Reinventando o espaço da sala de educação infantil a partir do olhar das crianças

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Ainda de acordo com Vigotski (2007): (...) o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo, é como se ela fosse maior do que na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento (p. 122).

Nessa perspectiva da zona do desenvolvimento proximal Horn (2004) afirma que a brincadeira se torna uma promotora do desenvolvimento por ser uma atividade na qual a criança “aprende a atuar em uma esfera cognitiva que depende de motivações internas” (p. 19) como acontece nas situações do faz-de-conta vividas por elas. Ao

citar

Vygotsky,

Horn

(2004)

acrescenta

que

para

o

autor

“o

desenvolvimento humano é uma tarefa conjunta e recíproca” (p. 20). Destaca a importância da figura do adulto enquanto sujeito devendo promover e organizar situações de interação entre as crianças e o meio visando o desenvolvimento infantil. A autora evidencia o papel do professor enquanto esse adulto experiente que deve organizar o espaço da sala de forma que essas interações aconteçam, na qual se descentralize a figura do adulto no processo de aprendizagem, e este por sua vez ocupem o papel de interferir na zona de desenvolvimento proximal da criança. Essa organização do espaço deve levar em consideração a relevância do brincar no desenvolvimento dessas crianças. Essa intervenção, sobretudo na escola infantil, dependerá do modo como o professor, o parceiro mais experiente, organiza, por exemplo, jogos e materiais relacionados aos mais diferentes campos do conhecimento (linguagens, matemática, ciências, artes) que, em tal estágio de desenvolvimento das crianças serão os mais adequados e do modo como organiza cantos e recantos da sala, como biblioteca, casa de boneca, recanto das fantasias, das construções, os quais permitirão enredos com a participação em duplas, trios ou grupos maiores de crianças. (Horn, 2004, p. 20)

Kishimoto (2001) em seu estudo intitulado “Brinquedos e materiais pedagógicos nas escolas infantis” acrescenta que: Cada sala de atividade deveria comportar, em seu interior, áreas de brincadeira, incluindo faz-de-conta, construções e jogos e tempo na rotina


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