O SONHO

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UM SONHO DE SANTIDADE Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil

ÍNDICE 1 APRESENTAÇÃO 2 PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DO ENCONTRO 3 DESCRIÇÃO POR MOMENTOS 2.1 A SANTIDADE É TAMBÉM PARA VOCÊ 08 2.2 A VIAGEM 08 2.3 SEMEAR 2.4 MOTOR DO SONHO 2.5 TRILHA DOS SONHOS 2.6 O ENCONTRO

4 ANEXOS

Queridos Jovens,

A Igreja Católica e a Congregação Salesiana voltam os seus olhares para a ampla conscientização a respeito da temática da santidade. No entanto, não se trata apenas de simplesmente falar sobre santidade, mas sim apresentar e tornar possível que as pessoas simples, da vida cotidiana, os jovens, os idosos, enfim todos, possam experienciar uma santidade que tange e toca a sua realidade. Por esse motivo, apresentamos nesse subsídio a proposta carinhosamente idealizada para a realização do “Sonho” no ano de 2019. Ela é uma tentativa que traduzir para os jovens as palavras do Papa Francisco e do Reitor-Mor. Que esse subsídio ajude cada presença a entrar nesse fantástico itinerário de Santidade.

Com carinho, Comissão Inspetorial da AJS

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É preciso, antes de tudo, ter em vista que os instrumentos paradigmáticos que nos fizeram idealizar o “Sonho” nesse ano foram a Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre a Santidade intitulada Gaudete et Exultate, a Estreia do Reitor-Mor para a Família Salesiana do ano de 2019 e a própria Palavra de Deus. Assim, propomos “um sonho de santidade”, não como um tema específico para o “Sonho”, mas sim como temática que envolverá toda a dinâmica do encontro. Por esse motivo, exortamos a todos os jovens envolvidos na preparação que estejam intimamente conectados ao que está sendo discutido nas referências apresentadas acima. Para a realização do “Sonho”, cada Presença Salesiana trate de dispor do melhor tempo possível para a sua realização, pois o que está descrito nesse subsídio facilmente torna-se adaptável para cada uma das realidades, podendo ser realizado em um final de semana, um dia (manhã e tarde) ou somente um turno do dia. Pedimos, desse modo, que o itinerário proposto aqui seja enriquecido com as contribuições de cada AJS local, tendo em vista respeito pelo mesmo que aqui dispomos. Se, por exemplo, a presença opta por um fim de semana, podem-se se propor atividades1 como:

DIA 1

DIA 2

Acolhida Animação Oração: “A Santidade também é para você” Primeiro “Semear” introdutório Intervalo Animação Gincana Almoço Animação Dinâmica “A Viagem” Segundo “Semear” Intervalo Animação Continuação da Gincana Oração Final Acolhida Animação “Motor do Sonho” Intervalo Animação Terceiro Semear Continuação da Gincana Almoço Finalização da Gincana Lanche “Trilha do Sonho” Oração: “O Encontro” Despedida

Se, por exemplo, a presença opta por um único dia, podem-se se propor atividades como:

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Salientamos sempre que tudo isso é “proposta”, o que significa que não precisa ser necessariamente assim.

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MANHÃ

Acolhida Animação Oração: “A Santidade também é para você” Dinâmica: “A Viagem” Primeiro “Semear” Intervalo Animação “Motor do Sonho” Segundo “Semear”

TARDE

Almoço Animação Atividades Livres – Brincadeiras de interação Intervalo Animação “Trilha do Sonho” Oração: “O Encontro” Despedida

Se, por fim, a presença optar por um único turno do dia2, podem-se se propor atividades como: MANHÃ TARDE ou NOITE

Acolhida Animação Oração: “A Santidade também é para você” Dinâmica: “A viagem” “Semear” Intervalo Animação “Motor do Sonho” “Trilha dos Sonhos” Oração: “O Encontro”

Cada momento descrito abaixo faz parte da “espinha dorsal” do “Sonho” e pedimos que ela seja ao máximo que as presenças puderem conservada. Cada uma delas conta com a descrição de objetivo do momento, sugestão de ambientação e descrição do momento em si, que consistem em um norte indicativo para uma boa realização do momento que está ali sendo proposto. Para a acolhida, sugerimos um grande mural na entrada do auditório com o nome do encontro no centro, onde cada participante escreverá, ao chegar, algum dos seus sonhos. No mesmo painel devem ser colocados dados importantes como data e local do “Sonho”. É interessante que a banda já esteja tocando músicas de animação e a equipe de acolhida esteja entregando as identificações e acolhendo os sonhadores. Todo o “Sonho” foi idealizado para que os sonhadores3 entrem em contato com uma atmosfera de santidade, de modo que, ao se depararem com cada espaço, cada momento e cada encontro com o outro, ele possa estar imergido no mistério de santidade que toca a sua pele e que preenche o seu coração. Não se trata, assim, de um mero momento de encontro com os amigos e de alegria passageira, mas de um contato, uma experiência com uma Pessoa: Jesus Cristo. Na era em que as relações se reduzem apenas a momentos picotados de euforia coletiva nos assim chamados 2

Se a presença opta por esse modelo, ela deve prever para que tudo saia no seu devido tempo e sem atropelos, no entanto, os momentos devem ser cronometrados de forma mais certeira. 3 Jovens que participam do sonho.

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“rolezinhos”, propomos aos sonhadores entrarem e tocarem os seus projetos de vida como em uma autorreflexão, e assim possam, diante do projeto de vida que Deus tem para cada um de nós, crer que, assim como Dom Bosco soube conformar o seu projeto de vida com o projeto de Deus, nós também somos capazes disso. No vulgo da nossa vida e da nossa existência, Ele nos quer como santos. Portanto: agarremo-la como se nossa vida dependesse disso.

