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O meio social e a sociedade são fatores que contribuem para a formação da sexualidade, pois são eles que, muitas vezes, apresentam os padrões de comportamentos humanos. Algumas pessoas podem ser altamente sensíveis aos sofrimentos dos outros, pois foram criadas em um clima de ternura e compaixão. Outras, porém, tornaram-se pessoas altamente insensíveis à dor do outro, pois o seu convívio com as pessoas que as cercavam era de frieza. A evangelização com jovens deve ser feita de momentos de interação que possibilitem o encontro com os outros, a partir da vivência da fé na vida em comunidade, e que os ajudem a fazer a experiência do Deus de Jesus Cristo. A evangelização com os jovens não pode simplesmente negar a sexualidade ou criar barreiras com uma série de moralismos, mas dialogar com os jovens, mostrar que a sexualidade também é criação de Deus e que pode ser melhor vivida à luz da fé. Não passar por cima das questões relativas à sexualidade, mas abordar com aquilo que a fé cristã pode oferecer para ajudar os jovens a aprimorar e a amadurecer sua sexualidade; não simplesmente com moralismos e interditos, mas como um caminho para maior felicidade ao esclarecer o uso mercadológico que é feito da exacerbação do sexo e as consequências disso na vida.

Vida Pastoral

ano 54

nº- 291

3. Juventude e vida afetiva Devemos oferecer nosso apoio afetivo e emocional ao jovem, que vive um momento profundo de transformações. Vivemos na época do sentimentalismo e emoções exacerbadas, o jovem, em um dia, pode ter vários sentimentos: melancólico, eufórico, retraído, tímido, expansivo etc. A atual sociedade coloca em alta os sentimentos e emoções. “A tendência de acentuar os sentimentos, no mundo 12

contemporâneo, tem forte penetração no meio dos jovens e levanta questões importantes referentes à metodologia de trabalho pastoral” (Estudos da CNBB, 85, Evangelização da juventude, n. 24-25). Há necessidade de levar em conta os dois enfoques da cultura contemporânea e manter um equilíbrio entre os dois polos: o racional e o emocional. Emoções, sentimentos e imaginação precisam ser integrados em uma metodologia que tenha objetivos claros. Ao mesmo tempo, a razão deve deixar espaço para as emoções e a imaginação. Ao mesmo tempo que têm fortes variações de emoções, os jovens têm uma grande facilidade para discutir, opinar sobre o papel do Estado ou sobre as diversas ideologias políticas, mas têm uma enorme dificuldade, em alguns momentos, de falar sobre si mesmos, das suas dificuldades com os pais, das suas inconstâncias emocionais, das suas tristezas. No seio da comunidade cristã, é preciso criar espaços de confiança para essa abertura e para o apoio mútuo. A mensagem do Evangelho precisa ser apresentada como resposta às dimensões da vida do jovem. A formação deve ser integral, isto é, considerar as diversas dimensões da pessoa humana e os processos grupais. Na adolescência e juventude, a emoção está muito presente, pois a sua abertura para a relação com o outro é imbuída a todo o momento de emoções. O traço dominante da afetividade da juventude é sua vivacidade. O que inclui, pelo menos, três caracteres: fácil agitação, o seu ardor e a sua profundidade. Nervos ao vivo e sensibilidade “à flor da pele”. Pouca coisa é necessária para que o jovem se exalte ou se indigne. Sabemos também que as paixões juvenis são momentos fortes na vida, as paixões são estados afetivos absorventes e tiranizantes


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