Pioneirismo, Renovação e Desafios: Experiências do Campo de Públicas no Brasil

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O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DA ESAG-UDESC: ABRINDO NOVAS FRONTEIRAS

administradores para o desempenho de atividades no setor público e privado e exercer outras atividades de ensino, pesquisa, documentação e assistência-técnica” (QUERINO, 2012, p. 59). Assim, desde a criação da escola, o curso de graduação em Administração conferia o grau de bacharel nas modalidades de Administração Pública e Administração de Empresas, e o currículo do curso era dividido em ciclo básico e profissional. Em âmbito nacional, a implantação do currículo mínimo, em 1966, exigiu a adaptação da matriz curricular do curso ofertado pela Esag, o qual permaneceu por mais de uma década com o mesmo projeto pedagógico após a reforma e apenas, em 1980, são feitas as alterações estruturais relativas à organização didática exigidas pelo currículo mínimo. O concluinte passou a receber o título de Bacharel em Administração e não mais o de Bacharel em Administração Pública e Administração de Empresas. Como consequência, grande parte das disciplinas e dos departamentos foi modificada. Em 1986, uma nova mudança no currículo adota a denominação do curso de graduação em Administração Pública e Privada, com o objetivo de conhecer e aprofundar a reflexão e o entendimento sobre a teoria e a prática administrativa, além de preparar o administrador para exercer suas funções tanto no âmbito público quanto no privado (QUERINO, 2012). Essa alteração curricular estava fundamentada no desenvolvimento econômico e social do Estado, visando atender às necessidades e aspirações da comunidade catarinense (UDESC, 1986). Na onda de mobilizações da reforma curricular nacional, em torno das avaliações das IES, a Esag acompanha o movimento e desenvolve o plano quadrienal 1987-1990. Sua proposta é pautada na mudança e na inovação técnica e científica para repensar as ações de pesquisa, ensino e extensão e fortalecer o lema: Empresa – Escola – Comunidade (UDESC, 1987). Em 1995, a Esag implementa as alterações curriculares para o curso de graduação em Administração (UDESC, 1994). Nessa alteração não há menção ao termo “Administração Pública” e apenas três disciplinas passam a tratar do assunto, de forma indireta, de caráter generalista – Macroeconomia, Instituições de Direito Público e Turismo e Desenvolvimento. Mesmo que, tardiamente, sob o ponto de vista do movimento ocorrido em âmbito nacional, a graduação passa a se orientar pelo viés da Administração de Empresas. Como se vê, na gênese da escola está o espírito público, sendo, com o tempo, convertido à compreensão do main stream da Ciência da Administração. Nos idos de 2003, há o prenúncio de um ciclo de expansão político-institucional da Esag, que almeja melhorar sua representatividade na Udesc. Isso se concretizaria por meio da ampliação de cursos e, consequentemente, aumento de alunos e professores. Naquele momento, convergiram, segundo a compreensão de Kingdon (1984 apud Secchi, 2010) o fluxo dos problemas - a crise na Udesc e a falta de representatividade da Esag -, o fluxo das soluções - abertura de novos cursos, neste caso, já havia a aprovação no Conselho de Centro do Projeto Político Pedagógico do Curso de Administração de Serviços 189


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