2.1 A SANTIDADE É TAMBÉM PARA VOCÊ

Objetivo: Fazer com que os jovens sonhadores tenham um primeiro contato com a temática proposta por meio da oração e interiorização. Ambiente: ao centro focar o que é comum da vida de jovens: calça jeans, faculdade, livros, esportes, redes sociais, emojis, etc. Descrição: Pensar em pessoas boas, pessoas que ajudaram outras fazendo o bem, mas devem ser pessoas próximas a elas, não grandes personalidades que todos conhecem, mas sim aquelas da sua rua, da sua casa, da sua família. São pessoas que dedicam sua vida a serem boas pessoas na simplicidade do seu cotidiano. Mesmo que elas não façam atos grandiosos de heroísmos. A santidade não é para poucos heróis ou pessoas extraordinárias, mas de uma forma de ser um “cristão normal”. De ser amigo de Jesus, ou seja, de encarnar na minha vida a vida de Jesus, aceitando os riscos, os desafios e as oportunidades que Deus nos dá durante a nossa vida4. Ser santo significa uma atitude constante, decidida e alegre de viver bem o bem, ou seja, a escolha que fazemos cotidianamente de amar ao próximo como a nós mesmos, de respeitar as limitações dos outros, de ser uma pessoa educada, de nunca excluir ninguém, enfim, são tantos exemplos. Essa reflexão deve ser feita em união com a música “És Meu Amigo” (ANEXO 1) da Comunidade Católica Colo de Deus. A intenção é utilizar do sentido da audição para ligarmos a Letra da música com uma interiorização de que a santidade, enquanto amizade com Jesus, é possível para eles também. Pode-se inclusive fazer a coreografia que a música apresenta no link do anexo 1.

2.2 A VIAGEM Nunca desista dos seus sonhos Objetivo: Refletir a respeito dos sonhos que cada um de nós temos. Sonhos que são projetos de vida e que fazem parte de quem nós somos.

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Estreia 2019, p. 9.

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Ambiente: Tema de viagem com malas espalhadas, imagens de ônibus, aviões, paisagens turísticas, etc. Podem usar todos os recursos possíveis para criar um ambiente que favoreça uma imersão na temática de viagem. No centro, colocar um cesto de lixo ou mais de um. Ao fundo, deixar tocando músicas sobre sonhos. Pedir que os jovens levem mochilas, bolsa ou outro tipo de bag. Papel padronizado (bilhete de viagem: VER ANEXO 2 E ARQUIVO ANEXO À PARTE) impresso e caneta distribuída a todos os participantes. Descrição: Narrador: Cada sonhador receberá 5 bilhetes de viagem e o narrador deverá pedir que cada sonhador anote em cada bilhete um sonho e guarde-o na sua mochila. O narrador indica que faremos 5 viagens (correspondente a cada um dos sonhos anotados). Acontecerão, então, 4 imprevistos que serão indicados ao longo das viagens: 1º - A cidade onde você iria aconteceu um terremoto, e sua passagem foi cancelada. Qual dessas passagens você cancelaria? Qual a menos importante? Pede para que todos digam o sonho riscado. Pede que o amasse e jogue fora. 2º - Você pegou um Uber e o pneu fura no meio do caminho e infelizmente, por causa do atraso, ao chegar no aeroporto o avião já havia decolado e você teria que cancelar mais uma viagem. Pede para que todos digam o sonho riscado. Pede que o amasse e jogue fora. 3º - Todos estamos com três viagens apenas. Estando por aí, você foi assaltado e o ladrão levou seu bilhete de passagem. E mais uma vez você terá que riscar um sonho e falar qual é. Pede para que todos digam o sonho riscado. Pede que o amasse e jogue fora. 4º - De repente, você adoece e não poderá mais viajar nessa data e terá que cancelar a viagem. Qual você cancelaria? Pede para que todos digam o sonho riscado. Pede que o amasse e jogue fora. Nesse momento, o narrador recolhe todos os sonhos que sobraram. A partir disso o narrador dá UMA BELA DE UMA CHAMADA DE ATENÇÃO NOS SONHADORES PORQUE:

1. Ninguém pode te obrigar a desistir dos seus sonhos; 2. Não é todo mundo que tem que saber dos seus sonhos; 3. Não entregue seus sonhos nas mãos de ninguém a não ser nas mãos de Deus. *Podem haver outras lições que queiram trazer. Essas são as três morais dessa dinâmica. Nossos sonhos são preciosos e nunca devem ser esquecidos ou abandonados só porque alguém pediu que o fizesse. Não é assim que Deus age na nossa vida: Ele sabe quem nós somos, quais as nossas aspirações e projetos. Mas não descarta tudo isso, pelo contrário, nos pede que coloquemos

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nossa vida diante dele para que toda nossa vida seja ressignificada a partir Dele e tome o rumo da santidade.

2.3 SEMEAR

Objetivo: Após a dinâmica, os sonhadores formarão pequenos grupos de partilha. Sugerimos que a divisão seja feita previamente no crachá de cada um ou com pulseiras, para não perder tempo com a divisão de nomes. Atenção: é preciso que os semeadores estejam inteirados do que será vivido em todo o Sonho, para que possam fazer um link com o que já aconteceu e com o que acontecerá. Quem conduzirá esse momento serão os Semeadores que mediarão a reflexão nos grupos. Ambientação: Pequenos espaços em que os grupos serão direcionados. Dispor em cada um deles elementos que lembrem projetos de vida, como também que retratem os mais variados sentimentos. A divisão dos grupos pode ser a que a organização achar melhor, tomando cuidado para que seja previamente estabelecida. Descrição: Perguntas norteadoras para os Semeadores lançarem aos jovens:

1. O que é sonho para você? 2. Foi difícil desapegar dos sonhos e jogá-los fora? 3. Esses sonhos nos trarão felicidade? (Projeto de vida) 4. Qual o sonho de Deus para minha vida? (Santidade) 5. Já pensou que talvez o sonho que Deus tem para minha vida possa entrar em conformidade com o meu sonho? (Eu posso ser santo como um professor, como um jogador, como um médico; eu posso ser santo aonde eu estiver)

