A Colônia de Gonçalves Júnior - Irati - Paraná

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A COLONIZAÇÃO

No dia 19 de abril de 1907 o Presidente Afonso Pena lançou o decreto, assinado pelo ministro Miguel Calmon, que seria a base para atrair imigrantes para o território nacional. Somente em 1908, um ano após o decreto, vieram cerca de 90.000 imigrantes para o Brasil, 46.216 desembarcaram no Rio de Janeiro. Da Holanda vieram 1.421 imigrantes (pelo Rio de Janeiro) em 1908, ou 1.308 vieram pelo porto de Amsterdam e 113 imigrantes pelo porto de Rotterdam. Com o apoio do Governo Federal e sob supervisão do Estado, os holandeses foram dirigidos para diversas Colônias nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em Minas Gerais: João Pinheiro (duas famílias com 14 pessoas), Jatobá ou Vargem Grande (18 famílias com 83 pessoas), Águas Virtuosas ou Nova Baden (sete famílias com 54 pessoas). Paraná: Irati (46 famílias com 282 pessoas), Miguel Calmon (12 famílias com 74 pessoas) e Afonso Pena (10 famílias com 45 pessoas). A Colônia de Calmon pertencia ao Estado do Paraná e, por causa da guerra do Contestado (1912-1916), mais tarde ao Estado de Santa Catarina. No Rio Grande do Sul os holandeses foram para as Colônias de Comandahy (Guarany, 46 famílias com 266 pessoas), e Ijuhy (23 famílias com 110 pessoas). Dados de 1908, segundo o livro de N. R. de Leeuw - 1909 e handelsberichten - notícias comerciais de 26 de maio de 1910, fornecido por Mari Smits. Em 1909, 327 colonos holandeses se mudaram do Rio Grande do Sul para a Argentina, pedindo ajuda às autoridades daquele país. A Colônia de Gonçalves Júnior - Iraty, já demarcada pelos engenheiros Francisco Beltrão e Álvaro Cardoso, em 1907, e fundada em 1908, era destinada somente a imigrantes holandeses e alemães. No final de 1908 moravam em Gonçalves Júnior 46 famílias de holandeses, 28 famílias de alemães e uma família de austríacos, em total 75 famílias. Na Holanda, a partir de 1907, foram recrutados os colonos, em sua maioria operários desempregados das indústrias e estivadores do porto de Rotterdam, porém descendentes de lavradores e familiarizados com o trabalho agrícola. As únicas pistas dos colonos holandeses achamos nos livros de administração (Borrado), comprando produtos (1908 até 1910) e uma lista muito importante com nomes dos colonos que receberam ajuda, com o fornecimento de vales, no início do ano de 1910. Uma lista de nomes dos colonos que assinaram um pedido direcionado à Holanda, e infelizmente há poucos dados no cartório de Irati sobre os óbitos de Gonçalves Júnior, a maioria dos falecimentos, em especial crianças até dois anos, sem ser registradas. Depois de 1909, o Brasil ficou muito mal afamado na Holanda, pelas diversas publicações em jornais na Holanda feitas pelos colonos que repatriaram. Mesmo assim, ficaram muitos nomes holandeses no Paraná, descendentes dos primeiros colonos que se encontram na região, com os seguintes sobrenomes: Bankersen, Barendrecht, Haagsma, Hennipman, Intema, Van Kranenburg, De Laat, Van der Laars, Korevaar, Van der Neut, Rietkerk, Van Rijn, Smouter, Verhagen, Vink, Van Tienen, Verschoor, Vriesman, Van der Waal. Várias famílias ainda moram nas diversas linhas ao redor de Gonçalves Júnior como: Linha Ordenança, Linha C, José Maria, Volta Grande, Rio do Couro e Pirapó.

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