Ocupação Mauá, 340

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4.0 moradores

eu sei que lá fora as pessoas batem a porta na sua cara.” Hoje, sem precisar pagar aluguel, Monique tem a possibilidade de ir atrás de seus sonhos. Ela faz parte do “Mulheres que Constroem”, projeto gratuito da Escola de Altos Estudos de São Paulo (Esaesp) em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP) e empresas do setor que visa inserir as mulheres no mercado de trabalho. Seu sonho é arranjar um emprego na área e, caso tenha condições, adquirir uma casa própria. “Eu tô na luta, se eu conseguir tudo bem, mas se eu tiver um emprego bom para ganhar assim uns 2 mil, eu pago uma casa pela caixa, não vou ficar dez anos esperando, vou correr atrás também”, afirma.

Nunca precisei procurar

Apesar de se dizer satisfeita e gostar de morar na ocupação, Monique também vê algumas dificuldades. “Aqui tem muitas regras, não é fácil também. Reuniões, passeatas, mutirão, então você não para... É legal participar do movimento, mas mesmo se eu estiver doente, tenho que ir”, opina. Assim, com um passo de cada vez, Monique vai atrás. Por ter saído cedo de casa parou os estudos depois de terminar o segundo grau. Mas é uma mulher que sabe o que quer. “Sempre pensei positivo. Dando certo ou não, eu sei que eu fiz”, diz. “O que eu quero mesmo é continuar meus cursos, fazer faculdade de engenharia e conseguir minha casa. Não pretendo casar nem ter filho.”

família.

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