6. Você acha que a santidade na sua vida é possível? 2.4 MOTOR DO SONHO

Objetivo: Apresentar sinteticamente o que o Papa Francisco e o Reitor-Mor querem nos transmitir com a temática da Santidade. Não precisa ser um momento longo nem “paradão”, ele pode ser totalmente dinamizado de acordo com a criatividade do palestrante. Sobre o texto abaixo exposto, frisamos que ele é elucidativo, ou seja, deve servir de norte para quem for conduzir este momento como um recorte de elementos indispensáveis da Exortação Papal e da Estreia 2019. Ambientação: Espaço em que todos os sonhadores possam ficar acomodados e que favoreça a atenção deles. Os demais detalhes vai depender de como o expositor desenvolverá a sua fala com cartazes, slides, vídeos, dinâmicas, etc. Descrição: O CHAMADO UNIVERSAL À SANTIDADE

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Mas, como é Santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver (1Pd 1,15). O tema da Santidade, bem como seu convite, ainda que frequentemente repetido pelo magistério da Igreja é, em geral, visto pela atual sociedade como um retrocesso às velhas práticas religiosas, ainda encobertas pelas trevas do obscurantismo medieval. A má compreensão da liberdade nos aprisiona em nós mesmos e nos paralisa no encontro com o projeto de felicidade de Deus dirigido a nós, seus filhos. Para nós, no entanto, a santidade é obra do Espírito Santo de Deus que tudo renova, levando à perfeição a nossa vocação de batizados, filhos e filhas de Deus, herdeiros, portanto, de sua condição divina. Como nos lembra São Paulo na sua carta aos Efésios: “Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença. Ele nos predestinou, de sua livre vontade, para sermos seus filhos adotivos, por Jesus Cristo” (cf. Ef 1,3-10). Nossa vida de batizados deve ser um convite claro ao mundo de que Deus nos chama para uma vocação maior e mais radical: a de sermos santos, no amor. Outro perigo igual àqueles do qual mencionei no início é o de compreender a santidade como uma espécie de prêmio reservado aos “melhores” ou como um caminho a ser percorrido de uma só vez e sozinho, isto é, sem contar com a graça de Deus. Esse é o projeto muitas vezes pregado por alguns “gurus da santidade”, ou seja, homens e mulheres, quase sempre muito “religiosos” que passam “receita” às pessoas de como ser santo(a). A santidade passa a ser uma prescrição médica, cujo esforço para cumprir aquelas prescrições, cabe única e exclusivamente ao paciente. Não! O caminho daqueles que buscam a santidade é o Evangelho. É a Ele que nos voltamos e aclamamos como a Palavra da salvação, pronunciada por Deus a nosso favor, a fim de criar um mundo novo, em Cristo. O Evangelho é a bússola, o caminho já trilhado por Aquele que é a origem e o modelo da santidade: Jesus Cristo. A fim de superar estes modelos de santidade perfeita e demasiado exigente e, de apontar caminhos de santidade à luz da Palavra de Deus, o papa Francisco em sua exortação apostólica Gaudete et Exsultate – Sobre o chamado à santidade no mundo contemporâneo e o Padre Ángel Artime, 10º sucessor de Dom Bosco, na sua estreia 2019 com o tema: “A santidade é também para você”, em consonância com o Concílio Vaticano II na sua constituição dogmática Lumem Gentium – Sobre a Igreja, com a qual busca evidenciar o caráter batismal que nos iguala a todos e nos faz participantes da mesma e única fé da Igreja, santa e pecadora; e com a Palavra de Deus, intentam suscitar no coração das pessoas e dos jovens um fervoroso desejo por santidade. Não se trata de um tratado de santidade, mas um convite, uma maneira de “fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade”, indicando “os seus riscos, desafios e oportunidades” (n.2). Quanto aos modelos de santidade dos quais fiz referência no início deste parágrafo, reafirma o papa: “há um caminho de perfeição para cada um e não faz sentido desencorajar-se contemplando “modelos de santidade que lhe parecem inatingíveis” ou procurando “imitar algo que não foi pensado para ele” (n.11). Ambos nos propõem a santidade como um caminho de felicidade, em Deus. Fazendo referência a um dos discursos do papa Bento XVI aos jovens, o Reitor-mor escreve: “Queridos jovens, a felicidade que procurais, a felicidade que tendes o direito de saborear tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. [...] Disto estai plenamente convictos: Cristo de nada vos priva do que tendes em vós de belo e de grande, mas tudo leva à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo. [...] Deixai-vos surpreender por Cristo!” (p. 24). A felicidade perfeita é o que propõe a Igreja neste ano pós sinodal no qual os jovens puderam expressar suas alegrias e angústias, suas esperanças e preocupações. Esse é o grande presente que podemos oferecer à Igreja e à congregação salesiana: modelos de santidade, hoje, para os jovens de hoje! A Virgem Maria nos precedeu neste caminho de felicidade, ela mesma dirigindo-se à sua prima Isabel, autoproclamou-se feliz, pois nela o Senhor havia feito grandes coisas. Que Ela nos forme, no Espírito, à semelhança de seu Bendito Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, no qual deve estar ancorada nossa vida de santidade.

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2.5 TRILHA DOS SONHOS Objetivo: Fazer uma grande síntese ilustrativa do conceito de santidade que o Papa Francisco e o Reitor-Mor querem propagar a partir de um sonho de Dom Bosco. Esse momento não deve ser expositivo como uma palestra, mas sim lúdico e por isso sugerimos o recurso da teatralidade. Ao mesmo tempo, pedimos que favoreçam um ambiente de imersão dos sonhadores, de modo que eles possam experienciar estar envolvidos na dinâmica da Trilha que desembocará no Encontro. Ponto de Partida: Para a realização dessa “Trilha dos Sonhos”, partimos do sonho de Dom Bosco sobre as confissões malfeitas (FERREIRA, Antônio da Silva. Acima e Além: Os Sonhos de Dom Bosco. São Paulo: Editora Salesiana, p. 94 – 97). No entanto, o sonho trata apenas do sacramento da confissão, por isso foi preciso fazermos uma adaptação para que se encaixe no momento que estamos propondo. Assim, enquanto no sonho Dom Bosco trata dos três laços que impedem os jovens de fazerem boas confissões (ANEXO 3), nós trataremos dos três laços que impedem os jovens de serem santos.

