Simpósio Interfaces das Representações Urbanas em Tempos de Globalização

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Bauru, 23 de agosto de 2005

Jornalismo/FAAC - Unesp

Textos: Adriana de Souza, Alan de Faria, Diego Barboza, Lígia Sotratti, Natalia Rocha, Talita Zanetti Diagramação: Alan de Faria, Diego Barboza Jornalista Responsável: Angelo Sottovia Aranha (Mtb 12.870) Organização: Edison Veiga, Giovana Franzolin, Paulo Araújo

Marketing urbano é o tema da conferência de abertura do evento que ocorre durante toda a semana

Adriana de Souza / Extra!

O Simpósio Interfaces das Representações Urbanas em Tempos de Globalização, que comemora os 30 anos da FAAC, começou ontem no Sesc. Na solenidade de abertura estiveram presentes Marcos Macari, reitor da Unesp, Antônio Carlos de Jesus, diretor da FAAC e Lilia Márcia Barra, gerente do Sesc de Bauru. Para Macari, o Simpósio “é um evento de grande relevância porque traz para o mundo acadêmico vários aspectos importantes no campo da arquitetura, artes, geografia e tecnologia da informação”. Macari aproveitou para parabenizar a faculdade pelos seus 30 anos. O diretor da FAAC, Antonio Carlos, acredita que o evento dará aos participantes a oportunidade de discutir e apresentar sugestões para os desafios das interfaces urbanas. Em sua fala de abertura, a gerente do Sesc salientou a importância da união entre a FAAC, a AGB (Associação dos Geógrafos de Bauru) e o Sesc para a realização do Simpósio. Cerca de 550 participantes, em sua maioria estudantes, estiveram presentes na abertura do evento ontem à noite.

Professor Elian Alabi Lucci

Adriana de Souza / Extra!

Começa o Simpósio no Sesc

Marcos Macari, Antônio Carlos de Jesus e Lilia Márcia Barr, na mesa deabertura do Simpósio

Conferência de abertura As sociedades e a globalização foi o nome da conferência que abriu o Simpósio. Realizada por Elian Alabi Lucci, diretor da AGB de Bauru e pós-graduado em História, Geografia e Turismo, a conferência teve como tema o desenvolvimento do marketing urbano nos tempos da globalização. Para Lucci, a sociedade pós-moderna possui uma forte característica mercantil. “Tudo é vendável e comprável”, diz. Por essa razão, ele defende que a cidade se torna também um produto. Lucci ainda salienta que no mundo globalizado a competição entre as cidades é evidente. Sendo assim, “as cidades precisam se adaptar a essa nova condição para atrair investimentos das grandes empresas”, afirma. Em entrevista ao Extra!, Lucci cita o conceito de marketing urbano como instrumento utilizado pelas cidades para a venda de suas imagens. Ele destaca Curitiba como a “principal city marketing da América Latina”, já que consegue reunir toda condição de vender sua imagem no exterior. Com relação a cidades como Rio de Janeiro que têm sua imagem prejudicada pelos altos índices de violência, Lucci observa a ne-

cessidade de investimentos no marketing urbano como forma de atrair turistas internos e externos. Para o professor, “o Rio de Janeiro tem o equipamento virtual, turístico, mas não tem o equipamento urbano, como segurança e transporte bons, que complementam o processo para a venda de uma cidade”. Dessa forma, “deve investir no marketing jornalístico e televisivo”, conclui. Autor de uma série de livros didáticos de História e Geografia para estudantes do Ensino Fundamental e Médio, Lucci afirma que é possível ensinar conceitos tão complexos, como a globalização, para os jovens. Segundo ele, “a garotada já entende e considera o marketing urbano como mais um campo profissional que se abre para eles, já que envolve áreas como comunicação, geografia e planejamento urbano”.

“Tudo é vendável e comprável”

Serviço Nos dias 25 e 26, Elian Alabi Lucci coordena o mini-curso Marketing Urbano: mito ou realidade, que ocorre das 8h às 12h e das 14h às 18h, na sala 1.


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Bauru, 23 de agosto de 2005

Jornalismo/FAAC - Unesp

Edgard Scandurra mistura estilos em seu projeto solo O final do primeiro dia de Simpósio foi marcado pela apresentação do DJ Benzina – alcunha adotada pelo guitarrista da banda Ira!, Edgard Scandurra, em seu trabalho solo. O show começou às 22h e uniu instrumentos tradicionais como guitarra, baixo e percussão, aos sons eletrônicos do techno, electro e tech-house. A iniciativa de Scandurra de ter projetos paralelos já vem de algum tempo. Mesmo nos anos oitenta, além do Ira!, ele tocou em algumas bandas do underground paulista, como o grupo punk As Mercenárias e o pós-punk Smack. Apesar de Edgard Scandurra ser nome recorrente quando se fala do rock brasileiro, sua relação com a música eletrônica também vem dando certo. Ele conta que seu primeiro contato com esse estilo musical se deu com os pioneiros Kraftwerk e Technotronic, mas foi mais tarde

Diego Barboza / Extra!

