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viii os morais — o valor das genealogias

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oi em 1787, segundo o manuscrito de meu tio Santos, que o capitão Vicente de Morais transferiu sua residência para aqui. “Esta mudança – diz ele – deu muita vida a S. Roque, ao passo que Parnaíba começou a decair”. Da narração de meu tio, é-se levado a ligar a vinda do cap. Vicente a uma influência de família. Porque, segundo informação fornecida por ele, como narramos atrás, os religiosos de S. Bento renderam as terras de Carambeí, em 1787, ao cadete Antônio da Cunha Raposo Leme, casado, diz meu tio, “com Gertrudes de Moraes Lara, sobrinha carnal do padre Guilherme Pompeu de Almeida”; e o cap. Vicente “era casado com Custódia de Moraes Lara, também sobrinha do mesmo padre Guilherme”. Assim, a mudança do cadete Raposo teria trazido, é lícito supor-se, o concunhado para cá. Não sei em que dados se baseou o autor do manuscrito para tal informação; naturalmente os obteve de pessoas idosas, e aceitou-os sem lhes verificar a autenticidade, porque naquele tempo a fonte de mais segura informação no assunto era a obra de Pedro Taques, Nobiliarquia Paulistana, de difícil consulta por ter aparecido primeiro na Revista do Instituto Histórico do Brasil27. Para elucidar este ponto, recorri não só a essa obra como aos Apontamentos, de Azevedo Marques, e à Genealogia Paulistana, de Silva Leme, publicação mais recente e mais completa; e por elas se vê que a estirpe dos Pompeus – aliás, uma dentre as mais vastas e ilustres descendências de S. 27 Principal publicação do gênero no país, a revista do IHBG foi criada em 1839 e é publicada desde então. Atualmente, tem periodicidade trimestral. Seu acervo pode ser acessado em http://www.ihgb.org.br/rihgb.php?s=p.


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