A TRILHA DOS SONHOS CENA 1

(Ao entrarem no primeiro momento, os jovens deparam-se com uma espécie de quarto, onde encontram Dom Bosco em sua escrivaninha - está escrevendo uma espécie de carta. Instrumental I)

Dom Bosco: (pode ser feito em off enquanto escreve) Meus caros filhos, escrevo essa carta, para que jamais esqueçam de quem seu pai sempre procurou e se ancorou. O Encontrou no rosto sensível e muitas vezes desamparado de inúmeros jovens que pelas dificuldades rotineiras, tinham uma espécie de cegueira. Tentei ser para esses, uma espécie de oculista, na fabricação de óculos que reascendessem a fé e a esperança dos que já tinham perdido. Agora, lembrem-se bem: Todos aqueles que optarem por seguir a Dom Bosco, siga-o com os olhos fixos, não em mim, mas nesse amigo fiel e presente que não se contenta com 50%, 60% ou 70% de nós mesmos. Não se contenta em ser apenas mais um dentro do baú de nossos projetos e caminhos. Quer ser único! (Empolgado) Meus filhos salesianos, propiciem aos jovens que eles também façam um caminho de encontro com esse nosso querido e intimo amigo. Proporcionem a eles que também se torne único em suas vidas. Deixo isso tudo escrito, para que mesmo depois de minha morte, essas palavras de encorajamento fiquem perpetuadas em vossas memórias. Os amo com afeto de pai. - Assinado - Dom Bosco. (olha para frente e depara-se com todos os jovens) Dom Bosco: Nossa! Estava tão entretido em um carinho aos meus filhos que não percebi que já estavam aqui. Que vergonha, me desculpem! Os esperava mesmo! Que Alegria, bem-vindos! (olhaos com olhar paterno) Olhar vocês, é ter um pedaço do paraíso… Mas vamos lá! Os esperava para que junto comigo, fossem visitar um grande amigo meu que já deve estar nos esperando… Sabem que ele sempre me pede que traga mais pessoas comigo.. Certamente ficará imensamente feliz de ver tanta gente reunida.. (Aponta para algum jovem) Olha só esse aqui, que belezinha! Certamente serão bons amigos… (ri) Sabe que as vezes levo algumas pessoas lá e descubro que somos amigos em comum? Como esse mundo é pequeno… Mas nunca é demais uma visitinha! Nossa! Falei demais… vamos! Sigam-me, sigam-me, receio estarmos um pouco atrasados… (orienta os jovens a sair do primeiro espaço - sempre a frente- representando simbolicamente o bom pastor que está a frente de seu rebanho)

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CENA 2

(Dom Bosco sai falando com os jovens até que no meio do caminho é surpreendido com um adolescente que vem em um caminho contrário. Está vendado).

Dom Bosco: Meu Jovem, o que está acontecendo? Felipe: Nada, me deixa! Dom Bosco: Deixar você? Jamais! Felipe: Tome conta da sua vida! Dom Bosco: Tomo conta da minha vida, mas te quero também proporcionar vida! Felipe: E eu já não tenho? Dom Bosco: Qual é o seu nome? Felipe: Felipe! Dom Bosco: Pois bem Felipe, me chamo Dom Bosco! Junte-se a nós e encontrará o que verdadeiramente precisa.. Felipe: Agora é vidente também? Primeiro diz que não tenho vida e agora diz que sabe o que eu preciso…. Dom Bosco: Todos nós precisamos de uma coisa: Amor! Carinho, compreensão, atenção.. Você tem mãe? Pai? irmãos? Felipe: Você não é vidente ? Adivinha! Dom Bosco: Felipe, porque tão defensivo? O que fizeram pra ti? O que te impede de enxergar a vida com olhos mais livres e mais calmos? Felipe: Eu não aguento mais meu irmão do meio! Não aguento mais! As atenções são todas pra ele. Está no terceirão e é a pessoa mais indecisa que eu conheço. Não sabe o que quer da vida… Não aguento mais… Guilherme pra cá, Guilherme pra lá.. Quero que ele exploda! Mas antes de explodir, que ele se decida…. Pra mim ele não existe!! Dom Bosco: (senta-se com Felipe) Sabe Felipe, a indiferença é o pior dos sentimentos. Nos impede de enxergar o humano e o divino que há no outro. Nessa fase da vida é normal que as indecisões apareçam: Ele está decidindo o seu projeto de vida! Você já não passou por isso? Felipe: Já! Sou uma pessoa mega decidida! Já entrei em várias faculdades! Dom Bosco: E terminou todas elas? Felipe: Não! Sai de todas, mas decidi isso! Dom Bosco: Percebe que a indecisão vem lá na frente? Decida-se por seu irmão nesse momento e o ajude.. Deixe a indiferença de lado.. Felipe: Não aguento isso! Ele me ofusca em casa! Ele não existe pra mim. Dom Bosco: Existe tanto que você não para de falar nele… Na realidade a sua indiferença a ele, esconde a verdadeira preocupação que tem, para que não caia na sua mesma situação de começar e parar várias coisas… Ajude-o! Vai ser importante, pra ti e pra ele! Está na hora de tirar essas vendas dos seus olhos, para enxergar a si mesmo e a ele! Felipe: E você acha que dará certo? Eu já não enxergo ele a tanto tempo.. Acho que nem o reconheço mais! Dom Bosco: Claro que dará certo, nunca saberá se não tentar… O amor nos faz voltar a enxergar Felipe. Ele cura. Felipe: Agora deu.. é médico também? Dom Bosco: (ri) Sou só alguém que encontrou o amor e estou levando esses jovens pra lá também! Felipe: Eu quero ir! mas antes seria bom rever meu irmão né! Estou disposto a enxergar meu irmão novamente! Dom Bosco: Não tenho dúvidas disso! Vai ser bom! Muitas vezes somos tão indiferentes as pessoas, a nossa família, aos nossos amigos, quando não resolvemos o que precisamos resolver… Preferimos deletar da nossa vida do que enfrentarmos… Mais de uma coisa eu tenho certeza Felipe…

