Pedro NUNES
A sessão, através de seus parlamentares, respirava um clima diferente. Com o quorum regimental necessário estabelecido, o presidente Eduardo Cunha determinou a apreciação da Ordem do Dia, que tratou da [votação], em turno único, do Parecer da Comissão Especial destinada a dar parecer sobre a denúncia contra a Senhora Presidente da República por crime de responsabilidade, oferecida pelos Senhores Hélio Pereira Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaina Conceição Paschoal, pela admissibilidade jurídica e política da acusação e pela consequente autorização para a instauração, pelo Senado Federal, de processo por crime de responsabilidade (Relator: Deputado Jovair Arantes).38
Cobertura jornalística do processo de impeachment no Senado Federal. Fotógrafos, com suas potentes câmeras-snipers, eternizam os instantes finais da votação que aprovou a cassação de Dilma Rousseff | Foto: Emília Barreto
Além dos ares diferentes, a Casa legislativa estava efervescente. A ata do Departamento de Taquigrafia registrou vários “tumultos”, “apupos” e inúmeras “manifestações no plenário” no decorrer da longa sessão extraordinária com votação nominal. Inicialmente, a palavra foi destinada ao Relator da denúncia, deputado Jovair Arantes, e na sequência as intervenções foram concedidas às lideranças partidárias. O script da votação do 38
Ibid., p. 6.
DEMOCRACIA FRATURADA: a derrubada de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a Imprensa no Brasil
54