Expodireto

Page 25

Segunda, 10.03.2014

Especial expodireto

Aos 76 anos o agricultor Arlindo Pagliarini que desde os 12 trabalha com agricultura , viu e viveu a evolução da mecanização agrícola passando do arado de tração animal ao mapeamento das lavouras por GPS em máquinas inteligentes que fazem automaticamente a análise da correção a ser feita em cada talhão

Do arado ao GPS, 64 anos acompanhando a evolução da mecanização

A

os 76 anos de idade o agricultor Arlindo Pagliarini, do Distrito de Pinheiro Marcado, interior de Carazinho é um exemplo de quem viveu o inicio da mecanização agrícola e se atualizou com ela no decorrer dos anos. Trabalhando na agricultura auxiliando a família desde os 12 anos de idade, foi a partir do ano de 1959 que Arlindo e seu irmão assumiram a administração da lavoura, na época com 100 hectares. Na ocasião, os irmãos adquiram um trator importado, única opção no período, tratava-se de um Fordson Major de 40 HPs. Naquele trecho da história, duas das coisas que mais preocupavam nas lavouras eram as grandes erosões “vossorocas” que inutilizam grandes trechos das áreas, e as formigas, atualmente os dois controlados, já não são mais problemas. Naqueles anos também as palavras gradear, arar, enxada e capina eram constantes no vocabulário e na rotina dos agricultores, hoje praticamente em desuso, seja no vocabulário seja na prática. Com o passar dos anos e não foram poucos, o trator importando deu espaço a outros quatro, já nacionalizados com potencias entre 180, 125, 110 e 70 CVs. A plantadeira que rendia algumas bolsas de plantio por dia foi substituída

25

Do importado ao nacional

Arlindo e a esposa Gesilde Pagliarini por uma varias vezes maior. No inicio a colheita era feita com um equipamento chamado por alguns de prancha rebocada, que tinha plataforma de um metro e meio de comprimento com a qual seu Arlindo e o irmão levavam quase um mês para colher área. Já no ano de 1968 os Pagliarini, adquiriram sua primeira automotriz, uma Case usada, mas que deu agilidade à colheita. Hoje as culturas são colhidas com uma John Deere com plataforma de 35 pés de corte. Os equipamentos e os métodos mudaram e evoluíram e também área de cultivo aumentou em mais de seis vezes, hoje a família planta

650 hectares e o Sr.Pagliarini ,que multiplicou várias vezes o patrimônio que tinha no final da década de 50, acredita que poderia ter feito render muito mais se as tecnologias que facilitaram as tarefas e profissionalizaram a atividade tivessem vindo mais cedo. O agricultor septuagenário, incentivado pelos filhos continua de olho nas tendências do campo. “Nos últimos anos a tecnologia evoluiu muito. As máquinas do ano passado já têm diferenças para as máquinas deste ano e sempre trazem mais praticidade. A tendência é de que a cada ano mais novidades surjam” comenta Arlindo.

Na história da mecanização agrícola do Brasil, o importado perdeu espaço para os produtos da indústria nacional. Atualmente as tecnologias dominantes têm recaído sobre o desenvolvimento de máquinas e implementos agrícolas cada vez maiores e mais velozes, porém para Embrapa, a eficiência agronômica desses equipamentos deveria ser revista pela indústria. Ao longo da primeira década dos anos 2000, estima-se que o crescimento da produção de grãos no país foi de 61%. O crescimento é reflexo do aumento de área cultivada e também dos ganhos em produtividade, que cresceram cerca de 34% no período devido aos investimentos em pesquisas de novos cultivares e de produtos mais eficazes, seja na área agronômica quanto de mecanização. A melhora no preço das commodities e também na oferta de crédito atrativo são fatores que propiciaram aos agricultores a oportunidade de se apropriarem das tecnologias e por conseqüência incentivando a profissionalização da agricultura. Hoje de Sul a Norte há máquinas em campo de todos os tipos, tamanhos ou funções, algumas avaliadas em milhões de reais, e o país é hoje um dos maiores exportadores de máquinas agrícolas e tecnologias. Mas nem sempre a história foi assim. Até a segunda metade da década de 50, o Brasil apenas importava as máquinas que eram usadas na agricultura. Para relembrarmos parte da historia da mecanização agrícola no país, contamos com a colaboração dos pesquisadores da Embrapa Trigo, Eng. Mec. Mestre em Engenharia Agrícola, Antonio Faganello e do Eng.Agr. Doutor em Solos e Nutrição de Plantas José Eloir Denardin.

Pesquisador da Embrapa Me.Antonio Faganello

Pesquisador da Embrapa Dr. José Eloir Denardin


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.