O avanço tecnológico da floresta plantada brasileira - OpCP75

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FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira

FLORESTAL:

o avanço tecnológico da floresta plantada brasileira
www.RevistaOpinioes.com.br ISSN: 2177-6504
celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira ano 21 • número 75 • Divisão F • mar-mai 2024 ano 21
número 75
Divisão F
mar-mai 2024
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André Dezalet Vallourec

Reginaldo Mafia Entre Folhas

Jozébio Gomes Eldorado

Caique Medauar Envu

Rafael Figueiredo Aiko

Jhiorranni Souza e Aroldo Machado UFRRJ

Daniel Moura Plantar

Samuel Silva UF-ES

Gustavo Rodrigues e Tais Rufino Bracell-SP

Fabrício Sebok e Natália Bevikaqua Envu

Aldo Merotto Jr UF-RGS

Bianca Gea e Nilmara Caires Suzano

Murici Candelaria e Caio Oliveira Arborgen Bruno Reis Suzano

Carlos Alberto Justo Eldorado

Everton Soliman e Maurício Domingues Suzano

Caio Zanardo e Gabriel Renault

João M Rebessi e Ivy Oliveira Thiago Batista Romiotto

Hernon Ferreira Eucatex

Capa: Hernon José Ferreira, Eucatex Índice: acervo Suzano, Aracruz

Cassio Gomes Eldorado

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índice
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André Dezalet Vallourec

Reginaldo Mafia Entre Folhas

Jozébio Gomes Eldorado

Caique Medauar Envu

Rafael Figueiredo Aiko

Jhiorranni Souza e Aroldo Machado UFRRJ

Daniel Moura Plantar

Samuel Silva UF-ES

Gustavo Rodrigues e Tais Rufino Bracell-SP

Fabrício Sebok e Natália Bevikaqua Envu

Aldo Merotto Jr UF-RGS

Bianca Gea e Nilmara Caires Suzano

Murici Candelaria e Caio Oliveira Arborgen Bruno Reis Suzano

Carlos Alberto Justo Eldorado

Everton Soliman e Maurício Domingues Suzano

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João M Rebessi e Ivy Oliveira Thiago Batista Romiotto

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Cassio Gomes Eldorado

Áudios: acervo Eucatex

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Boa leitura ou boa audição, como preferir.

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o desafio de inovar no setor florestal brasileiro

Em geral, investir tempo e outros recursos em inovação é muito atrativo, pois é uma estratégia reconhecidamente eficiente para gerar valor ou mesmo de sobrevivência do negócio. Por outro lado, o que poucos sabem, é que realizar pesquisa e inovação é um processo que demanda persistência e resiliência, pois mudança ou exposição ao risco, que são intrínsecos da inovação, são adversidades para qualquer processo produtivo.

Alguns especialistas defendem a tese de que o setor florestal brasileiro é beneficiado por condições favoráveis de clima e solo. Apesar de verdadeiro, esse não é o único motivo que explica o aumento da produtividade ao longo das últimas décadas. Como sabemos, as características de solo não alteram em curto espaço de tempo e, o clima, por sua vez, tem se tornado cada vez mais instável, como reflexo das mudanças climáticas. Desse modo, se não fossem os investimentos contínuos das empresas privadas em pesquisa e inovação, o conhecimento gerado, a formação de mão de obra qualificada e as inovações

tecnológicas, ainda teríamos os mesmos níveis de produtividade do passado. Para iniciar a nossa discussão, primeiramente precisamos diferenciar criatividade de inovação. A criatividade é a nossa habilidade de gerar ideias, enquanto inovação é a nossa capacidade de selecionar as ideias verdadeiramente novas e viáveis, colocá-las em prática e gerar valor a partir delas. Em geral, somos criativos, pois essa é uma característica inata do ser humano. Por outro lado, transformar a criatividade em inovação demanda um trabalho metódico, que envolve priorização, experimentação, comprovações, adaptações e uma série de outros passos, que muitas vezes desestimulam aqueles menos resilientes.

Pensando nisso é importante ficar atento para alguns desvios de rota que podem atrapalhar a superação de desafios da inovação. O primeiro deles é a falta de foco. Por incrível que pareça, por serem muito criativos e engajados, as vezes pode-se perder o foco por distrações, demandas extras ou por algo ainda mais novo que surge a cada instante. Assim é fundamental ter disciplina e cumprir todas as etapas do processo de inovação. Sendo assim, é importante priorizar iniciativas que sejam atrativas, estruturantes e que façam diferença para o negócio.

Em segundo lugar podemos citar a falta de conclusão. Todo projeto tem que ter início, meio e fim. E para finalizar os projetos, sejam eles de sucesso ou fracasso, é importante chegar em alguma conclusão aceitável pela maioria.

realizar pesquisa e inovação é um processo que demanda persistência e resiliência, pois mudança ou exposição ao risco, que são intrínsecos da inovação, são adversidades para qualquer processo produtivo. "

Reginaldo

Q Índice
editorial de abertura

Normalmente, equipes que passam por muitas mudanças (liderança, responsabilidades, prioridades, etc.) acabam lidando com este tipo de retrabalho. Uma forma simples de sair deste ciclo vicioso é fazer um exercício de lições aprendidas, no qual são listados os problemas ou oportunidades, o que foi realizado, testado e, finalmente, o que foi possível aprender e recomendar como melhor prática.

E por último, talvez como reflexos dos dois primeiros, podemos citar a ação insensata de “reinventar a roda” a todo momento. Não é incomum, equipes realizarem experimentos repetidamente sob as mesmas hipóteses. Além disso, os experimentos muitas vezes são variações de um ou mais fatores de produção e quantificação de uma variável resposta, mais ou menos esperada, conforme as leis da natureza e conforme o conhecimento já existente. Este tipo de experimento deve ser redirecionado para criação e parametrização de modelos de produção e não somente para constatação de uma relação causa e efeito. Na área de mecanização também é comum observar a realização de uma série de adaptações em equipamentos e implementos de silvicultura, o que de certa forma, sem a devida atenção à lei de propriedade intelectual, pode desestimular empresas em realizar investimentos no desenvolvimento de novas opções para a área florestal.

Para evitar estes desvios de rota é essencial investir em processos que possam garantir o emprego das recomendações no estado da arte. Mais recentemente, com o avanço das tecnologias digitais, tem se tornado atrativo a criação de algoritmos e sistemas inteligentes para gerenciar estas informações.

As empresas florestais brasileiras sempre investiram em pesquisa. Todavia, cabe aqui destacar um cuidado importante. Além do recurso financeiro, da estrutura física, pessoas e equipamentos, é importante outros fatores para criação de uma área realmente inovadora. Primeiramente é fundamental ter um ambiente favorável, ou seja, que reconhece os esforços genuínos e não apenas os resultados de curto prazo, com uma liderança que sirva de inspiração ao acreditar e defender a importância da área de P&D. As equipes podem ser organizadas por expertise e, ou, por etapas da inovação, mas é importante que estejam próximas da área operacional, para que sejam retroalimentadas com os desafios

e oportunidades na prática. Também devem ter espaço para criação e testes de novos conceitos, devendo existir interação entre os especialistas dos vários temas.

Além disso, a visão de negócio deve guardar espaço para um foco além da comoditização. Geralmente as novas tecnologias tem início com um custo mais elevado, maior instabilidade de produção e com grandes riscos, mas para que estes fatores sejam eliminados é preciso investir e persistir, muitas vezes sem a garantia de retorno.

Para finalizar, é importante destacar alguns aspectos do fator mais relevante para a inovação, ou seja, as pessoas. Por mais engajadas que possam estar, as pessoas não são normalmente ambidestras. Ou seja, não possuem capacidade, conhecimentos e habilidades para atuar em projetos disruptivos (longo prazo, mais inovadores e de maior risco geralmente) da mesma forma, intensidade e qualidade que projetos de curto prazo, ou seja, aqueles mais operacionais e de menor risco. Sabemos também que se não houver uma metodologia de avaliação e bonificação que considere as diferenças entre projetos disruptivos daqueles mais operacionais haverá uma tendência de priorização destes últimos.

Se não houver um equilíbrio entre estas duas frentes (estratégico e operacional) e uma proximidade entre os times operacionais e de pesquisa, os ganhos tendem a reduzir com o tempo, seja por falta de sustentação do negócio na tecnologia atual ou por falta de inovação.

É importante reforçar que o avanço em tecnologias florestais foi muito intenso nas últimas décadas, fruto da dedicação e comprometimento de pesquisadores, professores, especialistas, consultores e vários outros atores, além das equipes de operações florestais. Mais recentemente, além deste público, presente nas empresas florestais, universidades e centros de pesquisa, surgiram novos e importantes reforços nos ecossistemas de inovação. A integração deste público ainda deve ser melhor explorada. O setor florestal mudou de patamar nos últimos anos, em termos de área plantada e exposição ao risco. Sendo assim, os conhecimentos e tecnologias que nos permitiram chegar até aqui podem não ser suficientes para garantir o futuro, então precisamos manter o foco, a disciplina e a coragem para inovar.n

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Inovação

o estado da arte das tecnologias

Dias atrás deparei-me com os anais do Encontro de Colheita Florestal que participei em Curitiba, organizado pelo Professor Malinovski em 2006. Já com as folhas um pouco amareladas, talvez devido ao calor que se intensifica a cada ano em Curvelo, mas com conteúdo que apresentava as tecnologias mais avançadas nas práticas florestais.

Refiro-me aqui a um passado recente, mas, folheando tal livro, confesso que minha memória me traiu. Fiquei surpreso com o que via e acabei apoiando o livro sobre a mesa. Durante um instante me dei conta de como o tempo havia passado. Era como se estivesse olhando aquela foto de infância, aquele retrato ao lado de meus pais, todos com sorriso estampado no rosto, satisfeitos por terem comprado o primeiro carro da família, o Volkswagen Brasília, símbolo de robustez e conforto de uma época.

Frente aos desafios de cada época, a tecnologia reflete a capacidade humana de utilizar conhecimento e criatividade para transformar o mundo ao nosso redor. A área florestal é testemunha disso, pois as tecnologias desenvolvidas no setor têm respondido a uma série de desafios emergentes. O estado da arte destas tecnologias reflete não apenas o que é conhecido e amplamente aceito, mas as inovações mais recentes, os desenvolvimentos mais avançados e as tendências. A seguir, trago uma lista não exaustiva de avanços tecnológicos que estão impactando positivamente o setor florestal:

1. Sensoriamento remoto e sistemas de informação geográfica: têm permitido o mapeamento detalhado e o monitoramento dos recursos florestais. Imagens de satélite de alta resolução espacial e temporal, drones equipados com sensores e LiDAR fornecem dados valiosos sobre a cobertura florestal, a saúde e a detecção de alterações. Suportam decisões de planejamento e gestão florestal na otimização de atividades de planejamento e operações de colheita, realização de inventário florestal, controle de pragas, monitoramento de incêndios, insight sobre a biodiversidade e estimativa de estoque de carbono.

2. Sistemas de monitoramento baseados em Internet das Coisas (IoT, Internet of Things): têm sido utilizados para monitoramento, gestão e conservação, propiciando a detecção precoce de problemas e gestão proativa.

a) Sensores inteligentes estrategicamente distribuídos, que coletam dados em tempo real de variáveis ambientais, como temperatura, umidade do ar, umidade do solo, qualidade do ar e níveis de poluição;

b) câmeras de infravermelho e sistemas de detecção de fumaça, usados para detectar incêndios florestais em estágio inicial;

c) armadilhas fotográficas e sensores acústicos, empregados para monitorar a biodiversidade;

d) dispositivos de monitoramento do crescimento das árvores, estimativa de volume de madeira e planejamento de rotas de transporte eficientes.

3. Robótica e Automação: seja em fase de protótipos, ou em escala comercial, as aplicações robóticas têm sido aplicadas em áreas de preservação e monitoramento ambiental, combate a incêndios florestais, operações de inventário, plantio e colheita florestal.

a) Colheita florestal autônoma: robôs especializados que utilizam sensores avançados como câmeras, LiDAR e GPS, para navegar no ambiente florestal, identificar árvores, realizar cortes precisos e processar a madeira para o transporte. Prometem aumentar a eficiência, reduzir os custos e minimizar os riscos associados ao trabalho manual em ambientes com alto risco. b) Plantio: robôs sendo desenvolvidos para automatizar o processo de reflorestamento, utilizando sistemas de visão computacional e braços robóticos para identificar locais adequados para o plantio, realizando coveamento e plantando mudas de forma eficiente. O plantio robótico pode aumentar significativamente a velocidade e a escala das operações, preenchendo lacunas em locais de mão de obra escassa.

4. Biotecnologia e genética: programas de melhoramento genético clássico têm sido revisitados para além de permitir o desenvolvimento de árvores mais produtivas e resistentes a doenças, potencializar o desenvolvimento de clones com expressão de características físico-químicas desejáveis, e sobretudo, materiais mais adaptados às mudanças climáticas. Em paralelo, avanços na engenharia genética e nas tecnologias de melhoramento através de técnicas de seleção assistida por marcadores e edição do genoma têm sido desenvolvidos como plataformas para acelerar demandas específicos de resultados.

12 Q Índice

5. Biomateriais e bioprodutos: pesquisa e desenvolvimento de biomateriais e bioprodutos derivados de recursos florestais são oportunidades para a diversificação de produtos e agregação de valor à biomassa florestal em sua integralidade. Isso inclui produtos como bioenergia, bioplásticos, produtos químicos renováveis e bioóleo, os quais contribuem para a redução das emissões de gases de efeito estufa como uma alternativa aos combustíveis fósseis.

6. Tecnologias emergentes: a Inteligência Artificial (IA), a aprendizagem automática e blockchain oferecem novas oportunidades para a modelação preditiva e apoio à decisão.

a) Algoritmos IA desempenham um papel central na otimização de processos. Analisando grandes conjuntos de dados, a IA identifica padrões operacionais, otimizando a alocação de recursos, logística e estratégias de reflorestamento.

b) Aplicações de realidade aumentada na formação de profissionais florestais através de treinamento prático em ambiente virtual, capacitando equipes frente situações complexas, simulando estratégias de manejo e promovendo a segurança no trabalho.

c) Blockchain para rastreabilidade na cadeia de suprimentos através de contratos inteligentes. Permite a rastreabilidade dos produtos, mitigando riscos de atividades ilegais e garantindo que o manejo florestal esteja em conformidade com padrões ambientais e regulatórios.

As tecnologias continuam sendo ferramentas para enfrentar desafios clássicos do setor, como a produtividade florestal e o aumento dos custos de produção. As florestas de eucalipto no Brasil, que apesar de mostrarem resultados crescentes nos últimos anos, apresentaram em 2022, segundo a Ibá, o menor resultado em 9

A inovação tecnológica vem transformando o setor florestal, aumentando a produtividade e a resiliência nas práticas de gestão florestal. " André Dezanet
Gerente Geral da Vallourec Florestal

anos, estimado em 32,7 m³/ha/ano (com casca aos 6,7 anos). A pressão inflacionária também continua se fazendo presente. Ainda segundo a Ibá, o custo de produção de madeira acumulou alta de 9% em 2022, já significativamente menor quando comparado a 2021 (24%), mas ainda bem acima do IPCA registrado neste mesmo ano (5,88%).

Por outro lado, novos desafios apresentam-se a cada dia. As mudanças climáticas e as adaptações as agendas de ESG têm influenciado de maneira preponderante a dinâmica de desenvolvimentos tecnológicos. Preocupações até então marginais começam a se impor nas agendas das equipes de P&D das empresas, startups e instituições de pesquisa e desenvolvimento.

A inovação tecnológica vem transformando o setor florestal, aumentando a produtividade e a resiliência nas práticas de gestão florestal. Ao abraçar estes avanços e promover a inovação, o setor florestal continuará a se adaptar aos desafios em evolução e a contribuir para um futuro ainda mais sustentável. n

Multilingual Edition
Opiniões

transformação digital

nas empresas de base florestal

As mudanças de comportamento na sociedade e a disseminação de novas tecnologias exigem cada vez mais uma adaptabilidade das empresas do setor de base florestal. Ter sucesso no processo de transformação digital é uma das garantias para a manutenção dos negócios a longo prazo, de forma competitiva e sustentável. E, para que esta jornada de transformação digital possa acontecer, é necessária a redução de falhas para aumentar as chances de sucesso da mesma.

Segundo estudos publicados pela Mckinsey, é notório que apenas 30% das empresas obtêm sucesso em suas iniciativas de transformação digital, mostrando que 70% das empresas fracassam neste processo, o que não é diferente no setor de base florestal.

Para tanto, as lições aprendidas nestes últimos anos de grandes avanços tecnológicos têm nos mostrado que o compartilhamento de um propósito que inspire a transformação, bem como uma visão clara dos objetivos a serem alcançados, são extremamente fundamentais para a obtenção do sucesso nesta jornada.

Para empresas de capital intensivo, a exemplo das que compõe o setor de base florestal, qualquer tecnologia e inovação implementada que remeta a uma melhoria ou alteração de um processo para aumento da produtividade e redução dos custos operacionais, provocam grandes impactos.

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quando o usuário é incluído durante todas as etapas de desenvolvimento e criação, a compreensão é positiva, o que permite, em muitos dos casos, o aprimoramento do projeto de transformação digital executado. "

Jozébio Esteves Gomes

Coordenador

Q Índice Opiniões Multilingual Edition inovação
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Tais impactos podem ser positivos quando bem implementados, ou negativos quando falham no propósito por ausência de uma visão clara do mesmo.

Estamos vivenciando uma nova era moderna, em que as tratativas de problemas e tomadas de decisões acontecem cada vez mais em tempo real. Isto muda completamente o jogo na cadeia produtiva, principalmente para as empresas do setor de base florestal.

Hoje, pode se monitorar a distância as ocorrências de incêndios; é possível controlar máquinas e equipamentos em tempo real e, até mesmo, acompanhar o desempenho e a performance dos colaboradores em campo, suportando os gestores com Informações Remotas de Inteligência e Soluções, a exemplo do que fazemos na Eldorado com a chamada sala Iris.

Desenvolver um estilo de liderança que estabeleça vínculos necessários entre uma visão de transformação digital e resultados positivos é um grande desafio para as empresas do setor de base florestal. Nessa ótica, o suporte a uma visão financeira sustentável

do negócio, com inclusão de novas tecnologias e inovações, requer foco no aprimoramento da capacidade de influenciar e trabalhar conjuntamente com as partes envolvidas no processo de transformação digital, evitando ruídos de comunicação e gerenciando crises durante a mudança e implementação de novos processos.

Além de construir um ambiente de apoio e confiança, a Transformação Digital de uma empresa também é algo importante para o sucesso do propósito escolhido. Estar aberto às ideias dos colaboradores é primordial para acelerar processos de boas práticas digitais, promovendo uma cultura participativa com engajamento de líderes e liderados nessa jornada.

Tecnologias na Florestal

A promoção de ambientes e momentos colaborativos faz-se importante para o levante de ideias e prioridades que contribuam para a identificação de melhorias e para a inserção de novas tecnologias e inovações, inerentes aos processos de produção.

