Opiniões Opiniões Opiniões
Pós-Expoforest-2023
Mesa Redonda
5 Encontro Brasileiro de Silvicultura e do 19 Seminário de Colheita e Transporte de Madeira
Pós-Expoforest-2023
Mesa Redonda
5 Encontro Brasileiro de Silvicultura e do 19 Seminário de Colheita e Transporte de Madeira
IMPORTANTE • IMPORTANT • WICHTIG
• First of all, before any action, please touch in the flag of your language.
• Tout d'abord, avant toute action, veuillez toucher le drapeau de votre langue.
• Primero, antes de realizar cualquier acción, toque la bandera de su idioma.
• Bitte berühren sie vor jeder aktion die flagge ihrer sprache.
•
Para que obtenha o melhor aproveitamento dos recursos que a Plataforma Digital Multimídia da Revista Opiniões pode lhe oferecer, solicitamos que assista ao video abaixo. Nele estão contidos alguns recursos que lhe serão úteis neste momento. Ao acionar o play, o video abaixo será iniciado. Ao chegar no final, o video das instruções será iniciado novamente.
AS NOVAS FRONTEIRAS:
10. Cristiane Aparecida Fioravante Reis, Embrapa Florestas
AS STARTUPS NO SISTEMA FLORESTAL:
16. Jorge Malinovski e Edilson Oliveira, Malinovski e Embrapa Florestas
SILVICULTURA DIGITAL:
20 Luiz Carlos Estraviz Rodriguez, Esalq-USP
26. Jozébio Esteves Gomes, Eldorado Brasil
32. Marcos Paulo Rossi Sacco, Bracell
36. André Dezanet, Vallourec Florestal
40. Eduardo Moré de Mattos, Geplant
MECANIZAÇÃO VERSUS ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA:
42. Edimar de Melo Cardoso, Aperam Bioenergia
48. Anderson Lins Machado, Dexco
ORÇAMENTO VERSUS RISCOS PARA A PRODUTIVIDADE:
54. Fabiano Antonio Rodrigues, Sylvamo
58. Júlio César Tôrres Ribeiro, Cenibra
62. José Maria Arruda Mendes Fº e Rodrigo Oliveira, Lacan Florestal STATUS ATUAL E PERSPECTIVAS PARA O SEGMENTO FLORESTAL:
64. Erich Gomes Schaitza, Embrapa Floresta
68. Pedro Alves Correia Neto, MAPA
70. Paulo Roberto Pupo, Abimci VISÃO DOS FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS FLORESTAIS:
74. Carlos Roberto Borba Rossetto, Komatsu Forest Brasil
76. Fernando Campos, Ponsse Latin America
DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA COLHEITA:
80. Zaid Ahmad Nasser, APRE e The Forest Company
82. Fabrício Amaral Poloni, Arcelor Mittal
DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA OPERAÇÕES DE TRANSPORTE:
86. Flávio Cunha Souza, Expresso Nepomuceno
92. Joaquim Trecenti Barros Lordelo, Bracell
94. Tiago Charaf de Castro Quintão, JSL
Na sua próxima viagem de carro, pegue seu celular, entre no site da Revista Opiniões, escolha a edição recente desejada, folheie até esta página, ligue o rádio do seu carro, toque na foto do autor escolhido e ouça o primeiro artigo pelos controles do rádio do seu carro. Quando terminar, toque no segundo autor e assim por diante. Quando chegar no seu destino, provavelmente terá ouvido toda a revista.
Se desejar ouvir o artigo numa outra língua, lido por voz nativa, localize a página do artigo desejado e toque na bandeira da língua que preferir. Além do português, estão à sua disposição os áudios em inglês, espanhol, francês e alemão. Pelo fato do artigo ser traduzido e lido por robôs com base em inteligência artificial, poderá haver pequenas imperfeições.
É lógico que você não precisa viajar para desfrutar desse conforto. O sistema também funcionará na sua mesa de trabalho, andando no parque, na esteira da academia, nas ruas congestionadas da cidade grande ou no sofá da sua Casa.
Boa leitura ou boa audição, como preferir.
01. Cristiane Aparecida Fioravante Reis, Embrapa Florestas
02. Jorge Malinovski e Edilson Oliveira, Malinovski e Embrapa Florestas
03. Luiz Carlos Estraviz Rodriguez, Esalq-USP
04. Jozébio Esteves Gomes, Eldorado Brasil
05. Marcos Paulo Rossi Sacco, Bracell
06. André Dezanet, Vallourec Florestal
08. Edimar de Melo Cardoso, Aperam Bioenergia
09. Anderson Lins Machado, Dexco
10. Fabiano Antonio Rodrigues, Sylvamo
11. Júlio César Tôrres Ribeiro, Cenibra
12. José Maria Arruda Mendes Fº e Rodrigo Oliveira, Lacan Florestal
13. Erich Gomes Schaitza, Embrapa Floresta
14. Pedro Alves Correia Neto, Ministério da Agricultura e Pecuária
15. Paulo Roberto Pupo, Abimci
16. Carlos Roberto Borba Rossetto, Komatsu Forest Brasil
17. Fernando Campos, Ponsse Latin America
18. Zaid Ahmad Nasser, APRE e The Forest Company
19. Fabrício Amaral Poloni, Arcelor Mittal
20.
vamos construir o futuro.
Somos Envu, uma nova empresa com 50 anos de experiência
Envu é uma nova visão para uma empresa com meio século de história no segmento de saúde ambiental, que detém um sólido portfólio de produtos comprovados e reconhecidos.
Em cada uma de suas linhas de negócio, a Envu concentra seu trabalho na química e além, colaborando com os clientes para criar soluções que funcionarão hoje e no futuro.
Saiba mais sobre as inovações em Florestas em www.br.envu.com
Nos fóruns de discussão do setor florestal brasileiro, o uso mais comum para a expressão novas fronteiras tem se referido à expansão das plantações florestais, especialmente, para diversas localidades das regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e extremo Sul do Brasil.
Os mapas de distribuição espacial dos principais produtos oriundos das plantações florestais, gerados a partir de séries históricas do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, proporcionam uma maior compreensão dessa dinâmica.
Nas novas fronteiras, em muitas ocasiões, as condições ambientais dos sítios de plantios são bastantes diferentes daquelas encontradas nas regiões tradicionais de cultivos florestais, seja em termos de classificação climática, temperatura, precipitação pluviométrica média anual, deficiência hídrica, geadas, tipos de solo, dentre outras.
Esses aspectos geram desafios para produção florestal, pois o fenótipo (F), como exemplo, produtividade de madeira, de um cultivar é função do seu genótipo (G), do ambiente de plantio (A) e da interação GxA.
O Brasil é mundialmente reconhecido como referência no uso de carvão vegetal para siderurgia em substituição ao poluente carvão mineral.
Em 2021, o carvão de eucalipto foi responsável por 99,1% da produção nacional procedente de plantações florestais (aproximadamente 6,8 milhões de toneladas).
Pela série histórica, houve expansão da distribuição espacial e da quantidade produzida de carvão vegetal, especialmente nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e no MATOPIBA. Esse último é formado por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do MAranhão, TOcantins, PIauí e BAhia.
Há Programas de Melhoramento Genético de Espécies de Eucalyptus e Corymbia que são referências na geração de clones/cultivares elites para carvão vegetal. Como muitos destes clones apresentam elevada tolerância ao déficit hídrico, eles têm sido cultivados com sucesso em localidades da região Centro-Oeste e do MATOPIBA.
Nas novas fronteiras, a madeira desses clones tem sido destinada não somente para produção de carvão vegetal, mas
A geração de cultivares e de outras tecnologias ligadas ao aperfeiçoamento do sistema de produção das espécies florestais continuam ocupando o centro das atenções do setor produtivo como um todo, sendo urgentes e fundamentais.
"
também para obtenção de lenha e madeira para outras finalidades.
No ano de 2021, 88,4% da lenha de plantações florestais foi originária de eucalipto (aproximadamente 45,5 milhões de m 3 ), 5,2% de pinus e 6,3% de outras espécies florestais. A lenha, na forma de “metrinho” ou de cavacos, é uma matéria-prima extremamente necessária nos fornos de indústrias ceramistas e mineradoras, bem como nos processos industriais do pujante agronegócio brasileiro.
Ela tem sido usada na secagem e beneficiamento de grãos, nas caldeiras de frigoríficos, laticínios e demais indústrias alimentícias.
A expansão da distribuição espacial de lenha por municípios brasileiros denota claramente a marcha das plantações florestais, especialmente de eucalipto, rumo à região Centro-Oeste e Nordeste.
Na publicação “Projeções do Agronegócio: Brasil 2022/23 - 2032/33”, editada pelo MAPA - Ministério da Agricultura e Pecuária, com apoio da Embrapa e demais instituições
Cristiane Aparecida Fioravante Reis Pesquisadora da Embrapa Florestascolaboradoras, é projetado um crescimento de 24,1% na produção nacional de grãos nos próximos dez anos, sendo que a soja e o milho perfazem mais da metade da produção atual, estimada em 313,8 milhões de toneladas.
Em especial, a produção de grãos do MATOPIBA foi ampliada em 93% nos últimos dez anos, com perspectiva de ampliar outros 37,1% até 2033. É também previsto aumento na produção nacional das carnes: bovina (12,4%), suína (23,2%) e frango (28,1%), bem como na produção de leite (18,5%) até 2033.
Para a maioria desses produtos, os maiores Estados produtores, e suas frentes de expansão, estão nas novas fronteiras das plantações florestais. Isso quer dizer que há uma forte tendência de ampliação da demanda e, consequentemente, do consumo de lenha.
Neste sentido, há enorme necessidade de que cultivares de eucalipto específicas para lenha sejam desenvolvidas nas novas fronteiras para suprir a essa demanda.
Grande parte da pujança da produção de madeira de eucalipto nas novas fronteiras tem como destino a obtenção da celulose de fibra curta, importante commodity de exportação brasileira. Em 2021, 82% da madeira em tora para celulose no Brasil foi oriunda de eucalipto e 18% de pinus.
No decorrer da série histórica do IBGE, é observado incremento na distribuição espacial e na intensidade da produção da madeira em tora para celulose, seja em regiões tradicionais e, também, nas novas fronteiras.
Nessa última, destacam-se municípios, como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Água Clara (região nordeste do Mato Grosso do Sul), Imperatriz e Açailândia (MATOPIBA) e, no extremo sul, do Rio Grande do Sul. No Brasil, é estimada uma ampliação da produção de celulose em 26,5% até 2033.
Em geral, as empresas brasileiras de celulose e papel apresentam Programas de Melhoramento Genético de Eucalyptus e Corymbia muito bem estruturados e robustos, sendo referências na
geração de cultivares de alta performance em produtividade de madeira, tolerância a fatores bióticos e abióticos, bem como em melhores propriedades da madeira para obtenção de celulose e produção de papel. Porém, ainda existem diversos desafios nas novas fronteiras.
Quanto à madeira em tora para outras finalidades, nota-se uma significativa expansão da distribuição espacial da produção para localidades de todos os estados da região Centro-Oeste, bem como alguns estados da região Norte e Nordeste.
Uma parte dessa expansão pode ser creditada às culturas do eucalipto, da teca e do mogno-africano voltadas para usos mais nobres da madeira, como construção civil, movelaria, serraria e laminação.
O incremento da produção em áreas tradicionais de cultivo de eucalipto e pinus nas regiões Sudeste e Sul também foi relevante, sendo destaque a madeira de pinus com 49% do total produzido.
Eucalipto e demais espécies utilizadas em plantios florestais perfizeram 46,8% e 4,2% da produção em 2021, de acordo com o IBGE. Neste caso, a necessidade de cultivares com produção e qualidade da madeira mais adequada para usos mais nobres é também premente.
No gráfico da evolução da produtividade média do eucalipto no Brasil (1970/2021), nota-se o enorme progresso realizado no decorrer dos anos, graças às ações de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia (PDI&TT).
No caso de localidades submetidas a intensos períodos de déficit hídrico, bem como elevadas temperaturas, dentre outras condições ambientais, a geração de cultivares e de outras tecnologias ligadas
O Marco Legal das Startups e do empreendedorismo inovador, instituído pela Lei Complementar nº 182, de 2021, apresenta medidas de fomento ao ambiente de negócios e ao aumento da oferta de capital para investimento em empreendedorismo inovador.
O Marco reconhece o empreendedorismo inovador como vetor de desenvolvimento econômico, social e ambiental; incentiva a constituição de ambientes favoráveis ao empreendedorismo inovador, com valorização da segurança jurídica e da liberdade contratual como premissas para a promoção do investimento e do aumento da oferta de capital direcionado a iniciativas inovadoras. Ele facilita a modernização do ambiente de negócios brasileiro, à luz dos modelos de negócios emergentes, e fomenta o empreendedorismo inovador como meio de promoção da produtividade e da competitividade da economia brasileira e de geração de postos de trabalho qualificados.
Ele possibilita o aperfeiçoamento de políticas públicas e instrumentos de fomento ao empreendedorismo inovador; a cooperação e interação entre os entes públicos, entre os setores público e privado e entre empresas, com a conformação de ecossistema de empreendedorismo inovador e promoção da competitividade das empresas brasileiras, e da internacionalização e atração de investimentos estrangeiros.
