Jornal Sem Terra - 316

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ESTADOS Cada casa tem 71 metros quadrados, três quartos, sala, cozinha e banheiros

O PROJETO de elaboração de técnicas de construção de moradias, no Mato Grosso do Sul, rendeu à Reforma Agrária o título de vencedora da 6ª Edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2011, na categoria regional, no dia 22 de novembro. O projeto foi desenvolvido pela Associação Estadual de Cooperação Agrícola (Aesca), em parceria com o MST. “É um reconhecimento do trabalho que está sendo feito, em parceira entre a Aesca, o Incra, o MST e as famílias assentadas. Isso mostra a capacidade que nós temos de organização das famílias, além de gestão de recursos públicos”, diz Maria de Fátima de Medeiros Vieira, coordenadora do projeto. Casas de 71 metros quadrados, com três quartos, sala, cozinha e banheiros foram construídas pelo projeto. De acordo

BIA CARVALHO SETOR DE COMUNICAÇÃO MST-SE

Metro quadrado custou 25% do valor de mercado

O projeto foi selecionado como ganhador disputando com outros 26 programas. Foram inscritos 1.116 projetos, mas apenas 264 candidatos atenderam aos critérios estabelecidos no edital e se configuraram como Tecnologias Sociais.

com Fátima, o mais impressionante é que o custo da moradia ficou em um pouco mais de 1/4 do preço de um metro quadrado avaliado no mercado. O preço do metro caiu de R$ 800 para R$ 250, segundo a coordenadora do projeto.

Cilone Zang

Unidade de beneficiamento envolve assentados em 12 municípios SETOR DE COMUNICAÇÃO MST-RS

AS FAMÍLIAS de sete assentamentos da região metropolitana de Porto Alegre inauguraram uma unidade de beneficiamento de sementes de arroz orgânica, em outubro. A unidade beneficiará sementes produzidas por 33 famílias assentadas envolvendo 12 municípios produtores. Para o presidente da Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs), Émerson Giacomelli, a unidade garante uma maior autonomia para as famílias, que não dependerão de outros mecanismos para beneficiar as sementes. Com essa unidade, será possível realizar todo o processo pós-colheita, aumentar a produtividade das sementes orgânicas e ampliar a renda das famílias. “Teremos uma maior produtividade no arroz,

Projeto de Leitura é finalista de prêmio

elaborado a partir de uma semente limpa, sem agrotóxico”, afirmou. A unidade vai funcionar em Eldorado do Sul, na BR 290. A capacidade de beneficiamento é de 40sc/hora.

Premiação O projeto Casa da Leitura do assentamento Filhos de Sepé, em Viamão,

JORNAL SEM TERRA • NOV/DEZ 2011

região metropolitana de Porto Alegre foi finalista do Prêmio Fato Literário, que premia projetos na área da cultura. O projeto é uma iniciativa do professor aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Graciela Quijano, com o apoio do MST e do Instituto Preservar. A proposta consiste na leitura de contos e poesias às crianças do assentamento e da Escola Nossa Senhora de Fátima. De acordo com a coordenadora do projeto, Cilone Zang, no local são oferecidas oficinas de fotografia, culinária, teatro, reaproveitamento de sucatas, capoeiras e outros. A iniciativa completou 13 anos em 2011. Além disso, o projeto proporciona a reflexão crítica nas crianças, de modo que percebam e compreendam suas realidades pessoais e coletivas, aproximando os assentados, crianças e jovens dos livros.

O assentamento 8 de outubro, localizado no município de Simão Dias, região Agreste de Sergipe, reuniu 500 pessoas na 12ª Festa da Abóbora, no final de outubro. A história começou há 14 anos, no dia 8 de outubro de 1997, quando 250 famílias do MST ocuparam a fazenda Quingibi-Floresta. O assentamento é um dos maiores produtores de milho e abóbora de Sergipe. Em 2011, produziu 150.000 sacas de milho e 15.000 quilos de abóbora. Parte desses alimentos é vendido para outros estados do Nordeste e para o Rio de Janeiro. Para Marcelo Alves, engenheiro agrônomo do MST, o assentamento é “uma vitrine das lutas e das conquistas da classe trabalhadora”. Os assentados estão terminando a construção de duas agroindústrias de milho e de doce de abóbora.

Agroecologia Em 2010, durante o curso do programa “Saberes da terra”, destinado aos filhos das famílias assentadas no assentamento 8 de outubro, os educandos começaram uma roça para colocar em prática uma experiência agroecológica dentro do assentamento. Os alunos resgataram sementes crioulas, adaptadas ao clima, e plantaram milho biológico, misturado com feijão e hortaliças. “A primeira roça foi um sucesso”, comemorou o educando Eduardo Ribeiro Lima. “Ganhamos do ponto de vista da saúde, do meio ambiente e também da coletividade, porque foi um trabalho realizado de forma coletiva”, avalia. Neste ano, o projeto ganhou apoio da Embrapa, que será parceira dessa experiência por três anos. Com isso, a roça agroecológica ganhará um sistema de irrigação e será construído um banco de sementes com as variedades cultivadas. MST-SE

LEANDRO CARRASCO SETOR DE COMUNICAÇÃO

MST-MS

Projeto de construção de casas recebe prêmio do Banco do Brasil

Festa da abóbora mostra produção do assentamento 8 de outubro

Assentamento produz por ano 15.000 quilos de abóbora

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