O incentivo à experimentação é outro ponto importante para estimular a criatividade e a inovação, principalmente para aqueles

TECNOLOGIAS NA FLORESTA

LiDAR, imageamento e Pulverização aérea com Drones

Subsolagem com RTK e piloto automático

Coleta mecanizada de amostra de solos

Viveiro

Terras

Monitoramento de incêndios com câmeras Estação meteorológica

Conectividade

Florestal Informações de inteligência

Apontamento mobile e digital

Veículos elétricos e autônomos

Dendrômetros

Sensores da madeira

Telemetria

Q Índice
inovação
Silvicultura (Implantação e Manutenção) e Estradas

que desejam desenvolver pessoas e processos capazes de aprender e de se adaptar rápido às mudanças digitais dentro das organizações. A construção da mentalidade de que mudar de rumo não é algo negativo também é necessária dentro de um processo de transformação digital, bem como a construção de um pensamento fast fail (falhar rápido), comunicando de forma transparente as mudanças.

O uso da tecnologia a favor da visão é fundamental para a envolver os usuários durante todo o processo de transformação digital.

É comum que, em uma jornada de transformação digital, os usuários sejam apresentados à tecnologia ou inovação somente na fase final de implementação, o que dificulta a aderência e disseminação da mesma em todas as etapas dos processos de produção.

Porém, quando o usuário é incluído durante todas as etapas de desenvolvimento e criação, a compreensão é positiva, o que permite, em muitos dos casos, o aprimoramento do projeto de transformação digital executado.

Monitoramento por drone

Colheita Digital

O investimento na colaboração é outro fator importante, pois aumenta as chances de sucesso da transformação digital, uma vez que faz com que os colaboradores sintam que suas contribuições e ideias são valorizadas pelas empresas.

Assim, é possível criar novas formas de trabalho e incentivar projetos futuros, bem como ações que possam servir de molas propulsoras para a implementação de novas tecnologias e inovações.

A adoção de tecnologias e inovações emergentes é inevitável na cadeia de produção das empresas de base florestal e, nos dias atuais, muitas delas já vêm sendo implementadas de forma ampla nos processos operacionais.

Portanto, é necessário que as organizações, por meio das suas lideranças, aprimorem suas boas práticas digitais de transformação, para que esta jornada obtenha o sucesso desejado no propósito escolhido, assegurando o retorno dos investimentos e garantido os ganhos potenciais definidos para cada um dos projetos implementados. n

Análise multitemporal

Monitoramento da frota

Monitoramento de incêndios

Medição de pilhas por imagem

Comunicação via rádio e satélite

Laser Scanner de carga

Gestão Integrada

Centro de Inteligência Florestal

Telemetria

Otimizador logístico e despacho automático

Colheita e Biomassa

Logística da Madeira e Biomassa

Fábrica e Termelétirca

Balança

Opiniões Multilingual Edition

coleta de dados e gestão da informação

impulsionando a produtividade e a conectividade

Ao discutir tecnologias aplicadas ao setor florestal, um tema recorrente é a dificuldade da conectividade para o uso eficaz dessas soluções em campo. Existem fatores inerentes às regiões com florestas plantadas que ampliam essa complexidade. Em uma análise inicial, as extensas áreas com baixa densidade de máquinas, veículos e pessoas tornam qualquer investimento em uma estrutura de torres um desafio. Além disso, operações em áreas de declive enfrentam o relevo como um obstáculo à propagação de sinal, juntamente com as árvores, que atuam como barreira natural nessa transmissão.

Tendo em vista esses obstáculos, a implementação de soluções de conectividade de longo alcance, como LoRa, radio 900Mhz ou LTE, torna-se uma tarefa complexa. Tais métodos, que demandam torres de comunicação, enfrentam dificuldades devido ao alto investimento inicial para áreas com baixa densidade de sistemas a serem conectados por cada torre, especialmente considerando o longo ciclo de colheita de espécies como eucalipto e pinus no Brasil.

Ao longo dos anos, a tecnologia evoluiu, introduzindo soluções como a melhoria das redes de dados móveis em algumas regiões florestais do Sudeste, a coleta de dados M2M (machine to machine) para realizar envio e recebimento de dados em áreas remotas, várias vezes ao dia, e ainda soluções como o WiFi Mesh que amplia o alcance do sinal WiFi, utilizando redes de satélite em baixa órbita (LEO), como por exemplo, Starlink, e em breve com concorrentes como Kuiper (Amazon), OneWeb e AST (Google, AT&T).

Além disso, soluções de conectividade satelital convencionais de baixa ou alta órbita, têm sido consideradas como alternativas devido à sua cobertura nacional estabelecida, embora apresentem desvantagens, como a baixa largura de banda para transmissão de dados.

A escolha da arquitetura de conectividade ideal pode variar conforme os objetivos estabelecidos para a implementação de uma nova tecnologia. Isso porque o investimento necessário para obter informações em tempo real dos sistemas implantados em campo inclui não apenas a infraestrutura tecnológica, mas também a contratação de analistas especializados para a gestão e monitoramento desses sistemas. Esse aspecto se torna ainda mais relevante, especialmente quando uma das metas é a capacidade de lidar em tempo real com qualquer incidente que ocorra.

Antes mesmo do monitoramento em tempo real das informações de campo, é necessário um passo inicial que consiste na criação das bases para o funcionamento das soluções que gerenciam essas informações. Em primeiro lugar, a implantação de um novo sistema geralmente envolve uma mudança na cultura organizacional, exigindo o envolvimento de toda a equipe operacional para garantir a efetiva utilização da ferramenta, incluindo a aplicação contínua de treinamentos e a manutenção de canais abertos para esclarecimento de dúvidas. É fundamental comunicar de forma clara os objetivos esperados e a importância dessa mudança para todos os envolvidos.

Nos últimos anos, tem sido animador observar a evolução das tecnologias de conectividade e soluções destinadas a aumentar a produtividade do setor florestal. "

Q Índice

Em seguida, é importante avaliar a estrutura de sistemas existentes, garantindo que a informação flua de maneira ordenada entre sistemas integrados, para evitar rotinas que envolvam a digitação manual de informações entre eles e assegurar maior confiabilidade dos dados. Por último, é essencial definir os objetivos e capacitar uma equipe de analistas para avaliar as informações e propor mudanças de acordo com o padrão de dados obtidos em campo, garantindo mudanças operacionais que levem à redução de custos e maior eficiência na gestão da operação.

No entanto, com tantas opções de conectividade, muitas das quais permitem a coleta em tempo real de dados, o monitoramento ativo é crucial para maximizar os benefícios da implantação de novas tecnologias em campo.

Nesse contexto, as empresas podem buscar implementar uma Torre de Controle Florestal (TCF), unificando todas as tecnologias de monitoramento e gestão implantadas nas diversas operações florestais, incluindo silvicultura, estradas, colheita, transporte e pátios. Ao implementar uma TCF, é essencial que o fluxo de tratamento das informações seja planejado com foco na mitigação de desvios, na identificação de oportunidades de aumento de produtividade e redução de custos em tempo real.

Essa torre é composta por analistas de monitoramento que trabalham em conjunto com o turno da operação, monitorando de forma ativa todos os sistemas em campo e atuando em tempo real para garantir que os objetivos sejam cumpridos, como por exemplo, entrando em contato com a operação em campo para garantir que um desvio operacional seja corrigido em tempo hábil.

Uma vez implementada, a TCF deve se destacar pela inteligência embarcada em suas operações, diferenciando-se de outras centrais de controle operacionais. Isso porque, dadas as características florestais, é crucial que regras de automação e inteligência permitam que máquinas ou operadores corrijam seus comportamentos sem intervenção direta de analistas, principalmente em áreas remotas, onde muitas vezes só é possível enviar mensagens de texto da torre.

Com esse conceito, pequenas situações operacionais podem ser tratadas em tempo real em campo, evitando alertas desnecessários para tratamento na Torre de Inteligência Florestal. Isso libera tempo para que os analistas proponham melhorias e consolidem dados para sistemas de gestão florestal ou ERPs, aproveitando ao máximo as tecnologias de conectividade e coleta de dados em campo, proporcionando uma gestão eficiente da informação para as empresas de base florestal.

Nos últimos anos, tem sido animador observar a evolução das tecnologias de conectividade e soluções destinadas a aumentar a produtividade do setor florestal. Acredito firmemente que nos próximos anos testemunharemos avanços ainda mais significativos, impulsionados pela evolução dos hardwares embarcados, pelo apoio da inteligência artificial na identificação de padrões para tomada de decisão e pela entrada de novos players no mercado de conectividade satelital como a Amazon. É importante ressaltar que, mesmo com a promissora evolução da rede 5G, essa ainda se mostra distante como uma solução viável para áreas florestais. n

19 Opiniões Multilingual Edition
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inteligência artificial na silvicultura

O que somos atualmente como civilização é resultado de um processo temporalmente longo e que engloba, dentre outros fatores, transformações evolutivas, pluralidade cultural e comportamental, capacidade adaptativa, descobertas científicas, e desenvolvimento tecnológico. Ao longo de séculos, a sociedade foi se adaptando a diferentes cenários, condições e, principalmente, transformando o mundo ao seu redor, de modo a criar as condições necessárias para a sua existência e perpetuação. Essa capacidade inventiva do homem é, talvez, a responsável pela sobrevivência e prosperidade de nossa espécie, conforme apontam alguns estudos mais recentes.

Em um contexto de evolução contínua, as transformações, ora lentas, ora mais aceleradas, foram moldando lentamente a sociedade que somos hoje. Nessa linha do tempo, alguns marcos como a descoberta do fogo, a domesticação das plantas, a invenção da roda, as descobertas de algumas leis da natureza e a revolução industrial, por exemplo, representaram saltos vertiginosos neste processo.

Talvez, o mais recente salto seja o desenvolvimento das tecnologias de informação, trazendo consigo um encadeamento de processos evolutivos, os quais estão separados, não mais por séculos, mas por poucas décadas ou anos.

A Inteligência Artificial (IA) é parte dessa era das tecnologias e tem causado uma revolução na forma como lidamos com o meio que nos circunda e como executamos tarefas com diferentes níveis de complexidade. O surgimento da IA remonta aos primeiros anos da década de 1940, quando Warren McCulloch e Walter Pitts (cientistas norte-americanos) publicaram um artigo científico relatando a criação de um modelo matemático para um neurônio artificial, baseado no funcionamento do neurônio humano.

Dos anos 1940 até os dias atuais, avanços foram obtidos na tentativa de construir sistemas artificiais capazes de simular e, até mesmo, substituir o raciocínio humano. As áreas do conhecimento que mais se beneficiaram com tais avanços são a industrial e a comunicação. Na silvicultura, por sua vez, as transformações promovidas pelas tecnologias de informação são mais recentes e ainda discretas. ;

Em um contexto de evolução contínua, as transformações, ora lentas, ora mais aceleradas, foram moldando lentamente a sociedade que somos hoje. "
Q Índice inteligência artificial
23 Opiniões Multilingual Edition
Imagem aérea para mapeamento e classificação de plantas daninhas em lavoura de eucalipto.

inteligência artificial

Apesar de um uso ainda discreto, as ferramentas de IA têm promovido uma revolução nos campos de produção. Pela sua inserção em diversas operações silviculturais, a IA pode elevar ainda mais a produtividade das florestas plantadas, auxiliando no enfrentamento do desafio atual de atender as demandas mundiais dos próximos anos. Dados recentes da FAO apontam para uma demanda de 3,1 bilhões de m³ de madeira no ano 2050, o que representa um crescimento de mais de 35% em relação à atual.

Definida como a capacidade de dispositivos, sistemas e máquinas em simular e reproduzirem o raciocínio humano, a IA retira a subjetividade dos processos e permite o tratamento simultâneo de um grande volume de dados, aprendendo e definindo padrões a partir de uma quantidade massiva de informações.

A IA acelera as interpretações dos fenômenos naturais e, mais importante, as tomadas de decisão. Na silvicultura, a IA pode ser percebida nos sistemas autônomos de máquinas, nos sensores destinados a obter remotamente informações acerca dos cultivos, nos controladores que, de forma automatizada, tomam decisões e fazem intervenções em tempo real.

Além das aplicações acima descritas, outras tantas têm sido desenvolvidas. A grande quantidade dessas soluções baseadas em IA advém de modelos de aprendizagem de máquina (machine learning), seja ela profunda (deep learning ) ou não. Partindo-se desses princípios, sistemas capazes de aprender padrões e classificar e/ou prever fenômenos inerentes à produção florestal, fornecem informações rápidas e confiáveis culminando na maior eficiência no uso de insumos gerais, otimização ou substituição da mão-de-obra humana e maior eficácia nas práticas de manejo.

O uso de algoritmos de aprendizado de máquina segue um processo sequencial que se inicia com a construção de padrões e termina com a avaliação da acurácia e da precisão dos modelos. No que diz respeito aos modelos utilizados, estes podem ser agrupados naqueles de classificação e de regressão. A finalidade de cada um indica a sua aplicabilidade, sendo os de classificação destinados a identificação de feições e/ou fenômenos em um universo amostral, enquanto os de regressão são destinados à previsão destes padrões e/ou destes fenômenos. Diversos algoritmos são destinados às duas funções, mudando apenas a forma como eles são aplicados. Um exemplo desses algoritmos “polivalentes” são as redes neurais artificiais (RNA), sejam elas simples ou de multicamadas.

Classificação espectral de plantas de eucalipto atacadas por

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Utilizando RNA, desenvolvemos uma solução computacional para predição da rebrota de eucalipto após a aplicação de herbicidas. A solução classifica a resposta espectral das brotações e as compara com os padrões definidos no aprendizado, identificando as variações que são sugestivas de uma rebrota e prevendo quando e onde ela acontecerá.

Outro algoritmo de IA muito utilizado na silvicultura é o Random Forest. Quando em associação com imagens de alta resolução espacial, obtidas com sensores orbitais ou aéreos, esse algoritmo permite a identificação e segmentação de alvos em um ambiente de complexidade como uma área de produção florestal. Com esse algoritmo desenvolvemos um sistema para identificação de plantas daninhas em área de produção de eucalipto. O referido sistema tem precisão superior a 90% na classificação das plantas daninhas e definição dos níveis de infestação e superior a 80% na segmentação das plantas de acordo com sua morfologia foliar, separando-as em “folha larga” e “folha estreita”.

Entrando no ambiente do aprendizado profundo, a complexidade é substancialmente superior, entretanto, com possibilidades de uso e aplicação igualmente superiores. Com modelos desta classe, é possível, por exemplo, a modelagem de árvores em sistemas de cultivo e a contagem de plantas e falhas de plantio. A contagem de plantas é uma demanda da silvicultura, pois é impensável que essa operação seja realizada de forma manual. Contar plantas é imprescindível para o estabelecimento preciso, por exemplo, do índice de sobrevivência em talhões após o transplantio das mudas.

A implementação da IA na silvicultura é uma jornada contínua, uma vez que, com a revolução digital, os modelos e sistemas são dinâmicos, com atualizações e evoluções periódicas. A capacidade das empresas do setor florestal de compreender a importância da IA e, ainda mais, de identificar o posicionamento dela nas diferentes etapas silviculturais determinará o curso da transformação que o setor vivenciará.

Num cenário de crescente escassez de recursos naturais, o uso de tecnologia é uma saída viável para conciliar produtividade e sustentabilidade. O processo evolutivo do nosso tempo nos conduzirá para um cenário irreversível de digitalização, com maior conectividade, com algoritmos cada vez mais sofisticados e máquinas inteligentes. A carência de aperfeiçoamento, de escalonamento e, principalmente, de detalhamento, imporá uma nova ordem, ditada pela digitalização e perpassando pelo uso de IA.n psilídeo de concha (glycaspis brimblecombei ).

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silvicultura de precisão

silvicultura de precisão: desafios e oportunidades

Nos últimos anos, o aumento significativo da demanda por produtos de segmentos florestais vem exigindo a adoção de novas práticas de manejo, com o objetivo de alavancar a produtividade. Na silvicultura, o planejamento adequado aliado a procedimentos operacionais, são os primeiros passos para alcançar o sucesso. É nesse cenário que se insere o conceito de Silvicultura de Precisão (SP), a qual representa uma nova forma de gerenciamento das florestas.

Na agricultura, o uso da terminologia “precisão” com tecnologias embarcadas e aplicadas em âmbito operacional para diversas atividades já é uma realidade. Para a silvicultura, no entanto, essa difusão ainda está em evolução, com crescimento exponencial e elevado potencial de expansão. É nesse processo que a SP é o acelerador, trazendo de forma muito mais rápida e assertiva dados e informações (geralmente digitais) para antecipar tomada de decisões.

O conceito de SP é muito amplo e varia de acordo com as diferentes áreas de atuação, como: a) para o geneticista, a SP pode significar a combinação entre a genética de uma espécie de planta com o local em que ela será cultivada, de tal forma a maximizar seu crescimento;

b) para a equipe de silvicultura, a SP pode auxiliar de forma mais precisa a correção de adubação, aplicando os insumos de forma localizada e reduzir a competição com plantas daninhas, além de outras ações que visem minizar custos operacionais, elevando a produtividade; c) para a equipe de meio ambiente e sustentabilidade, a SP pode significar um grande avanço no auxílio do manejo de precisão das florestas

apesar de ter definições bem amplas, a silvicultura de precisão consiste em um modelo, baseado no conhecimento prévio que envolve a variabilidade espacial e temporal dos fatores de produção "

Caique

que sofrem influência da variação climática, visando estimar as emissões de carbono causadas por desmatamento e queimadas e consequentemente, mitiga-las de forma mais efetiva e ágil.

Em linhas gerais, a SP apesar de ter definições bem amplas, consiste em um modelo, baseado no conhecimento prévio que envolve a variabilidade espacial e temporal dos fatores de produção, sejam esses relacionados ao solo, às plantas, ao ambiente ou a outro fator que possa ser mapeado e cuja variação possa ser, matematicamente, descrita. Aliado a isto, a SP modifica o enfoque dado à silvicultura até então, pois, enquanto no manejo convencional a abordagem das atividades se dá de maneira uniforme, na SP esta mesma área é tratada geograficamente ponto a ponto. Um dos exemplos desta mudança de paradigma na compreensão da silvicultura está na possibilidade de ampliar o campo de visão nos processos, perpassando por um elevado controle de todos os processos operacionais envolvidos o que, em última análise, culmina com um melhor uso dos recursos naturais, dos insumos, dos equipamentos e, efetivamente, do capital investido.

Cenários e Aplicações:

A utilização de ferramentas computacionais associadas à variáveis climáticas, variáveis do ambiente, entre outras, é um desafio do setor florestal que visam automatizar suas análises diante de cenários extremos e de muitas incertezas. Nesse tocante, o processamento e interpretação de um grande conjunto de dados para áreas extensas é um dos pilares para se buscar a excelência das atividades operacionais.

