Bianca n. 578.1 – Coração Rebelde – Kristin Morgan bem, sem ter que compartilhar os sentimentos com outra pessoa, e pretendia prosseguir desse jeito. — O que me diz, Chelsey? — indagou, jovial, enquanto procurava libertar-se daqueles pensamentos. — Podemos selar nosso matrimônio com um beijo? — Se acha que devemos... — Bem, é a única coisa que poderemos fazer... — retrucou, pensando na lua-demel que jamais teriam. De algum modo, Chelsey percebeu suas intenções, pois procurou fitá-lo, com uma enorme interrogação na testa. Porém, recuperando o autocontrole, Jake agiu com normalidade, como se não houvesse nenhum significado oculto em suas palavras. "Esse casamento será apenas temporário", ele repetia, incansavelmente, para si mesmo. "Isso é muito simples e prático." Fechando os olhos, Chelsey entregou os lábios àquele homem atraente que agora era seu marido. E, à medida em que sua boca era tocada, sentia-se flutuar entre as nuvens, como se estivesse em um sonho. Jake passou os braços pelos ombros da esposa, trazendo-a para mais perto. E, sem nenhuma resistência, apossou-se daqueles lábios tenros, tentando convencer-se de que fazia aquilo apenas para saciar a curiosidade dos dois expectadores. Porém, no íntimo, sabia que precisava daquele beijo mais do que do próprio oxigênio... Então aqueles estranhos sentimentos voltaram a importuná-lo outra vez... Será que estava apaixonado por Chelsey? Mas, se isso fosse verdade, o que seria de sua vida? Afinal gostava de ter tudo sobre controle, especialmente as emoções, e não iria renunciar a isso por nada, nem mesmo em nome do amor. Com um gesto brusco e repentino, Jake afastou-se, exibindo um sorriso confiante e cheio de arrogância, como se aquele beijo não tivesse representado nada. Desorientada com tanta crueldade, Chelsey apoiou-se na mesa da juíza, sentindo uma dor intensa no peito. Afinal, durante o beijo, chegara a pensar que ele a amava, para logo depois, sofrer a dor da indiferença. — Bem, agora não podemos mais voltar atrás — Jake afirmou, sem nenhuma emoção na voz. — Só nos resta tirar proveito disso tudo! Aquelas palavras dilaceraram o coração de Chelsey, aumentando ainda mais seu sofrimento. Em resposta, os olhos ficaram úmidos, obrigando-a a virar-se para enxugar as lágrimas inconvenientes. Entretanto, deu por si, Mel observava cada gesto seu. — Parabéns, amigo! — ele cumprimentou, sem deixar de fitá-la. — Não poderia ter dito algo mais oportuno nesse momento! Aliás, como planejam comemorar a ocasião? — Como assim? — Jake indagou, tentando descobrir onde Mel pretendia chegar com aquela conversa. — Ora, poderiam fazer algo mais romântico... — insinuou, malicioso. — Afinal, este é o dia de suas núpcias... —Romantismo não faz parte do nosso trato—respondeu, ríspido. Chelsey sentiu um nó na garganta, quando seus olhos se cruzaram com os de Mel. 54