Março de 2018

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“É preciso saber interpretar as informações” O professor Christian Bredemeier, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vê com entusiasmo a inserção da agricultura na era digital mas aponta a necessidade de interpretar corretamente

Bredemeier: tecnologia exige maior conhecimento agronômico

os dados gerados. “As ferramentas por si só não bastam. O nosso desafio é integrar todas as informações coletadas de forma que auxiliem a tomar a decisão mais precisa possível. Quanto mais informações o agricultor tiver disponível para tomada de decisões, maior sua necessidade do conhecimento agronômico”, aponta. Doutor em agricultura de precisão pela Universidade Técnica de Monique, na Alemanha, Bredemeier frisa que o uso da tecnologia para visualização e análise de dados é uma tendência para os próximos anos e destaca a preocupação da Cotrijal no uso destas ferramentas, investindo em capacitação do corpo técnico para enfrentar os desafios do uso dessas informações. “O trabalho da cooperativa é essencial no sentido de avaliar as tecnologias que estão no mercado e direcionar ao produtor aquilo que realmente traga resultado”, afirma.

Desafios futuros:

Números

Integrar informações geradas pelas ferramentas e delinear práticas de manejo.

R$ 1,7 trilhão, até 2019, serão gastos no mundo com transformação digital.

Identificar ferramentas úteis para o campo. Ter conhecimento agronômico ou acesso a quem tenha, para auxiliar na interpretação dos dados e gerar uma decisão segura.

33%, dentre 600 grandes produtores

do Brasil, já utilizam softwares de gestão e monitoramento da produção e gerenciamento de frotas nas fazendas.

70% dos produtores entrevistados adota essas tecnologias no Sudeste.

Evolução da agricultura Década de 1960

Desenvolvimento dos primeiros híbridos de milho. Início de uso de mecanização de maneira mais ampla. Emprego de fertilizantes e corretivos de acidez do solo.

Década de 1970

Implantação das primeiras lavouras com plantio direto. Maior difusão de uso de adubação química. Avanços significativos no melhoramento genético.

Década de 1980

Difusão do sistema plantio direto. Uso de controle químico de plantas invasoras.

Década de 1990

Híbridos triplos e simples de milho. Genótipos de soja adaptados a regiões de baixa latitude. Maquinário de maior eficiência e precisão. Início da difusão da agricultura de precisão no mundo (monitores de colheita, uso civil de sistemas de posicionamento por satélites, primeiras empresas de prestação de serviços em agricultura de precisão, barra de luz).

Década de 2000

Maquinário de alta eficiência e precisão. Maior difusão da agricultura de precisão no Brasil. Difusão de uso de sensores na agricultura. Desenvolvimento da indústria de máquinas mais precisas e implementos adaptados para aplicação de doses variadas de fertilizantes e corretivos, surgimento do piloto automático. Liberação das primeiras cultivares transgênicas para cultivo comercial no Brasil.

Década de 2010

Telemetria, levantamento e transmissão automática de dados. Aplicativos que podem ser acessados por smartphones ou tablets. Obtenção e manipulação de grande volume de informações (Big Data). Agricultura digital. Internet das Coisas.


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