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Felipe: O que? Dom Bosco: Deus não é indiferente a nós. Ele nos ama e nos que próximos. Dele e dos outros. Até quando você vai ser indiferente ao seu irmão e consequentemente a Deus? Felipe: Eu preciso ir! Dom Bosco: Precisa! Mas antes, penso que precise fazer uma coisa.. Felipe: O que? Dom Bosco: tirar essa venda! Felipe: Tem razão, já tinha me acostumado com ela. Dom Bosco: Pois é! As vezes nos acostumamos tanto com nosso erros que acabamos nos tornando indiferentes a nós mesmos. (Tira a venda) Felipe: Você vai comigo? Dom Bosco: Não só eu, mas como todos nós! Nos leve até ele! (Dom Bosco levanta-se e abraça Felipe Inicia a trilha) https://www.youtube.com/watch?v=MgXyM9fZHSM (Música de Transição)

CENA 3

(Ao encontrar-se com Guilherme, Felipe vai ao encontro de Guilherme, que também está vendado. Dá um abraço. Aparentemente Guilherme se assusta). Guilherme: O que está acontecendo? Felipe: Sou eu Gui, seu irmão! Guilherme: Meu irmão? Felipe: Sim, Felipe! Guilherme: Eu nem lembrava mais da sua voz… não a ouvia a tanto tempo.. Felipe: Pois é.. errei tanto com você! Mas eu trouxe Dom Bosco e também todos esses jovens.. Vão me ajudar e ajudar você… a tirar a sua venda.. Guilherme: Mas eu não sei se quero Felipe: Não sabe se quer o que? Guilherme: Tirar a venda. Já me acostumei com tudo isso! Felipe: Fala com ele Dom Bosco, diga que tirar as vendas é a melhor coisa a se fazer…. Dom Bosco: Foi fácil pra você tirar a venda Felipe? Felipe: Não.. Exatamente! Com facilidade não respeitamos os processos dos outros… Tudo precisa ser no nosso tempo… (volta-se para Guilherme) Estava ansioso para conhecer o Guilherme… Guilherme: me conhecer? Dom Bosco: Sim, Felipe me falou de você! Guilherme: Sério? Eu nem lembrava dele.. Estava tão distante.. Dom Bosco: Pois é Guilherme, o pior tipo de distância é daqueles que se tornam distantes, mesmo estando ao nosso lado… Mas porque não experimenta tirar as vendas? Guilherme: Não sei se devo! Não sei o que me espera aí fora, não sei o que espera a vida, não sei o que fazer da vida…. Felipe: Está vendo? Era disso que eu falava! Dom Bosco (olha com olhar de reprovação para Felipe e continua a falar com Guilherme) É natural que nessa época de nossas vidas, tenhamos nós também algumas indecisões, mas elas não podem nos paralisar… não podem permitir que deixemos de caminhar. Existe alguém que nos aponta um caminho! Guilherme: Quem? Dom Bosco: Jesus! O Próprio caminho, verdade e vida! Guilherme: Não sei, isso de religião já está tão ultrapassado…

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Dom Bosco: Meu caro, o que está ultrapassado não é a religião, mas é a falta de sensibilidade, o poder pelo poder, a discriminação, as mortes, os assassinatos, a corrupção, o individualismo… Deus é o passado… mas também o presente e o futuro. A Religião nos liga a ele. Guilherme: Mas preciso dar uma resposta e não sei qual dar! Já pensei em ser engenheiro, professor, ator, advogado, dentista, até padre eu já pensei… Mas eu não sei! Dom Bosco: Isso não é o mais importante Gui! Guilherme: Não? Claro que é! Todos esperam de mim!! Dom Bosco: Há um que espera por você… Guilherme: Você não cansa de falar de Deus ? Dom Bosco: Ora, e alguém cansa de falar do que é bom? Guilherme: Eu nunca imaginei que fosse tão dificil escolher um projeto… Dom Bosco: A vida é um grande aprendizado Gui, Ora aprendemos aqui, ora aprendemos ali… e aos poucos vamos percebendo que o mais importante não é ser ator, engenheiro, professor, padre.. O mais importante é fazer a vontade de Deus! Guilherme: E quando eu sei que é vontade de Deus? Dom Bosco: Quando o projeto nos faz feliz e fazemos também do outro feliz. Guilherme: E como eu sei disso? Você precisa aprender mais de Deus… Porque ele cuida de ti, de mim, de nós e nos aponta um caminho de felicidade, que chamamos de vocação. Cada um de nós tem uma. Venha conosco, vamos descobrir qual é a vontade de Deus pra sua vida? Guilherme: Nós temos um outro irmão… mais velho… Ele precisa de ajuda também! Felipe: Ele também precisa achar a vocação dele…. Dom Bosco: Também indeciso? Felipe: não…. só não quer mais frequentar a Igreja, os sacramentos.. Guilherme: E com isso está se perdendo… Dom Bosco: Vamos achá-lo então! Guilherme: Vamos! Felipe: Então tire a venda! Dom Bosco: Está vendo? Quando você se decidiu por algo, conseguiu tirar a venda! Guilherme: Mas olhar o mundo assim é tão diferente… Dom Bosco: Ver a luz é o preço que se paga quando se sai da caverna e se liberta do escuro das indecisões que nos metemos! Felipe: Vamos? Guilherme: Vamos! https://www.youtube.com/watch?v=wV1KMwxYgbw CENA 4

(Encontram com o terceiro irmão - está razoavelmente arrumado, está fumando um cigarro) Jaime: O que vocês estão fazendo aqui? Quando vi de longe pensei que era uma procissão.. (rindo) (Ele está vendado) Guilherme: Viemos até aqui porque somos seus irmãos! Jaime: Agora que se lembram que são meus irmãos? Quando sai de casa, ninguém foi atrás de mim. Não sou eu a ovelha negra da família? Não sou eu que ninguém quer estar perto? Felipe: Não fala isso Jaime! Jaime: Quem é você pra me dizer isso? É o primeiro a ser indiferente a todos? Não sabe enfrentar os problemas.. prefere fugir, do que enfrentar… Não me venha com esse disrcursinho furado! (Felipe coloca a venda e cai) Guilherme: Nós viemos atrás de você Jaime, porque nós te amamos!