Neste ambiente, foi criada a Forest Startup Conecta, uma iniciativa desenvolvida em conjunto pela Embrapa Florestas, pelo MAPA – Ministério da Agricultura e Pecuária e pela Malinovski. Seu objetivo é promover a visibilidade das startups, colaborando para que soluções tecnológicas inovadoras (produtos e processos) atendam às demandas e viabilizem novos negócios no setor brasileiro de base florestal, para tornar as cadeias produtivas mais eficientes, gerar empregos e renda.
Como parte das ações da Forest Startup Conecta, junto com os eventos técnicos da Expoforest 2023 (5° Encontro Brasileiro de Silvicultura e 19° Simpósio de Colheita e Transporte de Madeira), foi promovido o 1º Prêmio Expoforest de Startups no Setor de Plantações Florestais.
Assim, tecnologias apresentadas por startups contemplaram o segmento de árvores plantadas em monocultivos e em integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), envolvendo áreas técnicas apresentadas
Patentes requeridas sobre plantas da Amazônia evidenciam os interesses econômicos de países na biodiversidade brasileira. Castanha-do-pará, por exemplo, teve 73 patentes requeridas nos EUA. "
na Tabela 1, em destaque na página seguinte, definidas com base na classificação de Startups do Radar AgTech Brasil da Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens, com ajustes para o setor de plantações florestais.
Os cases apresentando as Tecnologias foram avaliados por diversos representantes do setor florestal, envolvendo empresas florestais, associações estaduais e instituições públicas e privadas. Para avaliação, foram considerados os itens: 1. Viabilidade técnica, 2. Diferencial da Tecnologia, 3. Potencial de impacto técnico, 4. Potencial de impacto econômico, 5. Fase de desenvolvimento da tecnologia, 6. Expectativa de prazos e 7. Visão de futuro.
As tecnologias selecionadas passaram a compor o Portfólio “Forest Startup ConectaTecnologias com elevado potencial de contribuições para o setor florestal”. O Portfólio, a ser publicado no formato digital, apresentará informações enviadas no Formulário de Inscrição envolvendo itens sobre a Tecnologia como: viabilidade, diferencial e potencial de impacto. Tem ampla divulgação no setor de plantações florestais, de forma a promover visibilidade para parceiros e clientes potenciais.
Nesta primeira edição do Prêmio, foram selecionadas como finalistas 27 tecnologias (descritos na Tabela 2). Com base na indicação de seus autores, estas tecnologias destacaram-se com forte amplitude de áreas de atuação, apresentando sinergia com 22 das 26 áreas técnicas estabelecidas na Tabela 1.
As três tecnologias mais bem classificadas para cada uma das categorias, Geral e Estudantes, receberam troféus no bloco final dos Eventos Técnicos. Uma tecnologia, que tinha uma mulher como responsável, recebeu da organização Rede Mulher Florestal o troféu “Destaque Startup Mulher Florestal”.
As startups vencedoras desta edição foram, na categoria geral, a Quanticum, a Quiron Digital e a Radaz. Na categoria Estudantes, foram a Peephole e a Smart Timber. A Radaz também recebeu o troféu “Destaque Startup Mulher Florestal” da Rede Mulher Florestal.
O prêmio contou com o apoio de: Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (Abaf), Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abinci), Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif), Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Associação dos Reflorestadores de Mato Grosso
(Arefloresta), Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), Cubo Itaú, Associação Paulista de Produtores, fornecedores e consumidores de florestas plantadas (Florestar), Homo Ludens, Radar AGTech, Rede Mulher Florestal, Associação Sul-Mato-Grossence de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore), SP Ventures e Vbio.
Pesquisa científica, startups e os recursos florestais dos biomas brasileiros: Forest Startup Conecta constitui um portfólio de tecnologias desenvolvidas por startups para o todo o setor florestal brasileiro. Nos eventos técnicos da Expoforest, apenas o segmento de plantações florestais foi objeto de premiação. Entretanto, na sua continuidade, a Forest Startup Conecta passa a envolver Startups que desenvolvam tecnologias para os componentes de todas as formações florestais, em todos os biomas, suas restaurações e proteção, seus produtos e serviços ambientais.
No âmbito do potencial econômico, com preservação dos recursos florestais dos biomas brasileiros, há um gigantesco espaço para trabalhos envolvendo biodiversidade.
O pesquisador da Embrapa Dr. Alfredo Kingo Oyama Homma, em seu livro “Extrativismo, biodiversidade e biopirataria na Amazônia”, destaca, com muita propriedade, a necessidade de entender as limitações da economia extrativista e de estabelecer metas concretas de incorporar novos produtos da biodiversidade ao processo produtivo, conectadas com o setor empresarial, e de programas de crédito, assistência técnica e associações com países desenvolvidos com garantias mútuas, obedecendo ao ciclo de vida dos produtos. Uma lista de patentes requeridas por diversos países sobre produtos de plantas da Amazônia (descritos na Tabela 3), apresentada por este autor, evidencia os interesses econômicos de países desenvolvidos na biodiversidade brasileira. Castanha-do-pará, por exemplo, teve 73 patentes requeridas nos Estados Unidos. Nota-se que são patentes envolvendo produtos ou processos que poderiam ter sido desenvolvidos pelo Brasil, com potencial para a geração de emprego e renda, a partir de propostas inovadoras e investimentos em pesquisa científica e em viabilização de startups no País.
O portfólio Forest Startup Conecta será mantido ativo, com divulgação permanente, promovendo a visibilidade das tecnologias que dele participam, conectando startups com parceiros, investidores e clientes, de forma a viabilizar negócios no setor florestal. n
1: ÁREAS TÉCNICAS DO PRÊMIO EXPOFOREST DE STARTUPS EM PLANTAÇÕES FLORESTAIS (MONOCULTIVO E ILPF)
PRODUTO QUANT PATENTES PAÍSES
Castanha-do-pará
Andiroba
73 USA
2 França, Japão, EU, USA
1 USA (1999-2001) Copaíba
Ayahuasca (Banisteriopsis caapi)
Espinheira-santa
Jaborandi
USA, Italia, Canadá, Irlanda, WIPO, Bulgária, Rússia,
2: STARTUPS E TECNOLOGIAS FINALISTAS AO PRÊMIO EXPOFOREST DE STARTUPS
Conheça nossas soluções completas para os sistemas Full Tree e Cut-to-Length, que vão entregar produtividade associada ao menor custo na sua operação.
Tive a satisfação de moderar o painel Silvicultura Digital, no 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura em Ribeirão Preto- SP, que reuniu executivos e gestores de grandes empreendimentos florestais. Em um debate de quase duas horas, discutimos a trajetória e o futuro da Silvicultura Digital no Brasil. Inicialmente, coube-me fazer uma rápida contextualização histórica. Na sequência, os colegas se alternaram em três rodadas de discussão, compartilhando primeiro as suas visões, em seguida as suas experiências e, por fim, os desafios que teremos que superar. Inspirado por esses testemunhos e pelo conhecimento compartilhado, farei aqui uma síntese dos temas tratados nesse painel.
As últimas cinco décadas de gestão florestal e de silvicultura no Brasil foram caracterizadas por um oceano de oportunidades para os gestores de plantios florestais. O denominador comum de todas essas oportunidades foi o processo de tomada de decisões sobre “como, onde, quando e quanto" plantar. Esse processo demanda grande volume de dados e, principalmente, um grande esforço de interpretação e síntese. Nos últimos 50 anos, tivemos literalmente que surfar grandes ondas de inovação que, agrupadas por década, podem ser apresentadas da seguinte forma:
1. O surgimento de computadores pessoais nos anos 1980 trouxe o poder da computação para as casas e locais de trabalho, permitindo que qualquer pessoa pudesse processar dados, criar documentos e executar programas de computador. Populariza-se assim a planilha eletrônica, os sistemas de informação geográfica (SIG) e a otimização matemática. Essas ferramentas melhoraram o manejo e o planejamento florestal, a integração de dados espaciais com dados cadastrais e florestais. Os gerentes florestais puderam então analisar e visualizar melhor os dados, tomando decisões informadas sobre colheita, conservação e uso da terra.
Luiz Carlos Estraviz Rodriguez Professor de Economia e Planejamento Florestal da Esalq-USPNas últimas cinco décadas, tivemos um oceano de oportunidades. O denominador comum foi o processo de tomada de decisões sobre “como, onde, quando e quanto" plantar. "
2. A invenção da world wide web nos anos 1990 permitiu o fácil acesso à informação e à comunicação em escala global, revolucionando como os dados passaram a ser acessados, compartilhados e processados. A integração de computadores na internet facilitou o acesso a dados de sensoriamento remoto e a bases relacionais. Viu-se nessa década a aceleração da adoção das tecnologias de sensoriamento remoto com sensores passivos, como os multiespectrais, e com sensores ativos, como o LiDAR (Light Detection and Ranging). Essas tecnologias permitiram um monitoramento preciso e frequente das florestas em tempo real, fornecendo informações valiosas para práticas sustentáveis de manejo florestal e detecção precoce de possíveis ameaças.
3. A Internet de banda larga nos anos 2000 popularizou o acesso rápido e confiável à Internet. Permitiu transferência maciça de dados, facilitando a comunicação em tempo real, abrindo caminho para vários serviços de streaming e para aplicativos e soluções baseadas em nuvem. Os novos recursos potencializaram a coleta móvel de dados, o rastreamento da produção e a integração de sistemas florestais aos sistemas corporativos de gestão de dados. Smartphones e tablets tornaram-se coletores móveis de dados e imagens. Inspeções flores-
tais e o monitoramento da conservação se tornaram mais eficientes, incluindo o automático registro de coordenadas espaciais.
4. A popularização de smartphones e outros dispositivos móveis nos anos 2010 passou a oferecer poder de computação e acesso à internet em movimento. Viabilizou-se também a Internet das Coisas (do inglês, Internet of Things, IoT) e o acesso e disseminação de drones. Sensores inteligentes e dispositivos IoT têm sido implantados para monitorar vários parâmetros, como umidade e temperatura do ar e do solo, crescimento das árvores e de cobertura foliar. Essas tecnologias ajudaram a cunhar o termo silvicultura de precisão, que visa otimizar o uso de recursos, à redução do desperdício e à existência de florestas mais sadias.
5. O acesso a modelos de inteligência artificial e a algoritmos de aprendizado de máquina nos anos 2020 permitem agora assimilar o imenso volume de dados gerados pelas demais tecnologias. Além da rápida análise de gigabytes de informação, reconhecem padrões e indicam a decisão que minimiza erros. Essas tecnologias são aproveitadas nos esforços de conservação florestal, pois detectam com maior precisão a extração ilegal de madeira, o desmatamento e as mudanças em padrões de biodiversidade.
Essas cinco ondas tornaram a Silvicultura mais digitalizada e, especificamente, revolucionaram:
1. A coleta e a análise de dados (a) com LiDAR e drones, anteriormente feito apenas por aeronaves tripuladas. Faz uso de plataformas ágeis, reduz o custo e permite o rápido e preciso mapeamento 3D das florestas, proporcionando insights incomparáveis sobre a topografia da floresta, a estrutura da vegetação e, até mesmo, a dendrometria; (b) com satélites e novas plataformas aéreas, como balões estacionários e asas autônomas propelidas por energia solar, tornando o monitoramento florestal em tempo real mais preciso; e (c) com business intelligence e IoT para integração de sensores e coletores de dados móveis visando à tomada de decisão autônoma, rápida, menos propensa a erros e segura.
2. A automação e as operações de campo (a) com preparação de solo e amostragem robótica integrada a sistemas de georreferenciamento RTK para garantir condições ideais de crescimento das árvores; e (b) com preciso controle de pragas e adubação feito por drones que aplicam agroquímicos e fertilizantes, minimizando impactos ambientais e desperdícios.
3. A conectividade e a comunicação (a) via comunicação remota por rádio ou satélite, cobrindo vastas extensões para garantir rápida resposta das centrais de operação; e (b) via painéis integrados de gerenciamento que, por telemetria e conectividade avançada, supervisionam e controlam em tempo real operações remotas simultaneamente.
4. O transporte e as operações conduzidas por (a) veículos autônomos, propelidos por eletricidade ou biocombustíveis, de baixo custo laboral e maior eficiência operacional; (b) por sensores de produção e colheita instalados em máquinas conectadas a centrais de operação para feedback preciso e em tempo real; e (c) com monitoramento em tempo real de rotas e frotas de transporte que otimizem tempo, custo e minimizem impactos ambientais.
5. A medição que agora (a) usa de sensores ópticos e de perfilhamento LiDAR para cubagem não destrutiva de árvores e aferição volumétrica de pilhas de madeira; e (b) usa simultaneamente sensores dendrométricos e fotométricos para monitoramento do crescimento e da saúde das árvores.
6 A gestão apoiando-a com (a) torres autônomas de monitoramento para detecção precoce de sinais de incêndios florestais e outros sinistros visando à resposta rápida e eficaz; e
(b) sistemas integrados de gestão holística, combinando várias tecnologias e plataformas para gestão simultânea e multicritério dos recursos florestais, hídricos e de biodiversidade.
Ao concluir este artigo, quis saber a opinião de uma famosa plataforma de IA, e pedi que avaliasse as minhas reflexões. Transcrevo a resposta:
A estrutura fornecida oferece uma visão abrangente das tendências atuais e emergentes. Pode ser complementada pelas seguintes considerações:
• Realidade aumentada e virtual para planejamento de manejo florestal e para que os operadores de campo acessem rapidamente informações árvores específicas.
• Clonagem digital para criação de réplicas digitais de florestas que simulem e prevejam como diferentes fatores podem afetar o crescimento e a qualidade das florestas.
