Paz Guerreira - O Caminho das Dezesseis Pétalas

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Sokárin que ficara sob sua custódia até aquele dia e que logo passaria às mãos do Rei. Os anéis eram as chaves que reunidas serviriam para remover a placa de metal que recobria a placa de pedra com o nome gravado. Rohel inseriu os dois anéis nas posições corretas, mas eles não giraram como deveriam. De fato, havia uma resistência. Talvez o tempo que a placa ali estivera tivesse gerado uma oxidação do metal que agora o prendia. Dois guardas reais se aproximaram a um sinal do Senador. Os anéis finalmente giraram, mas a chapa continuava presa. Era uma situação inusitada e um tanto desconfortável. Os mais supersticiosos se apressavam em imaginar que o fantasma de Sokárin segurava a placa por não desejar aquele nome. Foi trazido um pé-de-cabra, com o qual se forçou a retirada da chapa de metal. A chapa finalmente cedeu, mas com o esforço algo desagradável ocorreu: a placa de pedra com o nome rachou ao meio. Para desfazer a tensão criada, Rohel prosseguiu como se nada tivesse acontecido – o que era difícil, pois o estalo da pedra quebrando foi ouvido em todo o salão, que guardava silêncio mortal – revelou a todos em voz alta: Adaran. Foi nesse instante que todos tiveram um sobressalto. O chão tremeu por alguns segundos, parou, e voltou a tremer por mais alguns segundos, fazendo-se ouvir um forte estrondo. A agitação entre os presentes e nas ruas foi grande. Todos acorreram às janelas do salão. Nas ruas, viam-se muitos braços apontando na direção de Anthar. Uma coluna de fumaça cinza escura, quase negra, se elevava aos céus. O vulcão, inerte havia muito tempo, dera um sinal de vida. Não era uma erupção, mas o velho Anthar vivia... e usurpava o momento de glória de Adaran.

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PAZ GUERREIRA - ADMIRAÇÃO


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