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Carvalho Medauar Especialista Global em Tecnologia da Envu

A rápida expansão da área cultivada com eucalipto com seu elevado número de variedades e sua grande adaptabilidade às mais variadas condições edafoclimáticas, levou à necessidade de estudos que pudessem gerar no espaço e no tempo informações amplas, reduzindo riscos de incertezas sobre alguns fenômenos da natureza que ocorrem constantemente no ciclo da floresta. As florestas de eucalipto costumam se estabelecer em locais com alta demanda atmosférica, diferentes condições de cultivo e índices pluviométricos esparsos e irregulares em alguns períodos do ano, que colocam em risco os principais fatores de sucesso da SP, denominados 9S, quais sejam: a) topografia; b) clima; c) genética; d) fitossanidade; e) plantas daninhas; f) nutrição florestal; g) plantio; h) preparo de solo, e i) fertilidade do solo;

Dentro do processo do manejo silvicultural os 9S são os fatores que necessitam diariamente de uma atenção detalhada, pois é a partir desse conhecimento prévio que surgem as especificidades de soluções, as quais são uma característica chave da SP. Nesse contexto as diversas aplicações da SP são implementadas, conforme:

• Ciências de dados x Meteorologia florestal: atualmente existem inúmeros repositórios online com banco de dados históricos de clima de todo o mundo, o que tem permitido aprofundar análises, criar visualizações, escalar processos e automatizar rotinas acerca da distribuição e probabilidade da chuva anual, de anomalias climáticas, da probabilidade de eventos de seca, da modelagem dos efeitos do sistema El Ninõ. Essas avaliações elevam o nível de gerenciamento das ações.

• Sensoriamento remoto x Monitoramento de plantas daninhas: desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão para indicação de áreas prioritárias à intervenção no campo, baseado no monitoramento remoto de alta frequência, para detecção, mapeamento e alerta de plantas daninhas no campo. Sistemas como esse, já existem e oferecem diagnósticos confiáveis, compatíveis com a rapidez e a escala com que estes problemas se manifestam. O fluxo de trabalho para sistemas especialistas como este, envolve quatro principais etapas: 1) Monitoramento e diagnóstico; 2) Elaboração de mapas; 3) Análise temporal, e 4) Geração de alertas.

• Inteligência artificial x Zoneamento de risco para ocorrência de pragas: o zoneamento de uma forma geral é uma ferramenta importante para a delimitação de áreas com aptidões para possíveis incidências de pragas, podendo estar

associados a indicadores climáticos, hidrológicos e características intrínsecas e extrínsecas das plantas. Nesse contexto, ferramentas para integrar sistemas especialistas como por exemplo: análises espaciais, sistemas de informação geográficas, lógica fuzzy, entre outras, são importantes para esse tipo de investigação mais aprofundada, podendo auxiliar na recomendação de manejos que visem reduzir os impactos da incidência da praga.

Evolução:

Há algumas décadas não imaginávamos que poderíamos vislumbrar uma silvicultura diferente da convencional, repleta de inovações tecnológicas como: pulverização aérea via drones, machine learning, reconhecimento de padrões, data mining, plataformas digitais, entre outras. Entretanto, essa evolução (apesar de lenta) está associada a três pilares fundamentais: a) criatividade; b) diversificação, e c) inovação.

Uma visão ampla e direcionada requer uma abordagem complexa, conhecimento e capacitação, planejamento antecipado e apostar em soluções. Nesse caminho, é importante frisar que a SP é uma evolução positiva para o setor florestal, com táticas de manejo automatizadas, mais eficientes, permitindo que as tomadas de decisões sejam mais assertivas.n

Para conhecer com maior profundidade o tema silvicultura de precisão, sugiro que adquira o livro Silvicultura de Precisão

A obra foi financiada pela Envu e apresenta uma jornada clara e direcionada da silvicultura moderna. A obra não tem fins lucrativos, e os recursos da sua venda serão doados à um órgão social ou ambiental, ainda a ser definido.

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gestão remota de plantações

a utilização de drones

em tratos culturais da floresta

Em fevereiro de 2024, a Plantar completou 57 anos de atuação no setor florestal. Desde 1967, temos participado da história da prestação de serviços florestais em várias regiões do Brasil. Atuamos em diversas empresas, participamos de inúmeras feiras e já viajamos para dentro e fora do país. Por esses motivos, temos a grata satisfação de ter acompanhado toda a evolução tecnológica do setor nas últimas décadas.

Em especial, a utilização de drones tem sido, nos últimos anos, a resposta mais assertiva para a uma série de demandas antigas do setor. Neste texto, gostaríamos de destacar as vantagens da aplicação de caldas via drone, bem como a adubação sólida, em aspectos como segurança, economia, manejo e inovação.

Segurança:

A aplicação de caldas via drone é precisamente programada, pois é necessária a identificação de todos os obstáculos que, muitas vezes, não estão atualizados nos mapas das empresas. De olho na segurança da atividade, previamente à aplicação é enviado um drone de asa fixa que faz fotos de todas as áreas florestais. Em seguida, é realizado o processamento das imagens para definição dos polígonos de aplicação, bem como a identificação e o georreferenciamento dos obstáculos. Deste modo, quando o drone de aplicação finalmente é enviado para missão, toda área está precisamente mapeada (georreferenciada), o que garante que a operação ocorra de forma segura, produtiva e com muita qualidade.

É importante destacar, também, que as aplicações de caldas via drone são devidamente regulamentadas por órgãos oficiais, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), além de cumprirem com exigências estaduais específicas.

Não podemos fazer da tecnologia um fim, mas um meio para a sustentabilidade e a prosperidade dos negócios florestais. "

Diretor Florestal do Grupo Plantar

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Daniel Carvalho de Moura

Os pilotos de drones são credenciados por meio de cursos destinados à formação e à capacitação para a operação dos equipamentos. É possível que haja mais de um drone em operação em um mesmo talhão, mas com pilotos independentes, devido a exigência legal, tudo para a segurança do processo.

Os veículos de apoio à operação são devidamente adaptados para transportar insumos de forma segura, bem como geradores, baterias, controladores, misturadores e demais componentes básicos.

As áreas de vivência são adequadas para apoio às refeições, e os sanitários para o número de duas a quatro pessoas, a depender da quantidade de drones em atuação no mesmo talhão. Para além dos talhões, é muito importante o cuidado com as áreas adjacentes, de modo a manter uma faixa segura de proteção às áreas de vizinhos.

As hélices dos drones produzem um efeito que contribui bastante para minimização de derivas (downwash), mas, ainda assim, é muito importante respeitar as condições meteorológicas indicadas para a aplicação, sobretudo os ventos. É importante que a equipe de aplicação tenha condições de aferir as condições meteorológicas no local e no momento da aplicação.

Economia:

Os drones e os seus softwares de gerenciamento têm evoluído a cada nova edição, tanto em autonomia das baterias, quanto em capacidade de carga. A cada dois anos são comprovados um ganho na ordem dez litros de capacidade de voo. Isso significa que o mercado está próximo da transição da geração de drones de 40 litros, para drones de 50 litros de capacidade.

A tecnologia de aplicação via drone possibilita, ainda, uma redução do consumo de água de cerca de 200 litros de calda para algo em torno de 37 litros de calda por hectare. Já o consumo de combustível é reduzido para apenas 10% do volume de consumo de uma atividade convencional.

Além disso, a aplicação de caldas via drone não gera compactação de solo, não necessita de grande estrutura de apoio para a operação e não exige grandes investimentos em estradas ou em equipamentos de porte elevado. Os tratos culturais são realizados com uma pegada de carbono muito menor.

Manejo:

Outra vantagem do uso de drones é que eles dão acesso preciso aos ponteiros das árvores. Nestes locais estão as gemas de crescimento, onde é possível depositar insumos capazes de contribuir para a saúde e o desenvolvimento das plantas.

Insumos biológicos, responsáveis por combater pragas, doenças e contribuir para a saúde do solo e da planta, podem ser utilizados em consórcio com insumos minerais, ou mesmo com herbicidas, no auxílio da biorremediação do solo. Além disso, extratos vegetais contribuem para o aumento da eficiência dos herbicidas de modo a reduzir a quantidade aplicada. De maneira geral, com essas técnicas, há aumento da eficiência das aplicações na absorção foliar ou na raiz, além de um ganho ambiental incrível.

Em casos de aplicação destinada à dessecação de áreas com grande volume de massa vegetal, não há mais o problema do “efeito guarda-chuva” gerado pelos pneus das máquinas. Também, é possível fazer os tratos culturais em áreas com tocos altos e grandes volumes de resíduos florestais, ou mesmo com impedimento na borda dos talhões. É possível realizar tratos culturais até mesmo onde há estreitamento de linhas de plantio, uma vez que o trânsito dentro do talhão não é mais obstáculo para a realização das atividades. Além de todas essas vantagens, é possível operar com grande eficiência em áreas de topografia inclinada, onde não é possível o tráfego de máquinas e a atividade manual se torna muito desgastante.

Inovação:

Além de uma operação segura, produtiva economicamente e de alta qualidade, com menos gastos de recursos naturais, há novas perspectivas com a combinação de drones com outras tecnologias.

As atividades realizadas nos talhões são todas registradas em um portal na rede, seja software próprio ou nativo do fabricante. Por sua vez, os controladores de voo fazem a conexão com os drones e armazenam os dados de cada voo. Uma vez com acesso à internet, os controladores executam a transmissão dos dados.

Com a combinação de redes satelitais ou via rádio, é possível fazer o acompanhamento em tempo real das atividades. O gerenciamento online das atividades florestais, com todas as informações reunidas em uma ;

29 Opiniões Multilingual Edition

gestão remota de plantações

“torre de controle”, tem sido uma prática muito assertiva na gestão de recursos operacionais das empresas florestais. Porém, não se esqueça de pensar em sistemas alternativos de transmissão de dados, já que em alguns locais onde as operações são realizadas pode não haver acesso à internet.

Quando pensamos em atividades florestais georreferenciadas, sobrepostas em camadas nos modernos sistemas de informações geográficas, temos um universo de novas oportunidades, tais como planejar melhor as nossas operações; executá-las com alto grau de segurança, qualidade e produtividade; operar em áreas anteriormente inviabilizadas pela dificuldade de execução dos tratos culturais, entre outras.

A adoção de tecnologias complementares de transmissão de dados, a geração de imagens NDVI, os sistemas que ajudam a planejar com um número enorme de variáveis, os algoritmos que auxiliam na tomada de decisão e no planejamento do manejo correto para cada talhão são ferramentas do presente que podem nos levar a um futuro de florestas cada vez mais sustentáveis e produtivas.

Mas, atenção: é fato que adquirir e assimilar tecnologias novas é sempre muito estimulante. Contudo, o diferencial permanece com as pessoas. No desenvolvimento de florestas sustentáveis, bons gestores que trabalham as motivações e os propósitos de suas equipes em prol de uma sociedade melhor são inspiradores e merecem todo crédito.

Quando amamos o que fazemos, não nos apaixonamos pelas tecnologias e nos perdemos nelas, mas as utilizamos com a habilidade necessária em favor da segurança, produtividade e qualidade das nossas florestas. Não podemos fazer da tecnologia um fim, mas um meio para a sustentabilidade e a prosperidade dos negócios florestais.

Antes de encerrar, gostaríamos de encorajar você, nosso leitor, a trilhar esses novos caminhos rumo à adequação do seu negócio florestal. Vá em busca de todas as possibilidades que a conectividade lhe permite. Desenvolva a utilização de insumos mais sustentáveis. Desejamos a você boas florestas e bons negócios! n

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Q Índice
Utilização de drones na gestão remota das plantações em ações

nas observações, no controle de pragas e no combate químico

31 Opiniões Multilingual Edition de
inteligência

inventário florestal

uso de LiDAR embarcado em drones

no inventário pré-corte

O crescimento do setor florestal e o uso intensivo da madeira torna os planejamentos de curto, médio e longo prazos de vital importância e exigem que eles sejam cada vez mais otimizados para garantir o fluxo de madeira ao longo do tempo. Dito isso, o monitoramento dos recursos florestais em larga escala é necessário e requer o emprego e a integração de técnicas de sensoriamento remoto e de amostragem florestal em campo.

O sensor LiDAR (Light Detection and Ranging) é uma tecnologia de ponta que pode ser utilizada em diferentes produtos, tais como: modelos digitais de terreno e modelos digitais de superfície. Normalmente é utilizado para levantamentos topográficos a fim de caracterizar estrutura e é cada vez mais aplicado para obtenção da volumetria no Inventário Florestal, tanto para florestas nativas, quanto para florestas plantadas. A tecnologia é caracterizada como um sistema ativo de sensoriamento remoto. Seu funcionamento envolve a utilização de pulsos de laser direcionados ao solo e, através do tempo gasto para retorno destes pulsos se tem a estimativa, neste caso em específico, da altura da floresta. No geral, este tempo será processado para calcular as distâncias variáveis entre objetos, ou da superfície terrestre, tornando possível determinar formas, alturas, dentre outros, bem como revelar detalhes intricados da estrutura florestal que antes permaneciam ocultos nos métodos tradicionais de inventário.

Essa riqueza de dados não só aprimora o planejamento e a execução das práticas de manejo sustentável, mas também impulsiona a eficiência de operações florestais que por vezes apresentam um alto custo agregado.

Outro grande diferencial é que para imagens derivadas de sensores passivos a grande limitação é que podem ser obtidas informações bidimensionais das florestas. Já no caso dos sensores ativos, onde está enquadrado, temos a condição de gerar imagens tridimensionais, possibilitando fornecer, além dos cálculos de área, também as características da estrutura vertical da vegetação amostrada.

Comparado aos métodos tradicionais, o LiDAR se destaca pela eficiência operacional, pela capacidade de cobrir grandes áreas rapidamente e fornecer dados mais abrangentes e precisos. Este avanço representa uma mudança paradigmática, possibilitando transitar de estimativas por amostragem para avaliações quase censitárias das florestas, com identificação de variações intraparcelas que eram previamente inacessíveis.

A Bracell vem empregando essa tecnologia embarcada em drones para a obtenção do Inventário Pré-corte melhorando a estimativa de volume que será colhido e posteriormente entregue na fábrica.

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A riqueza de dados (gerada pelo LiDAR) não só aprimora o planejamento e a execução das práticas de manejo, como impulsiona a eficiência de operações florestais "

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Gustavo Henrique Rodrigues e Tais Moreli Cambahuva Rufino Engenheiro de Inventário Florestal e Gerente de Performance e Monitoramento Florestal, da Bracell-SP, respectivamente

Cristofer Felipe Ferreira operando o Drone modelo DJI Matrice 300 RTK com o sensor LiDAR L1, utilizado no mapeamento de floresta adultas e estudos de relevo

MAPA DE ALTURAS

Mapa gerado a partir do modelo de altura de copas extraído da nuvem de pontos do sensor LiDAR

MAPA DE PRODUTIVIDADE

Resultado do modelo volumétrico aplicado a nuvem de pontos gerado pelo LiDAR acoplado ao drone

33 Opiniões Multilingual Edition

inventário florestal

A ideia de utilizar esta tecnologia vem da alta intensidade amostral, uma vez que ao passar no inventário contínuo de uma parcela a cada 10 hectares, o inventário Pré-corte exige uma parcela a cada 3 hectares, triplicando os custos da coleta de dados.

A adoção do uso de drones equipados com esses sensores tem sido um diferencial, pois proporciona uma maior flexibilidade e uma resolução de dados extremamente alta, que não apenas agiliza a coleta de dados em superfícies extensas como também viabiliza a geração de subprodutos valiosos para as mais diversas áreas florestais, como mapas de produtividade e modelos detalhados de copas de árvores que podem, inclusive, serem utilizados para o mapeamento de clareiras e falhas de plantio.

Com isso, deixamos de utilizar valores médios, como volume o individual (VMI), e passamos a utilizar estratos dentro do talhão, melhorando não apenas a acurácia na informação de volume de madeira, mas passamos a ter uma nova estratégia na colheita aperfeiçoando o planejamento de produtividade por estrato de volume.

Entretanto, apesar de sua indiscutível eficácia, o LiDAR não elimina a necessidade de métodos tradicionais de amostragem - a calibração dos modelos matemáticos, frequentemente embasados em técnicas de aprendizado de máquina, requer dados de campo precisos para garantir a acurácia das estimativas geradas.

Assim, a complementaridade entre os métodos é essencial para o aprimoramento contínuo dos modelos empregados no inventário florestal. Além disso, cabe destacar que, apesar dos benefícios, as nuvens de pontos acabam resultando em processamentos pesados e demorados que necessitam de certos investimentos tecnológicos.

O projeto piloto foi iniciado em 2022 em parceria com a APRIL, empresa de celulose e papel do Grupo RGE do qual a Bracell também faz parte. Através do conhecimento técnico dos nossos “irmãos” da Indonésia iniciamos o projeto com alguns modelos por eles aplicados para a floresta de eucalipto que posteriormente foram adequados para o nosso perfil de floresta, reduzindo o tempo de teste e melhorando o aproveitamento dos recursos tecnológicos.

Para garantir o sucesso da ferramenta são necessários o domínio de 3 etapas principais:

a) O Voo: no projeto piloto foram realizados voos com o equipamento LiDAR acoplado em avião agrícola e em drones. A Bracell escolheu

usar o LiDAR acoplado em drone por dois principais motivos: 1º pela autonomia no plano de voo, uma vez que temos a equipe própria para pilotar os drones; 2º e mais importante, pela qualidade da nuvem de pontos que permite extrair métricas mais precisas para o modelo volumétrico – contamos com o time de Topografia da Bracell para realizar os voos de Drones;

b) O Processamento: foi necessário investir em hardware e armazenamento para receber uma quantidade enorme de dados para processar, além do uso de IA (Inteligência Artificial) para dar agilidade no processamento. Essa etapa fica com o time de Sensoriamento Remoto que tem toda a expertise para manusear as nuvens de dados e extrair as métricas, e

c) A Modelagem matemática: no que se refere à modelagem, um outro grande diferencial é que saímos da abordagem estritamente dendrométrica de equações com duas ou três variáveis para modelos robustos e sensíveis, nos quais um número relativamente alto de variáveis são empregados, como por exemplo: percentis de altura, densidade de copas, contagens de indivíduos, índices calculados por RGB, etc. Finalmente essa última etapa é de responsabilidade do time de Inventário Florestal que realiza a modelagem e o cruzamento de dados com o inventário contínuo para disponibilizar o volume por talhões e os mapas com os estrados de produtividade.

Assim o LiDAR, na Bracell, passa por várias áreas até que o produto chegue para os times de Microplanejamento e Operação Florestal, indo ao encontro com os valores da empresa de times que se complementam e cliente. Além do volume de madeira e mapas de produtividade, a tecnologia LiDAR vem sendo empregada em outros produtos na Bracell, como:

• Mapas de declividade para as operações de corte e baldeio;

• Mapas de superfície do solo para a análise hídrica e recomendação de curvas de níveis e terraços para conservação do solo, e

• Mapeamento de rede elétrica e outras benfeitorias, dentre outros.

Em resumo, o LiDAR tem se estabelecido como uma ferramenta transformadora no Inventário Florestal, contribuindo significativamente para a precisão, eficiência e sustentabilidade do manejo das florestas plantadas no Brasil. A integração dessa tecnologia com práticas tradicionais e a superação de seus desafios operacionais apontam para um futuro ainda mais promissor no setor florestal brasileiro. n

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Multilingual Edition
Opiniões
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Imagem 3D com a reconstituição da nuvem de pontos, por Carla Riovane Chiles, Analista de Geoprocessamento Video 3D com a segreção das árvores através da nuvem de ponto identificando as copas, material lenhoso e solo por Carla Riovane Chiles, Analista de Geoprocessamento

os avanços no manejo silvicultural

A gestão eficiente do controle de plantas daninhas em florestas plantadas é essencial para garantir altas produtividades e a qualidade da matéria-prima gerada.