• Biometria avançada para identificação e rastreamento de animais, ajudando no esforço de conservação da vida selvagem e na manutenção do equilíbrio ecológico.
• Sensoriamento remoto, big data e medição de sequestro de carbono para avaliar a interação com eventuais mudanças climáticas, disponibilidade de água e o papel das florestas na mitigação desses efeitos.
• Blockchain e silvicultura para garantir cadeias de abastecimento de madeira rastreáveis e validação de práticas florestais sustentáveis.
• Interfaces com usuários mais aprimoradas, possivelmente controladas por voz, que reduzam o tempo para inserção e recuperação de dados.
• Robôs colaborativos (cobots) que trabalhem ao lado de operadores humanos para aumento de produtividade e redução de fadiga e acidentes. (chatGPT, v. 4.0)
Ao ler as sugestões, percebi o impacto e o quanto avançamos digitalmente. Os recursos de inteligência artificial estão ainda na sua infância, com enorme potencial para remodelar e expandir os horizontes da nossa Silvicultura.
Percebi também neste rápido exercício, como as inovações complementam a nossa inteligência natural, que terá que ser usada com sabedoria. Entretanto, para que os bons frutos de evoluções como a da inteligência artificial sejam colhidos, será essencial lembrar que a maximização de necessidades de produção só é viável se condicionada por princípios éticos e humanos de justiça e pelos limites naturais do nosso planeta. n
The future is now – O Futuro é agora – do autor de Three-Box Solution, o professor Vijay Govindarajan retrata bem o momento em que a silvicultura mundial vem passando em termos de Transformação Digital. Sem deixar para trás a aptidão tecnológica, em desenvolvimento operacional de novas máquinas e equipamentos para mecanização florestal, a silvicultura também tem se mostrado como um dos grandes campos de oportunidades em inovações disruptivas que contribuem significativamente para o aumento da performance operacional em campo.
Essas inovações, hoje, congregam desde o uso de aplicativos e aplicações mobile, passando por sensoriamento remoto do acompanhamento do crescimento da floresta, e, até mesmo, com as soluções embarcadas em máquinas e equipamentos, as quais permitem a realização do monitoramento operacional em tempo real.
Estamos realmente em uma fase em que as operações assistidas nos permitem tomadas de decisões céleres, fazendo com que tenhamos a máxima extração da produtividade operacional em nossos processos de produção florestal.
Hoje podemos sensorear praticamente tudo no processo silvicultural, e tudo começa no
planejamento, com poderosos softwares de otimização e ordenamento da produção florestal que permitem planejar com precisão a implantação das florestas e, até mesmo, o microplanejamento digital das atividades e operações florestais que serão realizadas para o sucesso do empreendimento.
Nesta etapa, também, temos uso de inúmeras tecnologias, começando pelo uso de Drones e VANTs – Veículos Aéreos Não Tripulados, que realizam os voos cadastrais autônomos para levantamentos dos parâmetros necessários a uma boa prática do uso do solo, respeitando as condições edáficas e topográficas, bem como os critérios ambientais. Veja a figura 1 no grupo de ilustrações.
É importante ressaltar que todo o processo de transformação digital somente poderá ter sucesso com os devidos envolvimentos e participação das pessoas que o conduzem
"
Jozébio Esteves Gomes
Coordenador de Competitividade e Projetos Florestais da Eldorado Brasil
Com a coleta dessas imagens, é possível utilizar os modelos de elevação digital do solo, obtendo detalhes importantes, tais como, declividade, áreas de proteção ambiental, estradas, carreadores e, até mesmo, simular o escorrimento superficial das águas da chuva e a distribuição dos talhões de forma otimizada. Veja a figura 2 no grupo de ilustrações.
De posse dessas informações, são definidas e plotadas as linhas de plantio, para que as operações de preparo do solo sejam realizadas com precisão, embarcando-as nos computadores de bordos das máquinas, as quais operam por meio de uso de pilotos automáticos orientadas por GPS – Sistemas de Precisão Geográficas, conectados em tempo real com satélites poderosos, conforme detalha a figura 3 no grupo de ilustrações.
Praticamente, todas as operações silviculturais hoje permitem ser apontadas digitalmente, seja utilizando um equipamento mobile, tais como smartphones e tablets, e, até mesmo, com soluções embarcadas mais robustas, tais como computadores de bordos altamente inteligentes.
A diferença é que, para esse segundo, é possível a obtenção de forma automática dos ciclos operacionais de produção, bem como do estado de máquina, informações essas muito importantes para o monitoramento em tempo real das atividades operacionais e tomadas de decisão baseadas em dados do presente e, também, predizer alguma falha que por ventura poderá acontecer com o equipamento em nível mecânico. Veja detalhes na figura 4.
Outro ponto importante na prática silvicultural é o acompanhamento da evolução das operações em campo com base no que foi planejado no início. Para isso, hoje, é possível o emprego de tecnologias de análises multitemporais utilizando nano satélites. Isso permite o controle do realizado versus planejado, de forma segura e inteligente para obtenção da assertividade e acurácia na definição e na execução do microplanejamento operacional, conforme demonstra o conjunto de imagens da figura 5.
Esta mesma tecnologia satelital hoje é também empregada na detecção de matocompetição com o uso de imagens de alta resolução para cálculos dos índices de biomassa e detecção de plantas daninhas nos plantios florestais.
Na parte do sensoriamento, praticamente já estamos na era das florestas 4.0, pois hoje quase todas as empresas já estão fazendo o uso de sensores inteligentes em seus povoamentos
florestais para obtenção de informações de crescimento da floresta, e até mesmo o seu estado nutricional. A exemplo disso, temos os sensores LiDar que permitem um mapeamento em 3D – três dimensões, dos plantios florestais, fornecendo inclusive dados dendrológicos, permitindo modelagens do crescimento e da produção futura dos mesmo, conforme mostra o destaque da figura 6.
Ainda nessa mesma linha, temos os dendrômetros digitais que são sensores que medem o crescimento diariamente das árvores, permitindo a obtenção do comportamento das florestas em diferentes fases do seu estabelecimento, bem como o entendimento do efeito da sazonalidade das estações do ano no desenvolvimento da mesma, conforme apresenta o conjunto de fotos com os dispositivos IoT no conjunto 7.
O mais recente lançamento de mercado para esta prática de monitoramento contra incêndios em tempo real são os drones de longo alcance. Esses equipamentos possuem autonomia mínima de 6 horas de voo e com alcance mínimo de 60km do seu ponto de controle, o que permite uma mobilidade no patrulhamento das florestas pelo ar, na busca por qualquer ameaça que possa colocar em risco a produção florestal, tornando o processo silvicultural um dos mais seguros do mundo em termos de sinistralidade, conforme fotos do destaque de número 8.
São inúmeras as aplicações tecnológicas e inovadoras utilizadas nos processos silviculturais das empresas de base florestal, inclusive na parte de proteção dos seus ativos contra sinistros causados por fogo. Nesse campo, a tecnologia avançou imensamente com sistemas de monitoramento com câmeras de detecção automática de última geração que possuem o alcance mínimo de 15 km.
Isto permitiu que o monitoramento seja realizado 24 horas ininterruptas, aumentando a segurança e a proteção dos povoamentos florestais, conforme demonstra o vídeo no destaque de número 9.
Por fim, é importante ressaltar que todo o processo de transformação digital de parte da cadeia de produção florestal somente poderá ter sucesso com os devidos envolvimentos e participação das pessoas que o conduzem, pois elas são os atores chaves para que as tecnologias e inovações adotadas tenham aderência e aceitação do meio, permitindo, assim, uma melhoria contínua das atividades e operações silviculturais realizadas. n
1.VANT: utilizado para levantamentos cadastrais de áreas potenciais para produção florestal
Perfilamento de Junho/2022
Perfilamento de
A EMEX Brasil é uma empresa que representa e comercializa produtos para as áreas de colheita e transporte florestal de marcas reconhecidas internacionalmente pela alta tecnologia, qualidade, resistência e segurança na operação. Equipamentos e produtos certificados garantem o controle de processo comprovado no desenvolvimento das melhores soluções para o seu negócio florestal.
A EMEX Brasil é uma empresa que representa e comercializa produtos para as áreas de colheita e transporte florestal de marcas reconhecidas internacionalmente pela alta qualidade, resistência e segurança Equipamentos e produtos processo comprovado no das melhores soluções seu negócio florestal.
Manter as tendências nacionais de produtividade com baixo custo por metro cúbico produzido posto fábrica, frente a uma economia mundial volátil, são os principais desafios de uma empresa florestal na atualidade. Para isso, contar com um sistema de informações sólido e integrado que lhe permita tomar decisões cada vez mais rápido e assertiva faz toda a diferença nessa busca por competitividade.
Porém, na prática, não é isso que a maioria das empresas florestais do país tem vivenciado. Grande parte das empresas geralmente conta com um sistema central que controla o físico e financeiro de seu negócio e uma série de sistemas paralelos não integrados a este sistema central, com funções específicas para cada atividade ou sub-ramo de seu core business.
No caso da Unidade Florestal da Bracell Bahia, isso não é diferente. Hoje utilizamos basicamente o SGF para realizar todo planejamento e controle físico das principais operações florestais, tais como, viveiro, silvicultura, colheita e transporte de madeira, e o SAP para contabilização financeira destas atividades, apuração e pagamento dos fornecedores.
Porém, existe uma gama de outros sistemas, desde o planejamento a longo prazo, pesquisa e desenvolvimento florestal e gestão socioambiental, como, por exemplo, gestão de impactos das atividades florestais e reclamações dos principais stakeholders dentro da área de atuação da empresa, que não estão integrados aos sistemas centrais (SGF e SAP). Todo input e output de um sistema paralelo para outro, ou mesmo para os sistemas centrais, são realizados manualmente, consumindo horas e horas de recursos humanos em análise e interpolação de dados, sem falar dos riscos de erros e compliances ao lidar com pessoas.
Manter as tendências nacionais de produtividade com baixo custo por metro cúbico produzido posto fábrica, frente a uma economia mundial volátil, são os principais desafios de uma empresa florestal na atualidade.
Marcos Paulo Rossi Sacco Gerente Sênior de Operações Florestais na BracellApesar de um grande portfólio de sistemas disponíveis no mercado florestal na atualidade, o desafio das empresas é conseguir integrar tudo num único sistema. Foi pensando nisso e tentando mitigar esses erros, tornando o sistema mais confiável e fidedigno para facilitar a tomada de decisão em tempo real que a Bracell Florestal Bahia no ano de 2022 criou o projeto “Forestry Operational Excellence”, que tem como principal objetivo unificar bases de dados atualmente alocados nos diferentes tipos de sistemas que são utilizados pela empresa, porém não integrados, num formato de Big Data, evitando a necessidade de recorrer a diferentes plataformas para obter informações cruciais na tomada de decisão diária da Unidade Florestal, tornando essa mais ágil e assertiva.
A principal ideia do projeto foi simplificar o acesso às informações, sendo possível correlacionar dados necessários para análise da performance da floresta e qualidade das operações florestais, através de dashboards personalizáveis ao usuário.
Para customizar uma série de reports que reflitam a realidade de campo e que seja usual não somente à Unidade da Bahia, mas também a outras Unidades de Negócio do grupo, o projeto conta com a participação de diferentes áreas da empresa, formado por um time multidisciplinar, o qual inclui insights de profissionais do Brasil, Índia e Malásia, das áreas florestal, digital, tecnologia da informação e planejamento florestal.
Criar um repositório de dados único para todas as áreas é um importante passo na jornada de transformação digital das operações florestais. Temos agora uma plataforma comum para as equipes de São Paulo e Bahia, com KPIs e dashboards padronizados, obtenção automática de dados e consolidação de dados de diferentes fontes.
A partir de uma solução como essa, a empresa caminha para a excelência operacional, pois ela é a base necessária para a construção e uso de diversas outras tecnologias, como aplicativos mobile, inteligência artificial e aprendizagem de máquina”.
Outros desafios que o setor florestal enfrenta inerentes a integração propriamente dita de sistemas, mas que tem um link com o tema e faz toda diferença na busca por competitividade, são a capacitação da mão de obra para operar os sistemas, conectividade em regiões remotas de atuação das empresas, infraestrutura e o custo das constantes atualizações e novas versões.
Apesar desses desafios, a Bracell Florestal Bahia tem plena convicção de que o processo de digitalização não somente na silvicultura, mas no setor florestal como um todo, é um caminho sem volta e de grande importância para alavancagem da produtividade e competitividade florestal, sendo necessário, assim, que as empresas mantenham a perseverança e o incentivo às grandes ou mesmo às pequenas inovações, sejam estas criadas em casa ou no mercado. n
Como ponto de partida, gostaria de reforçar conceitualmente o termo ‘Silvicultura Digital’, o qual tem sido amplamente utilizado pelos profissionais das mais diversas competências do setor florestal. De modo bastante pragmá tico, podemos entender a Silvicultura Digital como o resultado do somatório de Tecnologias Digitais e a Gestão Florestal. Ela surge a partir do momento em que soluções tecnológicas são base para ações de manejo das mais diversas atividades da cadeia florestal.
Dada a natureza do tema, teria aqui a opor tunidade de descrever e aprofundar sobre inú meros dos avanços tecnológicos desenvolvidos no setor florestal, os quais apresentam uma curva acentuada de soluções aplicadas a partir do iní cio dos anos 2000. Tecnologias relacionadas a Sistemas Avançados de Informações Geográ ficas (SIG) para coleta de dados por detecção remota, com uso de GPS, satélites, drones e de mais dispositivos. Ainda, na etapa da coleta de
substituição do homem pela máquina. Fato é que muitas soluções desenvolvidas levam a essa substituição, mas, muitas vezes imposta, decorrente da escassez crescente de profissionais no campo. "
Sistema de Gestão de Qualidade certificado pela ISO 9001: 2015, em desenvolvimento, produção, comercialização e serviços pós-venda
Resultados de controle comprovado em campo e por ensaios técnicos de universidades.