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Jaime (ri) Me amam? Ah! Cala a boca! Quando sai de casa ninguém foi atrás de mim! Ninguém! Outro indiferente, egoísta, que só olha para o seu umbigo, o seu projeto! E sabe o que é o pior? Não se decide de nada! É um imaturo! (Neste momento Guilherme também coloca a venda e cai) (Jaime olha para Dom Bosco e para todos os jovens - com um olhar de ira ) Jaime: E você quem é? Gostou do espetáculo? Agora que acabou eu quero aplausos!! (começa a se aplaudir) Dom Bosco: Eu sou Dom Bosco Jaime! Jaime: Prestou tanta atenção na peça que decorou até o meu nome… Mas já não acham que está na hora de ir embora? Pega teu rumo padre e leva embora esses teus segurancinhas… Se bem que pode deixar aquela menininha ali (olha para uma menina do grupo) Dom Bosco: Ninguém vai embora Jaime! Viemos para buscar você! Jaime: So aceito que a morte venha me buscar… Você está de preto mas pelo que me parece não tem cara de morte (fala com tom sarcástico). Dom Bosco: Não sou a morte não Jaime, eu sou a vida. Sou a vida porque sigo o próprio caminho verdade e vida… Jaime: Ah, não quero discursinhos prontos… Falei da indiferença do meu irmão, mas até Deus foi indiferente a mim! Até ele! Frequentava todos os sacramentos, ia a missa todos os dias… comungava, confessava… e o que ele me deu em troca? A morte da minha mãe e um silêncio profundo… Não quero mais saber dessas babozeiras de sacramento, missa, Deus…. isso é tudo perda de tempo!! Dom Bosco: Talvez Deus tenha silenciado porque é educado, Jaime. Talvez você tenha se ocupado em todo esse tempo em somente falar, mas não silenciar e escutar a voz de Deus. Já parou para pensar que a morte da sua mãe foi uma fatalidade. Não culpe Deus por isso! Jaime: Pode ter sido uma fatalidade, mas ele é Deus e podia ter evitado isso! Dom Bosco: Deus não interfere na nossa liberdade… Sabe que ele nos ama tanto que até permite que seus filhos se afastem dele e o neguem… Jaime: Chega! Dom Bosco: Chega do que Jaime? De ouvir o que precisa ser dito? Sabe de uma coisa que eu tenho certeza? Jaime: O que? Dom Bosco: Deus em nenhum momento deixou você. O ama e o quer bem! Você que preferiu não estar mais com ele. Jaime: Depois que minha mãe se foi, minha casa virou um caos. Ninguém pensava em mim, só eu que pensava em mim.. Dom Bosco: Está vendo? Tão egoísta quanto os outros! E mesmo assim Deus continua a estar do seu lado. Os sacramentos são sinais de Deus Jaime, que nos fazem estar mais perto dele…. Jaime: Eu sei! Eu fiz catequese, minha mãe era catequista da paróquia. Dom Bosco: Pois bem… sua mãe que está junto de Deus, te ensinou a trilhar um caminho tão bonito junto ao Pai e você responde…. Jaime: (de cabeça baixo) Eu fiquei desesperado com tudo! Perdi meu bem mais precioso! Eu perdi minha mãe naquele acidente de carro! Dom Bosco: Acha que era Deus que dirigia aquele carro? (Jaime fica em silêncio) Dom Bosco: Acho que alguém está levando uma culpa que não merece… Jaime: Me confessa Dom Bosco? (enquanto a música toca - encena a confissão) https://www.youtube.com/watch?v=W5U1WXzRv70 Dom Bosco (terminando a confissão) Não te darei uma penitência Jaime Jaime: Não? Dom Bosco: Vou te dar um serviço de amor! Jaime: Como assim? Dom Bosco: Sabe esse Deus que te ama? Jaime: agora eu sei! Dom Bosco: ele também ama os seus irmãos! Ajude-os a também fazer a vontade de Deus para suas vidas… (Jaime tira a venda)

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(Neste momento Jaime olha para seus irmãos, olha para Dom Bosco, olha para os jovens que ali estão e chama) Jaime: Vem comigo! Dom Bosco: Dessa vez não, você precisa fazer isso. Jaime: Você vai me deixar sozinho? Dom Bosco: Você está com Deus e em Deus - a melhor das companhias! (enquanto isso - toca-se de fundo - até o termino do dialogo - após a trilha aumenta - jogo cênico) Jaime: Com Deus e em Deus.. ele vai me dar forças! https://www.youtube.com/watch?v=Bzq1NHfXlRk ( o jogo cênico consiste no trabalho do plano baixo, médio e alto. Começando pelas mãos, Jaime, pega cada um dos irmãos, e os levanta, seguindo os passos da música. Desamarra as vendas enquanto vagarosamente os irmãos vão abrindo os olhos. Nesse momento a música deve estar bem alta. Jaime olha com amor para cada um dos irmãos. Abraça-os demoradamente) Dom Bosco: Eu não sou médico, mas que eu disse que o amor cura, ah.. ele cura! Felipe: É.. estamos preparados para seguir com vocês.. Dom Bosco: Disso eu não tenho duvidas! Vamos? Acho que estamos atrasados… Mas o melhor de tudo é que meu amigo está sempre a esperar.. (Seguem todos para a capela enquanto Dom Bosco- dessa vez no meio dos jovens, brinca com os três, juntamente com os sonhadores) CENA 5

(Ao chegar na capela) Dom Bosco: A casa do meu amigo.. nosso amigo é intitulada como a casa do amor - Aqui ele nos trata como um. Não há a necessidade de deixar de ser quem somos! Ele nos ama como somos, com as dificuldades que temos… Só nos pede que confiemos nele. Por vezes nosso coração e permeado pelas indiferenças, pelas indecisões, pelas mágoas, ressentimentos, pelo abandono dos sacramentos…. Mas esse amigo continua firme! Não nos trai! Está sempre a nos ouvir e acompanhar… nós é que por vezes descontamos e viramos a cara… Mas nos ama tanto… que não é capaz de nos devolver com a mesma moeda… A nossa vida é um grande sonho de Deus para nós.., Se nos dispusermos a amar a ele e a amar o próximo, vai nos irradiar uma alegria tão grande.. tão grande… E a alegria é Santidade! Que é pra mim, pra você.. pra nós! Felipe e Guilherme - O amor cura não cura? Três juntos: Cura! Dom Bosco: Só cura porque Ele é o próprio amor! Vamos entrar, ele nos espera! (Santíssimo já exposto) https://www.youtube.com/watch?v=vsgOs3quM1I ou https://www.youtube.com/watch?v=qQBCfNzl12M