Essas plantas competem intensamente por recursos ambientais, como água, luz e nutrientes, podendo resultar em reduções significativas na produção e interferir nas operações silviculturais e de colheita. Além disso, sua presença pode facilitar a disseminação de pragas, doenças e aumentar os riscos de incêndios florestais.

Historicamente, o controle de plantas daninhas foi realizado predominantemente por métodos como o uso do fogo e técnicas manuais, demandando esforços consideráveis em termos de mão-de-obra e frequentemente apresentando resultados insatisfatórios. No entanto, com os avanços tecnológicos, métodos de controle integrado têm sido amplamente adotados, envolvendo medidas preventivas, culturais, mecânicas e químicas.

Diversos fatores são levados em consideração no momento de escolher os métodos de controle. Atualmente os herbicidas têm sido a opção mais utilizada por apresentarem controle mais efetivo das plantas daninhas, maior flexibilidade quanto à época de aplicação e maior rendimento operacional. Apesar dos ganhos potenciais no manejo, é indispensável encontrar um equilíbrio adequado entre as recomendações de produtos, doses, espécies a serem controladas, além do posicionamento e momento de aplicação.

Nesse contexto, é crucial priorizar a busca por tecnologia de aplicação, o que inclui aprimoramentos em bicos de pulverização, sistemas de filtragem, estabilidade das barras de aplicação e toda tecnologia embarcada com recursos dos mais diversos. Além disso, com o uso de tecnologias como drones e sistemas de sensoriamento remoto é possível realizar a detecção precoce de infestações de plantas daninhas, permitindo uma resposta rápida e direcionada.

Outro desafio para a implantação de novos sistemas de manejo é a necessidade de especialização dos profissionais de silvicultura ligados à produção florestal. A parceria com universidades para a criação de cursos de especialização na área deve ser considerada como um caminho viável para impulsionar a competitividade do setor, promovendo o avanço de novos conceitos, tecnologias e conhecimentos no manejo de plantas daninhas na produção florestal brasileira.

Um grande exemplo foi o desenvolvimento do cultivo mínimo para a cultura do eucalipto permitindo grandes avanços no manejo de plantas daninhas com herbicidas, consolidando etapas como dessecação pré-plantio em área total, associação de herbicidas para controle amplo de plantas de folhas estreitas e largas, aplicação de pré-emergentes em área total.

As plantas daninhas competem por recursos ambientais, como água, luz e nutrientes, podendo resultar em reduções na produção e interferir nas operações silviculturais e de colheita. "

Fabrício Gomes Oliveira Sebok e Natalia da Cunha Bevilaqua

Gerente de P&D para Floresta Global e Gerente de Desenvolvimento Inicial, da Envu, respectivamente

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Opiniões Multilingual Edition
matocompetição

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Alcançar níveis elevados de produtividade representa uma das medidas essenciais nesse contexto, e o controle eficaz da matocompetição emerge como um elemento fundamental para esse propósito.

A matocompetição, caracterizada pela identificação e eliminação das plantas daninhas que prejudicam ou inibem o desenvolvimento da cultura desejada, desempenha um papel crucial nesse processo. Reconhecendo a importância e o potencial econômico do setor de florestas plantadas, o desenvolvimento contínuo de novas moléculas e formulações contribui para a diversificação e o aprimoramento do manejo florestal.

A busca incessante por novas moléculas e produtos mais versáteis no controle de plantas daninhas, com seletividade para a cultura e amplo espectro de ação, explorando novos grupos químicos e adotando diferentes modos de ação, especialmente para promover o manejo integrado e superar a resistência, reflete uma abordagem proativa e inovadora. No entanto, é crucial reconhecer que o desenvolvimento de uma nova molécula é um processo gradual e dispendioso. Portanto, é imperativo explorar soluções existentes globalmente e adaptá-las às necessidades das florestas plantadas no Brasil, proporcionando uma estratégia mais eficiente e pragmática para enfrentar os desafios do manejo florestal.

Mudanças na legislação têm desempenhado um papel fundamental, impulsionando o manejo de plantas daninhas na silvicultura. Recentemente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu pela flexibilização e simplificação regulatória envolvendo o uso de aeronaves remotamente pilotadas em atividades agrícolas e florestais, regulamentando assim o uso dos drones para este fim. Essa medida visa dar mais consistência e qualidade às normas que regem o mercado, facilitando o entendimento da regulamentação por toda a sociedade e revogando regras obsoletas. Mesmo com essa simplificação regulatória, continua sendo necessário observar as normas estabelecidas por outros órgãos, como Anatel, Decea e Mapa.

A simplificação regulatória representa um marco importante, impulsionando o uso cada vez maior na silvicultura de precisão e dos drones, permitindo aumento na flexibilidade das decisões para o manejo florestal.

Nesse mesmo contexto, no fim de 2023 foi sancionada uma lei que modifica as regras para aprovação e comercialização de agrotóxicos, reduzindo prazos e alterando competências.

Essa lei revoga a legislação anterior sobre agrotóxicos e estabelece novos critérios para o registro de produtos com substâncias consideradas de risco. O benefício dessa modificação regulatória é agilizar o processo de registro e comercialização de agrotóxicos, reduzindo prazos e simplificando as regras. Isso pode facilitar a disponibilidade de novos produtos no mercado, permitindo uma resposta mais rápida às demandas dos produtores agrícolas.

No entanto, é importante ressaltar que também existem preocupações quanto aos impactos dessas substâncias na saúde humana e no meio ambiente, levantando questões sobre a necessidade de um equilíbrio entre agilidade no processo regulatório e segurança.

Avanços significativos na biotecnologia, como a recente aprovação de um eucalipto geneticamente modificado, representam um avanço significativo na busca por soluções cada vez mais eficazes e sustentáveis no manejo florestal. Esse eucalipto, com características triplas de aumento de produtividade, tolerância a herbicidas e resistência a insetos, inicia uma nova etapa na silvicultura, com potencial para ressignificar todo o setor nos próximos anos.

A evolução da silvicultura testemunhou grandes mudanças no controle da matocompetição, refletindo um compromisso contínuo com a inovação e a sustentabilidade. Desde métodos tradicionais até abordagens integradas que empregam tecnologia de ponta, a busca por soluções eficazes para gerenciar plantas daninhas tem sido incessante.

A introdução de novas moléculas e formulações, juntamente com melhorias na tecnologia de aplicação, possibilitou uma maior seletividade e eficácia no controle, minimizando os impactos adversos nas culturas desejadas. Além disso, a aprovação de eucaliptos geneticamente modificados, com características específicas de resistência a herbicidas e tolerância a insetos, representa um marco na busca por soluções cada vez mais eficazes e sustentáveis. A flexibilização regulatória e o uso crescente de tecnologias como drones na silvicultura de precisão também contribuíram para impulsionar o manejo florestal para novos patamares de eficiência e produtividade.

Diante desse cenário, a silvicultura contemporânea se posiciona como um campo dinâmico e inovador, onde a gestão da matocompetição desempenha um papel fundamental na promoção de florestas saudáveis e na garantia de um setor florestal sustentável no Brasil. n

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Q Índice matocompetição
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Voos de acompanhamento e avaliação da evolução de daninhas

novas tecnologias para levantamentos

fitossociológico de plantas daninhas

As tecnologias avançam em ritmo acelerado e as inovações na área de Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD) estão cada vez mais disponíveis às operações silviculturais. O país é destaque na produção de produtos derivados de florestas plantadas. Com produção de árvores estimada em 10 milhões de hectares, sendo o eucalipto a espécie mais cultivada (76% da área plantada no país), seguido de Pinus (19%) e outras espécies (5%), segundo dados da IBÁ. Entretanto, as extensas áreas de cultivo associadas aos diferentes biomas trazem desafios no manejo da matocompetição, em especial no que se refere à quantificação de espécies de plantas daninhas presentes nos plantios, os níveis de infestação e o potencial de dano da vegetação competidora.

A competição por espaço, luz, água e nutrientes afeta significativamente o desenvolvimento das espécies arbóreas, reduzindo a disponibilidade desses fatores de crescimento e a produtividade da floresta. O custo do manejo para se evitar a matocompetição está entre os maiores investimentos da silvicultura, devido a diversidade de espécies, ao rápido crescimento das plantas, características morfológicas e fisiológicas, a variabilidade quanto a tolerância aos diferentes métodos de controle, bem como, aspectos relacionados a herbicidas e sua tecnologia de aplicação.

Nesse sentido, tecnologias de monitoramento digital de plantas daninhas surgem como ferramentas importantes para tomada de decisões dentro do manejo integrado.

O monitoramento da matocompetição em área florestal é uma etapa essencial na gestão do manejo. O controle das plantas daninhas é crucial para o crescimento da floresta, mas identificá-las de forma direta é uma etapa que necessita de profissionais para percorrer toda área, não sendo uma identificação rápida e muitas vezes sem possibilidade de se identificar com eficácia a presença, a densidade e o valor de importância das espécies infestantes na área. Novas técnicas estão sendo estudadas, validadas e aplicadas no monitoramento da vegetação competidora em florestas plantadas, por exemplo, com uso de satélite e/ou drones.

Com o uso de algoritmos de aprendizado de máquina e análise estatística, padrões das plantas daninhas estão sendo conhecidos, tornando possível prever tendências de infestação e otimizar o manejo da matocompetição, além de poder ser utilizado para avaliação de eficácia do manejo realizado. Assim, a tomada de decisão pode ser realizada de forma precisa, minimizando erros no manejo das plantas daninhas. O uso de tecnologias automatizadas e robótica está se tornando cada vez mais comum na silvicultura de precisão, assim como o uso de drones para avaliar áreas de difícil acesso. O uso de veículos aéreos não tripulados (VANTs), permite a obtenção de informações detalhadas com escala de centímetros e em tempo real.

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A utilização de mapas florestais associado ao uso de índices espectrais, é uma ferramenta ágil para avaliar e monitorar as características das espécies. "

Jhiorranni Freitas Souza e Aroldo Ferreira Lopes Machado

Doutorando

em Fitotecnia e Professor do Dpto. de Fitotecnia, da UFRRJ, respectivamente

Q Índice
Opiniões Multilingual Edition matocompetição

Os sensores permitem coletar informações detalhadas sobre as características das florestas de forma rápida, precisa e em grande escala.

O sensoriamento remoto é uma técnica que utiliza sensores montados em plataformas aéreas (como satélites, aviões ou drones) para coletar dados sobre as florestas. Esses sensores capturam informações em diferentes comprimentos de onda, criando imagens de alta resolução. O modelo RGB é o mais comum dos espaços de cor, sendo expressados pela junção das cores das bandas vermelho (R), verde (G) e azul (B), consideradas visíveis aos olhos humanos, dentro de seus respectivos comprimentos, sendo o azul (450 – 495 nm), o verde (495 – 570 nm) e o vermelho (620 – 750 nm).

Outro espaço de cor bastante utilizado é o infravermelho (NIR), que identifica um espectro de área considerada não visível aos olhos humanos e está compreendido entre 760 a 2500 nm. Com o uso dos comprimentos de onda de cada banda, cálculos matemáticos (índices espectrais) são possíveis com o objetivo de detectar características dos alvos. O índice de vegetação da diferença normalizada (NDVI), um dos índices espectrais mais amplamente utilizados na avaliação da vegetação, usa a diferença entre o infravermelho próximo (NIR) e o vermelho (RED) para medir a quantidade de clorofila nas folhas e correlacionar com a atividade fotossintética das plantas.

No manejo florestal, o NDVI pode ser usado para monitorar características fisiológicas das espécies, sua identificação, estimar a biomassa vegetal e obter parâmetros físicos das plantas. O índice de área foliar (LAI) mede a quantidade de folhagem em uma determinada área de vegetação. Ele pode ser calculado a partir de dados de reflectância de várias bandas espectrais e é útil para avaliar a densidade da cobertura florestal, a produtividade vegetal, a resposta das plantas às diferentes condições ambientais e à infestação de plantas daninhas.

Outros índices espectrais também são utilizados para compreender o comportamento temporal do vigor vegetativo das espécies e sua interação com a radiação eletromagnética, tais como o Índice de Vegetação Aprimorado (EVI), Índice de Vegetação Ajustado ao Solo (SAVI), Índice de Vegetação da Diferença Normalizada da banda Verde (GNDVI), Índice de Clorofila (CI), Índice de Vegetação da Razão Simples (SR), entre outros.

A aplicação de dados Radar/SAR (Synthetic Aperture Radar) é uma ferramenta avançada para monitorar a matocompetição e a identificação das plantas daninhas.

As imagens SAR são obtidas por sensores orbitais e sua análise baseia-se no princípio do radar de abertura sintética, que por meio de antenas emite pulsos de radar em direção às florestas com penetração e cobertura em condições climáticas adversas. Diferente das imagens ópticas que são afetadas pelas condições meteorológicas.

Outra ferramenta também utilizada para o mapeamento de plantas daninhas em plantios florestais é o LiDAR (Light Detection and Ranging), um sensor remoto ativo a bordo de plataformas (tripuladas ou não tripuladas). A captura de dados é realizada de forma direta, com própria fonte de energia (laser). O LiDAR emite feixes de laser na banda do infravermelho próximo (NIR) e permite a modelagem tridimensional da superfície do terreno. O Modelo Digital de Terreno e o Modelo Digital de Superfície são produtos gerados principalmente para levantamentos topográficos que permitem a caracterização da estrutura das florestas.

A utilização de mapas florestais associado ao uso de índices espectrais, é uma ferramenta ágil para avaliar e monitorar as características das espécies. Os modelos digitais com uso de sensoriamento remoto são ferramentas importantes para avaliar a dinâmica dos ecossistemas florestais, prever tendências e tomar decisões para o manejo das áreas. Entretanto, os modelos podem apresentar limitações e suas aplicações de forma eficaz necessita de validações com dados em campo.

A inteligência artificial (IA) está se tornando uma ferramenta cada vez mais importante na área florestal, oferecendo uma ampla gama de aplicações para melhorar a gestão florestal, inclusive para detecção de plantas daninhas. Algoritmos de aprendizado de máquina são capazes de identificar padrões complexos e fazer previsões precisas com base nessas informações. Identificação de espécies arbóreas e plantas daninhas podem ser obtidas com o uso da IA, como uma ferramenta muito útil para inventários florestais. Estudos recentes, em diferentes países, vêm demonstrando eficiência do aprendizado de máquina com uso de redes neurais e Deep Learning para selecionar o melhor método de aprendizagem. O comportamento espectral das florestas plantadas vem contribuindo para a identificação e diferenciação das árvores de eucalipto, pinus e plantas daninhas. O melhor controle das plantas daninhas, o posicionamento correto de herbicidas e um manejo mais preciso, fazem parte da nova gestão das florestas plantadas brasileiras e que impulsionam o setor para ser cada vez mais tecnológico. n

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Eucalipto versus daninhas

evolução da silvicultura

no manejo da matocompetição

A silvicultura realizada mundialmente e principalmente no Brasil passou por grandes evoluções nos últimos anos. O Brasil possui características favoráveis a esta atividade e os níveis de produtividade obtidos recentemente demonstram as vantagens do Brasil para produção de florestas plantadas. As plantas daninhas coexistem com as atividades humanas e possuem grande impacto na atividade da silvicultura. O controle de plantas daninhas passou por grandes revoluções nos últimos anos nas situações de lavouras de produções de grãos.

Na silvicultura, estas mudanças são mais recentes, mas chegaram com grande intensidade e apontam para grandes evoluções em um futuro próximo. A silvicultura possui características particulares em relação a outras atividades em relação ao controle de plantas daninhas.

Por um lado, têm-se o efeito de cultivo perene de larga escala temporal e até recentemente a grande tolerância pelos técnicos envolvidos à presença e a resultados de controle de plantas daninhas com efeito apenas satisfatório.

Por outro lado, a operacionalização de produção a campo é impactada pela sistemática de engenharia da produção da indústria. Isto tem efeitos positivos em relação ao controle da qualidade das atividades desenvolvidas, mas possui dificuldades em relação a tratar de fenômenos biológicos associados a interação solo–herbicida–plantas daninhas–floresta plantada–atmosfera.

A evolução da silvicultura deve considerar esta interação e avançar na particularização do manejo não mais de acordo com receitas predeterminadas, mas com base em levantamentos específicos e aplicação localizada de herbicidas ou outros métodos de controle. Diversos fatores estão envolvidos com esta necessidade.

Disponibilidade de herbicidas:

Os herbicidas recomendados para uso em silvicultura no Brasil eram em número restrito até recentemente e isto dificultava o melhor uso desta ferramenta de controle de plantas daninhas. No entanto, maior número de ingredientes ativos foram recentemente registrados, principalmente para os cultivos de eucalipto e em menor escala para pinus. Ainda existe grande carência de produtos registrados para outras espécies de plantios florestais como acácia, álamo, teca e outras espécies. Existe necessidade que o setor florestal através das indústrias envolvidas ou de suas organizações cooperadas atuem junto aos órgãos do governo envolvidos com o registro de produtos fitossanitários e com as indústrias produtoras ou distribuidoras destes produtos para que novos herbicidas sejam disponibilizados. Em muitas destas companhias e órgãos governamentais ainda não existe a percepção da necessidade de disponibilização de ingredientes ativos mais modernos para melhoria do controle de plantas daninhas e maior sustentabilidade ambiental da atividade da silvicultura no Brasil.

Atualmente

está ocorrendo a retomada de desenvolvimento de métodos físicos de controle de plantas daninhas como por exemplo eletricidade, raio laser e flamejamento. "
Q Índice
matocompetição

Novas tecnologias de aplicação:

Os recentes avanços da aplicação através de drones e da agricultura digital já estão impactando e deverão impactar ainda mais as atividades de controle de plantas daninhas em plantios florestais. Grande parte do início da utilização de drones para aplicação de herbicidas no Brasil foi iniciada em plantios florestais, principalmente como forma de substituição da aplicação através de pulverizadores costais que representam grande custo operacional e demanda de mão de obra.

A aplicação com drone tem-se tornado cada vez mais frequente no Brasil para aplicação de produtos fitossanitários em diversas culturas. Infelizmente observa-se que em muitas situações ocorrem problemas de qualidade de aplicação em função da priorização do rendimento operacional em detrimento do atendimento das condições ambientais e características técnicas particulares de cada equipamento em utilização. Este problema não atinge somente as aplicações em silvicultura, mas ocorrem também em outros cultivos.

Agricultura digital:

Um dos grandes avanços da agricultura digital é a identificação da variabilidade espacial, da presença de plantas daninhas através de sensores embarcados em veículos terrestres, drones, aeronaves ou satélites.

Esta tecnologia tem particular aplicação na silvicultura e certamente representa uma grande evolução a ser desenvolvida neste setor. O ciclo de produção de aproximadamente cinco a sete anos e a baixa ocorrência de tráfego de máquinas em plantios florestais resulta na ocorrência das plantas daninhas com grande desuniformidade em comparação com culturas de lavoura ou plantios perenes de frutas ou outras espécies. A desuniformidade existente em plantios florestais está associada à variabilidade de espécies, da densidade de infestação, da composição mista de espécies e do longo ciclo de produção. Atualmente, esta variabilidade não é considerada em grande parte dos plantios florestais devido às dificuldades operacionais, e cópia de sistemas de controle de plantas daninhas e cultivos de lavoura onde as definições de escolha de produtos e doses são realizadas com base em poucas espécies de plantas daninhas e em similar estágio de desenvolvimento. No entanto, em plantios florestais a regra é desuniformidade de espécies, composição múltipla, densidade e estágio das plantas daninhas, solo e ambiente. Porém, até recentemente mesmo que fosse possível, não

fazia sentido a consideração desta variabilidade pois existiam poucos herbicidas disponíveis e formas de aplicação destes produtos. No entanto, as tecnologias de mapeamento prévio da infestação vegetal, características de solo, identificação de plantas daninhas em tempo real ou prévia, aplicação localizada com equipamentos terrestres ou drones estão em franco desenvolvimento.