É possível observar que as soluções tecnológicas têm apresentado tal avanço expressivo, pois contam com iniciativas advindas de diversas frentes, chegando ao mercado através de desenvolvimentos feitos pelas próprias empresas florestais, mas, ainda, por universidades, por institutos de pesquisa e desenvolvimento, e sobretudo por startups
E, dentro deste universo de soluções e possibilidades existentes, gostaria, todavia, de me concentrar em um aspecto relacionado à tecnologia a serviço do trabalhador presente no campo, nas frentes de serviço. Exerço aqui a oportunidade de compartilhar um pouco mais sobre duas soluções de aplicativos móveis, desenvolvidas pela Vallourec, mencionadas durante o painel Silvicultura Digital, no 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura realizado como parte integrante da programação da 5ª Expoforest.
Quando pensamos no uso de tecnologias aplicadas nas atividades e operações florestais, logo nos remetemos à substituição do homem pela máquina. Fato é que muitas soluções desenvolvidas levam a essa substituição, a qual, muitas vezes, tem sido cada vez mais imposta, decorrente da escassez crescente de profissionais no campo para realização das atividades. Mas, por outro lado, temos exemplos de tecnologias que vêm para apoiar e trazer suporte tecnológico aos trabalhadores florestais no exercício de suas funções.
Um caso de sucesso que gostaria de compartilhar é o RH Digital, desenvolvido pela equipe brasileira de Tecnologia da Informação da Vallourec. Trata-se de um aplicativo colocado à disposição de todos os empregados da empresa que permite concentrar diversas funcionalidades de gestão de pessoas. Trata-se de uma ponte digital entre a área de recursos humanos e o empregado. Com este aplicativo, tornou-se possível desmaterializar rotinas que anteriormente exigiam a presença, o registro físico e o contato direto do empregado. Como exemplo de funcionalidades da solução, cuja aceitação foi muito alta pelos usuários, todos têm acesso de maneira remota ao comprovante mensal de pagamento, fazem a solicitação de férias e o gerenciamento de horas trabalhadas pelo aplicativo; gerenciam recursos de investimento e crédito alocados na cooperativa da empresa, recebem informações e novidades relevantes a respeito da empresa.
Um segundo caso de sucesso de solução digital implementada recentemente na Vallourec é o EPI Center. Essa tecnologia permitiu desmaterializar a gestão dos equipamentos de proteção
individual (EPIs). Toda a rotina que era anteriormente baseada na ficha física de registro de EPIs, assinada por cada empregado no ato do recebimento do material, também saiu literalmente do papel. O trabalhador continua assinando o recebimento do seu material, mas em um dispositivo digital, o qual é armazenado em seu banco de dados. Trata-se de uma ferramenta que trouxe maior segurança para o empregado e benefícios para a empresa. Passamos a ter garantia ampliada na distribuição do EPI definido para a função que o funcionário exerce, presente em seu cadastro digital, o que reforça o nível de segurança dos trabalhadores no exercício de suas atividades. Em se tratando de uma ferramenta cuja gestão da informação é integrada, possibilita a redução de desperdícios, gestão inteligente de estoques e confiabilidade em auditorias.
A Silvicultura Digital está presente mais do que nunca em nosso dia a dia florestal. E apesar de todos os avanços, alguns desafios importantes ainda são latentes. Desafios técnicos como a conectividade plena e facilmente acessível em áreas de plantios remotos; a integração de dados, gerados a cada dia em uma velocidade maior e em maior quantidade, advindos de inúmeras soluções implementadas; e a segurança dos dados obtidos, garantindo a confiabilidade e assegurando a competitividade de seus detentores. Desafios relacionados a investimentos necessários para acompanhar essa evolução tecnológica, os quais impõem possibilidades distintas entre empresas, investidores e produtores rurais.
E, sobretudo, desafios voltados ao homem, o qual está no centro dessa transformação digital: desafios de capacitação de mão de obra, sobretudo pelo fato de que novas competências são exigidas para acompanhar as mudanças, o que exige uma atenção maior na formação e treinamento dos profissionais. Isso se faz necessário para atrair e reter pessoas que estão entrando no mercado de trabalho, mas, sobretudo, para combater a exclusão digital de grupos ou pessoas que atuam no campo.
Portanto, a silvicultura digital a serviço do homem no campo é repleta de possibilidades, excelentes exemplos implementados, oportunidades ainda não desenvolvidas ou integralmente implementadas. O foco no profissional como usuário dos recursos tecnológicos no campo é vital, para podermos extrair os resultados esperados de soluções excelentes que fortalecem ainda mais a competitividade do setor florestal brasileiro. n
Silvicultura de Precisão, Silvicultura 4.0 e Silvicultura Digital... afinal, o que há em comum entre esses termos? Acompanhamos o desenrolar de novos termos, jargões tecnológicos e a chegada da tal "transformação digital". Refletindo sobre os termos, percebi que a grande coisa em comum é a palavra silvicultura. Pensar em "silvicultura" antes de pensar em "digital" imprime uma priorização clara do objeto alvo de transformação (o cultivo de árvores) sobre o objeto de suporte (a digitalização). Havemos de concordar que ninguém sentirá falta de sistemas sofisticados de controle se houver plenitude da oferta de madeira. Já o contrário, não. Afinal, a sustentação de todo negócio de base florestal é a produção/disponibilidade de madeira. Apesar da transformação digital, os processos que governam o crescimento de árvores são imutáveis. A fotossíntese não se importa com conectividade, as formigas não param de trabalhar porque foram mapeadas por sensoriamento remoto, o mato não precisa abrir um chamado para germinar e crescer, entre tantas outras analogias cabíveis para ilustrar o tema.
Posto isso, não podemos nos fechar ao novo. Olhar apenas para o retrovisor e saudar o passado glorioso não nos fará evoluir. A civilização se constrói em um processo evolutivo contínuo e negligenciar as novas possibilidades geradas a partir dos novos recursos tecnológicos é ingenuidade. Ao mesmo tempo, esquecer a história e os conceitos básicos é um tiro na raiz.
As limitações à implementação de recursos digitais não estão em limitações tecnológicas, mas sim nos recursos humanos. E é justamente na formação/capacitação dos recursos humanos que mora a verdadeira transformação. Exatamente em um dos momentos mais pujantes do setor em termos de crescimento, empregabilidade, novas fronteiras, oportunidades com economia verde e serviços ecossistêmicos, crescimento das pautas ESG, novos materiais e matérias-primas renováveis; enfim, um universo de coisas em que as
florestas plantadas e naturais exercem um papel fundamental, observamos um persistente desinteresse dos jovens pela silvicultura. O interesse pelo curso de Engenharia Florestal da Esalq-USP caiu de 8 para 1,7 candidato/vaga. Nas universidades federais, o interesse caiu pela metade, de 3,3 para 1,6 candidato/vaga.
Seria o “digital” uma forma de cativar mais interessados em aprender sobre o cultivo de árvores? Como está a formação pré-universitária dos cursos técnicos e de ensino médio? Como estamos educando nossas crianças? Quando começa a formação de um silvicultor? São imensos os desafios para tornar a silvicultura uma atividade com níveis plenos de digitalização. E não será da noite para o dia, mas já há um processo que brota de vários lugares impulsionando a transformação digital. O receio de adotar novas tecnologias tem se quebrado e inovações em todos os campos começam a aparecer aqui e ali.
O futuro é um lugar curioso. Ah! Se pudéssemos tocá-lo! Saberíamos decidir melhor hoje? Devemos ficar alerta e não nos fascinar com possibilidades longínquas e futurismos, esquecendo de falhas estruturais profundas para o desenvolvimento estratégico de uma atividade florestal próspera e competitiva. A mensagem que fica é que não adianta cobrar das escolas, universidades e colégios técnicos. Cabe aos atuais silvicultores apoiarem genuinamente e incisivamente a transformação mental da capacidade de análise e síntese dos novos silvicultores para integrar a silvicultura aos recursos digitais. n
Eduardo de Diretor de Sustentabilidade da GeplantO interesse pelo curso de engenharia florestal da Esalq-USP caiu de 8 para 1,7 candidato/vaga. Nas universidades federais, o interesse caiu pela metade, de 3,3 para 1,6 candidato/vaga. "
Moré
Mattos
Enviroment & Material Handling Enviroment & Material Handling
Enviroment & Material Handling
Enviroment & Material Handling
Aproveite e inscreva-se no nosso canal para ficar atualizado nos lançamentos de i n o v a ç õ e s t e c n o l ó g i c a s v o l t a d a s a processamentos de resíduos industriais e domésticos, reciclagem, compostagem, biomassa e movimentação de cargas.
Os desafios de oferta e qualificação de mão de obra, hoje, estão muito mais presentes nas realidades de todos do que pensamos. Sem dúvida, realizar conexões estratégicas e promover uma convergência no setor florestal é fundamental para superá-los. Talvez esta tenha sido a reflexão chave do painel “Rumos da Mecanização e a escassez da mão de obra”, e, inclusive, dos diversos desafios debatidos no evento.
Quando iniciamos a discussão em nosso painel, logo tivemos o primeiro contato com o termo "apagão de mão de obra", fazendo referência ao apagão florestal, mas que, na verdade, possui o mesmo viés de escassez, porém relacionado à disponibilidade e qualidade da mão de obra. Ambos nos desafiam, cada vez mais, e, em relação à mão de obra, a percepção é que sempre há algo que não preenche as lacunas. Assim, as empresas são desafiadas a se reinventarem, buscarem novos limites de exigências e ofertas para ora suprir cargos operacionais, ora cargos especializados.
Quando começamos a buscar uma sinergia nos temas mão de obra versus mecanização, automação, IA e outros, o desafio leva a uma complexidade ainda maior, pois, ao mesmo tempo em que investimos alto em determinado negócio inovador, encontramos um cenário de desequilíbrio entre oferta de mão de obra e utilização de tecnologia na maioria das vezes.
Precisamos pensar que um operador de máquinas, um operador de forno ou de sistemas, não estão prontos em um curto espaço de tempo. Parcerias entre empresas e o setor de aprendizagem e ensino, com instituições e universidades, são fundamentais para o sucesso do negócio.
Edimar de Melo Cardoso Diretor de Operação da Aperam BioenergiaEm algum momento, temos carência de mão de obra especializada para utilizarmos tecnologia avançada, e, ao mesmo tempo, se não conseguirmos acelerar a utilização da tecnologia disruptiva, faltará mão de obra para executar o processo de forma manual e/ou semimanual. Esse desequilíbrio afeta negativamente a excelência operacional e a eficiência dos processos, o que ocasiona aumento dos custos, redução na qualidade dos produtos e consequentemente queda da satisfação dos clientes.
Pensar e utilizar os recursos da melhor forma, aqui estamos falando de mão de obra e tecnologia, passam por um planejamento estratégico vivo, que precisa ser retroalimentado periodicamente no plano de negócios. A falta de visão sistêmica neste assunto nos traz desafios cada vez maiores, pois nos obriga a trabalhar de uma forma reacionária, desorganizada e ineficiente, pois não conseguimos prever e executar com antecedência as tendências que já se transformaram em processos produtivos, serviços específicos e/ou novos produtos.
Investimentos em treinamento e desenvolvimento de pessoas são fundamentais para o sucesso da estratégia e precisam começar muito antes de eles serem colaboradores das nossas empresas. ;
Em nossas discussões, a palavra "parceria" surgiu em muitos momentos e não tinha como ser diferente. Precisamos pensar que um operador de máquinas, um operador de forno ou de sistemas não estão prontos em um curto espaço de tempo. Parcerias entre empresas e o setor de aprendizagem e ensino, parcerias com instituições e universidades são fundamentais para o sucesso do negócio. Gostaria de compartilhar e resumir um case de sucesso da Aperam dentro da sua estratégia de primarização e de expansão do transporte de madeira. Resumidamente, em um cenário de escassez de oferta de motoristas habilitados e qualificados, a Empresa estruturou e organizou parcerias com autoescolas da sua região de atuação, incentivando e suportando candidatos para conseguirem a habilitação na categoria E. Dessa forma, meses ou até anos mais tarde, os mesmos habilitados tiveram condições de serem contratados e treinados pela Aperam para atuarem como motoristas profissionais nos processos produtivos da empresa. O diagnóstico e a necessidade foram levantados anos antes do início do projeto de primarização, demonstrando a importância do planejamento e da eficiência na execução.
Se os desafios em balancear mão de obra e tecnologia são enormes, os desafios estruturais de diversidade e inclusão nas empresas também são desafiadores. É um tema novo que muitas empresas já têm buscado evoluir e aprender para que possam, ao menos, proporcionar ambientes mais equilibrados.
Penso que é preciso abandonar o conceito de projeto e ir além ao encararmos estes desafios que estão em nossas mesas como um propósito humanitário, uma vez que o propósito das políticas de integração é dar condições iguais para todas as pessoas, independentemente de sua raça, cor, sexo, religião, fortalecendo e gerando respeito mútuo a todos. É sabido que a diversidade impulsiona a inovação; o que parece um desafio pode se transformar em uma grande oportunidade, é preciso mudar o alcance da visão. Recentemente, na Aperam evoluímos bastante neste tema. Já é nítido e mensurado o quanto os projetos estão sendo impulsionados por este time que se torna cada vez mais diversificado e inclusivo.
