PRATARIA

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14 - SALVA Prata Portugal, século XVIII Sem marcas Ø 400 mm 924 g Grande salva formada por dezasseis gomos, cada um ornamentado com flores, sobretudo túlipas. A faixa do meio é decorada com florões e ramagens alternadas com semi-esferas. Ao centro, dois pássaros suportam dois corações flamejantes alados, símbolos do amor terreno, sob um sol envolto numa grinalda de flores. A simbólica desta salva remete-nos para um conjunto de peças com identica iconografia e decoração, nomeadamente para a salva da antiga colecção Pedro Costa ou a da colecção Barros e Sá, legado ao Museu Nacional de Arte Antiga (Reynaldo dos Santos Irene Quilhó, Ourivesaria Portuguesa nas colecções particulares, pp. 84 e 144 ). Todas referem o tema do amor terreno, sendo naturalmente associadas a casamentos. De facto, embora não se conheçam fontes documentais que tal ilustrem, serão encomendas para bodas ou pelo menos utilizadas no decorrer dos festejos. O uso de salvas de gomos com ou sem ornamentação, surgindo na centúria de seiscentos, entrou bem dentro do século seguinte. O inventário do sequestro dos bens do duque de Aveiro, em 1759, refere vários pratos de prata, lisos ou lavrados “gomados à roda” (Luís Bivar Guerra, Inventário e sequestro da Casa de Aveiro em 1759, Lisboa, Arquivo do Tribunal de Contas, 1952, p. 61) .

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