A utilização destas ferramentas permitirá a definição de herbicidas e misturas, variação de dose e necessidade real de aplicação. Isto irá representar uma grande evolução no controle racional da matocompetição em silvicultura. O mapeamento prévio e a identificação em tempo real proporcionarão a implementação dos pilares do manejo integrado de plantas daninhas relacionados a períodos de competição e nível de dano econômico que possuem aplicabilidade limitada no manejo atual realizado em área total e calendarizado.

Aperfeiçoar o manejo atualmente realizado:

A implementação das atuais medias de controle de plantas daninhas possui necessidades de melhorias em diversas áreas de plantios florestais. Por exemplo, a dessecação pré-plantio deve ser considerada como uma atividade chave. Atualmente esta operação é realizada, em geral, através de apenas uma aplicação e muitas vezes implementada, logo antes do momento do plantio. Em muitas áreas existe um longo período entre à colheita e o plantio, o que favorece o estabelecimento de plantas daninhas. No caso de plantas daninhas perenes, o preparo do solo irá resultar em fragmentação de estruturas com capacidade reprodutiva que irão retomar o crescimento após o novo plantio. Esta situação, aliada à ocorrência de múltiplos fluxos de emergência e à ocorrência de plantas daninhas de difícil controle ao herbicida glifosato, resultam em uma característica peculiar em muitos plantios florestais relacionada a limitações de eficiência de controle na operação de dessecação. Esta operação deve ser melhorada através da realização de operações sequenciais, com misturas de produtos sistêmicos na primeira e de contato na segunda aplicação, e de produtos adequados ao espectro de plantas daninhas existente em cada área.

Biotecnologia, resistência a herbicidas e métodos físicos:

Novas tecnologias de uso de herbicidas e novos problemas relacionados ao uso de herbicidas também já chegaram na silvicultura. A recente disponibilização de transgênicos

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Opiniões Multilingual Edition ;

matocompetição

resistentes ao herbicida glifosato na cultura do eucalipto demonstra a tecnificação des ta atividade no Brasil. No entanto, a grande flexibilidade e eficiência deste herbicida não deve resultar em sua utilização única e contí nua devido ao elevado risco de seleção de plan tas daninhas resistentes ao herbicida glifosato. Os problemas de plantas daninhas resistentes a este e a vários outros herbicidas já são existen tes em plantios florestais no Brasil. Isto deve ser considerado quando do planejamento de uso de herbicidas e requer o diagnóstico da ocor rência de plantas daninhas resistentes. Este procedimento ainda não é realizado na quase totalidade dos plantios florestais e representa uma evolução necessária neste setor.

O manejo adequado da resistência e da uti lização de herbicidas caracteriza o manejo in tegrado de plantas daninhas que é baseado na racionalização de uso de herbicidas e de utiliza ção de métodos alternativos de controle.

Atualmente está ocorrendo a retomada de desenvolvimento de métodos físicos de contro le de plantas daninhas como por exemplo ele tricidade, raio laser e flamejamento. Estes mé todos ainda possuem elevado custo e possuem limitações de eficiência, mas representam pos síveis evoluções do controle de plantas dani nhas que poderão ser utilizadas na silvicultura.

Área com limitações de controle de plantas daninhas devido à baixa eficiência nas operações de dessecação e da aplicação de herbicida em pré-emergência (esquerda), e área livre de matocompe tição resultante de controle adequado na dessecação e durante o crescimento inicial das plantas de eucalipto proporcionado pela escolha correta do herbicida aplicado em pré-emergência (direita).

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Qualidade

Sistema de Gestão de Qualidade certificado pela ISO 9001: 2015, em desenvolvimento, produção, comercialização e serviços pós-venda

Eficiência

Resultados de controle comprovado em campo e por ensaios técnicos de universidades.

Precisão

pragas e doenças

manejo integrado de

pragas e doenças

O sucesso do setor florestal brasileiro é fruto de décadas de avanços no melhoramento e manejo das florestas plantadas. Dentre as técnicas que constantemente evoluem, destacam-se o manejo integrado de Pragas e Doenças (P&D). A entrada e aumento da incidência desses organismos em áreas cultivadas com eucalipto no Brasil nos últimos anos, aliada à expansão do setor florestal para regiões que favorecem a incidência de algumas doenças e espécies de insetos-praga, impulsionou a estruturação do Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD), que utiliza diferentes formas de detecção, monitoramento e controle (biológico, químico, genético, cultural, entre outros), de maneira a promover o uso racional dos produtos químicos visando proteger as plantas mitigando os impactos à sociedade e ambiente.

Um dos três pilares do MIPD é o monitoramento, que quantifica a incidência de P&D e a severidade na planta, através da adoção de diferentes estratégias, mediante a biologia e ecologia de cada organismo. Dessa forma passa a ser possível não apenas a detecção precoce e a obtenção de informações a respeito da distribuição geográfica dos insetos e das doenças, como também possibilita avaliar a densidade populacional e a efetividade de controle adotado. A importância de manter um programa sólido de monitoramento de pragas e doenças nas empresas torna-se clara quando se pensa na proteção das florestas, uso racional dos insumos e recursos.

A fim de minimizar as perdas causadas por esses organismos, a Suzano tem evoluído nas estratégias de manejo, a exemplo da implementação da Rede de Análise de Pragas, Inimigos Naturais e Doenças (RAPID).

A fim de minimizar as perdas causadas por pragas e doenças, a Suzano implementou uma Rede de Análise de Pragas, Inimigos Naturais e Doenças (RAPID). "

Bianca Cristina Costa Gea e Nilmara Pereira Caires

Pesquisadora de Entomologia e Pesquisadora de Fitopatologia, da Suzano, respectivamente

Q Índice

Implementada desde 2017, a rede consiste na instalação de armadilhas amarelas em talhões, viveiros e fábricas a fim de garantir a detecção precoce de pragas e dos seus inimigos naturais (INs). Como premissas, têm-se a coleta mensal das armadilhas, assim como a sua avaliação quantificando cada inseto coletado (pragas ou IN).

Os dados são processados e mensalmente disponibilizados internamente às partes interessadas. De acordo com o nível populacional de cada praga/inimigo natural, passa a ser possível a tomada de decisão, que pode variar desde o direcionamento de equipes para a monitoramento in loco ou liberação de INs.

O monitoramento de formigas cortadeiras, principal praga do setor, que mesmo em baixa ocorrência, leva à desfolha e consequentemente causa redução de produtividade, é sem dúvida um case de sucesso do setor florestal brasileiro para conviver com a praga. Realizado semestralmente, possui como parâmetros de avaliação a quantidade e o tamanho dos formigueiros que combinados a outros parâmetros geram índices de recomendação de não controle, remonitoramento, controle de borda ou controle em área total, permitindo usar racionalmente o formicida, pois já tivemos casos que em 65% da área amostrada, não houve necessidade da equipe de controle se deslocar até o talhão.

O monitoramento constante de P&D em viveiros clonais é de fundamental importância. A principal doença do eucalipto da atualidade, a murcha bacteriana, possui como agente causal a bactéria Ralstonia solanacearum , é veiculada ao campo por meio de mudas contaminadas. Na Suzano, é realizada anualmente a campanha de certificação sanitária de viveiros próprios e de terceiros, através de um censo em todas as calhas. Nesta campanha, as amostras são coletadas e submetidas à análise molecular para detecção de ralstonia, os resultados são discutidos com a área operacional e as calhas que exibem resultados positivos recebem a recomendação para reforma.

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Psyllaephagus bliteus, parasitoide do psilídeo de concha do eucalipto (Glycaspis brimblecombei) Pupa de Diatraea saccharalis parasitada por Tetrastichus howardi, parasitóide de pupa.
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Lagarta parda do eucalipto (Thyrinteina arnobia), principal lagarta desfolhadora da cultura.
Opiniões

pragas e doenças

Comparado à agricultura, o setor florestal utiliza uma quantidade inferior de defensivos químicos para controle de doenças. Isso se deve ao sucesso na utilização do controle genético por meio da resistência de plantas. Um sólido programa de Melhoramento Genético, utiliza-se da fenotipagem de seus principais materiais para conhecer e mitigar os riscos de clones suscetíveis, excluindo-os do programa de plantio, se necessário. Por meio do programa chamado Fenomics, nos últimos 20 anos mais de 6.500 materiais genéticos foram fenotipados em condições controladas ou de campo na Suzano.

Se o controle genético é a estrela para o manejo de doenças, quando falamos em pragas, o controle biológico é o destaque, com cinco laboratórios com estrutura dedicada à produção de seis espécies de INs, contemplando as principais pragas do eucalipto. Apenas em 2023, mais de 285 milhões de INs foram liberados em 370 mil ha nas áreas da Suzano, um incremento de 37% em relação ao ano anterior. Além disso, o controle de lagartas desfolhadoras é 100% biológico, com uso de parasitoides e microrganismos. O controle químico é realizado apenas quando a população de determinada praga atinge o nível de surto, buscando-se constantemente a adoção de produtos seletivos aos INs, a fim de reduzir o nível populacional apenas da praga.

Embora tenhamos avançado muito nos últimos anos, o problema de P&D é dinâmico, exigindo monitoramento constante, a fim de mapear os problemas com antecedência. Recentemente duas novas lagartas desfolhadoras do eucalipto foram detectadas no Mato Grosso do Sul (Iridopsis panopla e Elasmopalpus lignoselus) e outras pragas como grilo, já ocorrem em diversos estados, indicando que a proteção das nossas florestas exige um cuidado constante. Diversas tecnologias estão em fase de desenvolvimento, com resultados promissores. A adoção dessas tecnologias, de forma equilibrada, é a base para a solidez de um programa de MIPD, mantendo a harmonia do ecossistema.n

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Opiniões
Sintomas e sinais de ferrugem (Austropuccinia psidii) em eucalipto.
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Sintoma típico da infecção por Ceratocystis fimbriata: descoloração do lenho

manejo, monitoramento e controle de

formigas cortadeiras

Os plantios de eucalipto são frequentemente atacados por pragas, doenças e plantas daninhas, que representam uma ameaça significativa à sanidade e produtividade das árvores. As pragas podem comprometer o crescimento saudável das plantações e até mesmo levar à sua perda parcial ou total.

Dentre as várias pragas que afetam os plantios de eucalipto, as formigas cortadeiras destacam-se como a mais prejudicial e desafiadora de se manejar. As formigas cortadeiras, pertencentes aos gêneros Acromyrmex e Atta, são consideradas as principais pragas dos plantios de eucalipto no Brasil. Essas formigas vivem socialmente em colônias altamente organizadas, compostas por milhares de indivíduos, e possuem um sistema de comunicação eficiente que as torna capazes de se mobilizar rapidamente em busca de alimento.

Os danos das formigas são significativos às plantações de eucalipto, e podem ser observados através do corte das folhas das árvores. Essas folhas são levadas para dentro dos ninhos subterrâneos, onde são utilizadas para cultivar um fungo que serve de alimento para a colônia. O corte frequente das folhas compromete o crescimento saudável das árvores, reduzindo sua capacidade de fotossíntese e resultando em perdas na produtividade.

Formiga cortadeira é um inseto complexo. O crescimento e expansão do setor florestal no Brasil possui uma dependência de controle da praga, pois ela limita o plantio, o estabelecimento e a produtividade. "

Sanidade

Uma pesquisa conduzida pela Suzano na Bahia revelou que áreas com infestação de formigas cortadeiras com 1.434 m² de terra solta por hectare tiveram reduções estimadas de 40 a 60% no volume florestal. Em casos graves, os ataques sucessivos dessa praga podem levar à morte das árvores, resultando em prejuízos econômicos significativos. A severidade do ataque é maior em plantios mais novos, porém a praga pode provocar a morte em qualquer idade.

O manejo integrado de pragas é uma abordagem que visa a controlar as populações de formigas cortadeiras de forma eficaz e sustentável, usando racionalmente as técnicas de controle disponíveis. A detecção e o monitoramento regular das populações de formigas cortadeiras é fundamental para avaliar a gravidade do problema e orientar as estratégias de controle. Isso pode ser feito por meio de inspeções visuais nos plantios, identificando os ninhos e observando os padrões de atividade das formigas.

No monitoramento das formigas cortadeiras, seja por amostragem direta ou indireta, o tamanho do formigueiro é estimado em metros quadrados. Isso permite calcular a área ocupada pelo formigueiro, expressa em "m² de terra solta" dentro da área amostrada em hectares.

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doenças
pragas e
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Terra solta de formigueiros do gênero Atta sp. no estado do Mato Grosso do Sul.

pragas e doenças

A incidência (quantidade) e a severidade (tamanho dos formigueiros) são informações essenciais para o monitoramento da praga. A área é estimada medindo-se o ninho em seus dois maiores sentidos opostos, considerando-se como parte do mesmo ninho os montes de terra solta que estejam até 2 metros (2 passos) um do outro.

Para realizar o levantamento da área do formigueiro (m² de terra solta), são programados de um a dois levantamentos anuais, com intervalos de 6 meses. A rastreabilidade do levantamento gera a confiabilidade de que realmente a pessoa foi até o campo e realizou o transecto.

Dados de experimentos da Suzano e consolidados da academia são utilizados para eventualmente corrigir o tamanho dos ninhos estimando-se seu crescimento futuro. Todas as informações coletadas na Suzano são disponibilizadas em painéis de gestão à vista dos dados, contendo o planejamento do monitoramento (concluído, descartado, pendente e cancelado), resultados do monitoramento e métodos de controle recomendados, bem como o histórico detalhado de infestação (média m²/ha de terra solta de formigueiro, número de formigueiros de saúva e quenquém por hectare, espécie predominante, distribuição da infestação e intensidade de danos).

A partir do monitoramento temos a tomada de decisão que considera a infestação da área, tamanho do maior ninho de formigas cortadeiras, localização do ataque (borda ou internamente) e atividade dos formigueiros. Essas informações são essenciais para indicar se está, ou não na época ideal de combate. O alerta operacional deve ser constante para evitar perdas produtivas, principalmente em plantios novos.

Independente da forma de monitoramento, o combate deve ocorrer se a infestação atingir o nível de controle que pode ser ajustado conforme o ambiente, potencial de produtividade, dentre os detalhes. Na Suzano adota-se atualmente o nível de controle de 10 m² de terra solta/ha ou tamanho do maior ninho: caso seja detectado um formigueiro com 10 m² de terra solta, o controle será recomendado devido ao seu rápido crescimento após esta fase e capacidade de provocar danos.

Dentre as técnicas de controle das formigas cortadeiras, cada uma com suas vantagens e limitações, temos as iscas formicidas,

Danos causados por formigas cortadeiras na rede experimental

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controle mais utilizado que consiste em atrativos de polpa cítrica com inseticidas para as formigas, podendo ser aplicado de forma manual ou mecanizada. O combate líquido envolve a aplicação direta de inseticidas com jato dirigido ao solo, e uso somente após a dessecação da área, sem a presença de flores de nenhuma planta (eucalipto e matocompetição). O termonebulizador, equipamento que produz uma névoa fina de inseticida, permite a aplicação com controle eficaz em ninhos grandes de difícil controle, porém tem difícil operacionalização quando comparado com a isca e o líquido. O pó formicida também pode ser utilizado via polvilhamento dos ninhos, porém a técnica apresenta eficiência somente para ninhos pequenos (<1 m²). Testes com iscas e produtos alternativos não se mostraram eficazes até o momento, embora na literatura existam diversos estudos em condições de laboratório, em campo a situação é bem diferente.

É importante ressaltar que o uso dessas técnicas deve ser realizado com precaução, seguindo-se as recomendações dos fabricantes dos produtos e respeitando-se as normas. Além disso, é fundamental adotar práticas de manejo integrado que contribuam para a prevenção e o controle das formigas cortadeiras a longo prazo, visando a garantir a sustentabilidade dos plantios de eucalipto e a preservação do meio ambiente.

Formiga cortadeira é um inseto complexo. O crescimento e expansão do setor florestal no Brasil possui uma dependência de controle da praga, pois ela limita o plantio, o estabelecimento e a produtividade. Diversos pesquisadores Brasileiros, com destaque a Prof. Terezinha Della Lucia da UF-Viçosa, Prof. Ronald Zanetti da UF-Lavras, Prof. Luis Carlos Forti da Unesp de Botucatu, Prof. Odair Correa Bueno da Unesp de Rio Claro, Prof. Carlos Wilcken da Unesp de Botucatu e Prof. José Cola Zanuncio da UFV, já trabalharam e/ou trabalham muito com suas equipes para entender e desenvolver formas de controle da praga, porém o manejo é totalmente dependente do controle químico. Não há, até a atualidade, uma nova técnica disponível e validada no país para uso em grande escala que controle a praga. Porém, conforme mencionado, o monitoramento nos permite adotar diferentes técnicas no momento correto, de maneira eficaz e somente nos locais do plantio onde a praga atingiu o nível de controle.n da Suzano-BA em plantio de eucalipto com 5 anos de idade.

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Opiniões Multilingual Edition

inovação:

o futuro das florestas plantadas

A floresta plantada brasileira vem se destacando em diferentes frentes, evidenciando ainda mais o potencial do país, não apenas em termos de recursos naturais, mas também em sua capacidade de inovação e sustentabilidade. Ao longo das últimas décadas, o setor florestal no Brasil tem recebido cada vez mais tecnologias, que antes, tinham seu foco apenas no setor agrícola.

O avanço tecnológico na floresta plantada brasileira é indiscutivelmente impulsionado por uma competição acirrada dentro do setor. A busca por eficiência e qualidade tem motivado empresas a adotarem as mais recentes inovações em suas práticas de manejo florestal. Essa competição saudável do mercado tem sido um catalisador para o rápido desenvolvimento e implementação de tecnologias de ponta. Uma das principais áreas onde esse avanço é perceptível é na silvicultura.

Graças ao uso de tecnologias como drones, GPS, sensores remotos e softwares de análise de dados, o monitoramento das florestas está cada vez mais preciso e eficiente.

Esse cenário permite uma gestão mais inteligente dos recursos, identificando áreas que necessitam de intervenção específica, como o controle de pragas, e otimizando o uso de insumos, como fertilizantes e pesticidas.

Outro aspecto importante a considerar é o investimento significativo em pesquisa e desenvolvimento, com destaque para pesquisas de melhoramento genético. Universidades, instituições de pesquisa e empresas privadas estão constantemente colaborando nesse sentido.

existem grandes oportunidades para incrementar a produtividade e tornar as florestas de eucaliptos mais resilientes às mudanças climáticas, novas pragas e doenças. "

Murici Carlos Candelaria e Caio Varonil de Almada Oliveira

Gerente de P&D e Melhorista de Eucalyptus, da Arborgen, respectivamente

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biotecnologia

A busca por novos materiais adaptados a diferentes condições de solo e clima, consolida o aumento de produtividade e fortalece a competitividade do setor no mercado global.