Penso que estamos no caminho certo. É gratificante ir ao campo e ver, por exemplo, cada vez mais mulheres, até então distantes da rotina das empresas, hoje atuando como motoristas, operadoras de máquinas, pedreiras, supervisoras, gestoras, cada vez mais representadas e respeitadas como pessoas.
Isso é um motivo de orgulho e, ao mesmo tempo, um desafio para ter continuidade. Já sinto uma felicidade enorme em participar ativamente deste momento, contribuindo para melhores cenários para as futuras gerações.
Em uma etapa final da nossa discussão, veio à tona a representatividade dos pequenos e médios produtores em nossa cadeia florestal, os quais são fundamentais, e a importância e relevância deles como protagonistas das transformações da nossa cadeia produtiva. Há um consenso de que precisamos, juntamente com eles, influenciar o desenvolvimento de políticas específicas, aliado a produtos/meios que viabilizem investimentos, tecnologias, acesso a informações, inovações e pesquisas direcionados para eles. Existe aqui também um grande desafio de integração e diversidade, sendo preciso, cada vez mais, trabalhar essa inclusão de forma justa.
Como dever de casa, empresas, instituições de representação, como IBA, AMIF, associações de classe, iniciativa pública e governo, juntos, devem buscar convergência para planos eficientes que os contemplem de forma eficiente e permitam que eles sejam cada vez mais sustentáveis e promissores nos seus respectivos processos. Desta forma, a agroindústria florestal se torna mais forte, abrangente e geradora de valor para a sociedade em plena transformação.
Enfim, a convergência do setor da agroindústria florestal brasileira é fundamental para gerirmos os objetivos e desafios comuns, somar esforços e fortalecer conexões e parcerias com os diversos atores. É imprescindível integrar e considerar como elos fortes setoriais os pequenos e médios negócios que, apesar de muitas adversidades, ainda acreditam na perenidade e relevância das florestas plantadas. De forma integrada e organizada, cabe aos maiores negócios estimular a constante evolução da agenda sustentável do setor, de forma que suas melhores práticas sejam aplicáveis em sua devida escala aos demais.
Por último, e não menos importante, devemos reconhecer e fortalecer cada vez mais o pioneirismo e a capacidade de transformação do nosso setor. Hoje, sem dúvida, somos referências em práticas sustentáveis para a grande parte do agro brasileiro.
Temos que nos orgulhar muito do que temos feito até aqui e seguirmos firmes no propósito de melhoria e evolução, somos fortes contribuintes para a nova economia global baseada em ativos verdes. n
Até o final de 2022, o preço da madeira alcançou índices recordes, impulsionado pela alta competição por terras e pela incerteza quanto à autossuficiência do maciço florestal existente. Para o período até 2030, projeta-se um crescimento de 33% na produção de celulose e 11% na produção de papel, baseado nos níveis de 2020. Com esse cenário, foram anunciados investimentos significativos, totalizando R$ 54,2 bilhões entre 2023 e 2028, para o setor florestal.
Atualmente, o Brasil conta com 9,93 milhões de hectares de efetivo plantio e a cadeia produtiva das florestas representa 1,2% do valor adicionado à economia em 2021. Essas florestas plantadas se estendem por mais de mil municípios, empregando cerca de 2,9 milhões de pessoas, com 600 mil trabalhadores em atividades diretas, o que equivale a 7,2% da base do agronegócio primário (8,3 milhões de pessoas).
Grande parte dos trabalhadores do agro tem o campo como sua origem. Por isso, é importante olhar para a tendência de declínio da população rural brasileira, que será ainda mais impactada pelo positivo aumento do nível educacional desse grupo. Conforme dados do Cepea, entre 2012 e 2022, felizmente a força de trabalho no agronegócio elevou seu nível de escolaridade, embora ainda enfrente desafios salariais, recebendo, em média, 30% menos que a média salarial brasileira.
Além disso, hoje o Brasil se beneficia do bônus demográfico, com a taxa de desemprego sendo reduzida nos últimos anos, prevendo-se uma redução para 8% nos próximos dois anos. Alguns estados brasileiros vivem o pleno emprego, com taxas entre 3% a 4,8%, como o Estado do Mato Grosso, com taxa de 3%, e Santa
Projeta-se até 2030 um crescimento de 33% na produção de celulose e 11% na produção de papel, com base em 2020. Nesta linha, foram anunciados investimentos de R$ 54,2 bilhões entre 2023 e 2028. "
Anderson Lins Machado Diretor Florestal da Dexco;
Catarina, com 3,8%. No mesmo sentido, existem estudos que indicam que, em breve, para cada cinco vagas abertas no campo, haverá apenas um profissional qualificado disponível.
Os impactos dessa situação já são observados no dia a dia operacional, em que encontrar candidatos para vagas e manter a equipe é desafiador. Diante disso, é essencial questionar: Quão avançada está a mecanização no setor? As tecnologias em desenvolvimento atendem às necessidades produtivas? A evolução da mecanização será capaz de acompanhar a redução da mão de obra no campo?
A mecanização no agronegócio brasileiro foi e continua promissora, com avanços significativos em várias atividades produtivas. A industrialização agrícola expandiu rapidamente e passou a exigir uma reestruturação do campo. Na colheita florestal, desde a década de 1980, tivemos inúmeros avanços, proporcionando redução de custos, aumento da produtividade e maior segurança. Porém, quando se analisa a silvicultura, percebe-se um progresso mais lento.
Entre os desafios da implantação florestal, a incapacidade das mudas se manterem hidratadas após plantio é a principal causa de mortalidade. Quando analisadas individualmente, as operações de irrigação e plantio se destacam como as atividades que menos evoluíram com a mecanização. A complexidade das áreas de reforma, exigência de técnica e habilidade para execução dessas operações e o alto investimento em maquinários tendenciam a utilização da mão de obra. Algumas alternativas já existem no mercado, como plantadoras automatizadas e sensores óticos para irrigação mecanizada, mas ainda necessitam de desenvolvimento contínuo para garantir níveis razoáveis de produtividade e qualidade.
A alternativa que o setor encontrou para melhorar o desempenho das atividades já realizadas com trator foi desenvolver equipamentos e implementos que garantam um melhor rendimento, como, por exemplo, aumento da capacidade de tanques/reservatórios, operações conjugadas, implementos mais resistentes, associados a tecnologias como piloto automático para preparo de solo, controladores eletrônicos de insumos, telemetria das máquinas e monitoramento em tempo real.
Essas estratégias serviram para o aumento da nossa produtividade e para que, nos últimos 10 anos, as horas utilizadas para produção de um hectare reduzissem em 20%.
Embora haja avanço nesse ponto, a proporção entre atividades manuais e mecanizadas foi mantida no período, no qual 60% ou 70% das atividades ainda continuam sendo manuais. O cenário mostra a elevada dependência dos trabalhadores rurais. Assim, é importante conhecer esse público com profundidade e pensar qual será o perfil do trabalhador rural nos próximos anos.
Com média de 35 anos e formação predominantemente de ensino fundamental incompleto, esse público está envelhecendo e as condições de trabalho de campo ofertadas pela silvicultura fazem o setor não ser atraente. Alguns estudos afirmam que as expectativas dos jovens rurais estão, na maioria das vezes, associadas à busca por melhores condições de vida, que os direciona para as cidades. Buscam também a construção de uma identidade sem estigmas, associada ao senso comum e entendida como “normal”. Como setor, o alto turnover e dificuldade de retenção se justificam principalmente pelo ambiente de trabalho distante das cidades, qualidade de vida e remuneração.
Dessa forma, é imprescindível traçar políticas de retenção e atratividade para essa força de trabalho, como a remuneração variável em função da produção, melhoria das condições de trabalho e um programa de capacitação com vistas ao crescimento interno das pessoas.
O futuro das florestas plantadas no Brasil está relacionado à inteligência, conexão e máxima mecanização. Para isso, é crucial que as empresas florestais, fabricantes de equipamentos e instituições de ensino se unam em prol desse objetivo, incentivando a pesquisa e o desenvolvimento para impulsionar a produtividade, reduzir a dependência de operações manuais e garantir maior eficiência operacional.
Talvez ainda não tenhamos respostas concretas para todos os questionamentos realizados, mas o fato é: o setor florestal brasileiro enfrenta o desafio de modernizar a silvicultura através da mecanização. Com a cooperação e inovação de todos os envolvidos, podemos alcançar avanços significativos que impulsionarão a produtividade e a sustentabilidade da indústria de florestas plantadas no País.
Em paralelo, precisamos investir mais na nossa gente, preparando nossas equipes para viver esse momento que tem sido transformador. n
Entre os riscos mapeados recentemente estão os relacionados aos efeitos da mudança climática e seus impactos sobre a produtividade.
Dentre os riscos mapeados que afetam a produtividade, as recentes alterações climáticas têm levado a eventos extremos, como secas prolongadas, chuvas intensas e aumento da temperatura, impactando o desenvolvimento das florestas comerciais e afetando a disponibilidade de madeira necessária para a indústria.
Outro risco significativo é a incidência de pragas, doenças e incêndios florestais. Esses problemas podem se espalhar rapidamente e causar danos consideráveis, resultando em perdas financeiras substanciais.
A prevenção, detecção precoce e controle efetivo desses agentes são fundamentais para mitigar os riscos e preservar a produtividade das florestas. Investimentos em técnicas de monitoramento, manejo integrado de pragas e doenças, além de planos de combate a incêndios florestais, são essenciais para proteger os plantios.
Além disso, é importante considerar a necessidade de alocação de materiais genéticos específicos para cada site, utilizando a diversificação de materiais como estratégia de gestão de riscos.
A utilização de diferentes materiais adaptados às condições locais reduz a vulnerabilidade dos plantios florestais a fatores de risco específicos, como pragas e doenças. A diversificação genética fortalece a resiliência dos plantios e aumenta as chances de sucesso em diferentes cenários.
Gargalos de infraestrutura e logística podem resultar em atrasos, aumento dos custos operacionais e impacto negativo na eficiência geral dos processos, que, apesar de não impactarem diretamente sobre a produtividade florestal, reduzem a competitividade no custo da madeira.
Investimentos na melhoria da infraestrutura logística são essenciais para otimizar as operações florestais e reduzir os riscos associados à falta de infraestrutura adequada.
Reforçando a importância de um orçamento operacional flexível, é fundamental entender que isso não significa deixar de lado o conceito de fazer mais com menos.
Um orçamento flexível permite a adaptação às condições variáveis do mercado, mas também exige uma alocação estratégica de recursos. Isso envolve o planejamento cuidadoso das despesas, identificação de prioridades e a busca de eficiência em todas as etapas do processo produtivo. A implementação de tecnologias avançadas, como sistemas de automação e otimização, pode contribuir para a maximização de recursos e da produtividade.
Na gestão eficiente de riscos, investimentos em sistemas de controle e monitoramento podem ajudar bastante. A implantação de torres de controle a partir de sensores instalados em equipamentos permite uma rápida tomada de decisão e correção de desvios em relação ao prescrito.
A detecção precoce de desvios, como dosagens, tempo perdido, rotas, consumo de combustível, permite a adoção de medidas imediatas de manejo e controle, minimizando desperdícios de recursos e gerando contingência.
A qualificação da mão de obra também é um fator crítico para a produtividade florestal. A falta de profissionais capacitados e treinados adequadamente pode comprometer a eficiência das operações florestais.
A falta de conhecimento técnico e habilidades específicas pode levar a práticas de manejo inadequadas, afetando a qualidade e a produtividade geral. Investir em programas de capacitação e desenvolvimento de competências é primordial para contar com uma mão de obra qualificada.
Diante deste cenário complexo, é essencial que as empresas florestais adotem uma abordagem estratégica para gerenciar seu orçamento operacional de forma eficiente. Isso envolve a alocação adequada de recursos para medidas preventivas, investimentos em tecnologias, melhoria da infraestrutura logística, alocação de materiais genéticos específicos para cada site e investimentos em capacitação de mão de obra.
A garantia da sustentabilidade e rentabilidade dos plantios comerciais no longo prazo passa pelo enfrentamento destes e de outros desafios que surgirão, com competência, criatividade e seriedade, sempre conectando as tendências aos objetivos estratégicos da gestão. n
“As florestas são as verdadeiras fábricas de celulose.”
Não me lembro quando escutei esta frase pela primeira vez, mas foi impactante e, desde então, meu olhar para a formação florestal nunca mais foi o mesmo. Em uma analogia com a unidade industrial, também precisamos de atuar em vários momentos do processo florestal, quer seja de maneira preventiva, preditiva, planejada ou corretiva, para garantir elevada produtividade e qualidade da madeira. A não atuação nos momentos adequados terá como consequência perdas de produção de madeira.
O orçamento florestal inicia-se com a definição dos melhores clones, ou mais adaptados, às regiões de interesse. Seguem-se as prescrições técnicas com as recomendações de sequência de atividades de plantio ou reforma, manejo e manutenção ao longo do ciclo. Estas atividades estão intrinsecamente ligadas ao planejamento orçamentário e à habilidade de se gerir recursos de forma eficaz. Nesse contexto, o orçamento para a formação florestal desempenha um papel crucial na otimização dos resultados da produção de madeira e celulose, assegurando a rentabilidade e a sustentabilidade da empresa em um mercado cada vez mais competitivo.