Um guitarrista na música eletrônica

Scandurra opera instrumentos eletrônicos

que ele incorporou essas influências. “Quando eu voltei à noite paulistana na metade dos anos noventa, eu descobri uma sonoridade totalmente nova, foi um desafio pra mim como guitarrista colocar alguma coisa que diferenciasse o eletrônico e o meu rock”, relembra. A surpresa veio em 1996, quando Scandurra lançou seu segundo disco solo, o Benzina, álbum que surpreendeu ao trazer elementos do eletrônico. O músico diz que uma boa parte dos roqueiros ainda não aceita a música eletrônica mas acha que, depois de dez anos produzindo nesse estilo, isso está mudando. “De repente o roqueiro gostou de uma menina que gosta de música eletrônica e teve que ir numa rave, aí ouviu um som, viu uma cena feliz, e começou ceder um pouco e quebrar esses preconceitos”, diz. Scandurra parece não se abalar com críticas negativas. Para ele, “quem gostar, gostou, só não joga tomate”. O show de ontem, que durou cerca de 1h e meia, foi aplaudido pelo público presente, entusiasmado.

Explorando o espaço-arte A programação artística do Simpósio contará com duas arte-instalações e duas exposições fotográficas. Uma arte-instalação é 3DemCIDADEdasCORES, coordenada pelo professor Luciano Guimarães, da Unesp de Bauru. Ele apresenta a idéia do filósofo tcheco Vilém Flusser sobre o mito do cubo. Segundo Guimarães, o intuito é aproveitar a filosofia da caixa preta para uma obra de arte que deve refletir o aspecto bidimensional da imagem, utilizando o princípio do 3D de uma forma lúdica. O objetivo do cubo é provocar uma sensação visual diferente. Outra arte-instalação apresentada é Paisagens Sonoras, elaborada pelo artista plástico Wilson Sukorski. A idéia de relacionar as cidades com as novas interfaces tecnológicas surgiu a partir do tema do Simpósio. O público pisará no mapa da cidade de Bauru e em cada ponto será transmitido um som captado do local. A proposta do artista é abstrair o visual, ressaltando os sons da cidade que muitas vezes passa despercebido. A exposição fotográfica Sedução e con-

sumo de desejos descartáveis: discurso fotográfico sobre as poéticas visuais urbanas contemporâneas em flagrantes dinâmicas de hibridações culturais traz fotos da rua 25 de Março da cidade de São Paulo, tiradas pelo arquiteto Sérgio Mendes Carneiro. Segundo ele, o lugar despertou sua atenção pela peculiaridade do ambiente, uma área difícil de ser definida e com uma dinâmica própria. As fotos retratam a pluralidade de gostos e repertórios pre- Público interage com arte-instalação sentes na região. Outra exposição apresentada durante o Simpósio é Expo Digital – Revista Bons Ventos.Com, da jornalista Mônica Delicato. A mostra traz a cobertura jornalística da revista diSaiba mais gital portuguesa Bons Ventos, que abrange as áreOuça entrevista com o artista plástico as de fotografia, artes, música, teatro, moda, liteWilson Sukorski, na Rádio Unesp FM ratura e turismo. O principal objetivo da exposi(105.7 Mhz). Quarta-feira, dia 24, no ção é provocar um intercâmbio cultural entre Jornal Opinião, às 11h40. Brasil e Portugal. Adriana de Souza / Extra!

Instalações artísticas atraem o público do Simpósio


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Bauru, 24 de agosto de 2005

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Textos: Adriana de Souza, Alan de Faria, Diego Barboza, Lígia Sotratti, Natalia Rocha, Talita Zanetti Diagramação: Alan de Faria, Diego Barboza Jornalista Responsável: Angelo Sottovia Aranha (Mtb 12.870) Organização: Edison Veiga, Giovana Franzolin, Paulo Araújo

Mesa-redonda discute a diversidade cultural das cidades

“E

spaços urbanos e as culturas das cidades são temas ricos, ligados à história do Jornalismo, e são temas muito importantes também para a Arquitetura”. A frase do jornalista Edvaldo Pereira Lima explica sua participação, junto com o arquiteto Sérgio Roberto Carneiro, na mesa-redonda Culturas Urbanas Contemporâneas. O debate aconteceu na tarde de ontem e abordou os aspectos que influenciam a representação da vida urbana. O professor Sérgio Carneiro, da Universidade São Judas Tadeu, falou sobre a Rua 25 de Março, localizada na cidade de São Paulo. Seu interesse pela rua decorre do confronto desse ambiente com sua formação racionalista, na qual se procura uma razão lógica para tudo. “Eu vejo naquela região um comércio de mercadorias frívolas, e isso me gerou um choque, porque o homem, apesar de ser tão racional e lógico, desenvolve a necessidade de possuir bens meramente decorativos e simbólicos”, disse. Edvaldo Pereira Lima, professor da USP, afirmou durante a mesa que “o Jornalismo é um processo de comunicação coletiva, que se volta para as massas, e as massas se formam por cau-

Edison Veiga / Extra!

