. Desde 1978 a Federação Paulista de Powerlifting organizava campeonatos estaduais. A integração internacional pode ser mais precisamente marcada no ano de 1999, quando Júlio Conrado recebeu o certificado de árbitro internacional pela IPF e a CBLB (Confederação Brasileira de Levantamentos Básicos) passou a formar sua equipe de arbitragem no próprio país. Esses são os registros disponíveis. A primeira pergunta que me ocorreu, naturalmente, foi por que no Brasil o powerlifting recebeu o nome de levantamento básico. Nos países de língua espanhola, chama-se levantamiento de potencia, que significa levantamento de potência, ou powerlifting; em alemão, pode se chamar Kraftdreikampf, que significa algo como luta tripla de força; em francês, é force athletic, ou força atlética; por que no Brasil ele teria recebido esse nome enigmático? Emergiu daí uma história muito mais antiga. Anna Maria Koprowski, atual redatora do Jornal da Musculação e Fitness e ex-diretora da FEPAM (Federação Paulista de Culturismo) e NABBA – Brasil, identificou a ata de fundação da FEPAM, do dia 1º de outubro de 1963. Segundo esse documento, a FEPAM englobava as três modalidades: o culturismo, o Levantamento Olímpico e as Provas de Força e Exercícios Básicos. Fica evidente, portanto, que, de forma semelhante à trajetória americana, as competições com levantamentos que vieram a se constituir como powerlifting já eram realizadas no Brasil antes da década de 1960. Eugênio Koprowski, que foi presidente da FEPAM e também da NABBA – Brasil, foi um dos personagens-chave na institucionalização do powerlifting brasileiro. Em torno dele, reuniram-se os atores que viriam a assumir a organização dos primeiros eventos e das primeiras organizações, como Carlos Roberto Faneli, de Santo André, e Ricardo Wolfman. Numa comunicação pessoal, Eugênio explicou que, de fato, existiam tais provas de força e exercícios básicos desde antes dos anos 1960, as quais englobavam não apenas os três