O planejamento orçamentário, e sua correta execução, permite à empresa ter mais previsibilidade sobre quanto, quando e como serão alocados os recursos para o manejo das florestas. A quantificação correta desses recursos e a sincronização das operações é primordial para a formação de florestas produtivas e consequente redução do custo da madeira.
A máxima de "reduzir gastos a qualquer custo" demanda uma abordagem cuidadosa e uma análise crítica em qualquer contexto. Normalmente está atrelada a decisões somente de curto prazo que podem resultar em consequências adversas a médio e longo prazo de grande magnitude.
O momento correto das práticas de manejo, como controle de plantas daninhas, combate à formiga e adubação, influencia diretamente na disponibilidade de recursos para as plantas. Quando realizadas no momento errado, ou não executadas, levam a perdas significativas de produção de madeira. ;
A máxima de "reduzir gastos a qualquer custo" demanda uma abordagem cuidadosa e uma análise crítica em qualquer contexto.
Júlio César Tôrres Ribeiro
Diretor Industrial e Florestal da Cenibra
orçamento versus riscos para a produtividade
Como exemplo, citam-se experimentos práticos conduzidos na Cenibra e em outras empresas que demonstram perdas de produtividade de mais de 40% do IMA se o controle de plantas daninhas em plantios de eucalipto não for realizado da forma e momento adequado, tornando um fator crítico e sem controle.
A decisão de permitir que florestas sofram com a competição severa de plantas daninhas a partir de determinada idade do plantio para reduzir gastos não é incomum nas empresas. Implementar técnicas de controle de plantas daninhas no momento adequado minimiza a competição por nutrientes e água, permitindo que as árvores alcancem seu potencial máximo de crescimento. É essencial para a empresa conhecer e quantificar as perdas de produção de madeira geradas pela infestação de plantas daninhas.
A alocação de recursos adequados em orçamento para destinar ao controle de formigas cortadeiras também é essencial para se alcançar produtividades próximas ao potencial atingível de cada área. As formigas-cortadeiras são as pragas mais relevantes em florestas plantadas no país por impactarem no desenvolvimento e na sobrevivência delas, acarretando perda significativa de madeira e, consequentemente, financeira para a empresa.
A adubação também é outro componente chave que merece atenção no planejamento orçamentário. Manter nutrição equilibrada dos plantios de eucalipto é essencial para maximizar o crescimento e, por conseguinte, a produção de madeira. Investir em fertilizantes de alta qualidade e tecnologias precisas de aplicação pode resultar em ganhos significativos de produtividade. A alocação de recursos para este fim deve ser estimada com base em análises detalhadas das condições de fertilidade dos solos e das necessidades nutricionais da floresta.
Contudo, durante todo esse processo, a conservação do solo e água não podem ser negligenciadas. A adoção de práticas que previnam a erosão e permitam a infiltração da água, como a subsolagem, uso de práticas que mantenham a cobertura do solo e a preservação e manutenção de áreas com vegetação natural, é fundamental para garantir a sustentabilidade da plantação de eucalipto a longo prazo.
O planejamento orçamentário deve designar recursos específicos para a implementação dessas práticas, uma vez que a degradação do solo pode comprometer não apenas a produtividade presente, mas também as futuras rotações.
Outro exemplo concreto é a decisão de se adotar a prática da talhadia sem uma análise técnica e de parâmetros de qualidade adequada. Embora a implementação desse manejo possa oferecer uma economia financeira de 25% nos custos de formação da floresta, é essencial examinar cuidadosamente o equilíbrio entre essa economia e a possível perda de produção de madeira, estimada em até 10% se realizada de maneira correta. Se a decisão de condução da talhadia não está baseada nas melhores práticas, a perda de produtividade pode chegar a mais de 30%. Neste caso não se obteve nenhum benefício financeiro no médio/longo prazo, ao contrário, tem-se um déficit de volume de madeira.
Um aspecto importante na gestão de custos é a adoção de tecnologias modernas e sustentáveis para aumentar a eficiência operacional e reduzir os custos de produção. Neste contexto, a evolução da mecanização na silvicultura em muito pode contribuir no curto/médio prazo. Além disso, é fundamental investir em treinamento e capacitação dos funcionários para que possam desempenhar suas funções com excelência.
Percebe-se que o orçamento para formação da floresta deve ser tratado como investimento, e não como gasto. Para tanto, o uso de tecnologias de monitoramento e modelagem contribui para alocação eficiente dos recursos durante todo o ciclo de crescimento e para que decisões sejam tomadas a fim de evitar a subutilização desse investimento. É fundamental acompanhar regularmente resultados alcançados em relação ao planejamento inicial. Isso permite fazer ajustes quando necessário e tomar decisões ágeis e acertadas ao longo do processo de formação da floresta.
Ao tomar decisões relacionadas à redução de despesas no orçamento, é crucial considerar minuciosamente os impactos tanto positivos quanto negativos que essas decisões podem acarretar. A abordagem de "reduzir gastos" deve ser substituída por uma análise rigorosa e ponderada dos impactos financeiros e operacionais de quaisquer decisões de redução de gastos na execução orçamentária. Isso garantirá que as decisões tomadas sejam sustentáveis e não comprometam a produtividade e a viabilidade da empresa no futuro.
Em síntese, o planejamento orçamentário desempenha um papel fundamental na gestão eficiente de uma plantação de eucalipto e na produção de celulose, garantindo a alocação adequada de recursos de forma a maximizar a rentabilidade, promover a sustentabilidade e manter a competitividade no mercado. n
No atual estágio profissional que nos encontramos, faz muito bem para a alma comentários sobre nossas conquistas e fatores de sucesso que, na nossa realidade, nos levou a melhorias no crescimento das árvores. Sempre comentamos que o Engenheiro Florestal deve ter duas grandes preocupações: Planejamento e Chuva!
No que se refere a riscos e danos às florestas em época de seca e oportunidades com a brotação, temos visto eventos (seca em SP em 2014 e no MS em 2020 e 2021) de períodos mais severos de seca, com menor quantidade ou pior distribuição das chuvas, que têm impactado a produtividade das florestas.
O Eucalipto naturalmente apresenta boa resistência a essas variações, entretanto o comportamento dos diferentes clones é bem variado. Temos clones que apresentaram queda do incremento volumétrico anual nas áreas mais planas, chapada, onde há boa infiltração da água das chuvas e no período seco um posicionamento mais profundo do lençol freático. Estes mesmos clones já não sentiram tanto a falta das chuvas quando plantados nas cotas mais baixas da propriedade, pois as raízes encontravam água mesmo no período mais seco. Outros clones perderam a produção anual, como chegaram até a morrer.
Hoje sabemos que o IPB2 é um clone que apresenta melhores resultados de crescimento quando plantado nas cotas mais baixas da propriedade. Significativa a diferença de produção de madeira do mesmo clone quando plantado em diferentes condições numa mesma propriedade.
Já o IPB13 e o VT01 sentiram a falta das chuvas, o que significa que quando plantados em larga escala podem proporcionar falta de madeira produzida. O IPB1, intitulado por nós no MS como “Renda Fixa”, sempre produz algum volume nas diferentes adversidades climáticas do Estado. É preciso ter um bom domínio e conhecimento dos materiais genéticos disponíveis na região para se programar o que plantar. Uma vez que as ocorrências das chuvas são cíclicas, estamos aguardando um período com boas chuvas para os próximos anos. Nesta situação, precisamos plantar o clone certo no lugar certo visando obter ótimos incrementos.
O Zoneamento de Plantio é um trabalho básico que deve ser incluído no planejamento inicial do plantio. É uma ferramenta de excelentes resultados econômicos. Resumindo, nós temos diversas ações que podem reduzir a queda de produtividade quando houver déficit hídrico:
1. Material Genético: escolher o material genético mais resistente possível e já testado na região. Uma boa cesta de materiais genéticos é fundamental (equilíbrio entre materiais de alta, média e baixa produtividade). Observa-se que o IPB1 (antigo H13) produz menos que muitos outros clones em uso. Aconteça o que acontecer com o clima no MS, ele não deixa de produzir. Materiais como IPB13 e VT01, tomem cuidado! Podem proporcionar grandes perdas.
2. Zoneamento de Plantio: já sabemos que o IPB2 (antigo H15) é bom nas baixadas e tem outro comportamento nas chapadas. Focar seu plantio nas regiões mais baixas da propriedade.
Toda e qualquer operação deverá ser executada com muita qualidade. Lambança não resultará em boa produção. Qualidade é fator primordial para se obter uma boa floresta.
3. Prospecção de Terras: fazendas de extensas chapadas poderão apresentar intensidades maiores de árvores secas em comparação a fazendas recortadas de nascentes e que possibilitam o plantio entre as microbacias, quando há ocorrência de déficit hídrico.
4. Adubação Oportuna: sabe-se que o potássio causa certa resistência ao eucalipto quando submetido a frio intenso e a déficit hídrico.
5. Controle da Matocompetição: o manejo adequado das plantas daninhas, principalmente em períodos de déficit hídrico, evita a competição por água e nutrientes.
6. Uma floresta submetida a um bom manejo florestal que produziria em condições normais de chuvas, cerca de 42 a 45m³/ha/ano, em condições de déficit hídrico produzirá cerca de 37 a 39m³/ha/ano; e florestas que produziriam 35m³/ha/ano produzirão 24m³/ha/ano, ou seja, florestas submetidas a um bom manejo florestal, mesmo com déficit hídrico, ainda produzirão um bom volume de madeira.
A Lacan tem conseguido resultados muito parecidos entre a primeira e a segunda rotações, utilizando a condução como manejo. O principal argumento de muitos colegas é: “o clone X não brota bem na nossa região”. Cuidado, pois pode não ser este o principal argumento para uma determinada floresta, após a colheita, não produzir um bom volume de madeira. Toda árvore candidata a clone apresentou boa capacidade de brotação para chegar a clone. Alguns detalhes irão fazer a diferença para uma boa produção de madeira na segunda rotação:
1. Implantação: uma boa brotação inicia-se no planejamento e execução com qualidade do primeiro ciclo da floresta. Florestas com alta uniformidade (PVar 50 > 40), alta sobrevivência aos 65 dias de plantio (99%), certamente trarão bons resultados de produtividade na primeira colheita (com sobrevivência > 95% das árvores), e no início da brotação (2ª rotação, com mais de 90% de sobrevivência das cepas).
2. Colheita: a equipe de colheita deverá estar bem consciente de que eles são os “plantadores” da próxima rotação. Deve-se evitar o dano às cepas, retirar a madeira do interior do talhão, baldeio, no máximo 30 dias após o corte e transportar a madeira no máximo 90 dias após o baldeio. Ou seja, ciclo CBT com, no máximo, 120 dias.
3. Pré-colheita: análise de solo é fundamental para se determinar o quanto de calcário a área deverá receber, bem como a adubação inicial necessária. O combate às formigas precisará ser impecável, principalmente às formigas
Quenquém, Acromirmex. Elas adoram podar os brotinhos novos junto aos tocos, principalmente quando se encontram nas fases iniciais de exposição. Quenquéns quase não deixam marcas dos seus estragos.
4. Pós-colheita: limpeza dos tocos para que fiquem expostos e favoreça a brotação (aumento da sobrevivência e homogeneidade dos brotos), repasse ao Combate às Formigas, adubação aos 3 meses, 6 meses e 1 ano, controle da matocompetição, desbrota deixando um ou dois fustes por toco nas bordaduras dos talhões e falhas (compensação), monitoramento das pragas e doenças, além de outros eventuais cuidados.
Toda e qualquer operação deverá ser executada com muita qualidade. Lambança não resultará em boa produção. Qualidade é fator
A mesa redonda sobre o status atual e perspectivas para o segmento florestal brasileiro foi composta por representantes de produtores rurais, das indústrias de madeira processada mecanicamente, das indústrias de celulose, por produtores de carvão vegetal e pelo responsável por políticas públicas relacionadas a florestas plantadas do Ministério da Agricultura, e dos assuntos debatidos destaco:
1. Florestas plantadas e nativas são importantes para todos, tanto para a provisão de serviços como geração de emprego e renda. Temos desafios diferentes nas florestas plantadas e nas nativas, mas é importante que ambas gerem serviços e renda.
2. Todas as propriedades rurais têm ou deveriam possuir florestas.
3. Economicamente, a floresta não compete com agricultura, mas a complementa. É uma alternativa a mais para produtores rurais e uma atividade que melhora a sustentabilidade de propriedades rurais.
4. Vivemos em tempos de mudanças climáticas e de compromissos para a descarbonização da economia. Também vivemos em tempos de bioeconomia, de economia verde e economia circular. Florestas têm um papel primordial nesse sentido.
a. Manutenção de florestas naturais pelo manejo florestal sustentável evita desmatamento e emissões associadas, seja por empresas florestais, comunidades ou concessões de florestas públicas. Floresta gerando renda tem mais chances de não queimar e de não ser substituída por outras atividades.
b. A mudança do uso da terra de áreas degradadas, agricultura e pecuária em plantios florestais gera ganhos significativos na captura de carbono. E o setor florestal tem um compro-
Erich SchaitzaO setor florestal tem que se organizar para a geração de conhecimento e inovações que nos mantenham no “primeiro mundo” da silvicultura. "
misso sério em não desmatar para reflorestar. Um exemplo claro desta ação é a conversão de quase 2 milhões de hectares de pastagens degradadas em florestas plantadas no Mato Grosso do Sul. Temos uma base de indústrias sólidas e das quais derivarão uma série de novas indústrias de produtos verdes. Segundo a Ibá, existem aproximadamente 5 mil produtos oriundos da cadeia de florestas plantadas.
c. Nossas florestas plantadas, quando bem manejadas, estão inseridas na paisagem de forma sustentável, de modo que cumprem papel importante na conservação da biodiversidade, solos e água. Esse potencial é potencializado pela iniciativa da indústria de formar mosaicos de plantios e florestas naturais.