Um retrato da vida urbana sa do desenvolvimento e o surgimento das cidades”. Lima chamou a atenção dos participantes do Simpósio para o Jornalismo Literário, uma das modalidades da narrativa jornalística. Segundo ele, “o Jornalismo Literário Da esq. para a dir.: Edvaldo Pereira Lima, Ricardo Alexino e Sergio Carneiro tem se debruçado melhor sobre os diversos subtemas que comServiço põem esse universo complexo das cidades, dos O ensaio fotográfico de Sérgio Carneiro, espaços urbanos e das culturas urbanas”. sobre a Rua 25 de Março, está exposto na As falas dos debatedores foram apoiadas entrada do Sesc, em frente à rampa, duem exemplos ilustrativos. Sérgio Carneiro exirante todos os dias do evento. biu fotos, algumas delas retiradas de seu enEdvaldo Pereira Lima é o entrevistado do saio sobre a Rua 25 de Março. Edvaldo PeUnesp Ciência que vai ao ar em 13 de reira Lima leu trechos de reportagens que setembro, às 18h15, na Rádio Unesp FM exemplificam o estilo do Jornalismo Literário. (105.7 Mhz). O A mesa-redonda Culturas Urbanas Conprograma é apretemporâneas foi mediada pelo professor do sentado por Ridepartamento de Comunicação Social da cardo Alexino. Unesp, Ricardo Alexino Ferreira.

Exibição de vídeo durante minicurso

Começaram na manhã de ontem as oficinas e minicursos que fazem parte da programação do Simpósio. O minicurso TV e vídeo na construção da cidadania foi coordenado pelo professor da Unesp, José Misael Ferreira, que salientou a importância da TV e do vídeo para a cidadania e como instrumento para o educador em sala de aula. Misael também destacou o impacto causado pela TV na sociedade. “A televisão marca uma ruptu-

ra no sistema de comunicação, porque ela é uma síntese da imagem que engloba o diálogo, o texto, o movimento e a cor, portanto não é só entretenimento”, disse. A professora da Unesp, Dalva Aleixo Dias, coordenou o minicurso Comunicação pública: uma proposta de interação entre Estado, mercado e sociedade civil. Dalva discutiu com os participantes a interação desses três setores em benefício das questões de interesse público. “Tanto podem fazer comunicação pública uma empresa, um governo quanto uma organização qualquer da sociedade civil. Comunicação pública é algo que induz à cidadania”, afirmou. O minicurso foi dividido em várias partes, que abordaram desde o sentido original da comunicação até estratégias de comunicação pública. Também começou ontem a oficina Animação digital bidimensional, com a coordenação de César Casella, da Unesp. A oficina apre-

sentou os princípios básicos para a utilização do software Flash Player, mostrando o funcionamento de suas ferramentas. César passou aos participantes um histórico das técnicas de animação. Hoje, a oficina continua com a produção de uma pequena animação. Diego Barboza / Extra!

Diego Barboza / Extra!

OFICINAS e MINICURSOS

Participantes criam animação durante oficina


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Cidades globais e tecnologia em debate Mesa-redonda discute a nova configuração das cidades no mundo globalizado

Edison Veiga / Extra!

Em destaque, Eugênio Rondini Trivinho

tos populares urbanos desde a década de 90 no que se refere ao direito das cidades. Ela também destacou a contradição entre o desenvolvimento das sociedades em redes e a existência do grande número de excluídos, já que apenas um quinto da população tem acesso à tecnologia. A cidade globalizada foi o destaque da A discussão da mesa-redonda atraiu um grande número de interessados exposição da professora Lucrecia. Segundo ela, “o modo como da foi o título da argumentação de Trivinho. a cidade é representada é fundamental para Ele iniciou sua fala introduzindo os conceitos entender de que maneira a comunicação atra- de glocal, transpolítica e dromocracia que envessa todos os estados da cidade e como ela volvem a cidade atualmente. Para ele, glocal é ressurge no contexto da globalização”. a formação, para além do global e do local, de Lucrecia salientou que a cidade deve ser es- um processo de vida em terceira via. Drotudada em sua continuidade. “Através da mocracia diz respeito a um regime de articularede tecnológica, a megalópole permite acio- ção da vida social pela velocidade. Finalmennar outros cotidianos que estimulam uma te, transpolítica se refere a tudo que está além nova interação, não só entre corpos, mas en- do processo político tido como moderno. tre mentes”, disse. O debate foi mediado pela professora Elaine A cidade na civilização midiática avança- Caramella, da Unesp de Bauru. Adriana de Souza / Extra!

A

noite de ontem do Simpósio terminou com a mesa-redonda Sociedades em redes, cidades globais, tecnologias informacionais e a construção da vivência urbana contemporânea. O tema foi debatido por Eugênio Rondini Trivinho, doutor em comunicação pela USP e professor da PUC, Arlete Moyses Rodrigues, geógrafa e professora livre-docente da Unicamp, e Lucrecia D’ Aléssio Ferrara, professora da USP. O tema central da mesa-redonda foi a influência das novas tecnologias informacionais, que compõem as sociedades em redes, na construção das cidades globalizadas. Arlete abordou a organização dos movimen-

