Revista Interferência

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Rec-Beat para começar bem o ano

Caroline Bittencourt

outros festivais

interferência #01

Festival de música independente democratiza ainda mais o carnaval de Recife Adriana mitre

Mesmo conhecendo poucos carnavais, eu arrisco dizer que o carnaval de Recife é o melhor do país. A capital, conhecida como a mais violenta do Brasil, dificilmente é palco para brigas nessa época do ano. Quando tive a oportunidade de ir, era tudo clima de alegria. Talvez porque a palavra que mais caracterize o Carnaval de Recife seja democratização. Além de encontrar toda uma diversidade de sons e pessoas, das mais diferentes idades e classes sociais, todas as atrações são gratuitas. Maracatu e frevo não faltam. Mas tem espaço para tudo e, é claro, a música independente não fica de fora. O Festival Rec-Beat é o responsável por representar esse circuito e dar vez para bandas que trazem novidades sonoras. O Reac-Beat surgiu a partir do projeto de mesmo nome, criado em 1993, que tinha como objetivo divulgar a música pernambucana e seu mais novo movimento, posteriormente batizado de Manguebeat. Em 1995, o festival se apresenta, pela primeira vez, no carnaval de Olinda, com uma pequena infra-estrutura. Alguns anos depois, a convite da Secretaria de Cultura, vai para Recife Antigo, na rua da Moeda, e começa a apresentar uma programação mais diversificada, com músicos e bandas

nacionais. Mas é apenas com mais uma mudança de endereço, agora no Cais da Alfândega, às margens do rio Capibaribe, que o Rec-Beat toma maiores proporções e agrega apresentações musicais internacionais vindas, principalmente, de países latino-americanos. “Foi um desdobramento natural. O festival cresce e rompe suas fronteiras”, explica Antônio Gutierrez, o Gutie, produtor cultural responsável pelo evento. Atualmente, no palco ao ar livre, o Rec-Beat, que acontece de sábado à terça de carnaval, tem público garantido, que chega a alcançar vinte mil pessoas por noite. O evento tem orgulho de apresentar uma diversidade musical que vai do tango ao carimbó. “Eu sempre tento linkar tradição com novas tendências, novas sonoridades”, conta Gutie. Para os que acham que o Festi-


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