O Tempo Betim - 15 a 21 de junho de 2018

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O TEMPO BETIM 15 a 21 de junho de 2018

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Flagrante. Jovens que estavam com galão de gasolina e fósforo foram detidos no Citrolândia

Bandidos fecham via e colocam fogo em ônibus JOÃO LÊUS

Cincohomensarmadoseencapuzados renderamomotoristadalinha 415 André Santos cidades@otempobetim.com.br Desde o início de maio, mais de 60 ônibus já foram queimados por criminosos em Minas Gerais. Na quinta-feira (14) foi a vez de Betim entrar para a lista das mais de 40 cidades que registraram os ataques. Durante a madrugada, cinco homens armados e encapuzados renderam o motorista da linha 415, que liga os bairros Granja Verde ao Centro de Betim, enquanto o coletivo estava parado no ponto final da linha, na divisa dos bairros Granja Verde e Capelinha. Um veículo de passeio, que estava estacionado próximo ao local do ataque ao coletivo, também ficou completamente destruído pelas chamas. O motorista do coletivo afirmou à Polícia Militar (PM) que foi obrigado a dirigir o coletivo até a Via Expressa de Contagem e a atravessar o ônibus bloqueando completa-

mente a via, no sentindo Belo Horizonte. Após isso, os criminosos retiraram o motorista do coletivo e, usando gasolina, iniciaram o incêndio que se alastrou e atingiu uma pequena caminhonete de carga que estava estacionada em frente a uma borracharia que fica localizada às margens da Via Expressa. De acordo com a PM, os bandidos fugiram em dois carros. O Corpo de Bombeiros teve que ser chamado para conter as chamas. As redes de energia elétrica, de telefonia e de internet ficaram completamente destruídas. Susto Os moradores do bairro Capelinha ficaram assustados com a ação dos criminosos. Um borracheiro, que trabalha e mora a menos de 50 metros de onde o incêndio aconteceu, diz que nunca esperava presenciar as cenas vistas nesta madrugada. “Eu fiquei olhando tudo da janela do meu quarto. As explosões

eram muito altas e o incêndio criou uma cortina de fumaça enorme. Nunca imaginava que os bandidos tivessem a coragem de fazer isso aqui, em plena Via Expressa”, avaliou, surpreso, o borracheiro, que não quis se identificar. Grupo detido com gasolina No último domingo (10), um grupo foi detido no momento em que se preparava para cumprir uma ordem de ataque a ônibus. De acordo com a Polícia Militar, Caio César Moreira da Silva, de 24 anos, e Jonas Vitor Drumond da Cruz, de 18, foram presos. Dois adolescentes foram apreendidos. Eles foram vistos durante o patrulhamento na rua Vereador Paulo Drumond e, ao perceberem a presença da PM, tentaram fugir por uma mata. Os quatro foram perseguidos e abordados. Com eles foram encontrados um galão com cerca de cinco litros de gasolina, umacaixa de fósforos, porções de maconha e uma répli-

Ataque. Homens renderam o motorista da linha 415, que liga os bairros Granja Verde ao Centro de Betim

ca de arma de fogo. Todos tinham toucas ninja, que seriam usadas durante a ação. O grupo disse que estava cumprindo a ordem do chefe do tráfico de drogas da região do Citrolândia. A PM encontrou em uma mochila um bilhete que seria deixado logo depois do ataque. No papel, estava escrito “Enquanto não tiver um sistema digno,vai haver incêndio”.

Preso. Homem afirmou envolvimento com a milícia, mas negou homicídios

RAMON BITENCOURT

Preso vendedor que matou 109 Ailton do Vale cidades@otempobetim.com.br Cento e nove homicídios na conta. Os mortos, entre eles traficantes, ladrões, homicidaseestupradores, foramexecutadosquase sempredamesma forma: com um tiro na nuca. Todos eles vítimas de Josenildo Alves da Silva, de 28 anos, o matador de Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte, integrante de uma milícia conhecida como “justiceiros”, que, segundo a Polícia Civil, assassinava outros criminosos da cidade por conta própria ou sob encomenda. Omatadorpassoudesapercebido pela polícia por mais de um ano no bairro Santa Cruz, em Betim, onde morou e trabalhou desde que fugiu do Nordeste.EledeixouCeará-Mirim quando a Força Nacional

conseguiu identificar e prender outros 15 integrantes da milícia. JosenildodaSilva nãofalsificouseusdocumentos– prática comum entre foragidos da Justiça – e ainda conseguiu um emprego como vendedor emumaloja de eletrodomésticos. A farsa só acabou no dia 12 do mês passado, quando a ForçaNacional,por meiodeinterceptações telefônicas, descobriua localizaçãodo miliciano e informou à Polícia Civil de Minas Gerais. Omatadorfoipreso nopróprio local de trabalho, como conta o delegado Felipe Freitas, que coordenou o caso no Estado e apresentou o bandido na última segunda-feira (11). “Ele incrivelmente estava usando sua identidade normal, não estava com nenhum documento falso. Ele então foi

Justiceiro. Josenildo da Silva foi preso trabalhando em Betim

contratadoporessalojaeestava trabalhando como vendedor normalmente”, afirma. De acordo com o delegado, o matador se aproveitou de uma falha no sistema de identificação nacional, que não tem uma rede interligada entre os Estados, para conseguir uma nova identidade original em Minas e esconder dos empregadores seus antecedentes criminais. “É preciso uma política nacionalde identificação única para coibir esse tipo de ação. Existem indivíduos

por aí que têm identidades diferentes em São Paulo e Rio deJaneiro, porexemplo.Sevocê consulta no sistema a identidade de Minas Gerais, o sujeito pode ter passagens pela polícia, mas se você consulta em São Paulo ele não tem passagem nenhuma”, ressalta. Questionado pela polícia sobre os crimes cometidos em Ceará-Mirim, o matador não negouenvolvimento coma milícia, mas disse que ele apenas identificava os alvos do grupo de extermínio.

Tragédia

Mata a mulher e tira a própria vida André Santos e Luiz Fernando cidades@otempobetim.com.br

Uma crise de ciúmes pode ter sidooestopimpara umfeminicídio ocorrido no fim da noite de sábado (9), em São Joaquim de Bicas. Uma mulher de 33 anos foi morta a tiros pelo companheiro, um investigador da Polícia Civil, de 45 anos. O casal estava participando de uma festa, no bairro Casa Grande, em São Joaquim de Bicas, quando teve início uma discussão. Descontrolado, o investigador Cássio Barbosa de Souza, que morava em Betim, atirou contra a companheira, Bruna Christina de Souza e Souza. A mulher mor-

reu na hora. Na sequência, o policial civil deu um tiro contra a própria cabeça, conforme testemunhas disseram à polícia. O investigador, que era lotado na delegacia de Contagem, ainda foi encaminhado para o Hospital Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiu ao ferimento e morreu na manhã de domingo (10). A perícia esteve no local do crime, mas a assessoria da Polícia Civil informou que as circunstâncias que levaram ao assassinado ainda são desconhecidas. Não foi informado também se ele tinha algum tipo de problema com a corporação, nem se estava afastado. UARLEN VALERIO/ OTEMPO 22.3.2016

Tragédia. Crime foi em São Joaquim de Bicas; policial era de Betim


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