Ricardo Nicola explica paradigmas da internet

Mostrar as causas dos problemas do meio ambiente e a importância do trabalho do educador ambiental na sociedade. Foram esses alguns dos temas levantados na oficina Educação e consciência ambiental, coordenada por Maria da Graça Melo Magnoni e Lourenço Magnoni Júnior, da AGB (Associação dos Geógrafos Brasileiros), que aconteceu on-

tem durante o Simpósio. Para Lourenço, “a educação ambiental tem sido implementada pelo governo de forma tímida e tendenciosa, pois não há a preocupação com a mudança socioambiental, mas sim com a sustentabilidade”. Ele defende a construção de uma nova sociedade, na qual não esteja em primeiro plano “a cidadania do cartão de crédito”. No minicurso A produção jornalística no contexto da cibernética e cibercultura, que teve início ontem e continua hoje na sala de uso múltiplo 2, o professor Ricardo Nicola, da Unesp Bauru, conceituou o que é o jornalismo on-line, explicou qual é a estrutura da produção jornalística na internet e mostrou como é possível produzir em cima dessa estrutura. Entre as características do jornalismo on-line, Nicola salienta “o excesso de informações na rede, as variáveis dentro da co-

municação midiática e a linguagem”. O minicurso Planos diretores populares de bairro: metodologia e resultados na cidade de Bauru foi coordenado pelo professor José Xaides de Sampaio Alves, do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo da Unesp. Ele mostrou como é possível criar planos urbanísticos e arquitetônicos junto à comunidade. Edison Veiga / Extra!

Edison Veiga / Extra!

OFICINAS e MINICURSOS

Oficina mostra importância da educação ambiental


Jornalismo/FAAC - Unesp

A segregação das cidades em debate Adriana de Souza / Extra!

Mesa-redonda reúne arquitetos e mostra soluções para a estrutura social das cidades

Alexino fala sobre o tratamento dado a minorias

João Whitaker, José Xaides e José Bizelli durante a mesa-redonda

O

espaço urbano brasileiro é segregado. É dessa maneira que pode ser sintetizada a discussão da mesa-redonda O Espaço Urbano Segregado: políticas urbanas em contraposição às cidades do mercado, que aconteceu ontem à tarde durante o Simpósio. João Sette Whitaker Ferreira, professor de Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, explicou as razões da estruturação desigual das cidades brasileiras. Para isso, ele retomou um pouco da história do Brasil, retornando ao período de colonização. “Desde o início da história do Brasil, a sociedade está dividida entre os proprietários de terra e os que não têm terra”, disse Whitaker.

OFICINAS e MINICURSOS

Para ele, “no Brasil, a propriedade privada é intocável. Nos centros das cidades, há espaços vazios, enquanto os mais pobres se localizam nas periferias, em conjuntos habitacionais”. Ele conclui que as cidades médias têm reproduzido o padrão urbanístico das grandes cidades. José Luis Bizelli, o outro debatedor da mesa, professor de Arquitetura da Unesp de Araraquara, complementou a exposição de Whitaker, apresentando algumas soluções. “Em países como o Brasil, o Estado tem que incluir as pessoas por meio de políticas públicas, caso contrário não haverá maneiras de manter a convivência social entre as mais diferentes classes sociais”, disse o professor. Bizelli apresentou algumas propostas que podem

ser vir para diminuir a segregação urbana. Entre elas, ele destacou o programa de governança municipal, projeto para a melhoria do trabalho das prefeituras de cidades com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), como as que se localizam no Vale do Paraíba, do Ribeira e do Paranapanema. Para Whitaker, mudanças socioespaciais na cidade podem ser executadas pelos movimentos populares, mesmo que de forma lenta. O deputado Inácio Arruda, um dos responsáveis pelo Estatuto das Cidades, era um dos debatedores convidados, mas não pôde comparecer por motivos pessoais. José Xaides Alves, professor de Arquitetura da Unesp, foi o mediador da mesa-redonda.

O minicurso Comunicação especializada e científica na cobertura jornalística de segmentos minorizados em um discurso globalizado, iniciado ontem, discutiu como o jornalista deve ser cuidadoso ao retratar grupos minoritários dentro da sociedade. A coordenação é do professor Ricardo Alexino Ferreira, do departamento de Comunicação Social da Unesp. Segundo ele, o conceito de grupos minorizados não é “em sentido de quantidade, mas em relação à representação social e política que esse grupo tem”. Durante o minicurso, que tem continuidade hoje, são apresentados e comentados diversos exemplos de coberturas jornalísticas publicadas na imprensa brasileira. Mas para Ricardo Alexino, o interesse pelo assunto pode não ser uma exclusividade do Jornalismo. “Um professor da rede pública, por exemplo, pode fazer o curso, mesmo porque ele trabalha com a comunicação” diz. Aconteceu ontem, durante todo o dia, o minicurso Estatuto da cidade: instrumentos e possibilidades. O minicurso foi coordenado por Antônio Carlos de Oliveira, professor do departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo da Unesp. Antônio Carlos relacionou os insMinicurso trata do Estatuto da Cidade tr umentos presentes no Estatuto da Cidade ao processo histórico de formação da sociedade brasileira. As aplicações do Estatuto possibilitam uma melhoria na cidade, tanto no espaço urbano quanto no rural. Por conta disso, Antônio Carlos pensa que o expectador do minicurso não deve ser apenas um detentor do conhecimento. Ele diz que os participantes “se tornam multiplicadores desse conhecimento e possibilitam o maior número possível de pessoas nesse processo de exercício da cidadania”. Diego Barboza / Extra!

Bauru, 25 de agosto de 2005

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Corrente do rap Adriana de Souza / Extra!