O melhoramento genético tem sido uma área de intensa pesquisa e desenvolvimento dentro do setor florestal brasileiro. Apesar dos avanços significativos, é importante reconhecer que os novos materiais genéticos nem sempre têm superado seus antecessores. Isso pode ser atribuído a uma variedade de fatores, incluindo a complexidade genética das árvores, a interação entre diferentes características, e a necessidade de testes extensivos em campo para validar o desempenho das novas variedades. Ainda assim, o investimento contínuo em pesquisa genética é crucial para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade a longo prazo do setor florestal brasileiro.

As mudanças climáticas representam hoje, talvez o maior desafio para o melhoramento, afetando diretamente o regime de chuvas e temperatura. O aumento das temperaturas e os padrões instáveis de precipitação têm impactos significativos no crescimento e desenvolvimento das árvores, afetando a produtividade e a saúde das plantações florestais, bem como das populações de pragas e doenças da eucaliptocultura. Diante desses desafios, é fundamental que o setor florestal brasileiro adote estratégias de adaptação e mitigação para enfrentar os impactos das mudanças climáticas e garantir a resiliência das florestas diante de condições ambientais em rápida mudança.

Nos últimos anos grande quantidade de clones do gênero Eucalyptus deixaram de ser plantados em escala comercial no Brasil, por não suportarem as adversidades bióticas e abióticas que atualmente assolam a silvicultura do país. Isso sugere que apenas os genes de espécies tradicionais como E. urophylla e E. grandis , que foram utilizadas para desenvolver quase que a totalidade dos clones de eucalipto cultivados atualmente, não são suficientes para desenvolver novos clones que resistam ao desafiador cenário atual.

Em função disso, é extremamente necessário que as empresas do setor florestal possuam materiais genéticos alternativos para atender suas demandas. Recentemente várias espécies do gênero Eucalyptus têm ganhado importância para a silvicultura brasileira, como exemplo podemos citar: E. pellita, E. longirostrata, E. brassiana, E. robusta, E. dunnii, E. benthamii, E. siderophoia, E. major, E. pilularis, E. smithii, e E. badjensis.

Isso ocorreu principalmente após instituições de pesquisa públicas e privadas divulgarem relatórios do desempenho silvicultural dessas espécies não tradicionais, evidenciando o quanto elas podem impactar positivamente o setor, se utilizadas em programas de melhoramento florestal.

A boa notícia é que muitas dessas espécies já foram domesticadas no Brasil e já existem clones híbridos compostos por algumas dessas espécies em fase final de desenvolvimento em programas de melhoramento.

Podemos citar ainda outras espécies como o E. citriodora, E. torelliana, E. maculata, e E. henryi que no início de 2024 compunham o gênero Corymbia, mas que voltaram a ser classificadas como pertencentes ao gênero Eucalyptus pelos principais taxonomistas que as estudam.

Clones híbridos dessas espécies, que até recentemente eram chamados de Corymbia torelliodora já estão sendo plantados em escala comercial em algumas empresas nacionais e internacionais, para produção de celulose e carvão vegetal.

Estes clones têm se mostrado tolerantes às principais pragas e doenças que prejudicam a eucaliptocultura, além de possuírem melhor qualidade de madeira para uso nos mais distintos segmentos da atividade industrial baseada em madeira de eucalipto.

Portanto, através da exploração da diversidade genética de outras espécies não tão exploradas quanto E. urophylla e E. grandis , existem grandes oportunidades para incrementar a produtividade e tornar as florestas de eucaliptos mais resilientes às mudanças climáticas, novas pragas e doenças. n

59 Opiniões Multilingual Edition

desafios da produção de mudas mudas diante dos avanços do mercado atual

É motivo de destaque o aumento da demanda de mudas clonais de eucalipto nos últimos cinco anos no setor florestal para suportar a expansão dos programas de plantios no território nacional. Esse movimento trouxe um desequilíbrio nunca visto anteriormente entre oferta e demanda, tornando o mercado de mudas complexo e desafiador.

Frente a esse cenário, é necessário ampliar e reinventar a estratégia de abastecimento de mudas em um formato sustentável e competitivo na cadeia florestal. Alguns pilares de atuação destacam-se como bússola. Entre eles, citamos: a constante corrida pela evolução de materiais genéticos produtivos, eficiência operacional em viveiros, alinhado a qualidade de mudas, capacitação/formação de mão de obra para o setor e baixo grau de maturidade do mercado de mudas (fornecedor x cliente).

Uma das principais alavancas relacionada a ganho de produtividade é o fator da alocação clonal, ou seja, a busca de clones aptos para crescimento, com a qualidade e sanidade nas condições de clima e de solo que temos disponíveis para plantio. Para o viveiro, este tem sido um grande desafio, uma vez que é visível a evolução dos programas de melhoramento genético com foco em redução de tempo na disponibilidade de um novo material genético.

Como viveirista, o fator mini jardim clonal é um grande desafio devido ao seu tempo de formação e estabilização para a emissão de brotos com qualidade.

A produção de mudas é o coração dos processos silviculturais e necessita urgentemente de uma real parceria dos envolvidos para manter uma sólida evolução. "

As técnicas de propagação hoje existentes em larga escala não serão capazes de acompanhar de forma economicamente viável os programas de melhoramento genético.

Devemos buscar novas formas estruturais e técnicas de manejo de confecção de mini jardins clonais, sejam eles, removíveis, intercambiáveis, hidropônicos entre outros. Esse avanço também nos ajudará a vencer algumas doenças (como por exemplo a Ralstonia sp.) e misturas clonais nos viveiros florestais, fatores que impactam diretamente a produtividade das florestas.

Sobre a ótica de eficiência operacional nos viveiros florestais, temos uma extensa avenida a ser percorrida. Precisamos seguir para o caminho da mecanização e automação, em busca de rastreabilidade de ponta a ponta das mudas do viveiro ao plantio. Esse processo de modernização nos permitirá evoluir significativamente no uso das novas tecnologias na silvicultura.

Outro tema a ser discutido são as fases de produção de mudas dentro do viveiro. Devemos buscar uma operação mais sustentável possível e, nesse sentido, vislumbro que fases como estaqueamento e 1ª seleção estão à frente nesse processo com tecnologia disponível para avançarmos.

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Q Índice

Em relação ao tema embalagem de mudas, as biodegradáveis, ganham espaço devido a fatores relacionados a ganho de logística reversa, aumento de produtividade nas frentes de plantio, qualidade e proteção ao meio ambiente.

Aliado aos processos de modernização e uso das tecnologias para aumentar a eficiência, qualidade de mudas e produtividade nos viveiros, também é necessário ter em vista a mão de obra qualificada para o setor. Um dos pilares a ser explorado é a estruturação de programas de formação de profissionais voltado às operações de um viveiro. As opções de melhor retorno tem sido as parcerias com instituições de ensino técnico – como Senai e Institutos Federais, entre outros –, e empresas especializadas, com conteúdo bem estruturado para uma formação inicial. Também se faz necessário fomentar discussões desta natureza com as universidades e institutos de pesquisa e desenvolvimento e com os grandes viveiros produtores de mudas, pois somente com esse formato teremos mão de obra capacitada para produzirmos mudas com qualidade e competitividade estrutural. Esse é o caminho mais seguro para garantirmos a produtividade das florestas.

Como citado no início do artigo, o desequilíbrio entre a oferta e a demanda trouxe à tona os desafios necessários para acompanharmos a evolução no setor florestal e o quão necessária se faz a utilização das novas tecnologias ao processo de produção de mudas. Problemas como a baixa aderência ao físico de mudas, qualidade

ruins de mudas, falta de planejamento no viveiro direcionado a assertividade da entrega do material genético, dificuldades com logística de entrega em tempo hábil, pouco ou nenhum domínio de manejo nutricional de viveiros para materiais genéticos específicos demonstram os desafios do mercado de mudas frente a expansão dos programas de plantio no Brasil. Umas das ações para minimizar esses impactos foi a capacitação e apoio técnico com conteúdo personalizado in loco de fornecedores potenciais, porém ainda é muito pouco para sustentabilidade e profissionalização do negócio, quando comparado a outros mercados.

Encerro deixando algumas provocações para todos os apaixonados pelo tema. Entre elas, a de repensar, de forma conjunta, o modelo de produção de mudas no país e em um curto espaço de tempo. Caso esse processo de revisão e readequação de rota não ocorra no setor, enfrentaremos desafios ainda maiores, desde a carência de mão de obra qualificada para sustentar o negócio, bem como a capacidade de acompanhar a evolução genética que o sistema florestal exige. Em contrapartida, a pouca competitividade estrutural e baixa disponibilidade de bons fornecedores serão ingredientes limitantes para o avanço das expansões florestais em um futuro próximo, seja pela falta ou pela baixa qualidade das mudas. A produção de mudas é o coração dos processos silviculturais e necessita urgentemente de uma real parceria dos envolvidos para manter uma sólida evolução. n

61 Opiniões Multilingual Edition
Enraizamento das mudas

Juntos, construímos um legado. Agora, vamos construir o futuro. Somos Envu, uma nova empresa com 50 anos de experiência

Floresta

Envu é uma nova visão para uma empresa com meio século de história no segmento de saúde ambiental, que detém um sólido portfólio de produtos comprovados e reconhecidos.

Em cada uma de suas linhas de negócio, a Envu concentra seu trabalho na química e além, colaborando com os clientes para criar soluções que funcionarão hoje e no futuro.

Saiba mais sobre as inovações em Florestas em www.br.envu.com

Envu® é marca comercial de propriedade da Environmental Science U.S. LLC. ou de uma de suas a liadas. ©2023 Environmental Science U.S. LLC.

os avanços da geotecnologia aplicada a silvicultura geotecnologia

As conhecidas geotecnologias extrapolam os limites de sua ciência de desenvolvimento e aplicação. Dentre os vários setores produtivos nos quais ela é utilizada, a silvicultura é uma atividade que aproveita ao máximo o universo de soluções para diversos setores da gestão florestal. Tudo o que ela tem para oferecer pode ser aproveitado em benefício da gestão florestal. A geotecnologia se apresenta como uma ferramenta poderosa, oferecendo novas maneiras de se coletar dados, monitorar ecossistemas florestais e tomar decisões informadas. Atualmente é impossível imaginar que a gestão de uma floresta plantada possa ser realizada sem o uso desta potente ferramenta.

Desde sempre a gestão florestal fez uso de ferramentas de geotecnologia, ainda que de forma simples e sem integração entre sistemas. Abrir mão desse recurso seria como navegar sem bússola. O cadastro de talhões, através do mapeamento obtido por levantamento topográfico – muitas vezes informatizado em plataformas CAD – pode ser considerado o pontapé inicial da geotecnologia na silvicultura.

Neste ponto, mesmo que incipiente, quando comparada com o momento atual, ter uma base georreferenciada com informações cadastrais básicas já auxiliava operações e os gestores na tomada de decisão no desenvolvimento das atividades. Em paralelo, a utilização de imagens de satélites promoveu um salto adiante no uso agregado das geotecnologias como provedora de informações para a gestão florestal. Neste momento, a escala temporal – determinada pelo intervalo entre as revistas do satélite sobre a área de interesse – era uma questão a ser enfrentada, pois em períodos de grande nebulosidade, ficava-se meses sem uma boa imagem para trabalhar. Havia também a questão da resolução espacial, pois produtos com alta resolução eram extremamente caros, e apesar das dificuldades na aquisição de imagens com boa porcentagem de aproveitamento, com o tempo, a construção de bibliotecas cênicas permitiu a incorporação de análises multitemporais no dia a dia da silvicultura.

Com a disseminação do monitoramento meteorológico automático dos plantios, ocorrido em meados da década de 1990, novas camadas de informação passam a ser trabalhadas dentro de sistemas GIS (Sistema de Informações Geográficas) através de ferramentas de interpolação. Com isso, os gestores e usuários envolvidos nas operações silviculturais dispunham de um grande volume de informações espacializadas que possibilitaram o cruzamento entre as fontes, as simulações com interpoladores diferentes, a criação de cenários de produtividade considerando várias condições de solo, clima, relevo, entre outros, abrindo, dessa maneira, uma nova seara na produção florestal.

Desde sempre a gestão florestal fez uso de ferramentas de geotecnologia, ainda que de forma simples e sem integração entre sistemas. Abrir mão desse recurso seria como navegar sem bússola. "

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Graças a evolução do processamento computacional ocorrida em paralelo com a massificação da cultura geo – lembremos que o Google Earth surge 2001 e o Google Maps em 2005, ambos popularizando o acesso das pessoas aos mapas – não só municiou o mercado silvicultural, como também capacitou pessoas de diversas formações, trazendo outros olhares para o meio.

E foi exatamente a diversidade de perspectivas que promoveu os avanços dentro da silvicultura. Resultados de pesquisas desenvolvidas tanto em empresas como nas universidades, foram absorvidas através do emprego de novas técnicas de manejo e conservação. Dessa forma, é inegável afirmar que as geotecnologias não se limitam apenas ao fornecimento de dados, elas transformaram a silvicultura, influenciando a forma como é feito o manejo florestal, maximizando retornos, reduzindo custos, aumentando a produtividade e otimizando processos.

A implantação de corredores ecológicos foi facilitada a partir do uso de dados espaciais, sendo impossível imaginar a aplicação do conceito de manejo de paisagem sem o uso de geoinformação. Cito também avanços na proteção florestal mediante análises multiparâmetros na identificação e desenvolvimento de algoritmos de alerta para pragas e doenças do eucalipto, bem como na modelagem de risco de incêndio. E não podemos esquecer da gestão hídrica em plantios florestais que é sempre um ponto sensível e que com as possibilidades oferecidas pelas geotecnologias passou a ser muito mais assertiva tanto no que se refere ao monitoramento quanto no desenvolvimento de sua modelagem.

Já no fim dos anos 2000, o termo silvicultura de precisão ganhou força e permeou os centros de pesquisas florestais pelo mundo. A ampliação dos produtos satelitais, seu barateamento e melhoria na qualidade das imagens, associada ao uso de drones, a coqueluche daquele momento, permitiu que as informações fossem produzidas a qualquer tempo, dando mais autonomia aos usuários e reduzindo os custos de produção dos dados. A partir daí, todo talhão poderia ser imageado e/ou fotografado, tendo seu desenvolvimento acompanhado quase que instantaneamente.

Geotecnolgias, base para um futuro promissor da silvicultura: O drone como ferramenta é um grande marco na geotecnologia. A possibilidade de municiar cada equipe de campo com um drone com uma câmera fotográfica embarcada elevou o nível da geotec-

nologia aplicada na silvicultura a um patamar nunca vivenciado. Claro que este avanço teve que superar questões como a dificuldade no processamento de tantas imagens capturadas, na identificação de indivíduos e na separação entre espécies através de técnicas de sensoriamento remoto. Dificuldades essas que se ampliaram com o surgimento de sensores LiDAR embarcados, que detalha o espaço com precisão milimétrica, sendo certo que a resolução dessas demandas abriu muitas possibilidades para o manejo silvicultural, especialmente para o inventário florestal.

Atualmente o estado da arte da geotecnologia aplicada na silvicultura está representada nos seguintes usos:

• Big Data Geoespacial: A explosão de dados geoespaciais gerados por uma variedade de fontes, incluindo sensores remotos, dispositivos móveis e estações de monitoramento, está impulsionando o desenvolvimento de técnicas de análise de big data geoespacial. Isso inclui algoritmos do tipo machine learning e inteligência artificial para análise de padrões espaciais, previsão e tomada de decisões.

• Internet das Coisas (IoT) Geoespacial: A integração de sensores geoespaciais em equipamentos de monitoramento cria um ambiente de IoT geoespacial. Isso permite a coleta contínua de dados em tempo real sobre o ambiente e árvores individuais aumentando a compreensão das interações floresta-ambiente.

• Geotecnologia para Inteligência Artificial: A geotecnologia está sendo integrada a algoritmos de inteligência artificial para uma variedade de aplicações, incluindo detecção de mudanças no uso da terra, identificação de espécies individuais e doenças a partir de imagens aéreas, previsão de eventos climáticos extremos, otimização de recursos operacionais, entre outras.

Esta rápida revisão do histórico do uso das geotecnologias na silvicultura serve para percebermos o quanto avançamos. Não há dúvidas que a geotecnologia tem enorme participação no aumento da produtividade florestal experimentada nos dias de hoje, seja na melhoria do manejo, na conservação hídrica e do solo, seja no aproveitamento de regiões antes consideradas inaptas para a silvicultura.

Esse tema não se esgota por aqui e à medida que novos desafios surgirem, novas tecnologias despontarão, criando um círculo virtuoso de avanço, de oportunidades e de aperfeiçoamento da maneira como produzimos florestas plantadas. n

65 Opiniões Multilingual Edition

o uso de drones em

geotecnologias avançadas

A jornada em busca de uma gestão sustentável dos ativos florestais, aliada ao aumento em eficiência operacional, contribuiu para que nas últimas décadas presenciássemos uma evolução tecnológica impressionante no setor florestal.

A inovação, impulsionada pela necessidade de uma visão abrangente, capaz de englobar monitoramentos contínuos de florestas plantadas, ao mesmo tempo, em que proporciona detalhes específicos desses ativos biológicos para embasar um manejo florestal em dados concretos, tornou-se fundamental. E qual ferramenta poderia atender a essas necessidades aparentemente antagônicas? Os drones, que emergiram como uma solução disruptiva e que conquistou seu espaço no setor florestal, capazes de fornecer perspectivas estratégicas e operacionais por meio de uma única plataforma.

Nos últimos vinte anos, acompanhamos a revolução dos drones na gestão e manejo florestal. Para um diagnóstico mais profundo sobre o tema, é pertinente dividir essa evolução em três fases distintas.

A primeira foi basicamente um período de experimentação, no qual os drones foram utilizados para testes com câmeras simples, e pouca análise de dados atrelada a estes testes. A segunda fase marcou a integração dos drones com as geotecnologias, permitindo que as imagens capturadas fossem capazes de fornecer dados precisos para gerar análises localizadas e monitoramentos contínuos.

A aplicação de técnicas de Deep Learning contribuiu significativamente para a extração de informações objetivas e precisas, estimulando a atualização dos profissionais do setor em relação aos novos algoritmos e linguagens computacionais.

Este momento foi pautado por uma mudança de paradigmas, na qual o setor florestal, anteriormente limitado às amostragens, passou a compreender o comportamento total das áreas florestais em escalas centimétricas, e como qualquer ativo biológico percebeu-se que a variabilidade das florestas é um desafio que só pode ser superado por meio da silvicultura de precisão alinhada ao conceito Floresta 4.0. No âmbito operacional, o uso de GNSS (Global Navigation Satellite System), computadores embarcados e drones são a base para a implementação da Floresta 4.0. Consequentemente, houve uma tendência no escopo do planejamento florestal em direção ao uso de geotecnologias avançadas e na agilidade da obtenção de informações.

Atualmente entramos na terceira fase, justamente em um momento desafiador enfrentado pelo setor florestal no que diz respeito a mão de obra.