ANEXO 1 MÚSICA: ÉS MEU AMIGO – Colo de Deus Link: https://www.youtube.com/watch?v=pxj0JfN4XwQ Letra:

E desapeguei de tudo

Quando fechei os livros

E me sentei para me impressionar

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Ao te ouvir falar Quando tranquei a porta E te busquei no secreto Eu não quis mais as respostas Só quis te ter por perto Descobri a alegria de te ter De correr pelos campos com você

ANEXO 2 És meu amigo Estás tão perto És meu amigo Estás tão perto Estás tão perto Estás aqui Descobri a alegria de te ter De correr pelos campos com você És meu amigo Estás tão perto

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ANEXO 3 CONFISSÕES MAL FEITAS Dom Bosco tinha partido de Lanzo dia 3 de abril de 1869, depois de ter contado um sonho que tivera poucos dias antes. No dia seguinte, 4 de abril, na boa-noite contava o sonho aos do Oratório de Turim: Estava perto da porta de meu quarto. Quando saía, a um dado momento olhei em torno e me vi na igreja, no meio de uma multidão de jovens. A igreja estava inteiramente cheia. Eram os jovens do Oratório de Turim, de Lanzo e de Mirabello e outros muitos que não conhecia. Não rezavam, mas parecia que se preparassem para poder se confessar. Uma quantidade imensa estava apinhada em volta de meu confessionário, de baixo do púlpito, esperando por mim. Eu, depois de ter olhado um pouco, me pus a pensar como poderia fazer para confessá-los todos. Mas temia estar dormindo, a sonhar. E, para assegurar-me de que não dormia, comecei a bater as mãos. Eu ouvia o rumor delas. Para me certificar mais ainda, espichei o braço e toquei na parede que está atrás do meu pequeno confessionário. Assim, certo de estar acordado, disse: - Já que estou aqui, confessamos. E comecei a confessar. Mas logo, vendo tantos jovens, levantei-me para olhar se havia outros confessores que me ajudassem. Não vendo nenhum, encaminhei-me para ir à sacristia para pedir que algum padre viesse ouvir as confissões. E eis que vi cá e lá que tinham uma corda ao pescoço que lhes apertava a garganta. - Porque aquela corda? – Perguntei. Tirem-na. E não me respondiam e me fitavam. - Vamos – disse a alguém -, vá e tire aquela corda. O jovem a quem mandara foi, mas me respondeu: - Não posso tirá-la, há alguém por trás que a segura. Venha ver. Voltei então os olhos com maior atenção sobre aquela multidão de jovens e me pareceu ver, por trás dos ombros de muitos, despontar dois chifres compridíssimos. Aproximei-me um pouco mais para ver melhor. E passando para trás daquele que me estava mais vizinho vi um bruto animal, com um focinho horrível, em forma de grande gato, com longos chifres, que apertava aqueles laços. Mas ele abaixava o focinho e o escondia debaixo das patas, abaixando-se para não se deixar ver. Eu interrogava este jovem e outros, pedindo seu nome, e eles não me respondiam. Interroguei aquele feio animal e ele se escondeu ainda mais. Então disse a um jovem: - Olá! Vá à sacristia e diga ao padre Merlone, diretor da sacristia, que dê a você a caldeirinha da água benta! O jovem voltou logo com a caldeirinha, mas, enquanto ia, eu descobria que cada jovem tinha atrás dos ombros um servidor tão pouco gracioso como o primeiro, e que ele também sempre mais se enrolava. Eu temia ainda estar dormindo. Tomei então o aspersório e perguntei a um daqueles gatões: - Diga-me, quem é você? O animal que me olhava alargou a boca, espichou a língua e depois se pôs a ranger os dentes em ato de atirar-se contra mim. - Diga-me depressa: o que está fazendo aqui, bruto animal? Fique furioso como quiser, eu não tenho medo de você. Veja, com esta água vou lavá-lo bem! O mostro me olhava espavorido. Depois se pôs a se contorcer de tal modo, que as pernas traseiras vinham para cima, a tocar os ombros pela frente. E de novo queria atirarse sobre mim. Eu o observava atentamente e vi que tinha na mão vários laços. - Vamos, diga-me: o que está fazendo aqui? E levantei o aspersório. Ele então se desvencilhou e queria fugir. - Não vai fugir, não – eu continuava. – Fiquei aqui, eu ordeno! Rosnou, e: - Olhe! – disse, e me apresentava os laços.

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- Diga-me, o que são estes três laços? O que significam? - Não sabe? Com estes três laços aperto os jovens para que se confessem mal. Com eles eu conduzo à perdição nove décimos do gênero humano.

