Rotas/Rutas

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Rotas/Rutas

(Beauvoir, 1970, p. 56). Entendo que o registro dos relatos em arquivo é uma necessidade ética diante das palavras que nos foram confiadas. Realizávamos oficinas disparadoras de fala na fila para que os testemunhos sobre as situações por que passavam os familiares pudessem ser inscritos na ordem do comum. A arte era uma necessidade para agenciar os afetos tristes e as angústias relatadas pelas famílias. Dar um lugar e um olhar às palavras que rasgavam a fila se configurava em gesto clínico-político de estabelecimento de linhas vitais no combate às violações do estado nos processos de ato infracional. REFERÊNCIAS BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970. DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016. FEDERICI, Silvia. Revolución em punto cero, trabajo doméstico, reproducción y luchas feministas. Madrid: Traficantes de Sueños, 2013. MAGNÓLIA, Mãe. Livro que escreveu oralmente na fila. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, data desconhecida. MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: n-1 edições, 2018.

Fig.5. Fila, 18cmx21cm, Porto Alegre, RS, 2014. Fonte: arquivo Coletivo Fila.

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