Revista mangalarga agosto 2014 (1)

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E SPAÇO T ÉCNICO Hipismo clĂĄssico, no qual o bridĂŁo ĂŠ praticamente uma constante, os formatos redondos sĂŁo substituĂ­dos por formato chato, mas com material relativamente ĂĄspero, isto ĂŠ, nĂŁo escorregadio. Estamos falando de embocadura do grupo dos bridĂľes, portanto normalmente as rĂŠdeas nĂŁo devem escorregar muito. Formatos chatos e espessuras kNAS CORRESPONDEM COMO JÂś DISSEMOS A UMA %QUITA”O MAIS REkNAda, na qual muitas vezes o cavaleiro quase nĂŁo movimenta os braços, apenas os dedos e, mesmo assim, pouco. SĂŁo apropriados para cavalos bem treinados e mais ainda se portarem freios de boas proporçþes entre braço e perna das hastes laterais. Com freio, cedo ou tarde, o cavaleiro vai acabar segurando as rĂŠdeas numa sĂł das mĂŁos e para que possa diferenciĂĄ-las dedilhando-as elas nĂŁo devem encher a mĂŁo. Espessuras grossas nĂŁo favorecem a sensibilidade e a diferenciação entre uma e outra rĂŠdea (esquerda e direita). No uso de quatro rĂŠdeas ao mesmo tempo, isto ĂŠ, duas do bridĂŁo e duas do freio, normalmente o formato ĂŠ chato e a espessura kNA MUITO EMBORA ALGUNS POUCOS e raros modelos usem o formato chato para as do bridĂŁo e o redondo para as do freio, porĂŠm sempre TODOS DE ESPESSURA kNA PARA MANter a elegância, a sensibilidade e o REkNAMENTO 2ESUMINDO %QUITA”O kNA E CAVALO kNO RÂźDEAS CHATAS E kNAS Equitação incipiente e/ou grosseira corresponde a cavalo novo e/ ou pesado na mĂŁo e nesses casos as rĂŠdeas mais adequadas sĂŁo as grossas e redondas. Claro que isso nĂŁo ĂŠ regra, mas ĂŠ o mais comum e geralmente o mais adequado.

Materiais das rÊdeas Os materiais das rÊdeas têm a ver com a espessura delas e tambÊm com o tipo e estågio da Equitação. Todo material deve ser cômodo ao ser segurado pelo cavaleiro e

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quando nĂŁo o ĂŠ leva-nos ao uso de luvas para amenizar o desconforto. HĂĄ materiais apropriados para nĂŁo escorregarem na mĂŁo do cavaleiro. SĂŁo os mais usados com as embocaduras do grupo dos bridĂľes e das focinheiras de comando. Por que? Porque com focinheiras de comando ou com bridĂŁo e conforme o trabalho, o cavalo se apoia muito nas rĂŠdeas. Pelo menos apoia muito mais do que com freio. EntĂŁo, com focinheira de comando ou com bridĂŁo, o material deve ser tal que nĂŁo escorregue muito. LĂŁ, lona, sisal, lona com travas de pedaços de couro costurados nela, couro transado, couro transpassado por tiras do prĂłprio couro, plĂĄstico enrugado, borracha rĂ­gida, crina de cavalo, material sintĂŠtico variado, etc. SĂŁo muitos os materiais possĂ­veis, uns melhores do que os outros. Nylon, todavia, nĂŁo se presta adequadamente para uso com bridĂŁo ou focinheira de comando, porque escorrega muito. Por outro lado hĂĄ materiais adequados para, propositalmente, escorregarem nas mĂŁos ou deslizarem entre os dedos dos cavaleiros. SĂŁo os materiais usados com as embocaduras do grupo dos freios de boas proporçþes. E por que ? Porque se o freio ĂŠ de boas proporӃES ELE Âź EkCIENTEMENTE POTENTE E sendo potente o cavaleiro deve, de preferĂŞncia, transmitir ajudas de maneira suave, as quais sĂŁo amaciadas pelo escorregar comedido ou controlado das rĂŠdeas nas mĂŁos de quem as segura. O controle do tanto que se quer deixar escorregar se faz apenas pela regulagem da pressĂŁo dos dedos nas rĂŠdeas chatas que passam entre eles. Esses materiais que escorregam funcionam como um amortecedor nas rĂŠdeas. Amaciam a mĂŁo do cavaleiro e, ao mesmo tempo, se tornam mais gostosos de serem pegos. HĂĄ muitos materiais com essa função. Os cowboys modernos, que sĂŁo eminentemente prĂĄticos, fazem uso de muitos materiais sintĂŠticos de boa textura, confortĂĄveis, relativamente escorregadios e com

a vantagem de nĂŁo necessitarem conservação, alĂŠm de serem bem resistentes e, portanto, durarem mais tempo. Mas para freio o material de rĂŠdea mais tradicional, mais internacional, mais apropriado e mais nobre de todos ĂŠ o couro e couro liso, sem transado nem transpassamento. Tem seus inconvenientes, pois exige mais conservação e nĂŁo dura para sempre. Mas o couro liso, quando as rĂŠdeas sĂŁo DE TIRAS kNAS E CHATAS DESQUINADAS (sem quinas) e bem untadas com cera ou Ăłleo apropriado, portanto macias, se torna um material que ĂŠ uma delĂ­cia de ser segurado. Um bom freio com uma boa rĂŠdea de couro ĂŠ como uma cobertura de chantily num bolo de nozes. Sendo de couro bom e bem conservado, as mĂŁos do cavaleiro deslizam sobre as rĂŠdeas, como as mĂŁos de um pianista deslizam sobre as teclas DE UM BOM PIANO ! MĂŠSICA lUI melhor quando a mĂŁo do artista desliza sobre o instrumento musical. Da mesma forma, na Equitação que usa freio de boas medidas o deslizar das mĂŁos (ou dos dedos) nas rĂŠdeas de couro faz com que AS AJUDAS lUAM DE MANEIRA MAIS suave e as respostas do cavalo se tornem mais harmoniosas, isto ĂŠ, sem reaçþes bruscas. SĂŁo detalhes SUTIS MAS QUE SIGNIkCAM A DIFErença entre, de um lado, o simples mandar fazer e, do outro, o indicar, o sugerir, o pedir com delicadeza e com prazer. O bom cavaleiro sabe diferenciar e valorizar esses detalhes. E o cavalo, certamente, agradece. PĂŠ no estribo e mĂŁos nas rĂŠdeas. AtĂŠ a prĂłxima cavaleiros. Por Sergio Lima Beck *O autor ĂŠ proprietĂĄrio de Mangalargas, cavaleiro PROkSSIONAL E INSTRUTOR DE $OMA E %QUITA”O ÂŁ TAMBÂźM AUTOR ENTRE OUTROS LIVROS E $6$S DO -ANUAL DE 'ERENCIAMENTO %QUESTRE #ONTATOS SBECKEQUINOS YAHOO COM BR

(41) 9953-0317. REVISTA MANGALARGA r Agosto/2014

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