Grupos se unem para uma apresentação exclusiva

OFICINAS e MINICURSOS Adriana de Souza / Extra!

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Angelo: estimulando um novo olhar sobre a imprensa

Grupos de rap embalam a noite de quarta no Sesc

B

te, a gente se ligou que seria mais legal, mais energético cantar algumas músicas de todo mundo”. Questionado sobre o coletivo Quinto Andar, Tremosa o definiu como a união de várias pessoas que têm a mesma identidade musical e fazem um som juntos quando podem. Segundo ele, rap é feito com jazz, com funk, com coisas experimentais. “Eu gosto muito de João Donato, Chico Buarque, samba. A música brasileira em si é a minha maior influência”, contou. Sobre a proposta da música, Audiolandro considera que a letra é a expressão daquilo que você está sentindo no momento. “No geral, todo mundo aqui quer fazer som de verdade, música sincera, de

qualidade e que não seja de forma alguma elitizante”. Para ele, a música tem que ser uma coisa pura, “mais por aquilo que você acredita do que pelo retorno financeiro imediato”. A mesma opinião é compartilhada por Tremosa. “Uma música não tem que ser comercial pra gente poder viver”. Ele contou que o Quinto Andar está gravando um novo disco totalmente independente e pretende disponibilizar as músicas na internet. Durante o show, os rappers empolgaram o público presente, com uma apresentação calorosa. “O hip hop não precisa de vários tecladistas ou muitos músicos no palco. O mais importante é a troca de energia e calor humano”, manifestou Audiolandro.

GRUPOS DE TRABALHO Os Grupos de Trabalho tiveram início na terça-feira e vão até sexta na sala 3. Os trabalhos inscritos abrangem cinco áreas: Comunicação, Educação, Arquitetura e Urbanismo, Artes e Representação Gráfica/ Desenho Industrial e Geografia. Professores e alunos de vários estados do país fizeram inscrições para apresentar trabalhos de graduação e pós-gradução. Os grupos acontecem de manhã a partir das nove horas e à tarde a partir das três horas.

Adriana de Souza / Extra!

andas diferentes que se reuniram em uma apresentação de rap marcada pelo improviso e pela espontaneidade, seguindo apenas o sentimento e a situação encontrada. Assim foi o show de ontem à noite do grupo Mamelo Sound System, formado por Rodrigo Audiolandro, Lourdez da Luz e Munhoz, e a banca Quinto Andar, formada por dez integrantes dos quais se apresentaram Lumbriga Tremosa e Gato Congelado. Essa foi a primeira vez que os grupos misturaram o repertório e se apresentaram em Bauru. Audiolandro disse que todos são amigos e já haviam feito apresentações juntas, mas cada grupo tocando o seu próprio set list. “De repen-

O objetivo da oficina de ontem, O jornal como recurso para o estímulo à leitura crítica, foi desenvolver a capacidade de um olhar crítico na imprensa e, conseqüentemente, na vida, na questão social e na política. A atividade foi pelo professor Angelo Sottovia Aranha, do departamento de Comunicação Social da Unesp. Segundo o professor, um dos caminhos para alcançar tal objetivo seria coordenar a confecção de jornais em escolas públicas, igrejas ou clubes. “No processo de edição do jornal, a gente consegue trabalhar conceitos básicos necessários para que as pessoas envolvidas na produção passem a ter um outro olhar sobre a imprensa”, afirmou. Angelo contou que já trabalhou com 120 professores da rede pública, em Jaú, para desenvolver a prática da leitura crítica, e constatou que 95% dos educadores não possuíam noção da r e a l i d a d e expressa no jornal. O oficina foi bastante procu- O professor tem experiência na área rada, principalmente por estudantes de Comunicação Social. A estudante do terceiro ano de Jornalismo, Mayra Ferreira, afirmou ter escolhido a oficina por fazer uma pesquisa de Iniciação Cientifica voltada para um jornal impresso infantil, relacionada com a construção da visão de mundo das crianças. “Escolhi a oficina porque estudo essa formação do leitor crítico infantil. Além disso, o professor Angelo é de renome nessa área do Jornalismo Impresso”, afirmou a estudante Mayra.


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Bauru, 26 de agosto de 2005

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Relação cidade-campo é tema de conferência N

A relação cidade-campo no Brasil também foi abordada por Moreira, que salientou a ineficiência dos modelos teóricos habituais para explicar as particularidades brasileiras. “Não podemos falar de realidade do campo ou da cidade. No Brasil, a cidade não cumpriu o papel que a história lhe reservou”, “Não se pode entender falou. Para Moreira, o Brasil é um Minas Gerais sem ler Gui- típico país capitalista marcado pelo desenvolvimento desigual e commarães Rosa” binado, o que se verifica em vários ca nos participantes do Simpósio. momentos de sua história. Como Moreira iniciou sua exposição exemplo, o palestrante citou a aboapresentando um histórico da lição da escravatura, comandada origem do conceito de cidade e, pelas elites rurais e não acompaposteriormente, explicou sua fun- nhada de uma reforma agrária. ção. Segundo ele, a cidade cum- Moreira destacou ainda a imporpriu o papel histórico de orientar tância da literatura para o entendias revoluções burguesas. “A cida- mento de nosso país. “Não se de passa a ser a residência das clas- pode entender Minas Gerais sem ses que desejam uma mudança, é ler Guimarães Rosa”, exemplificou. Finalizando sua fala, fez uma anáa cidade subversiva”, disse. a conferência Campo e cidade no Brasil contemporâneo, Ruy Moreira, professor da Universidade Federal Fluminense, relacionou o momento conjuntural brasileiro com a relação cidade-campo, a fim de promover a reflexão críti-

Edison Veiga / Extra!

