4 devasso katy evans

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Não me acalma. Simplesmente não há nenhuma porra de chance de que alguém vá tocá-la. Nenhuma PORRA de chance. – Vá. Eu vou falar com o meu pai daqui a pouco – disparo, sombrio, encarando-o. Coloco uma camisa e então espero que ele saia. Estou tão fodido pelo que ele disse que pego minha faca e lanço-a no alvo da parede no outro lado. Faço isso várias vezes… Não vou deixar esse quarto até atingir o centro do alvo doze vezes seguidas, o que significa que estou calmo de novo. Eu poderia provavelmente colocar a culpa por essa possessividade no meu pau. Eu nunca gostei de dividir nada. Ou posso culpar algum senso de justiça falso – nunca acreditei em justiça quando alguém mais forte tirava vantagem de alguém mais fraco. Pura covardia. Mas também não é isso. Imagino quem a está levando para casa. Maxilar cerrado, eu lanço minha faca e atinjo o centro do alvo. *** – Filho – diz Julian, seus olhos se iluminando quando ele me vê. Ouço o bipe de seu monitor cardíaco, e noto, à sua direita, Eric dobrando para cima as mangas de sua camisa. – Informe? – Eu me dirijo diretamente a Eric, cruzando os braços quando analiso o trio de enfermeiras ao redor deles. Não apenas devo a Eric o olho dele, mas também a minha vida, aqui nessa família esquisita e fodida. – Ele precisa de plaquetas – explica Eric. Eu me odeio por ser incapaz de ficar ali e simplesmente assistir a tudo. Odeio que algum senso de dever e lealdade ao meu próprio sangue me faça erguer minha própria camisa e expor minhas veias. – Eu faço isso. Meu pai ergue uma das mãos enquanto eu me sento perto dele. – Não. Se você for atingido por aí, vai sangrar até a morte. Você não. – Ele olha para Eric e faz um gesto para ele prosseguir. Eric aguarda pela minha aprovação, e eu cedo, assentindo. Eu sempre levei as palavras dele – eu diria no coração, mas não tenho um. Porém, sempre o levei a sério, todos esses anos. Enquanto meu pai se recusa a participar de qualquer coisa que possa soar a fraqueza, Eric já me deu tapinhas nas costas e me chamou de “filho” uma ou duas vezes. Mas tio carinhoso ou não, karma é um inferno, e eu devo um olho a Eric. Para o lado paterno da minha família, olho por olho não é apenas uma promessa, está estampado em cada uma de nossas certidões de nascimento. – Essa lista – eu digo a meu pai, desenrolando-a de minha mão, olhando primeiro para Eric, depois para meu pai, com uma ameaça lisa e fria como o aço em meu tom. E prossigo: – Eu quero a sua palavra, e, dessa forma, a palavra de todos os homens abaixo de você, que ninguém vai tocar em nenhum de meus alvos. Qualquer nome aqui é exclusivamente meu,


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