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Estariam as empresas e as pessoas preparadas para a mudança? Mudar padrões, processos e pessoas é desafiador, mas deve ser enfrentado. Para prosperar na era da inovação, promover uma cultura de aprendizado contínuo é fundamental. "

Q Índice geotecnologia
João Marcos Rebessi e Ivy Mayara Sanches de Oliveira Analista de Geoprocessamento e Coordenadora de Geoprocessamento, da Bracell-SP, respectivamente
67 Opiniões Multilingual Edition
Inteligência Artificial aplicada a detecção de copas de eucaliptos jovens

A competição entre empresas do mercado intensifica a escassez de profissionais qualificados. Nesse cenário, a exploração de tecnologias como a Inteligência Artificial torna-se indispensável. A área de planejamento e controle florestal da Bracell se destaca por meio de uma Gerência de Geoprocessamento altamente qualificada e equipada com ferramentas de última geração para garantir o equilíbrio entre qualidade, produtividade e custo.

O uso de drones modernos com sensores de imageamento e escaneamento atrelados a geotecnologias e inteligência artificial representa o ápice da modernização. Essa abordagem permite o planejamento, execução, monitoramento e colheita das florestas com base em informações precisas, além de proporcionar previsões assertivas para orientar decisões com projeção futura.

O investimento da empresa em drones de última geração é um diferencial. Equipamentos com alta capacidade operacional, sensores modernos para a coleta precisa de dados, computadores com alta capacidade de processamento, além de contar com uma equipe de profissionais qualificados em sensoriamento remoto, dedicados a análise de um grande contingente de dados, monitorando o desempenho das florestas e desenvolvendo novas metodologias para subsidiar as decisões da empresa em todas as esferas, desde estratégias macros até operações diárias.

Para tornar possível a implementação de soluções baseadas em sensoriamento remoto, é necessário reconhecer o valor da robustez das equipes primarizadas. Desde as equipes de drones até os profissionais responsáveis pela modelagem e análise de informações, visando garantir a constância na operacionalização dos produtos. Esta equipe especializada e focada exige alto nível de excelência no uso de geotecnologias avançadas.

A maturidade alcançada foi fundamental para a implementação de diversas soluções em sensoriamento remoto na Bracell nos últimos anos. Desde a prospecção de áreas, passando pelo planejamento operacional, monitoramento dos plantios até a chegada da madeira na fábrica, a tecnologia se faz presente em cada detalhe. Os ganhos em precisão, produtividade e redução de custos, alinhados à visão do cliente, solidificam a posição da Bracell como referência no setor.

Os drones e seus diversos sensores desempenham um papel crucial em iniciativas relacionadas ao ESG (Environmental, Social and

Governance). Exemplos práticos incluem o uso do sensor LiDAR (Light Detection and Ranging) para planejar o aproveitamento do solo. Um sensor ativo que permite a construção de modelos tridimensionais do terreno. Este recurso viabiliza o planejamento preciso das atividades de topografia e alinhamento de plantio, alinhados as melhores práticas para conservação do solo.

Além disso, o mesmo sensor desempenha um papel crucial no monitoramento do perfil das florestas nativas. Mediante o reconhecimento de estrutura dessas florestas, é possível modelar e aperfeiçoar os cálculos dos estoques de carbono contribuindo para a elaboração de relatórios de sustentabilidade e embasando as estratégias de longo prazo da empresa, conforme o compromisso Bracell 2030, composto de metas ambiciosas da companhia alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030.

Outro exemplo é com a aplicação de IA (Inteligência Artificial) nas imagens capturadas pelos drones possibilitando a contagem de mudas em área total dos talhões, eliminando a necessidade de alguns tipos de amostragem. Também permite uma auditoria nos processos de silvicultura para garantir a qualidade das operações emitindo alertas automatizados e georreferenciados para áreas com incidência de falhas, baixo crescimento e mato competição, otimizando o tempo, o melhor dimensionamento de equipes e proporcionando tratativas localizadas.

É importante ressaltar que as soluções mencionadas acima são o estado da arte da aplicação da tecnologia em sinergia entre as áreas de Sensoriamento Remoto, Qualidade Florestal e Silvicultura, demonstrando um compromisso na busca pela melhoria contínua.

Embora entusiastas da tecnologia, é crucial reconhecer os desafios associados à inovação acelerada. É preciso lembrar que as imagens de drones, satélites, LiDAR, radares e outras tecnologias têm gerado uma quantidade imensa e complexa de dados com um grande poder de agregar valor aos processos, chamado de Big Data.

Estariam as empresas e as pessoas preparadas para a mudança? Mudar padrões, processos e pessoas é desafiador, mas deve ser enfrentado. Para prosperar na era da inovação, promover uma cultura de aprendizado contínuo é fundamental. Apenas dessa forma poderemos garantir o sucesso do setor e o desenvolvimento dos profissionais. n

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Opiniões Multilingual Edition Q Índice
geotecnologia

Qual é o diâmetro do seu problema?

Qual é o diâmetro do seu problema?

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Discos de corte para Feller: conforme modelo ou amostra

Discos especiais conforme desenho

Detalhe de encaixe para ferramentas de 4 lados

• Disco de corte com encaixe para utilização de até 20 ferramentas, conforme possibilidade devido ao O externo.

• Diâmetro externo e encaixe central de acordo com a máquina

P Usinagem de peças conforme desenho ou amostra: Eixos, acoplamentos, roscas sem-fim transportadoras, roletes e tambores para esteiras transportadoras, tambores para pontes rolantes, cilindros hidráulicos e pneumáticos e outros.

D’Antonio Equipamentos Mecânicos e Industriais Ltda.
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Av.
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o avanço tecnológico e o conforto humano a evolução de máquinas, processos e pessoas

O avanço tecnológico tem impulsionado o desenvolvimento das florestas plantadas brasileiras e revolucionado nossa forma de atuação, impulsionando a competitividade e sustentabilidade do setor. Notadamente, as tecnologias de monitoramento e telemetria das operações, comunicação e conectividade, inteligência artificial, avanços na mecanização das operações e capacitação das pessoas, se destacam como pilares fundamentais desse progresso.

A primordial função das lideranças de campo é de coordenar as equipes, entender seus desafios, superar as dificuldades e entregar resultados. Desta forma, acompanhar a produção e a produtividade são primordiais aos líderes em campo. Neste quesito vimos muita evolução nos últimos anos. Passamos pela digitalização dos apontamentos operacionais e transmissão destes, à geração de informações e painéis de acompanhamento e, vendo valor neste sentido, nos debruçamos ao esforço da telemetria, buscando ainda mais a assertividade das informações. Tudo objetivando encontrar os vazamentos de produção. E por fim, hoje idealizamos sistemas sensoriados de monitoramento autônomo ou remoto, que viabilizam o acompanhamento em tempo real das atividades, proporcionando uma gestão ainda mais eficaz.

Estes sistemas preconizam conectividade, que segue um grande desafio dada nossa atuação, em áreas dispersas e distantes. Já estivemos mais distantes de uma solução viável, que solucionaria a questão de transmissão de um volume importante de dados que hoje coletamos em campo e traz luz a uma grande demanda que não deve de nenhuma forma ser menosprezada nos dias atuais, que é o acesso a conexão dos dispositivos móveis das pessoas que operam no campo. Estas, sentem muito a exclusão do meio social, quando perdem o acesso ao Whatsapp ou mídias sociais. O mundo hoje se comunica desta forma, e, se não tratarmos isso como uma necessidade, perderemos as pessoas para os centros urbanos.

Paralelamente, vendo potencial no desenvolvimento das tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA), buscamos soluções para adversidades conhecidas e arriscamos encontrar soluções para problemas ainda incógnitos, explorando a capacidade de processamento das máquinas além da competência humana.

Mesmo ainda distante de aplicações operacionais de larga escala, temos investido nesta área, com poucos, mas muito promissores resultados em análises preditivas e otimização de processos. Na Eldorado, designamos uma equipe dedicada ao tema, de forma transversal às áreas de resultado, da qual temos grandes expectativas de soluções disruptivas, enquanto, outro time busca ganhos em melhoria contínua. ;

Para nós o foco do conceito de 'cabinização' é dar qualidade ao posto de trabalho e não necessariamente redução de custos com a operação mecanizada. "
Carlos Alberto Justo da Silva Jr. Gerente-geral de Planejamento e Competitividade da Eldorado Brasil
Q Índice

Centro de Treinamento Operacional Móvel

Irrigação Mecanizada com Irrigador Inteligente

Torre de Monitoramento de Incendios e Conectividade com Inteligência Artificial

Antena Starlink Móvel Embarcada nos Veículos Operacionais para Conectividade Satelital em Campo

71 Opiniões Multilingual Edition
o avanço tecnológico e o conforto humano

A mecanização das operações, além da colheita florestal, persiste como grande desafio ao setor. Nossa escala é grande como setor produtivo, mas ainda pequena para os grandes fornecedores de máquinas, quando nos comparamos a outros setores. Carecemos de máquinas purpose built florestais. Encabeçando a fila está a tão sonhada plantadeira mecanizada, que mesmo avaliando os protótipos mais recentes, ainda demanda muito desenvolvimento para atender a necessária qualidade e produtividade das operações análogas semimecanizadas. Não obstante, investir neste desenvolvimento é primordial, mesmo que não tenhamos destarte custos tão competitivos nas operações mecanizadas.

No curto/médio prazo não teremos outra opção, dada a escassez de mão de obra rural e a expansão dos investimentos em florestas em áreas marginais, com baixa/baixíssima densidade demográfica. Para nós da Eldorado, o foco do conceito de “cabinização” é dar qualidade ao posto de trabalho e não necessariamente redução de custos com a operação mecanizada."

Como exemplo, na Eldorado, estamos substituindo a irrigação semimecanizada de plantio (1 tratorista + 5 ajudantes florestais) por uma irrigação mecanizada (irrigador no trator), onde aumentamos o número de máquinas (e tratoristas), mas reduzimos a exposição dos ajudantes, que caminham atrás dos tanques. Trabalhamos para igualar o custo da operação semimecanizada e ganhar com qualidade no posto de trabalho. Tenho muita certeza que seguindo no desenvolvimento da operação, vamos conseguir melhores produtividades e redução dos custos.

Provavelmente, em operações como o plantio, teremos que ainda amargar um custo maior para conseguir a “cabinização”, mas será a alavanca necessária para assegurar a possibilidade de expansão e mesmo da manutenção da produção. Não teremos pessoas dispostas a trabalhar atrás de um trator, “arrastando” uma matraca, em pleno sol, durante toda a jornada laboral. É preciso persistir no desenvolvimento operacional, mesmo que a duras penas. Tornar nossos postos de trabalho atrativos é fundamental para a sustentabilidade do negócio e um compromisso com a nossa gente.

Por fim, na base de todo o processo estão as pessoas. Precisamos colaborar, como setor, em formação e capacitação de pessoas. Não somente formar engenheiros florestais, mas também bons técnicos, operadores, mecânicos, eletricistas, borracheiros e outros. Quão mais tecnológicos estivermos no processo produtivo, No primeiro plano: Centro de Treinamento Operacional

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Móvel

No plano de fundo: planta de celulose e a usina termelétrica

mais isto é primordial. Quem sabe um dia possamos contar, como nos países nórdicos, com escolas públicas de formação florestal, e o papel das empresas ficar restrito em gerar a demanda. Por aqui, nossa realidade imprime a necessidade de encontrarmos outras soluções para este problema.

Em paralelo a formação, treinar as equipes é essencial para ganhar competitividade. Já nos primórdios da Segunda Revolução Industrial, Henry Ford dizia que “pior do que treinar um funcionário e ver ele sair, é não treinar o funcionário e ver ele ficar”. Ao fazê-lo não só estamos atuando na melhoria da produtividade e redução de custos, mas gerando oportunidades às pessoas. A dedicação e comprometimento dos colaboradores é incomparável quando os mesmos têm perspectiva de futuro.

Fazer um bom diagnóstico, ter objetivos claros, desenhar um currículo aplicado, sem “encher linguiça” com assuntos sem relevância prática (ensinar o padre a rezar missa), aplicar metodologias de ensino adequadas as funções específicas, medir os resultados obtidos e engajar os colaboradores e as lideranças, demonstrando o ganho conjunto no processo, são fundamentais para que o sucesso de um bom programa de treinamento.

A tecnologia também impulsionou novas ferramentas educacionais. A Eldorado recentemente inaugurou um Centro Móvel de Treinamento Florestal, que conta com containers totalmente adaptados e autossuficientes em termos de energia e água, permitindo de acordo com a necessidade, atender as demandas de treinamento junto a operação. A estrutura é composta de salas de aula, salas de hidráulica, pneumática, diagnósticos computadorizados e recuperação por eletrodeposição, salas com plataformas de realidade virtual e diversas máquinas para os treinamentos práticos. Este investimento está em linha com o projeto Trilha de Carreira, onde capacitamos nossos colaboradores às oportunidades internas de crescimento e os constantes desafios de ganhos de produtividade e eficiência operacional.

Em conclusão, o avanço tecnológico está presente em toda cadeia da floresta plantada brasileira e apresenta uma evolução significativa recente, integrando ferramentas de gestão de performance, sensoriamento e telemetria, conectividade, inteligência artificial, mecanização e tecnologias educacionais. Esses avanços impulsionam a competitividade do setor, consolidando o Brasil como referência global no manejo florestal avançado. n

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Opiniões

a evolução da importância da floresta na sociedade

um olhar de transformação digital, inovação, inteligência artificial e ESG

Recentemente, fizemos um grande trabalho em conjunto analisando as oportunidades que a Veracel tem. Não foi um olhar sobre o agora, mas uma visão estruturada para as oportunidades, considerando nossa cultura, as nossa estratégias, a nossa organização, as nossas pessoas e o nosso processo. Cruzamos tais características com tudo o que temos vivido, debatido e sonhado. Assim, desenvolvemos uma visão, um lugar que não sabemos ao certo se chegaremos, mas que valeu a pena prospectar. Este é o nosso sonho; esta é a nossa visão: “É uma visão global e de otimização integrada do processo como um todo, via Digital Twin do sistema produtivo completo desde a mais frágil muda de eucalipto até a entrega da celulose para os nossos clientes. É uma visão completa do ciclo floresta-indústria que, com a mesma capacidade instalada (área plantada e capacidade nominal de fábrica) de hoje, produzirá com, pelo menos, 25% a mais de eficiência devido ao conhecimento mais detalhado dos nossos recursos.

O sistema integrado de otimização considera o avanço da clonagem de material genético, com máxima produtividade florestal, e a predição das mudanças climáticas. Passa pela otimização da silvicultura de alta precisão plantada por robôs e pelo monitoramento da floresta plantada por drones e pelo LiDAR, por microssatélites que atuam quando necessário para garantir a qualidade da floresta.

Vemos uma colheita otimizada, que atenta para as características individuais de cada árvore por meio de sensores de baixo consumo energético e grande resistência a intempéries. Uma colheita orientada ao mix de densidade, extrativos e mais 10 fatores ótimos para produção.

Sabemos antecipadamente todo o fluxo das estradas, pois os veículos –carros e ônibus – estão dentro de uma plataforma nacional, de modo a reduzir o tempo de deslocamento.

Uma utopia para 2035? ;

Essa visão parece ser uma utopia para você?

Para nós, é uma inspiração para a mudança. Percebemos que este caminho não está tão longe. "

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a evolução da importância da floresta na sociedade

Nossas estradas de terras são mapeadas remotamente por meio de sensores presentes nos caminhões da nossa frota que sinalizam onde devemos intervir para garantir estabilidade de solo.

Na fábrica escura, onde sensores reconhecem a madeira que entra por RFID (Radio Frequency Identification), as gruas automatizadas montam as pilhas de madeira de forma otimizada com seleção do blend ótimo de características da madeira para as condições do balanço de licor do dia, visando minimizar os custos com químicos. Nosso ritmo da rosca medidora é gerenciado pela nossa IA (Inteligência Artificial) que garante maior Kappa possível, preservando as nossas fibras e entregando a qualidade necessária do nosso produto. O resultado global da fábrica é olhado no todo, onde o balanço de fábrica e definição do ritmo das máquinas são gerenciados pelo módulo otimizador da fábrica no Digital Twin integrando variáveis de processo, de ativos e de qualidade dos insumos de forma automatizada.

Sensoriamento individual de cada peça crítica dos ativos permite alarmar a necessidade de Manutenção Preventiva sob demanda. Nossas manutenções corretivas foram reduzidas drasticamente, pois a manutenção preditiva é altamente confiável e tem contribuído significativamente para a redução de nossos custos, uma vez que temos pleno domínio das necessidades de nosso estoque.

Após o corte e enfardamento automático, cada lote de celulose tem em seu RFID todo o rastreio da madeira, talhão, condições de crescimento, e origem de forma a assegurar um mercado cada vez mais atento à idoneidade dos seus fornecedores. Nossa venda de créditos de carbono tokenizados em blockchain com selo de excelência tem conseguido um valor premium, pois as práticas ambientais e sociais da empresa têm comprovação devidamente controlada. O time de operações da Veracel existe para atuar apenas nas exceções do processo otimizado e para avaliar melhoria do parque tecnológico, além de operacionalizar a manutenção. O maior contingente da empresa está focado na relação com a sociedade local e no desenvolvimento de programas sociais que geram impactos positivos e transformam a realidade, indo além do atual conceito ESG.

Área de plantio da Veracel Celulose

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Nossas pessoas têm orgulho do trabalho e do propósito da empresa, sendo uma empresa segura e ainda mais admirada para trabalhar.

O diferencial competitivo que agrega valor não é mais buscar eficiência, pois isso está encaminhado pela transformação digital e Inteligência Artificial. Os diferenciais passam a ser:

• A integração da floresta plantada com camadas de mata original que garanta biodiversidade e diferenciação para a compra de uma celulose de origem ESG valorizada no mundo.

• A integração com as comunidades locais para desenvolvimento social da região, sendo uma empresa regenerativa, que adota práticas e modelos de negócios que restauram, renovam e revitalizam suas fontes de energia e materiais, e que contribui para a saúde e o bem-estar do planeta e das pessoas.

• A satisfação dos colaboradores com o cuidado da empresa e sua forma de operar, que faz com que a Veracel tenha os melhores talentos para seguir otimizando sua fábrica e seja uma opção top of mind na busca e retenção de talentos.

• Ser um laboratório aberto para startups e empreendedores locais exercitarem suas teses. A Veracel passar a ter porcentagem minoritária destes negócios para estar alinhada aos potenciais disruptores de seu próprio mercado.

• O sistema de Digital Twin (integrado ao seu sistema de sensoriamento integrado) com seus algoritmos de otimização, predição e prescrição que rodam a produção de ponta a ponta (do clone à celulose enfardada).

• Histórico de dados sobre solo, clones, condições climáticas locais, logística e de dados produção.”

Essa visão parece ser uma utopia para você? Para nós, é uma inspiração para a mudança.

Percebemos que este caminho não está tão longe. Ele está, de fato, muito mais próximo do que imaginávamos inicialmente. No entanto, nada disso se materializará se não tivermos as pessoas corretas, tirando as pedras do caminho, tomando decisões e aprendendo com os erros para que sigamos com foco, disciplina e simplicidade. n

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o fator humano como diferencial no

avanço tecnológico

As florestas plantadas têm desempenhado um papel fundamental na economia do país, ao impulsionar segmentos como a indústria moveleira, construção civil e o setor de papel e celulose. O avanço tecnológico é crucial nesse contexto a fim de permitir o aumento da produtividade alinhado à sustentabilidade das operações florestais. No entanto, não podemos deixar de reconhecer que para qualquer movimento no setor florestal, o elemento chave é a equipe de alta performance, que está engajada a tomar as melhores decisões e com isso obter vantagens competitivas num setor aquecido por ativos florestais.

