Pampulha - sábado, 22.4.2017

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reportagem

pampulha jornalpampulha.com.br BELO HORIZONTE 22 a 28 de abril de 2017

ALTERNATIVA> Incentivar produtor local e estabelecer contato direto com consumidor são trunfos

À margem do ‘mainstream’ ARQUIVO PESSOAL

LUIZA BORGIR/DIVULGAÇAO

Entusiasta Patrícia das feiras, o Cassese chef Sinval Espírito Santovai aesse tipo de evento de duas formas: como expositor e como frequentador. “Gosto pela gastronomia ou pelo evento em si, para beber, ver amigos, conferir o que há de bacana. O interessante é que o formato de ‘feirinha’, com expositores de gastronomia e alimentos saudáveis, tem sido agregado a eventos de ilustradores, quadrinistas, designers e outras iniciativas mais ‘alternativas’ – embora não aprecie muito a terminologia, acaba que o tipo de formato mais independente fica mesmo mais ‘à margem’ do mainstream, mesmo que, após um tempo, ganhe dimensões enormes, a ponto de ocupar uma praça inteira ou de fechar uma rua”. Como expositor, à frente dos produtos alimentícios da Tibo, Sinval diz que o que decide sua participação em feiras é o fato de o público-alvo valorizar produtos artesanais. Terapeuta ocupacional, Maria Lúcia Viana começou a frequentar feiras por causa dos orgânicos. “Já consumo há muitos anos, mas tinha dificuldades na entrega, por parte de fornecedores, e iniciativas como a Feira Fresca facilitaram a minha vida”, diz ela, que também frequenta as feiras da Amadoria, da Benfeitoria ou a Nossa Grama Verde. “Gosto da ideia de incentivar o produtor local. E próximo a datas significativas, como aniversários, aproveito para resolver minhas coisas”. A opinião de Maria Lúcia tem a anuência da chef e professora de Gastronomia Cidinha Lamounier. “Vejo muito os conceitos do movimento slow food sendo colocados em prática, no qual o alimento, seja ele orgânico, agroecológico ou artesanal, seja bom, limpo e justo, com cuidados com o meio ambiente, qualidade superior, sem agrotóxicos e com um preço justo, a partir do momento que não há intermediário entre produtor e consumidor”. Entre seus “achados” em feiras, ela cita a batata doce nas cores laranja e roxa, “além das pimentas brasileiras e cervejas artesanais que ainda não estão no mercado”. “E a feira de hortas, onde você leva as mudas que quer ter em sua horta doméstica”. Cláudio Carneiro, que esteve à frente da Feira Em BH Tem, por ora desativada, acrescenta que o sucesso também se deve à rede in-

Sinval elogia as iniciativas de BH ANA SLIKA/DIVULGAÇÃO

Izadora: alimentação em foco ARQUIVO PESSOAL

Feiramania Feira Fresca tem edição especial, com música, oficina e 19 expositores

voluntária que se forma, a partir do momento em que um frequentador, que se dirige a uma feira em busca de um produto X e acaba se deparando com outro que o atrai. UM ANO DE VIDA Idealizadora da Feira Fresca, que neste domingo (23) festeja seu primeiro ano de vida, a produtora cultural Izadora Delforges, 26, diz que o que a motivou foi a dificuldade de acessar alimento direto da fonte. “Minha família é do interior, então, tenho uma relação forte com a terra”. De início, ela fez uma pesquisa para identificar quem estava produzindo na região da Grande BH, e fez o convite para a feira. “Muitos não toparam no início, acharam que não ia dar certo. Mas o público abraçou a ideia, e foi só aumentando”. Hoje, são 160 produtores cadastrados. “O foco é a alimentação”, diz.

Nossa proposta é a de uma alimentação saudável e a de um consumo consciente Izadora Delforge Idealizadora da Feira Fresca

Cidinha: hábitos do interior

AGENDA Feira Fresca Casa-Ateliê (rua Gonçalves Dias, 3.182, Santo Agostinho). Neste domingo (23), das 9h às 15h Feira Pulga Praça Nova York, Sion. Toda terça e quinta, das 16h30 às 21h. Feira Estelar Espaço Comum Luiz Estrela (rua Manaus, 348). Todo segundo domingo do mês. Próxima: 13/5, das 10h às 17h. Feira de Tudo Rua Paraíba com Gonçalves Dias. Confira próxima edição na página do evento no Facebook. Feira das Ideia Rua Maestro Dele de Andrade. Neste sábado (22), das 9 às 18h. Sem Cutcharras Benfeitoria (Rua Sapucaí, 153). Neste sábado (22), das 14h às 19h. Feira do Vinil e CDs Independentes do Distrital Mercado do Cruzeiro. A data da próxima edição ainda não foi definido. Feira Faísca BDMG Cultural (rua da Bahia, 1.600). Próxima edição, 20/5, das 14h às 22h. Mercadoras da Arte Mercado do Cruzeiro. Próxima edição em 5 e 6/5, das 9h às 17h. Luminária Fair Memorial Vale (Pça da Liberdade). Neste sábado (22), das 10h às 18h. Mercado.Ria. Espaço 104 (praça Rui Barbosa, 104). Próxima edição, 7/, das 10h às 18h.

Feira de Vinis e Faísca estão entre as veteranas LUIZ CARLOS OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO

O nome já entrega: a Feira de Tudo abre seu leque a... tudo. Iniciativa de um grupo da Faculdade de Arquitetura da UFMG, a feira teve início em agosto de 2015, e atualmente acolhe 60 expositores, mediante inscrição prévia, na região da Savassi. “A gente tenta não fazer uma curadoria, mas, claro, não vale coisas importadas”, diz Cacá Verdolin, ressaltando o espírito de convivência. “No meu caso, vendo meus produtos online, então, nessas oportunidades, você vê a cara da pessoa provando-o na sua frente – e é muito gostoso”. Cacá, que aposta as fichas na confeitaria, conta que a feira tem tido um retorno tão bom que uma segunda está em vias de estrear, na região hospitalar. PULGA Também na zona Sul, mas no Sion (praça Nova York), a Feira Pulga tem duas edições semanais, às terças e quintas. “Acho muito bacana essa a ideia de ocupação dos espaços públicos, desde que respeitadas algumas normas”, diz João Perdigão, um dos mentores da iniciativa, referindo-se ao fato de, por exemplo, os expositores cuidarem da limpeza

A Feira Faísca comemora lista de mais de 250 expositores

após o evento. Além de moradores do entorno, a Pulga já atrai gente de outras regiões, oferecendo antiguidades, publicações e brechós. Veteranas, a Faísca, de publicações independentes, e a Feira de Vinis, da Discoteca Pública, são outros exemplos. “Nosso objetivo é mostrar um panorama do mercado gráfico mineiro”, diz a

produtora cultural Helen Murta, uma das organizadoras da Faísca, junto ao quadrinista Jão. Já Edu Pampani, da Feira de Vinis, festeja o fato de a crise não ter afetado a sua investida. “Com o aumento do apreço ao vinil, as vendas (e os novos consumidores) vêm aumentando ano a ano”, pontua.


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