O Retrato 352

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O JORNAL DO TATUAPÉ, MOOCA E REGIÃO

de 22 a 28 de novembro de 2013

edição 352

é o bicho

sustentabilidade

Cães sedentários, obesos ou idosos necessitam de cuidados ao fazer exercícios

Austrália mostra caminho para estimular microgeração de energia

divulgação

Assim como os seres humanos, os cães também precisam de cuidados especiais na hora de praticar atividades físicas mais intensas, quando não estão habituados ou possuem alguma limitação física. “Até os cães sedentários, obesos ou idosos, por exemplo, ficam muito animados quando são levados para passear. Contudo, animais com este perfil não têm o hábito de praticar atividades físicas de maneira mais frequente e intensa. Por isso, os donos precisam tomar cuidado, já que existe o risco de que eles desenvolvam lesões, problemas de coluna e até alterações cardíacas ou respiratórias, caso excedam os seus limites em corridas ou caminhadas”, afirma a veterinária Dra. Andréia Lordelo Uesugui, Para que a prática de exercícios seja segura para eles, a especialista explica que é importante ir aos poucos e tomar alguns cuidados importantes com os animais. “Para correr ou apenas caminhar com os cães, o melhor é sempre escolher horários menos ensolarados do dia. Diferentemente de nós, eles não possuem glândulas sudoríparas e não suam. Por isso, cães de todos os tipos sempre ficam exaustos e ofegantes, depois de ficar muito tempo embaixo do sol”, orienta a veterinária. Além disso, os animais podem ter queimaduras nas patas por causa do asfalto quente. Idosos Cães com idade a partir dos sete anos precisam de ainda mais cuidados. Idosos, muitos deles costumam apresentar alterações cardíacas e graus elevados de problemas de coluna e articulares como displasia coxofemoral. “Os exercícios físicos são importantes para a saúde de cães de todas as idades”, explica Andréia. Porém, ainda segundo a especialista, quando ficam idosos, o recomendado é que os seus donos diminuam o ritmo de corridas ou caminhadas e

Fátima C. Cardoso* / AE

encurtem a distância dos tra- ve conduzir o cão corretamenjetos a serem percorridos, à te. Para isso, é preciso levá-lo medida que os animais forem sempre do lado esquerdo sem deixar que ele lhe arraste. Isse cansando. so evita má postura na coluna, quando estiver conduzinObesos e sedentários Animais obesos e seden- do o animal. tários, também precisam fa- · Outra opção é levar o cão zer exercícios em um ritmo com guias extensoras. Elas mais lento. Embora necessi- permitem mais mobilidade. tem de atividades físicas para No entanto, são recomendaperder peso e entrar em forma, das apenas quando o animal muitos correm o mesmo risco já está acostumado a acompade sofrer com problemas car- nhar o dono. diovasculares que os idosos, · Também é preciso respeitar além de também apresenta- o tempo do cão nos passeios. rem maior propensão a sofrer Não adianta ficar dando trandistensões musculares e rup- co na coleira, quando ele patura de ligamentos das per- rar e cheirar alguma coisa. É o nas. “Ao menos no início, a ro- mesmo que alguém nos putina de exercícios dos cães com xar, enquanto paramos para esse perfil precisa seguir em um ver uma vitrine, por exemplo. ritmo mais lento. Conforme en- Para os cães, o passeio tem trarem em forma, os donos po- que ser um momento de ladem intensificar a prática de ati- zer e não de estresse. vidades físicas com eles”, acres- · Sempre que o cão demonstrar cansaço e quiser parar, rescenta a veterinária. peite. Deixe-o descansar e ofeConfira algumas dicas para reça água. Procure um veterifazer um passeio seguro nário, caso ele se canse muito depressa. com o seu cão: · Ao final de cada passeio, re· Antes de sair com o animal, compense o cão, dando a ele é importante que o dono e um biscoito canino ou um o cão bebam bastante água. brinquedo. Isso fará com que Contudo, é recomendável que ele seja mais obediente, já que os pets ingiram o líquido em aprenderá a esperar por um pequenas quantidades. Be- “prêmio” após o percurso. ber muita água, de uma vez só, pode desencadear torções gástricas nos animais, principalmente nos de grande porte. SERVIÇO: · Para ditar o ritmo da caminha- Pet Center Marginal da ou da corrida, o dono de- www.petcentermarginal.com.br

O anúncio do governo australiano de que o país atingiu a marca de mais de 1 milhão de residências com energia solar mostra que é possível estimular a microgeração de fontes limpas a partir de uma política pública bem desenhada. Há cinco anos, havia apenas 20 mil casas com sistemas solares instalados na Austrália. Desde o início dos anos 2000, a Austrália institui metas para ampliar o uso de energias renováveis em sua matriz. O país criou um sistema de créditos tanto para grandes produtores de energia quanto para a microgeração. O Esquema de Energias Renováveis de Pequena Escala (Small-scale Renewable Energy Scheme) é um dos mais ambiciosos do planeta e fornece incentivo financeiro para quem deseja instalar alguma forma de geração limpa de energia em sua residência. Isso vale para os painéis solares, mas também para a biomassa, pequenas turbinas eólicas e outros. A microgeração é parte importante dos planos do governo para alcançar a meta para 2020: 20% de sua matriz deverá ser produzida a partir de fontes renováveis. A Austrália é a maior exportadora de carvão do planeta e tem sua geração de energia baseada nesse combustível fóssil. Os projedivulgação

tos de microgeração são considerados uma excelente maneira para indivíduos, comunidades e empresários mitigarem as mudanças climáticas. No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou em abril de 2012 o Sistema de Compensação de Energia, que busca estimular a microgeração, com até 100 KW de potência, e a minigeração, de 100 KW a 1 MW. O objetivo das novas regras era "reduzir as barreiras" para a instalação da tecnologia e sua integração à rede de distribuição. O consumidor que instala em sua residência ou empresa painéis fotovoltaicos, miniturbinas eólicas ou outras formas de geração pode injetar energia na rede e receber em troca de créditos a serem descontados na conta de luz em até 36 meses. O custo alto para instalação desses sistemas, porém, ainda pesa para o consumidor. Projeções mostram que para atender uma casa que gasta mensalmente cerca de 700kWh por mês seria necessário montar um sistema para captação de energia solar que custa entre R$ 30 a R$ 40 mil. O preço ainda é alto. Na Austrália, o consumidor recebe incentivos para construir o sistema de microgeração. Outro bom exemplo é o da Dinamarca. Lá não há geração de créditos, mas se o consumidor decidir instalar painéis fotovoltaicos, o sistema já é dimensionado exatamente para as suas necessidades, isentando a pessoa ou empresa do pagamento de energia. A nova regulamentação ainda não pegou no País, mas o Brasil tem grande potencial para a microgeração, especialmente no caso da energia solar. O Brasil tem a terceira maior insolação entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento e pode melhorar ainda mais a sua matriz energética. * Fátima Cristina Cardoso é jornalista, com Pós-Graduação em Ciência Ambiental, e especialista em assuntos ligados à sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.


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