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DIRETOR ARTíSTICO

Luis Ráo Artista Formador

Desde 1993 eu era ator (mentado). Não entendia ainda qual era minha real missão, até que em 1998, quando descobri o palhaço, virei atriz (teza da minha família); não que não admirassem meu trabalho, mas sabiam que o caminho da arte seria duro e incerto. Naquele ano virei ator profissional com DRT e tudo e decidi que iria fazer do riso minha bandeira, e foi o que fiz, dediquei todas as minhas energias na construção de um sonho chamado ‘’palhaço’’, sobretudo “Palhaços de Plantão”. Foram 15 anos de aprendizado com mestres do riso e com aprendizes que mais me ensinaram do que eu a eles. Levar o palhaço para o hospital exigia mais do que recursos artísticos; era necessário levar os ensinamentos do palhaço e das relações humanas para a vida, desconstruir-me, reconstruirme, cair e levantar, assim como o palhaço, que é um perdedor, mas

Rafael Guerra de Aquino

Foto: Stuqui Fotografia

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sempre recomeça. . Com quem aprendi a respeitar e amar a diferença e a fazer a diferença? Costumo dizer que o palhaço é um anti-herói que constrói suas relações a partir da verdade, e consegue ser amado e aceito do jeito que é com seus defeitos e qualidades. Não sou perfeito, nem o Ferrugem, meu palhaço, nem os Palhaços de Plantão, mas certamente estamos buscando nos compreender, nos aceitar e sermos cada vez melhores. A arte do palhaço é transformadora, buscamos pensar o riso a partir do viés da necessidade humana básica e no palhaço como figura, não somente da arte de fazer rir, mas como carreadora dos reais valores humanos, sejam eles bons ou maus; o que importa é a relação com o outro, o equilíbrio entre a razão, a emoção e nossa história. Rafael de Aquino Diretor Artístico


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