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Campos Neto defende conciliação da disciplina fiscal com pautas socais
from 16.02.2023
A transparência das contas públicas sem retrocessos em ganhos institucionais recentes nessa área no país foi defendida pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nesta quarta-feira (15). Ao discursar na sessão solene do Congresso Nacional que marcou os 130 anos do Tribunal de Contas da União (TCU), Campos Neto afirmou que a parceria do BC com a Corte de Contas é fundamental.
Em meio às polêmicas com o governo federal sobre a taxa de juros e a meta de inflação, Campos Neto também defendeu que o país tenha “disciplina fiscal” e concilie pautas econômicas e sociais.
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“Hoje, o que a gente precisa concentrar é em ter uma disciplina fiscal, entendendo que precisamos ter um olho mais especial no social. Quanto mais transparente e eficiente o público for, mais aptos seremos de captar recursos privados”, avaliou.
Segundo ele, a atuação do Tribunal tem se revelado essencial para a consolidação da democracia brasileira, ao permitir que a sociedade tenha acesso às informações sobre a gestão dos recursos públicos, ajudando a identificar e corrigir irregularidades e aprimorando a transparência e a prestação de contas. “O órgão é também um dos maiores colaboradores deste Poder Legislativo no processo de implementação de políticas públicas e na busca por soluções para os desafios enfrentados pelo nosso país”, lembrou.
Ao presidir a cerimônia, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) destacou a importância do papel do TCU.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, afirmou nesta terça-feira (14) que o setor vai focar na sustentabilidade ambiental para fortalecer a presença do país no mercado turístico mundial.

“Ninguém quer visitar um país que destrói suas florestas. As pessoas vão visitar o Brasil que preserva suas florestas, que tem responsabilidade climática. Eu não tenho dúvida que o turismo é uma grande solução para preservação da Floresta Amazônica”, disse durante coletiva de imprensa para o relançamento da Marca Brasil.
A utilização da antiga logomarca, usada entre 2005 e 2019, inaugura a nova estratégia de reposicionamento da imagem do país.
“A marca não pertence ao governo. A Espanha tem uma mesma marca há décadas. É um recado que o Brasil está dando, não um governo ou outro”, disse. A marca que vinha sendo utilizada nos últimos quatro anos usavam o nome do país na grafia em inglês e ainda fazia um mote que foi considerado como uma associação do turismo à exploração sexual (“Brazil, visit and love us”, que significa Brasil, visite e nos ame).
A ideia acabou criticada por possível associação do turismo à exploração sexual.
“O Brasil não é com Z e ‘visite e nos ame’, nós não queremos nenhum recado escondido e indesejado. Até porque visitar um Brasil que destrói floresta e faz queimada, ninguém vai nos amar assim”, disse Freixo.
Alternativa
Também participaram da homenagem ao TCU, o presidente do órgão, Bruno Dantas, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli e parlamentares de vários partidos.
Freixo disse que o turismo representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB) e que esse impacto pode ser ainda maior. Ele destacou que em áreas de conflito socioambiental, como o enfrentado pela presença do garimpo ilegal no território indígena Yanomami, em Roraima, o turismo pode ser uma alternativa de atividade sustentável e inclusiva.
“Quando a gente assiste o que está acontecendo com os yanomami, talvez o turismo seja uma das alternativas importantes para aquela região, que gera emprego e que gera renda. É 8% do PIB brasileiro hoje e a gente quer que seja muito mais. Tem potência para ser muito mais”, disse.
Também presente à cerimônia de relançamento da marca, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, falou que não é possível desvincular a imagem do país ao seu papel na preservação e promoção do meio ambiente e escala global.
“Não tem como atrair turistas, estimular o turismo interno no país, se a marca do país é destruição da floresta, é ameaça induzida às populações originárias, aos povos indígenas, ao ataque frontal àquilo que temos de vantagem comparativa diante do mundo”, argumentou.
“O Brasil estava completamente na contramão, mas agora entendo que há um reencontro do Brasil consigo mesmo”.
Dados confiáveis Marcelo Freixo também disse que está montando uma equipe na Embratur para atuar na área de inteligência em turismo e produzir dados confiáveis sobre a presença estrangeira no país, uma vez que, segundo ele, “não tem política pública se não tiver qualidade da informação”.
“A gente quer, inclusive, que a imprensa possa se alimentar de informação sobre turismo na Embratur, mas a gente precisa ter produção qualificada de informação”, pontuou.