5. Do ponto de vista de produtos florestais, são quatro grandes tendências para o futuro:
a. Novos produtos de madeira, substituindo plásticos e outros produtos derivados de petróleo. Ouviremos muito sobre nanocelulose, nanolignina e outros derivados de madeira.
b. Madeira e derivados (como o carvão e pellets) são cada vez mais importantes em nossa matriz energética. Além disso, há potencial de desenvolvimento de gases, hidrogênio e de combustíveis líquidos a partir da madeira. Novamente, madeira como alternativa ao petróleo.
c. Casas, prédios e construções rurais têm crescido em importância por todo o mundo e não será no Brasil que isso não vai acontecer. A madeira engenheirada, um nome genérico para descrever peças coladas dos mais diversos elementos de madeira, produzida pela indústria com projetos e qualidade superiores para construção, representa vantagens ambientais grandes, quando comparada ao cimento, tijolos e metais, pois possui estruturas leves, limpas e com sistemas de produção de baixo carbono. Ainda há barreiras de custo, mas mais do que isso, barreiras regulatórias.
d. Crescimento continuado do setor de celulose com investimentos programados de aproximadamente 30 bilhões de reais até 2030.
6. Um novo movimento de plantios florestais com nativas, a restauração produtiva de florestas, está surgindo em função de passivos ambientais e do compromisso nacional de plantarmos 12 milhões de hectares de florestas. A princípio, não são plantios de uma espécie só, mas consórcios de espécies plantadas para a obtenção de florestas semelhantes às florestas naturais. Por isso, surgem duas grandes oportunidades:
a. Integrar a produção florestal dessas novas florestas a nossas indústrias;
b. Integrar plantios com exóticas como facilitadoras de regeneração e crescimento de plantios de restauração. Temos uma ampla base técnica que mostra ser possível, por exemplo, usar o eucalipto como tutor de várias espécies, diminuindo os custos de plantio e trazendo uma perspectiva de renda para produtores.
7. Sistemas integrados de agricultura, pecuária e florestas, conhecidos como iLPF, são uma solução interessante para produtores e empresas florestais. Novamente, são sistemas com balanço de carbono positivo ou neutro, nos quais o crescimento de árvores compensa emissões da pecuária e agricultura. Também são sistemas nos quais as árvores oferecem vantagens ambientais e serviços para a pecuária, agricultura e para a conservação de solos, água e biodiversidade. Para a indústria florestal, esses sistemas podem ser um ótimo fator para convencer a entrada de agricultores e, especialmente, pecuaristas na produção florestal. Com a vantagem de ser um sistema em que a dependência econômica de produtores é menor do que no caso do plantio florestal.
8. O governo tem um papel fundamental de indução para o plantio florestal e para o fortalecimento de indústrias emergentes:
a. No caso da silvicultura de espécies já tradicionais, como o pinus e o eucalipto, talvez fosse necessário simplificar a parte fiscal e todo o arcabouço de licenciamento de empreendimentos maiores;
b. No caso da nova silvicultura, criar incentivos para aumento de escala da atividade e fortalecimento de toda cadeia produtiva e de serviços;
c. Com as novas indústrias, usar estratégias como o uso do poder de compra para alavancar geração de energia com biomassa, construção de casas, escolas e prédios públicos de madeira.
d. Em todas as áreas, trabalhar para educar e capacitar atores da cadeia de produção. Não dá para termos operadores de máquinas, viveiristas, plantadores, manejadores e todos os outros atores da cadeia sem uma boa qualificação profissional.
9. Temos uma necessidade enorme de programas de qualificação de mão de obra, especialmente ao nível técnico. Isso vale para todos os elos das cadeias produtivas florestais. Está havendo uma grande modernização na área florestal e uma das barreiras competitivas que temos é a qualificação de mão de obra, seja para operações de campo ou da indústria.
Finalmente, advogando em causa própria, o setor florestal tem que se organizar para a geração de conhecimento e inovações que nos mantenham no “primeiro mundo” da silvicultura. n
O setor florestal brasileiro pode ser definido como diferentes cadeias de bens e serviços oriundos de florestas que funcionam em sinergia, produzindo e protegendo, buscando pela adequação entre sustentabilidade do ecossistema e conservação dos recursos naturais, considerando também a lucratividade.
As florestas plantadas representam, além da produção de produtos madeireiros e não madeireiros, a promoção e geração de empregos diretos e indiretos, aumento de renda da comunidade local, recuperação de áreas degradadas, e coloca o país em destaque na economia mundial como maior produtor e exportador de celulose e papel atualmente.
A realidade das plantadas não diminui a imponência das florestas nativas. Possuímos a maior área coberta por floresta tropical do mundo, com destaque a Amazônia, onde, além de madeira, é fonte de frutos, óleos, resinas, entre vários outros produtos amplamente consumidos pelo mercado interno e externo, seja para consumo in natura ou para produção de fármacos e cosméticos. Não podemos esquecer da imensa capacidade de captura e armazenamento de Carbono.
Nos últimos anos a temática florestal tem apresentado destacada importância
mundialmente, principalmente devido à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Frente a potencialidade e importância do setor florestal, nos deparamos com esforços para a criação e implementação de políticas públicas para a governança florestal. Esses esforços resultaram em uma das legislações mais completas e restritivas referentes à preservação e conservação da vegetação nativa, a exemplo do Código Florestal.
Somos não só uma potência florestal, mas também agropecuária. Nos destacamos como grande produtor de alimentos, em que nos últimos 40 anos, o país saiu da condição de importador de alimentos para se tornar um grande provedor para o mundo. Foram conquistados aumentos significativos na produção e na produtividade agropecuárias, tornando-se um dos principais players do agronegócio mundial. Hoje, se produz mais em cada hectare de terra, aspecto importantíssimo para a conservação dos recursos naturais.
Contudo, podemos evoluir muito ao difundir cada vez mais o manejo consciente e sustentável. Podemos valorizar a biodiversidade e o potencial econômico dos produtos florestais, abandonando a abordagem meramente exploratória para um modelo produtivo capaz de conciliar capital natural com ganhos sociais. Atualmente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) conta com o Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas
Estamos no caminho para haver harmonia e alcance do uso sustentável e construção de cadeias que produzam e conservam.
"
Pedro Alves Correia Neto Diretor do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária - MAPACoautoras: Jaíne Ariéli Cubas, Coordenadora Geral de Desenvolvimento Florestal e Fernanda Borges de Lima, Coordenadora de Recomposição Florestal, ambas do MAPA
(Deflo), em que, dentre suas competências, atua para o desenvolvimento florestal, promovendo o uso sustentável, estimulando as cadeias produtivas florestais, com fomento à economia de base florestal em todo o território nacional. Isso tem proporcionado reflexos positivos nos aspectos social, econômico e ambiental. Também visa planejar e implantar a política agrícola para florestas plantadas e assim integrar com as demais políticas e setores da economia.
Uma iniciativa do Deflo é criar um plano estratégico para aumentar 4 milhões de hectares, alinhando os esforços de expansão das florestas plantadas com as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, com plantio de árvores com fins comerciais em áreas de pastagens degradadas, áreas aptas a receber reflorestamentos, considerando logística, água, solo, clima, além de induzir e apoiar a recuperação produtiva em áreas de passivos ambientais nas unidades de produção agropecuária.
Queremos criar uma interlocução com empresas do setor de florestas plantadas madeireiras e não madeireiras, para explorar as
necessidades, desafios e dores. Criando parcerias Público-Privadas, a fim de promover a cooperação entre o MAPA e o setor privado, atraindo investimentos visando fomentar as florestas plantadas (incluindo produtos não madeireiros) e ratificar a alocação de recursos financeiros das empresas interessadas em evidenciar sua preocupação com a pauta ESG do país.
Adicionalmente, as empresas patrocinadoras podem receber um “título verde” do governo, que torna público sua participação e fortalece sua imagem no mercado doméstico e internacional.
Consoante ao Relatório The State of the World's Forests 2022 (SOFO), da Food and Agriculture Organization of United Nation (FAO), existem três caminhos baseados na floresta: deter o desmatamento e manter as florestas; restaurar terras degradadas e fomentar a expansão da agrofloresta; e o uso sustentável de florestas construindo cadeias de valor verdes.
Estamos no caminho para haver harmonia e alcance do uso sustentável e construção de cadeias que produzam e conservem. n
O setor florestal brasileiro tem alcançado resultados notáveis, em especial quando nos referimos às florestas plantadas. Elas demonstram ótima produtividade, calcadas nas melhores tecnologias de plantio, no desenvolvimento genético das principais espécies utilizadas - pinus e eucalipto - e na participação de um corpo técnico de profissionais e especialistas envolvidos na produção florestal, que certamente estão entre os melhores do mundo. O resultado não poderia ser diferente, senão o de posicionar o Brasil como um dos mais importantes e expoentes players mundiais quando se trata de desenvolvimento florestal, produtividade por hectare e qualidade de nossas florestas.
Fontes diversas no Brasil estimam a área de florestas plantadas em torno de 9,5 e 11 milhões de hectares, dependendo da metodologia utilizada.
Tomando como base o Estudo Setorial 2022 da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), documento abrangente que mostra a amplitude de nossa matriz florestal e da indústria madeireira, entendo que, mesmo considerando a área plantada de 9,5 milhões de hectares, ela responde por mais de 90% de todo o suprimento de toras para a indústria brasileira nos mais diferentes segmentos e usos da matéria-prima. Sabemos que a maior parte da produção florestal é destinada à produção de papel e celulose, o que de certa forma é compreensível, pois esses segmentos se utilizam de ciclos florestais mais curtos e de um perfil econômico com mudanças dinâmicas e constantes. No entanto, quando olhamos para a indústria de madeira processada, com seu eficiente parque industrial instalado, que tem se modernizado a olhos vistos, fica claro que nossos produtos estão em boas condições de competitividade global em diferentes segmentos, como compensados, painéis, madeira serrada, molduras, portas, pisos, pellets, entre outros.
A olhos macro, a balança do suprimento florestal nacional pode estar ajustada e parecer adequada, mas este cenário exige uma reflexão mais profunda. Os anos pandêmicos mudaram significativamente a dinâmica de consumo e dos custos de suprimento florestal em todo o mundo, e estamos presenciando esses impactos desafiadores. Os patamares de produção, faturamento e de resultados aferidos pela indústria de base florestal nos últimos anos não é mais realidade.
Precisamos fomentar discussões sobre o suprimento florestal, buscando ciclos mais longos destinados à indústria de madeira processada.
Paulo Roberto Pupo
Aliado a isso, o recente caos logístico presenciado prejudicou a performance de entrega de alguns dos nossos produtos em vários dos principais destinos, o que impactou nosso share e posicionamento no mercado. Mercados importadores ao redor do mundo buscaram se adequar para suprir as dificuldades enfrentadas no recebimento dos produtos, seja buscando por nossos concorrentes ou mesmo ampliando e readequando suas produções locais.
De forma resumida, essa é a nova dinâmica do mercado. Os resultados positivos alcançados recentemente não podem ser vistos como um padrão e muito menos utilizados como base para planejamento. As empresas não terão mais os mesmos resultados alcançados, e, sim, estamos enfrentando os desafios herdados desse desbalanceamento nos custos de produção e suprimento.
O grande desafio é como podemos sair dessa situação sem perder as oportunidades que nos cercam. No setor industrial madeireiro, as construções sustentáveis com madeira certamente são uma grande oportunidade de geração de escala de negócios e aumento do consumo per capita de madeira no Brasil.
O sistema construtivo com madeira engenheirada, por exemplo, está se apresentando como uma importante solução, pois o processo industrial utilizado para sua fabricação proporciona à madeira resistência mecânica, durabilidade, trabalhabilidade, flexibilidade em diversos tipos de empreendimentos e construções. Além disso, o sistema possibilita a redução de tempo construtivo, menor geração de resíduos na obra e baixo impacto ao meio ambiente.
Outra importante iniciativa foi o desenvolvimento da norma técnica brasileira do sistema wood frame. A recente publicação do documento pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), fruto de um intenso trabalho técnico que envolveu diversos interessados e especialistas no tema, certamente proporcionará uma evolução e ganho de escala nesse sistema construtivo industrializado no Brasil. Redução do tempo de execução das obras e na geração de resíduos; na economia de energia e em ganhos ambientais, como o estoque de carbono, são alguns dos muitos fatores positivos das construções em wood frame. Este sistema também nos oferece uma oportunidade única para propor mudanças na política habitacional nacional, que, com sua capacidade crescente de produção, colocará a madeira como uma das alternativas para contribuir com a redução do déficit habitacional brasileiro.
Ambos os sistemas possuem caraterísticas atrativas para o mercado da construção civil, pois seguem as principais premissas de uso de materiais sustentáveis em obras, se enquadram nos princípios do ESG (Ambiental, Social e Governança) e estocam carbono ao longo da vida útil do empreendimento.
