Paz Guerreira - O Caminho das Dezesseis Pétalas

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– Soube que você realizou uma ação contra o Capitão… – Ofis assentiu com a cabeça – Mas ele ainda caminha entre os vivos… – Meus homens falharam, senhor... – Não, não – respondeu com tranquilidade, aproximando-se do seu interlocutor, que estava de cabeça baixa – VOCÊ falhou! – gritou a plenos pulmões. Caminhou em torno de Ofis e prosseguiu, novamente em tom calmo: – O primeiro passo para conseguir o que desejamos é assumir nossos erros. Quem lhe deu a ordem para matar o Capitão? – Ninguém, senhor, mas eu pensei… – Faça-me uma gentileza: não pense! Limite-se a cumprir as minhas ordens! Eu tenho planos para o Capitão. Ele serve melhor aos nossos propósitos vivo. Nunca mais desobedeça a uma ordem minha nem tome iniciativas que podem prejudicar todos os nossos planos. Nesse sentido foi bom você ter falhado, mas isso não justifica nem a desobediência e nem a incompetência. Você agiu por conta própria e ainda falhou. Se você não tinha pessoas habilitadas, deveria ter feito isso você mesmo. Mas essa foi sua penúltima falha... Erros não são mais aceitáveis a partir de agora. Sua próxima falha será a última... e tenho certeza de que você a cometerá! Mas agora os planos em relação ao Capitão... ele voltará para buscar a família, pois não acredita que sua mulher e sua filha estão mortas, e terá uma grande surpresa! Viverá, mas em desgraça... – Talvez seja um erro... Penso que devíamos eliminar logo o Capitão... – Daqui em diante guarde para si suas opiniões estúpidas. O Capitão fugiu ao nosso controle, é um elemento perigoso, mas morto não nos serve, será mais útil vivo, porém desacreditado. Ficará destruído, acabado, mas não terá a chance de abandonar tão facilmente seu purgatório, vamos destruir a sua essência – olhou novamente para Ofis, que parece

TALAL HUSSEINI

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