O Brasil tem sido um líder global no desenvolvimento de tecnologias para a produção de madeira em plantações florestais de pinus e eucaliptos. Desde o melhoramento genético de espécies, às técnicas de fertilização, ao uso de sistemas de informação geográficas, silvicultura 4.0, colheita mecanizada

jovens recém-formados, que chegam ávidos por aprender e com energia para aproveitar o início de sua carreira num ambiente onde todos compartilham conhecimentos e visões de mundo diferentes. "

Diretor Florestal do Grupo Eucatex

e logística florestal com uma ampla gama de pacotes tecnológicos são aplicados para potencializar as operações florestais e assim, aumentar a produtividade.

A integração entre as áreas de planejamento, pesquisa e desenvolvimento e operações florestais é necessária para garantir que as tecnologias e práticas inovadoras sejam implementadas de forma eficaz.

A área de planejamento é responsável por definir as metas e objetivos estratégicos da empresa, bem como elaborar planos de curto, médio e longo prazos para alcançá-los, ao integrar as informações oriundas do inventário florestal, georreferenciamento, das análises de mercado e da produtividade florestal. Desta forma, esta área identifica as oportunidades e práticas inovadoras para maximizar e otimizar as operações florestais.

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integração geral entre as áreas

integração geral entre as áreas

A área de pesquisa e desenvolvimento em parceria com centros de pesquisa e universidades, implantam experimentos para estudar o desenvolvimento de novos materiais genéticos e o aprimoramento das técnicas de manejo, buscando antever possíveis variabilidades futuras que possam demandar alterações ou ajustes nos pacotes tecnológicos atuais. Por meio de ensaios de campo e testes em laboratório, avaliamos o potencial dos novos clones com foco nas características de interesse, tais como: volume, densidade, resistência a pragas e doenças atreladas às boas práticas de manejo florestal. São elaborados sistemas de monitoramento para verificar se os resultados alcançados estão alinhados conforme preconizado nas linhas de pesquisa.

De posse das diretrizes da área de planejamento a área de operações florestais é responsável por cumprir o cronograma de atividades, bem como por monitorar e gerenciar as atividades florestais visando o abastecimento das unidades de produção com madeira que atenda as premissas de densidade, umidade e volume com custos competitivos.

As áreas de controle e suporte têm como objetivo evidenciar que todo o processo está sistematizado, controlado e sendo conduzido com qualidade, responsabilidade socioambiental e segurança dos colaboradores, respeitando as legislações aplicáveis e os requisitos das normas das certificações. A Eucatex em suas auditorias de sistema de gestão ambiental e manejo florestal, mostra à sociedade que todas as ações, que advém da integração entre as áreas, propicia retornos positivos no processo, nos âmbitos social e ambiental.

Como dito, o desenvolvimento tecnológico é um pilar fundamental para aumentar a produtividade dos ativos florestais e melhorar os rendimentos das operações. Porém, nada disso é suficiente se não tivermos uma equipe motivada, com sinergia e de alta performance desempenhando seu papel no dia a dia. Em um mundo em constante evolução e mudanças, o engajamento de uma equipe promove a busca contínua por soluções criativas e inovadoras para os desafios enfrentados, ficando, assim,

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de campo com as equipes de silvicultura e de melhoramento de diferentes clones

genético para visitar os experimentos com testes de campo

mais disposta a experimentar as novas tecnologias e tendências, avaliar sua eficácia e realizar as adequações necessárias para atender as necessidades específicas de cada área em consonância com o planejamento estratégico da companhia.

A cultura organizacional de cooperação na Unidade Florestal do grupo Eucatex incentiva uma comunicação aberta, sem ruídos e transparente entre as diferentes áreas e facilita o compartilhamento de informações e conhecimento, que leva à melhoria dos processos. Aqui, também respeitamos a experiência e valorizamos a juventude, numa saudável mescla de gerações que vai desde profissionais com mais de 20 anos de empresa até jovens recém formados, que chegam ávidos por aprender e com energia para aproveitar o início de sua carreira num ambiente onde todos compartilham conhecimentos e visões de mundo diferentes. Além disso, priorizamos a capacitação com treinamentos para atualizações constantes das equipes, nos diversos níveis hierárquicos, de forma a contribuir para o crescimento profissional e desenvolvimento das habilidades técnicas e de gestão de pessoas, a fim de prepará-los para implementar as novas tecnologias de forma eficaz.

Em resumo, podemos afirmar que o segredo do sucesso será ter uma equipe comprometida, que atue na promoção dos avanços tecnológicos para aumento de produtividade das florestas plantadas, com foco em resultados duradouros e sustentáveis. Nossa gestão é aberta à inovação, experimentação e ao aprendizado contínuo, e é desta forma que podemos garantir nossa permanência na vanguarda do desenvolvimento tecnológico mundial e impulsionar a competitividade e o sucesso do setor florestal no longo prazo.

Acreditamos que o nosso legado para o setor, é uma gestão focada em resultados duradouros e sustentáveis com a formação de equipes multidisciplinares de diferentes gerações comprometidas com o bom manejo florestal onde respeitamos as individualidades, preservamos boas relações com nossos stakeholders, garantindo o bem estar e a sustentabilidade das futuras gerações. n

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Opiniões

apenas imagine

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Imagine se você descobrisse que o médico com o qual você vai fazer uma cirurgia cardíaca na manhã seguinte se formou há 20 anos como o melhor aluno da sua classe, na melhor faculdade de medicina do País. Muito bom, hein?!

Entretanto, nos últimos 20 anos, ele não leu nenhum livro, nem participou de nenhum congresso, nem teve por costume ler regularmente revistas especializadas da sua área médica. Você faria a cirurgia em paz?

No que se refere a nossa área, quantas tecnologias foram desenvolvidas e implantadas nessas duas décadas como o estado da arte e, depois de algum tempo, substituídas por uma nova opção, muito mais eficaz e eficiente, que tomaria o lugar da anterior, até ser igualmente substituída por uma mais nova ainda.

Quantas pragas e doenças apareceram, desapareceram, e algumas até voltaram? Quantas técnicas foram substituídas nesses últimos 20 anos?

Nenhum conhecimento é definitivamente eterno. A faculdade está sempre atualizada, mas tão somente até o dia da sua formatura. Os livros, igualmente, até o dia da sua publicação. As opções que são continuadamente atualizadas são os congressos e as publicações regulares das áreas.

Conhecendo esse cenário e o que passou a representar nesses 21 anos de operação para as universidades, centros de pesquisa e empresas do sistema agrícola e florestal, a Revista Opiniões decidiu abrir inscrições gratuitas para que todos os estudantes de todos os cursos de agroconhecimento, de qualquer parte do Brasil e do mundo, passem a receber gratuitamente todas as suas publicações.

O objetivo é fazer com que o estudante, desde o primeiro dia de aula, passe a participar da vida empresarial na qual se integrará, em alguns anos, já com atualizado conhecimento do que está sendo discutido, avaliado e implantado nas empresas. Muitos dos executivos e cientistas que hoje escrevem na Revista Opiniões declararam que liam nossas edições desde quando ainda eram estudantes nas universidades.

Ampliando o projeto de educação continuada, decidimos também abrir as inscrições gratuitas para todos os funcionários das áreas técnicas, agrícolas, industriais e administrativas das empresas produtoras e fornecedoras dos sistemas florestal e bioenergético de qualquer parte do Brasil e do mundo.

Todos os artigos da Revista Opiniões têm textos traduzidos para 4 idiomas, quais sejam: português, espanhol, inglês e francês.

O acesso à informação dirigida é a mais eficiente forma de unificar e atualizar o conhecimento entre todos os funcionários em cargos de comando, bem como preparar os funcionários em ascensão para assumi-los. Esta é a mais agradável forma de gerar a educação continuada.

Para se cadastrar na plataforma do programa de "Educação Continuada da Revista Opiniões" e passar a receber regular e gratuitamente as edições de nossas revistas, basta enviar um e-mail com os dados abaixo:

• Para: Jornalismo@RevistaOpinioes.com.br

• Assunto: Educação continuada gratuita

• Corpo do e-mail:

- Nome do funcionário ou estudante

- Área de trabalho ou curso que frequenta

- Nome da empresa ou da Universidade

- e-mail principal

- e-mail secundário ou pessoal

• Conforme a Lei Nacional de Proteção de Dados, garantimos, com registro em Cartório, que as informações não serão utilizadas para qualquer outro interesse. Coordenadores de curso e Gerentes de RH e Comunicação, entrem em contato conosco.

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Celular e WhatsApp: +55 16 99777-7799

imagine

cabinização e inovação na silvicultura

Por sua condição climática favorável e pelo estabelecimento de avançadas técnicas produtivas, o Brasil tornou-se o maior exportador de celulose mundial da atualidade e um atrativo destino para novos empreendimentos no segmento. Esta corrida catalisou a demanda de uma rápida expansão da base florestal para sustentar as operações futuras de ambiciosos projetos, e isto tem sido um desafio cada vez maior para as empresas deste segmento.

O rápido avanço da Silvicultura pelo Brasil traz consigo a demanda do desenvolvimento de novas alternativas operacionais para atuação em locais ainda inexplorados e que, em sua maioria, estão associados à escassez de mão de obra disponível para execução das atividades de campo. Este movimento promoveu uma inevitável revolução voltada ao avanço tecnológico e mecanização operacional, em todas as etapas de execução do manejo cultural, partindo da abertura de frente, preparo de solo, plantio, irrigação e todos os demais tratos necessários para condução dos plantios até o seu ponto ideal de corte.

Na Eldorado tratamos deste assunto como rotina diária e aqui a chamamos de “Cabinização”, termo de referência interna que nos incentiva a buscar alternativas inovadoras para todas as atividades, mas principalmente àquelas realizadas fora de máquinas ou ambientes controlados. Nos últimos anos, a cabinização deixou de ser uma alternativa direcionada à redução de custos e passou a ser uma prioridade nas discussões das nossas Gerências Operacionais.

Cabinizar pessoas, para nós, é sinônimo de promover maior qualidade laboral e de gerar satisfação aos nossos colaboradores em seus postos de trabalho, além de também agregar maior capacidade produtiva per capita com a máxima qualidade e consistência de suas execuções.

Como reflexo das nossas iniciativas, observamos o estabelecimento de um ambiente empresarial mais atrativo, que impacta positivamente no clima interno e que gera maior sentimento de pertencimento e propósito das pessoas envolvidas.

Um dos nossos destaques em 2024 foi a operacionalização efetiva de um módulo de irrigação mecanizada, pioneiro, utilizando-se do reconhecimento de imagem por inteligência artificial. Este salto tecnológico permitiu dispensar a necessidade do colaborador trabalhar sob pleno sol, quer para execução direta da sua tarefa, quer para a garantia da ausência de falhas inerentes do sistemas mecanizados anteriormente adotados na empresa.

Como próximo passo deste projeto, iniciamos o trabalho de análise e segregação dos dados extraídos do sistema para interpretar mudas que sofreram as intempéries do campo e que, por algum motivo, não sobreviveram.

Vivenciamos um momento ímpar com a presença de oito fabricantes desenvolvendo novas máquinas específicas. Algumas, já em processo de definições técnicas finais. "

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inovação

Estas informações nos apoiarão a ter uma gestão operacional mais eficiente, tanto no sentido de entender melhor as causas de mortalidade, quanto no direcionamento de ações rápidas para o replantio de locais específicos em cada talhão. Este é um exemplo claro do benefício da cabinização aos nossos colaboradores e que, mutualmente, confere excelência de execução a uma atividade crítica para a empresa.

Irrigador mecanizado

A nossa empresa é detentora do maior índice histórico já obtido de mecanização do plantio florestal no Brasil e ainda assim, permanecemos extremamente ativos em programas de desenvolvimento de novas soluções de máquinas ainda mais modernas, que nos possibilitarão alavancar cada vez mais a nossa competitividade produtiva em condições adversas de plantio. Vivenciamos um momento ímpar neste sentido, com a presença de oito fabricantes desenvolvendo novas máquinas específicas. Algumas, inclusive, já estão em processo de definições técnicas finais de conceito ou mesmo em ambiente de validação operacional efetivo. Esta nova era de desenvolvimento de máquinas para o plantio tem o desafio, não só de garantir a qualidade e rendimento das operações em diferentes condições de campo, como também a missão de agregar outros valores ao processo que nos possibilitem extrair bancos de dados operacionais e, a partir disso, transformá-los em informações precisas do ambiente e da qualidade de execução do serviço. O plantio mecanizado já é uma realidade, mas entendo, que ainda não alcançamos o estado da arte; contudo, neste ritmo de movimento no mercado tenho convicção de que o atingiremos dentro dos próximos 3 anos.

Outro movimento que observamos estar muito aquecido na atualidade é a criação de uma máquina base realmente purpose built para a silvicultura.

Há anos somos clientes do setor de máquinas agrícolas, mas o nosso ambiente é mais severo que o do agro e a intensidade de nossas atividades agride substancialmente a estrutura dos tratores agrícolas. Precisamos direcionar muitos esforços em ações para customização especiais, ou mesmo para elaborar projetos de proteções cada vez mais robustas, a fim de garantir a integridade estrutural de máquinas e, consequentemente, a segurança dos nossos colaboradores que delas utilizam. Já testamos algumas alternativas de máquinas florestais como forwarders, skidders e até mesmo caminhões fora de estrada da mineração, mas nenhum deles ainda foi capaz de atender plenamente aos nossos anseios de um ter um verdadeiro “trator florestal”. Neste ano demos um passo à frente e desenvolvemos junto a uma empresa parceira, o primeiro piloto automático, totalmente customizado e integrado, para que skidders pudessem realizar o preparo de solo com fertilização integrada. O objetivo foi, além de garantir uma dose correta de adubo, também operar com precisão de até 2 centímetros no paralelismo das linhas e de forma totalmente autônoma. Entendemos que iniciativas como estas são necessárias para a garantia da excelência operacional mínima esperada da nossa gestão operacional, mas ainda não estamos satisfeitos com os resultados e, por isso, permanecemos ativos em busca de fabricantes nacionais e internacionais de máquinas para desenvolvimento e homologação de novos conceitos.

Este tem sido um desafio, não muito fácil de superar, por carecer de uma demanda contínua e sustentável para os fabricantes, precisamos acreditar neste propósito e vejo que um caminho será unir esforços entre as diretorias das empresas florestais, junto de instituições e organizações afins, para fomentar e finalizar, de fato, um projeto específico e confiável.

1º Skidder com piloto automático na subsolagem ;

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Já fazemos uso da aviação de asa fixa como uma rotina de operação na distribuição de fertilizantes em área total e dispomos de helicópteros para realizar combate direto a incêndios florestais em períodos críticos do ano. Por outro lado, realizamos diversos testes operacionais e seguimos acompanhando o mercado de drones, mas na atualidade eles ainda não são competitivos em operações de grande escala e que demandem alta eficiência dentro de áreas planas. Eles só foram inseridos na silvicultura como um recurso de uso spot ou para operações bastante específicas e sazonais.

A legislação brasileira, até hoje, tem sido a principal limitação para o desenvolvimento de equipamentos de asa rotativa com alta capacidade produtiva em operações agrícolas e de silvicultura, mas o rápido avanço tecnológico destes equipamentos e a maior viabilidade de inserção de radares e sensores de precisão de cruzeiro estão abrindo a porta para entrada e estabelecimento destes equipamentos no setor. Sabemos dos benefícios adicionais que eles podem nos proporcionar e vemos com otimismo todos os esforços aplicados pelos fabricantes no ambiente legislativo e da engenharia.

Além de inovações radicais, também mantemos um programa de melhoria incremental a todas as atividades já cabinizadas. Temos várias ações em andamento que são direcionadas ao aumento da capacidade produtiva das máquinas, melhoria de ritmo operacional, mantenimento de elevada disponibilidade mecânica dos componentes, eficiência do uso operacional dos recursos e garantia da aplicação dos insumos. Neste caminho, temos um projeto, também pioneiro, que começou em 2023 e que em 2024 passamos a escalar para todas as frentes de serviço que utilizam de insumos químicos controlados. Criamos o projeto SmartCalda que, como o próprio nome diz, consiste em gerir de maneira inteligente toda a cadeia de distribuição e abastecimento de caldas químicas em nossos pulverizadores.

Instalamos em nossos caminhões pipa recursos de altíssima precisão para controle automático de fluidos, que possibilitam a realização da mistura instantânea de produtos químicos com água pura no exato momento de abastecer os equipamentos em suas frentes de serviço. É comum ver caminhões com calda química pronta em algumas empresas, mas aqui demos um salto à frente e mantemos nosso estoque de água pura, separada dos produtos químicos em nossos caminhões, misturando-os somente no ato da necessidade efetiva. Isso nos garante uma gestão mais inteligente e flexível, já que a água pura poderá ser utilizada para qualquer outra finalidade eventual do dia a dia e não mais precisaremos de profissionais realizando a logística, estoque e mistura de insumos químicos em campo. Também é conhecido que alguns produtos perdem sua eficiência de ação quando são dissolvidos e estocados por longos períodos e, por isso, também esperamos ser beneficiados com as operações do SmartCalda.

A Eldorado tem a missão de ser a melhor no que se propôs a fazer e, para fechar o ciclo da cabinização associada à tecnologia e inovação, em 2024, iniciamos um avançado programa de implantação da telemetria e monitoramento total nas atividades da Silvicultura. Neste projeto, atuamos com empresas especializadas que já possuem sistemas similares nas operações de colheita florestal, mineração e agricultura, para criar um ambiente customizado e tecnológico nunca antes visto no monitoramento e controle integral de operações de Silvicultura. A visão da nossa empresa é que, ao investir em dados, poderemos atuar de maneira preditiva e, com o apoio de recursos de inteligência artificial, elevar nossos índices de excelência e performance operacional, garantindo o bem-estar para nossas equipes, a integridade dos nossos ativos e, consequentemente, retornar maior rentabilidade aos nossos acionistas. n

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Avião utilizado em aplicações aéreas
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Caminhão pipa com SmartCalda
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• João Fernando Borges • Joésio Deoclécio Pierin Siqueira • José Ricardo Paraiso Ferraz • Luiz Ernesto George Barrichelo

• Maria José Brito Zakia • Mario Sant'Anna Junior • Mauro Quirino • Mauro Valdir Schumacher • Moacyr Fantini • Moacir

José Sales Medrado • Nelson Barboza Leite • Roosevelt de Paula Almado • Sebastião Renato Valverde • Walter de Paula Lima

Divisão Sucroenergética: • Evaristo Eduardo de Miranda

• Jaime Finguerut

Eugênio de França

• Jairo Menesis Balbo

• José Geraldo

• Julio Maria M. Borges

• Manoel Vicente Fernandes Bertone

• Luiz Carlos Corrêa Carvalho, Caio

• Marcos Guimarães Andrade Landell

Bernardes

• Martinho Seiiti Ono

• Marcos Silveira

• Nilson Zaramella Boeta

• Paulo Adalberto Zanetti

• Plinio Mário Nastari

Colucci de Andrade

• Pedro Robério de Melo Nogueira

• Raffaella Rossetto

• Tadeu Luiz

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