“Para mudar o Brasil temos que mudar o perfil da cidade”, disse Ruy Moreira

Ruy Moreira na conferência Campo e cidade no Brasil contemporâneo

lise da situação atual brasileira, criticando o Estado patrimonialista e enfatizando que “para mudar o

Brasil temos que mudar o perfil da cidade. O Estado se organiza a partir dela”.

MINICURSOS e OFICINAS

Talita Zanetti / Extra!

Sala cheia durante oficina

tísticos de vanguarda do começo do século passado, como o cubismo, o dadaísmo e o surrealismo. O professor exibiu fragmentos do filme Outubro, de 1926, do cineasta russo Eisenstein, e o curta experimental Ballet Mecânico, de 1923, do artista plástico Ferdinand Léger, dentre outros. Romão explicou que “hoje o cinema é uma arte essencialmente narrativa, porém isso foi questionado durante a década de 20”. Sobre como a relação entre cinema experimental e as vanguardas influenciou o cinema atual, ele disse que muitos elementos do cinema experimental foram apropriados pelo cinema tradicional. Romão citou

petição de imagens, a colagem e a fragmentação. Na oficina Como fazer uma rádio virtual, Thiago Fraccarolli, um dos idealizadores da Rádio Virtual Mundo Perdido (radiomundoperdido.tk), da Unesp, apresentou um histórico do veículo rádio. “A gente passou pelo surgimento da digitalização do sinal de áudio, da internet mp3, da internet, depois fomos para a instalação da rádio virtual nos computadores”, explica Fraccarolli. Durante a tarde, os participantes discutiram a programação da rádio virtual e transmitiram um programa ao vivo. Talita Zanetti / Extra!

As vanguardas e o cinema experimental da década de 20 foi o tema do minicurso de ontem, coordenado pelo professor José Marcos Romão da Silva, da Unesp. No curso, Romão mostrou como o cinema experimental foi influenciado pelos movimentos ar-

Participantes de oficina criam rádio na

o documentário sueco Surplus, de 2003, do diretor Érik Gandini. Segundo o professor, o documentário apresenta, em toda a sua narrativa, elementos de experimentação da década de 20, como a re-


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Foram os temas discutidos na mesa de ontem

“O

Diego Barboza / Extra!

Da esquerda para a direita: Nereide, Misael, Valter e Celestino

personalidade do ser humano. Ela também enfatizou o papel da comunicação dentro da escola. Celestino Alves concentrou a discussão nos desafios teóricos, da confrontação prática e da esferação política. “A idéia é distinguir os conceitos da visão da educação, da comunicação e da infor mação”, conceituou. Alves explicou ain-

Diego Barboza / Extra!

processo de educação depende da comunicação”. É o que afirma a professora Nereide Saviane, uma das debatedoras da mesa-redonda Os desafios atuais na interação entre comunicação e educação, que ocorreu na tarde de ontem no Simpósio. O enfoque da discussão foi a importância da comunicação para a transmissão do conhecimento. Participaram também da mesa Valter Vicente Sales Filho, do Sesc de São Paulo, e Celestino Alves da Silva Júnior, professor da Unesp de Marília. A professora da Universidade Católica de Santos (Unisantos), Nereide Saviane, apresentou quais os maiores desafios da educação para a formação da

Nereide Saviane durante sua fala

da que, atualmente, a atividade habitual das escolas está ameaçada pela visão da indústria cultural e pela proliferação dos cursos de educação à distância. “No caso do Brasil, a televisão é a principal fonte de informação, cultura e entrenimento para milhões de brasileiros, o que pode influenciar a educação brasileira”, afirmou Valter Vicente Sales. Durante a mesa-redonda, ele levantou a influência da mídia como uma grande agência educadora em todo o mundo. Para ele, a televisão ocupa esse papel de destaque porque há aparelhos transmissores em quase todos os lares brasileiros, fenômeno que não ocorre com livros, revistas ou jornais. A mesa-redonda foi mediada pelo professor do departamento de Educação da Unesp de Bauru, José Misael Ferreira do Vale.

Mostrar novas possibilidades de leitura foi o foco do minicurso A imagem, os sons e outras mensagens não-verbais na composição do repertório cotidiano, coordenado pelo profesAdenil Alfeu, em seu minicurso sor Adenil Alfeu Domingos, da Unesp de Bauru. Segundo ele, a leitura além do verbal ainda está precária na grande massa. “A maioria das pessoas ainda é muito ligada ao verbal e não percebe que o verbal funciona como uma imagem na nossa cabeça”, exemplificou. A proposta foi mostrar como a cidade é um grande painel a ser lido. Segundo ele, grafites, pichações, outdoors, placas, todos os elementos que a compõem estão repletos de significações. Adenil defende que todo objeto é composto por uma montagem, portanto é repleto de significados que devem ser decodificados. Assim, propõe olhar para o cotidiano com uma visão mais ampla. “A comunicação se expande muito além daquele núcleo restrito da linguagem verbal. Temos que compreender o não-verbal, os discursos imagéticos”, acredita. Para realizar essas diferentes interpretações, o professor faz análises utilizando a semiótica. Adriana de Souza / Extra!

