assasins creed renacenssa

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Sentia-se fraco pelo ferimento, mas se obrigou a seguir adiante, fascinado e com mais espanto que medo, embora continuasse alerta, pois sabia que Bórgia passara por ali. Por fim o corredor se abriu em uma grande sala. As paredes eram lisas como vidro e cintilavam a mesma iridescencia azul que vira antes, com a diferença de que agora era mais intensa. No centro da sala havia um pedestal e sobre ele repousavam, em suportes claramente feitos para elas, a Maçã e a cruz papal. A parede dos fundos da sala estava pontuada com centenas de buracos espaçados a intervalos regulares, e diante dela estava o Espanhol, que empurrava e cutucava a parede desesperadamente, sem perceber a chegada de Ezio. —Abra, diabos, abral — gritava ele, cheio de frustração e ira. Ezio foi para a frente. —Acabou, Rodrigo — disse ele. — Desista. Não faz mais sentido. Rodrigo girou para encará-lo. — Chega de truques — disse Ezio, liberando as adagas e lançando-as ao chão. — Chega de artefatos antigos. Chega de armas. Agora... veja mos do que você é feito,

vecchto. Um sorriso lentamente preencheu o rosto debochado e acabado de Rodrigo. — Certo... se é assim que você quer. Ele tirou a pesada túnica externa e ficou apenas com a túnica de baixo e uma calça. Seu corpo era gordo, mas compacto e poderoso, e sobre ele pequenos raios de luz corriam — obtidos do poder da cruz papal. Deu um passo à frente e desferiu o primeiro golpe — um soco poderoso na mandíbula de Ezio que o fez cambalear. —Por que seu pai não podia simplesmente deixar tudo em paz? — perguntou Rodrigo tristemente enquanto erguia a bota para chutar Ezio com força na barriga. — Não; ele tinha de continuar indo atrás... e você é igualzinho a ele. Todos vocês, Assassinos, são como mosquitos que devem ser esmagados. Que bom seria se aquele idiota do Alberti tivesse conseguido enforcar você com os seus parentes, 27 anos atrás. —O mal reside não conosco, mas com você os Templarios — retrucou Ezio, cuspindo um dente. — Vocês achavam que podiam brincar à vontade e fazer o que quisessem com as pessoas, o povo comum e decente. —Mas, meu caro companheiro — disse Rodrigo, dando um soco poderoso sob as costelas de Ezio —, é para isso mesmo que servem. São lixo para ser governado e usado. Sempre foram e sempre serão.


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