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146 | Parte 4 - Capítulo XXI

ria Rodrigues, alinhada com o, hoje, edifício do mercado. Esse largo tinha aspecto mui diverso do que tem agora. Bem em frente à igreja de S. Benedito erguia-se o edifício da cadeia, que pela parede dos fundos se alinhava com o lado esquerdo de quem desce da atual rua Rui Barbosa. Constava o prédio de dois pavimentos, servindo os baixos de xadrez e nos altos, que servia de Fórum, realizavam-se as sessões do júri. Foi construído, logo depois da elevação à categoria de vila por iniciativa da Câmara e com o auxilio de governo; e apesar do seu estado ruinoso, só foi demolido depois da proclamação da República, atendendo-se então às instantes reclamações dos moradores circunvizinhos, que reclamavam contra o “trambolho que enfeiava o largo”. A rua de Cima começava na ponte do Carambeí e prolongava-se até onde está hoje a travessa da caixa d’água. No mesmo lugar em que se ergue essa caixa, existiu outrora a capela de Santo Antônio, edifício de madeira, sem solidez e que, em estado de ruína, foi demolido ainda antes da República. Nessa capela faziam-se enterramentos, e, se bem me lembro, foram encontrados ossos humanos na ocasião em que se fazia escavação para construir a caixa d’água. Para cima da capela não havia arruamento, mas o caminho sinuoso que dava saída para o Taboão. É o que se vê da resolução que a Câmara tomou na sessão de dezembro de 1865, mandando demolir a “Casinha de Ignácia Fernandes que é uma figa para o aformoseamento da cidade, pois fica quase em meio da rua, na saída da rua Direita”. E o presidente propõe ao mesmo tempo abrir subscrição para se construir outra em ponto conveniente – gesto que muito honra o sentimento humanitário dos vereadores. Fora dos limites acima indicados, ficavam apenas os caminhos de comunicação com os municípios vizinhos: Itu, Sorocaba, Una, S. Paulo e Araçariguama, havendo à margem de tais caminhos uma ou outra casa. A falta de denominação oficial para as ruas e travessas (ou becos, como as chamava o povo) era mal de pouca monta para as relações sociais do tempo; mas essa designação tornou-se necessária em 1805. A Lei Provincial de 22 de abril desse ano criou o imposto municipal de $500 sobre portas e janelas; e a ar-


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