Educação e Comunicação

MINICURSOS e OFICINAS

Edison Veiga / Extra!

Bauru, 26 de agosto de 2005

Elian analisou o impacto da globalização na urbanidade

O minicurso Marketing urbano: mito ou realidade, coordenado pelo professor Elian Alabi Lucci, abordou o impacto da globalização sobre a estrutura urbana. Foram discutidas tendências da urbanização e da arquitetura devido às implicações de ordem econômica e também como fazer planejamento urbano em países de grandes desigualdades. Alabi analisou o peso e a pressão que a população excluída exerce em uma cidade. Outro ponto debatido foi o marketing urbano, a forma que se faz para vender a imagem de uma cidade, que hoje, constitui-se como uma marca, um produto para venda. Para trazer uma visão prática dos assuntos tratados, foram realizadas leituras de textos, exibição de vídeos e debates durante o curso.


Textos: Adriana de Souza, Alan de Faria, Diego Barboza, Lígia Sotratti, Natalia Rocha, Talita Zanetti Diagramação: Alan de Faria, Diego Barboza Jornalista Responsável: Angelo Sottovia Aranha (Mtb 12.870) Organização: Edison Veiga, Giovana Franzolin, Paulo Araújo

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Bauru, 26 de agosto de 2005

Jornalismo/FAAC - Unesp

Conferência internacional encerra o Simpósio Professor da Universidade de Sorbonne, Michel Maffesoli, explicou fenômenos da pós-modernidade

A

Alan de Faria / Extra!

mente há uma conferência O material “globalização”, mas o e o simbólico na culque realmente existe é tura contemporânea: uma policulturalização. o audiovisual, as artes digitais “É certo que há gostos e os meios tecnológicos, mie maneiras de ser que nistrada pelo professor e uniformizam, mas ao sociólogo Michel Maffesoli, da mesmo tempo existe Universidade de Sorbonne, de uma reafirmação da Paris, encerrou a programação do cultura. Existe uma Simpósio no Sesc. ‘Mcdonaldização’, mas Maffesoli discutiu a globaliao mesmo tempo uma zação que, na sua definição, é um reafirmação da feijoatermo imposto pelo imperialismo da”, explicou. simbólico cultural, assim como Sobre o tema do Simtoda a cultura dos países mais pósio, o sociólogo defiricos. Ele contou que achava niu o conceito de interchocante a ter minologia de face, “aquilo que une, ao “terceiro mundo” que é amplapasso que a tradição mente utilizada no Brasil. “Esse moderna e ocidental é o tipo de designação que vem Maffesoli falou sobre a cultura contemporânea postulava que, antes de do exterior e é imposta pelo primeiro mundo”, esclareceu. Para ele, o desafio teórico do novo mais nada, havia indivíduos que Segundo ele, um dos cuidados milênio não é encontrar as palavras fariam o contrato social”. A partir disso, Maffesoli explicou a que se deve ter no trabalho corretas, mas as menos falsas. Maffesoli completa que oficial- necessidade da comunicação, intelectual, é com as palavras.

“não podemos existir por nós mesmos, necessitamos de relações e do sentimento de pertencer que vai se opor àquilo que é de fato o contrato social”. Michel Maffesoli afirmou que a modernidade nasceu com o cristianismo e a partir daí houve uma ocidentalização do mundo. “Toda a tradição ocidental é iconoclasta, ou seja, desvaloriza a imagem e é ela que faz a relação entre o indivíduo e o macrocosmo social”, explicou. Pra finalizar, o professor da Sorbonne concluiu que há um reencantamento do mundo através dos meios tecnológicos, como por exemplo o audiovisual. O Simpósio ocorrido esta semana foi uma parceria do Sesc, da Unesp e da AGB (Associação dos Geógrafos Brasileiros). Foram mais de 700 inscritos no evento, que teve cerca de 415 participantes nas oficinas e minicursos.

ouro, que Leonardo da Vinci denominou de divina proporção”, explica. Além da teoria, o minicurso aplicou esses princípios na tecnologia. O curso atraiu um público diverso, como estudantes de desenho industrial, engenheiros e até mesmo uma estudante de jornalismo. Massinha, bonecos e brinquedos viram personagens de vídeo, produzido durante a oficina Animação stopmotion para Prof. Roberto, produção de vídurante a ARTGEO deo. A oficina, Diego Barboza / Extra!

busca do repertório como necessidade à leitura intertextual. No minicurso ARTGEO: integrando arte, geometria e tecnoe imagem logia a partir da razão áurea, os professores Maria Antonia Benutti Giunta, Roberto Alcarria do Nascimento e Solange Maria Leão Gonçalves, todos da Unesp, discutiram as relações entre a geometria e a arte. O curso foi centrado na questão da razão áurea que, de acordo com explicações da professora Maria Antonia, é uma razão matemática relacionada com proporção. “Essa razão determina um ponto, chamado ponto de Diego Barboza / Extra!