- Como? De que modo? - Oh, não lhe quero dizer. Você o mostrará aos jovens. - Quero saber o que são estes três laços. Fale! Senão jogo a água benta em você... - Por piedade, mande-me para o inferno, mas não jogue dessa água em cima! - Em nome de Jesus Cristo, fale, então! Contorcendo-se espantosamente o mostro respondeu: - O primeiro modo com o qual aperto este laço é fazer os jovenzinhos calarem os seus pecados em confissão. - E o segundo? - O segundo é estimulá-los a se confessar sem arrependimento. - O terceiro? - O terceiro não lhe quero dizer. - Como, não me quer dizer? Agora jogo em você a água benta... - Não, não, não falarei. E se pôs a gritar alto: - Como? Não basta? Já falei demais! E voltou a enfurecer-se. - Eu quero que você me conte tudo para eu avise os diretores! – repetindo a ameaça, levantei o braço. Então saíram chamas e depois algumas gotas de sangue de seus olhos. Disse: - O terceiro é não tomar firme propósito e não seguir os avisos do confessor. - Bruto animal! – gritei-lhe pela segunda vez, e enquanto queria perguntar-lhe outras coisas e intimar que me revelasse de que modo se poderia remediar aquele grande mal e tornar vãs suas artes, todos os outros horríveis gatões, que até então estavam escondidos, começaram a murmurar. Depois romperam em lamentações e se puseram a grita e a colocar-se todos contra aquele que tinha falado e fizeram uma sublevação geral. Diante daquela balbúrdia, vi que não obteria mais nada de vantajoso daqueles animais. Aí levantei o aspersório e joguei água benta sobre aquele gatão que tinha falado: - Agora, vá embora! – disse-lhe. E ele desapareceu. Então joguei a água santa por todas as partes. E, com grandíssimo estrépito, todos aqueles monstros se deram a precipitosa fuga, uns por uma parte, outros por outra. Àquele rumor acordei e me achei no leito. ANEXO 4 DESCRIÇÃO DA “TRILHA DOS SONHOS” O ENCONTRO Objetivo: O caminho percorrido pelos sonhadores só será concretizado quando fazemos compromisso com Deus, com o amor. É o verdadeiro encontro que toca a nossa existência e nos faz olharmos o futuro não mais com os mesmos olhos. Toda a trilha que percorremos terá o seu ápice no “Encontro” com o amigo da alma que Dom Bosco quer mostrar aos sonhadores, que é o próprio Cristo na Santa Eucaristia. É ele quem nos liberta de todas as nossas amarras, mas só se nós nos entregarmos de coração a ele. Para esse momento, é preciso combinar com o padre ou responsável de sua comunidade. Lembramos também que essa adoração é “tipicamente salesiana” a intenção é que os sonhadores, diante de Cristo, façam sua experiência e se comprometam a viver a sua vida sacramental.

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Ambientação: Aqui a criatividade deve estar a serviço da atitude de rezar, por isso a sobriedade sempre é bem-vinda. Há alguns elementos que são indispensáveis: mesa ou altar; corporal; velas; ostensório. É interessante que a decoração indique que a centralidade do momento está na Santíssima Eucaristia. Sugestão ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO “Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração” (Mt 6,21) Orientação: Toda a trilha que percorremos terá o seu ápice no Encontro com o amigo da alma que Dom Bosco quer mostrar aos sonhadores, que é o próprio Cristo na Santa Eucaristia. É ele quem nos liberta de todas as nossas amarras, mas só se nós nos entregarmos de coração a ele. Para isse momento, é preciso combinar com o padre ou responsável de sua comunidade. Lembramos também que essa adoração é “tipicamente salesiana” a intenção é que os sonhadores, diante de Cristo, façam sua experiência e se comprometam a viver a sua vida sacramental. Não haverá cantico de exposição, pois o Jesus Sacramentado já estará lá exposto no ambiente previamente preparado, sendo que os sonhadores estão sendo levados até lá por meio da “Trilha dos Sonhos”. ORAÇÃO Leitor 1: Jesus chamaste-nos para estar contigo durante esta próxima hora, para te louvar, adorar, pedir, agradcer e assim prepararmos o nosso coração para ressuscitarmos contigo. Sabemos que Deus nos chama a fazermos tudo por Ele; a responder a quem nos chama, como se fosse a Ele, a fazer sempre a sua vontade. Amém. CÂNTICO Ministério Morada: Para que entre o Rei Link: https://www.youtube.com/watch?v=O3eiZPJN5YY

ORAÇÃO Leitor 2: Adornai o me coração, Senhor, com a vossa presença, Transformai-o em morada para vós! Vós sois o hóspede por quem espero, O amigo que junto de mim permanecerá. A vós, digno de um palácio, apenas um pobre abrigo tenho a oferecer.

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Adorno a minha casa com paixão e vontade. E o brilho do Céu, a minha morada iluminará. A minha casa será uma catedral, o meu coração um sacrário. Adornai o meu coração, Senhor, com a Vossa presença, Transformai-o em morada para Vós! Amém. (São João XXIII). Silêncio

CÂNTICO Adriana – Jardim Secreto Link: https://www.youtube.com/watch?v=IkxG4ERii9Q LEITURA BIBLÍCA – Jo 10, 11-16 Leitor 3: 11Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. 12 O mercenário, e o que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo e abandona as ovelhas e foge e o lobo arrebataas e espanta-as, 13 porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, 15assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai; e ofereço a minha vida pelas ovelhas. 16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor. Silêncio PRECES Todos: Senhor, fortaleça-nos cada vez mais. 1. Na nossa casa em meio aos nossos familiares... 2. Com nossos amigos a quem devemos ajudar a serem pessoas melhores... 3. Na nossa Paróquia onde colocamos nossos dons ao serviço de todos... 4. No nosso grupo onde colocamos nossas forças por amor aos jovens... 5. No nossa vida como caminho de santidade... CÂNTICO Frei Gilson – Eu te levantarei Link:https://www.youtube.com/watch?v=I_e5OEfD2jY&list=RDlHdr7akL7xg&index=10

Silêncio

ORAÇÃO Leitor 4: Envia-me Senhor, quero ser fiel à tua proposta, Mesmo que exija esforço.

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Quero sentir a tua presença, Mesmo no meio dos lobos. Quero escutar o teu chamado, Mesmo no ruído do campo. Quero descobrir-te como meu pastor, Mesmo nas seduções dos falsos heróis Quero dar testemunho e exemplo de vida, Mesmo sabendo que sou vaso frágil. Eis-me aqui, envia-me a ser bom pastor. Amém. VAMOS TODOS LOUVAR JUNTOS (TÃO SUBLIME) – JMJ Link: https://www.youtube.com/watch?v=AeshVQ92srA

BÊNÇÃO DO SS. SACRAMENTO REPOSIÇÃO DO SS. SACRAMENTO Colo de Deus – Romanos 5 Link: https://www.youtube.com/watch?v=RcQJgWB7Gzs

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