Escândalo na primavera as quatro estações do amor vol 4 lisa kleypas

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O relógio de sobremesa racionava seu tic-tac com avara lentidão. Quando Daisy se apoiou contra o sofá médio adormecida, ouviu o rangido da porta. Seu preguiçoso olhar seguiu o som. Um homem tinha entrado no quarto. Ele se parou justo na entrada, contemplando a visão dela sobre o chão, com todos os livros pulverizados a seu redor. De repente, Daisy levantou o olhar para sua cara. E se congelou de desejo, medo e um terrível desejo. Era Matthew, vestido com roupas toscas, desconhecidas, sua presença vital parecia encher o quarto. Temendo que a visão desaparecesse, Daisy se manteve mortalmente quieta. Os olhos lhe ardiam pelas lágrimas, mas os manteve abertos, desejando ferventemente que ele ficasse. Ele se aproximou dela com muito cuidado. Ficando em cócoras, contemplou-a com preocupação e uma incomensurável ternura. Uma de suas grandes mãos se moveu, apartando alguns livros até que o espaço entre seus corpos esteve espaçoso. — Sou eu, amor, — disse ele brandamente. — Tudo está bem. Daisy conseguiu sussurrar através de seus ressecados lábios. — Se for um fantasma… espero que me atormente para sempre. Matthew se sentou no chão e alcançou seus frite mãos. — Um fantasma entraria pela porta? — perguntou ele brandamente, atraindo seus dedos para sua cara arranhada e maltratada. O tato de sua pele contra sua Palmas liberou um baile de dolorosa consciência nela. Com alivio Daisy sentiu por fim o degelo do intumescimento, suas emoções desatando-se, e tentou tampá-los olhos. Seu peito pareceu quebrasse em soluços incontrolados. Matthew atirou de sua mão e a atraiu firmemente contra ele, murmurando em voz baixa. Daisy continuava chorando e ele a abraçou mais forte, parecendo entender que ela necessitava a dura, quase dolorosa, pressão de seu corpo. — Por favor, me diga que é real — ofegou. — Por favor, me diga que não é um sonho. — Sou real — disse Matthew com voz rouca. — Não chore com tanta força, não há… OH, Daisy, amor… — Ele agarrou sua cabeça entre suas mãos e pressionou palavras consoladoras contra seus lábios enquanto ela lutava para aproximar-se ainda mais a ele. Ele a apoiou com cuidado sobre o chão, usando o tranquilizador peso de seu corpo para subjugá-la. Suas mãos entrelaçadas com as dela, seus dedos enredados. Ofegando, Daisy girou sua cabeça para olhar fixamente seu pulso exposto, onde a carne estava torcida e avermelhada. — Suas mãos estavam atadas — disse com uma voz rouca que não soava absolutamente como a sua. — Como te liberou? Matthew inclinou a cabeça para beijar a superfície sulcada de lágrimas de sua bochecha. — O canivete — disse ele subitamente. Os olhos de Daisy se alargaram quando seguiu olhando fixamente seu pulso. — Conseguiu tirar um canivete de seu bolso e cortar as cordas enquanto a carruagem se afundava no rio?


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