A programação do Simpósio ter minou com dois minicursos e uma oficina. O minicurso Texto e imagem, coordenado pelas pro- Minicurso Texto fessoras Guiomar Josefina Biondo e Maria Luiza Calim de Carvalho, da Unesp, teve como proposta a leitura da imagem, tanto em obras de arte, como a presente nos livros, principalmente nos infantis. O curso abordou aspectos teóricos, focados na questão do leitor, “como o leitor pode ser melhorado, quais são as etapas para a interpretação do texto”, explicou Guiomar. O minicurso também abordou a

Diego Barboza / Extra!

MINICURSOS e OFICINAS

Boneco utilizado na oficina de stop-motion. Ao fundo, o coordenador César Casella

coordenada por César Casella, da Unesp de Bauru, foi dividida em duas partes. Na primeira, foram apresentados os principais temas da história da animação e na segunda os participantes produziram três pequenos vídeos aplicando as técnicas do stop-motion.


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Bauru, 26 de agosto de 2005

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Textos: Adriana de Souza, Alan de Faria, Diego Barboza, Lígia Sotratti, Natalia Rocha, Talita Zanetti Diagramação: Alan de Faria, Diego Barboza Jornalista Responsável: Angelo Sottovia Aranha (Mtb 12.870) Organização: Edison Veiga, Giovana Franzolin, Paulo Araújo

Mesa reúne estudiosos da cibercultura

C

om a tentativa de esclarecer diversos conceitos do mundo virtual, aconteceu ontem a última mesa-redonda do Simpósio. Intitulada Ciberarte, cibercultura, o debate foi mediado por Olympio Pinheiro, professor da Unesp de Bauru, e contou com a participação das professoras Christine Mello, do Senac São Paulo, Diana Domingues, da Universidade Caxias do Sul, e do assistente da gerência de estudos e desenvolvimento do Sesc São Paulo, Vinícius Demarchi Terra. Vinícius utilizou algumas definições do filósofo Pierre Lévy para explicar o que é ciberarte: “uma rede de informação ou de memória conectada em tec-

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O mundo conectado

Christine Mello, Diana Domingues, Vinícius Demarchi e Olympio Pinheiro

nologias de informação, computadores, constituindo um espaço cibernético que, ao ser acessado pelos seres humanos, se torna uma cibercultura”. Durante a mesa, ele apresentou a síntese do Game

Cultura, evento que acontece no início de todo ano no Sesc Pompéia, em São Paulo. A proposta é mostrar o que é a ciberarte e a cibercultura, conceitos que utilizam elementos da tecnologia para

produzir arte. Segundo Christine Mello, a arte tecnológica brasileira é altamente desenvolvida e diferente em relação ao que é produzido ao redor do mundo. Para ela, ciberarte “é um espaço virtual habitado por textos, imagens, links, que são compartilhados em rede”. “O que mais interessa é o fluxo de informações e a interação”, afirmou. Ela ainda diz que o mundo virtual, no caso, a internet, possibilita as mesmas experiências da vida cotidiana. A professora Diana Domingues encerrou o debate da mesa-redonda. De acordo com ela, a cibercultura mudou as relações sociais e promove atitudes que não executávamos anteriormente, devido, sobretudo, à expansão do espaço promovido pela internet. “A rede possibilita que o organismo humano esteja conectado com o mundo todo”, finalizou.

Sonoplastia em tempo real Grupo mineiro encerra semana do Simpósio com experimentalismo sonoro

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param do Ano do Brasil na França, representando o estado de Minas Gerais. Comentando a aceitação de sua música no Brasil e no exterior, os músicos disseram que o público francês é mais atento que o brasileiro. “Há uma dispersão natural do Brasil para coisas que não são muito comuns, mas mesmo assim a gente encontra uma receptividade”, avaliou Marcos. Surgido na década de noventa, O Grivo foi batizado assim por acaso. “A gente foi obrigado a escolher um nome quando ia

fazer uma outra apresentação na França, aí achamos O Grivo”, explica Nelson. Ele contou que só mais tarde foi saber do significado – o Grivo, originalmente, é um personagem do conto O Cara de Bronze, do escritor mineiro

Diego Barboza / Extra!

G

alhos, papel, pedaços de lata, taças. Foi com esses objetos que o grupo O Grivo se apresentou ontem à noite, no último dia do Simpósio. A proposta de Nelson Soares e Marcos Moreira, a dupla mineira que compõe O Grivo, é Experimentações marcam o trabalho de O Grivo criar um som rústico a partir de instrumentos diferentes. também trabalha com sonorização “A gente trabalha com uma de vídeos e outras peças artísticas. sonoridade muito pouco usual, Durante o concerto, por exemplo, então beira essa coisa da foram projetados filmes em Superprecariedade”, contou Nelson. 8 e um vídeo, de Cao Guimarães, Na primeira apresentação do produzidos especialmente para o grupo em Bauru, os músicos exibi- Música Precária. Marcos e Nelson acabaram de ram o projeto Música Precária, lançado em 2003. Aliás, a dupla chegar da Europa, onde partici-

De instrumentos não-convencionais nasce o som de O Grivo


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