Exemplos práticos do avanço desses sistemas construtivos já estão em andamento, focados no desenvolvimento de políticas públicas e de incentivo às construções com madeira. Missões técnicas têm sido realizadas em mercados já consolidados no uso desses sistemas, buscando melhor compreensão sobre o envolvimento das entidades governamentais e reunindo subsídios para a elaboração de um plano de ação para construções sustentáveis com madeira. Aproximações e troca de informações com órgãos técnicos do Governo, com entidades de financiamento, assim como centros de pesquisa, têm sido estruturados, como, por exemplo, no estado do Paraná, com o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação, o NAPI Wood Tech PR, uma rede colaborativa voltada à pesquisa aplicada e inovação, com foco na utilização de madeira na construção civil.
Cabe a todos os envolvidos no setor madeireiro e de base florestal aproveitar as oportunidades e o futuro promissor que tem se estruturado. Mas para que isto seja possível, precisamos compreender e ter uma visão clara de que a condução e produção florestal nacional não podem ser apenas centradas no uso dos segmentos de celulose e papel, pois somos muito mais do que isso. Não podemos ter as toras mais caras do mundo, sendo esse o triste cenário atual, e que nos tira do jogo comercial e de competitividade.
Precisamos fomentar discussões sobre o suprimento florestal, buscando ciclos mais longos destinados à indústria de madeira processada. Não me refiro a uma mudança radical na condução florestal, mas, sim, a uma atenção maior para que uma parcela de nossas florestas seja destinada ao uso madeireiro e estrutural. Esta talvez seja uma questão cultural, de compreensão das vantagens dos ciclos florestais mais longos.
Desta forma, teremos matéria-prima suficiente para atender à demanda crescente das construções com madeira e aproveitar as oportunidades que nos cercam. Essas mudanças consolidarão cada vez mais a madeira, que possui alto potencial de crescimento, geração de negócios, emprego, renda e sustentabilidade para nossa indústria, florestas e sociedade. n
Na última edição da Expoforest, a maior Feira Florestal dinâmica do mundo, a Sergomel apresentou seu mais novo lançamento: o Super Bitrem.
Um equipamento moderno e robusto, capacitado para o transporte de toras, desenvolvido para atender às mais diversas necessidades do setor florestal, com alto desempenho e grande vantagem logística.
Este expressivo ganho está associado a quatro principais fatores:
• O primeiro é a composição escolhida, ou seja, um bitrem com 9 eixos que transporta PBTC 74 toneladas, constituído por 2 semirreboques. Diminuindo os custos de aquisição, de manutenção dos componentes e do emplacamento.
• O desenho do chassi é o segundo fator de destaque para o aumento da capacidade volumétrica. Ele foi desenvolvido com base nas contínuas observações de campo e nas pes
Um importante detalhe é o uso de um chassi com longarinas robustas e esbeltas, que permitiu uma grande redução do Centro de Gravidade da composição, que viabilizam maior confiabilidade e segurança.
• O terceiro fator de destaque é a Suspensão rebaixada, que, associada aos demais quesitos, proporcionam um ganho em torno de 30% no volume útil transportado.
• Neste novo projeto a Sergomel reuniu ricos detalhes do know-how desenvolvido nos 20 anos de operação no sistema canavieiro – outro exigente setor onde a Sergomel atua como respeitável parceiro –, e os transferiu para o segmento florestal. Dentre as novidades está a aplicação de um aço de altíssima qualidade, que gera, pela robustez alcançada, um relevante ganho produtivo, onde se destaca a tara da composição, implicando no ganho direto
Se compararmos o Super Bitrem com o tradicional tritrem temos:
• O tritrem Florestal tem capacidade de carga de 20 m³ úteis por semirreboque, totalizando 60 m³ por composição. Em contrapartida, o Super Bitrem tem capacidade de carga de 40 m³ útil em cada um dos dois semirreboques, totalizando 80 m³ por composição.
• Na composição do Super Bitrem, dois eixos por semirreboque podem ser suspensos, obtendo uma maior economia de combustível, pneus e pedágios, quando comparado ao tritrem convencional.
• Seguindo nesta mesma linha, o Super Bitrem é composto por uma quinta roda e dois kits de freios, diminuindo o número de componentes, representando real economia na manutenção.
Além de manter um alto nível de qualidade dos equipamentos produzidos, a Sergomel tem como foco manter uma contínua pesquisa para a modernização de seus projetos, elevando permanentemente o ganho logístico na performance produtiva, com a redução dos custos operacionais e de manutenção, com o aumento do tempo de vida útil do equipamento e no aumento da capacidade volumétrica, o que resulta em poder oferecer ao mercado florestal e aos demais nos quais atua, produtos de alto padrão, dentro de rígidas normas de segurança e da legislação.
Em nossa gama de produtos dispomos de diversas opções de composições, conjuntos, componentes e peças. Nosso time busca oferecer o mais adequado produto para a realidade e cenário de cada aplicação.
• Catraca Automática: desenvolvida para realizar o ajuste automático e contínuo da tensão nas cintas de amarração com o veículo em movimento, com maior produtividade e maior faturamento para quem faz o transporte.
Independente de quanto a carga venha a se deslocar ou mover-se durante o percurso, com a Catraca Automática não haverá mais necessidade de realizar paradas na estrada para reapertar as cintas.
O sistema garante o aperto das cintas de forma automática e contínua, mantendo sempre a carga estável e segura dentro dos fueiros do implemento.
• Fueiros: Leves e resistentes, maximizando o resultado da operação.
• Aço de alta resistência: O aço de alto desempenho faz com que nossos produtos sejam mais fortes, mais leves, mais seguros, mais competitivos e mais sustentáveis. Ele é classificado como equipamento de alto desempenho em função de seu design, da sua resistência estrutural, e possui um limite de escoamento mínimo de 700 Mpa, resultado de sua estrutura leve e resistente.
Na operação da Divisão Florestal, a Sergomel oferece um acompanhamento das necessidades do cliente, projetando o equipamento ideal para cada tipo de operação logística. A equipe altamente habilitada e qualificada do nosso Departamento de Inteligência e Projetos Avançados, acompanha cada etapa do processo de projeto, na especificação do produto ideal, na realização da venda e, principalmente do pós-venda, onde se destaca a entrega técnica e orientações das melhores práticas para se obter melhores resultados com sua frota.
A Sergomel tem 48 anos de história desenvolvendo projetos para transformar e melhorar o ganho logístico de seu transporte. Somos referência na fabricação de equipamentos de alta resistência em diversos segmentos, fornecendo equipamentos para os principais players do mercado, de forma personalizada para as característica de cada tipo de operação e cenário.
O desenvolvimento e atualização de equipamentos e máquinas florestais no Brasil têm se tornado uma referência mundial. Isso se deve aos grandes investimentos na expansão de fábricas para a produção de celulose e outros produtos feitos a partir da madeira de florestas plantadas. Essas empresas têm buscado sempre a melhor eficiência e custo baixo nas operações florestais.
Antes, os principais fabricantes de equipamentos florestais desenvolviam seus produtos para o hemisfério norte e depois os adaptavam para o Brasil. No entanto, recentemente, eles começaram a considerar projetos iniciados no Brasil, criando e atualizando produtos que atendam à demanda do mercado florestal brasileiro.
Veremos os próximos dez anos trazendo grandes evoluções para nossos equipamentos florestais e atualizando conceitos em todas as atividades mecanizáveis possíveis nesse pujante setor. "
Carlos Roberto Borba Rossetto Gerente Geral de Vendas, Pós-vendas e Marketing da Komatsu Forest BrasilEmbora as principais fábricas ainda estejam na Escandinávia ou na América do Norte devido à questão de escala de produção e histórico, o desenvolvimento já considera, em grande parte, as variáveis da nossa realidade para novas soluções.
Os principais desafios são desenvolver produtos que maximizem a produção, com uma curva de aprendizado inicial mais rápida para alcançar a produção ideal, através de tecnologias semi-autônomas, cada vez mais duráveis, entregando um baixo custo por hora trabalhada. A escassez de mão de obra qualificada acelera o desenvolvimento de soluções autônomas e automatizadas para algumas etapas da operação dos equipamentos, o que agrega valor ao ciclo da colheita
ou do plantio automatizado. O objetivo é sempre aliar esse desenvolvimento a uma maior entrega de resultados ou a um menor custo de manutenção. A tecnologia precisa proporcionar um custo menor por metro cúbico de madeira entregue nas plantas dos clientes para realmente ser considerada, e isso em grande escala. A silvicultura mecanizada e automatizada é um gargalo conhecido há muito tempo, mas tem ganhado força com soluções que começam a mudar o conceito de plantio de florestas em grande escala no Brasil e no mundo. É o começo de uma era de inovação nessa área do negócio florestal, que busca melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores no campo e garantir a sustentabilidade do setor. Ainda há muito a ser feito em relação aos equipamentos de silvicultura, mas o primeiro passo já foi dado e não há mais volta. Os resultados já mostram que realmente vale a pena. Já as máquinas de colheita estão cada vez mais tecnológicas e duráveis. Antes, o que na maioria se adaptava uma escavadeira hidráulica de construção fora da fábrica para o grande volume de harvesters , já é item vencido, e as máquinas florestais na sua maioria passaram a ser fabricadas na linha de montagem de produção em escala nas plantas das fábricas que produzem equipamentos para outros segmentos de máquinas.
Os cabeçotes harvesters , por exemplo, que antes era regra duas unidades na vida útil da máquina numa operação de descasque, atualmente aliado à evolução da qualidade na manutenção preventiva, é utilizado a vida toda do harvester , chegando até 25, 30 mil horas de trabalho com índice favorável no comparativo de custo entre mantê-lo ou colocar um novo na metade desse ciclo. Os forwarders evoluíram também, e hoje têm caixa de carga que carregam toras de até 7,5 metros de comprimentos em áreas planas ou declivosas, e estão mais e mais eficientes no baldeio.
Além disso, os níveis de produtividade por hora das máquinas evoluíram em comparação com os últimos 10 anos. Já é possível observar um aumento de até 50% na produção por hora das máquinas do mesmo modelo nessa comparação temporal. Obviamente, o operador qualificado é um ponto central dessa evolução e a ca -
deia de suprimentos é que vai garantir que essa média perdure com alta disponibilidade do equipamento. Apesar da busca incessante por pessoas interessadas em ingressar nesse mercado, já existem muitas com experiência suficiente para entregar níveis excelentes de produção e que se tornam benchmark para novos desafios e formação de mão de obra qualificada.
Os softwares de gestão de dados e frotas das máquinas são aliados na criação de referências com os melhores operadores e na correção de vícios daqueles com menos experiência. A gestão remota da frota também contribui para aumentar a produtividade, além de contar com a evolução ainda acanhada da conectividade em campo, que permite assistência remota em situações de urgência na manutenção, reduzindo o custo da operação duas vezes: no custo do deslocamento do técnico até o equipamento com falha e no tempo em que a máquina fica parada.
O futuro já começou, mas ainda há muito por vir em se tratando de máquinas e equipamentos tanto para a colheita quanto para a silvicultura. Tudo tem como meta a máxima eficiência, aliada às regras de sustentabilidade que refletem na qualidade de vida das pessoas de maneira geral. Soluções como operações de máquinas remotas, máquinas autônomas, uso de novos combustíveis e sistemas de gestão de frotas remotos já se destacam e, daqui para frente, começarão a ganhar escala entre aqueles que acreditam um pouco mais nas tendências de inovação. Não podemos esquecer que o pós-venda, o engajamento de novas pessoas para atuar nesse mercado e a capacitação de operadores e técnicos de manutenção são fundamentais para garantir o suporte necessário e promover a eficiência em todo o processo, e isso é contínuo e eterno: quanto mais, melhor. Do ponto de vista profissional, quem tiver vontade vai ter sua chance clara de desenvolvimento e crescimento profissional, investindo em querer aprender de verdade sobre as operações florestais.
Veremos os próximos dez anos trazendo grandes evoluções para nossos equipamentos florestais e atualizando conceitos em todas as atividades mecanizáveis possíveis nesse pujante setor. n
O tema "os rumos da mecanização versus a escassez de mão de obra" está cada vez mais presente nas rodas de discussão do setor florestal, pois, de um lado, é possível ver que o setor demanda o desenvolvimento de novas tecnologias e, por outro, não está fácil encontrar mão de obra disponível.
A tecnologia florestal está em constante evolução e a demanda mundial de sustentabilidade desafia, cada vez mais, o desenvolvimento de soluções que emitam menos carbono, possuam maior eficiência energética e otimizem a operação, tanto no quesito custo quanto em ergonomia, métodos produtivos e segurança.
Nesse cenário, enxergo três desafios quando se fala de mão de obra:
1. disponibilidade ou escassez;
2. qualificação e
3. custos.
No primeiro ponto, nota-se que está cada vez mais difícil contratar pessoas dispostas a trabalhar no campo e os bons profissionais são realmente disputados pelas companhias. No segundo desafio, vemos diversas iniciativas isoladas de qualificação de mão de obra, um esforço junto a instituições de ensino, mas uma ausência de estruturação e adoção de metodologias integradas de preparo dessa mão de
obra. O terceiro desafio é o que mais impacta o valor total da madeira colhida, pois, por uma questão inflacionária de conjuntura econômica, o custo de mão de obra tem aumentado ano após ano.
Além disso, com o advento das novas tecnologias, o avanço da mecanização, a digitalização dos processos, eletrificação das máquinas e, num futuro próximo, podemos ter a operação florestal remota; é evidente, então, que o perfil do profissional florestal também está mudando. Saímos de profissionais que antes possuíam uma alta demanda de trabalho manual e pesado para gerenciadores de máquinas e dispositivos. Com isso, se não tivermos um preparo adequado desse profissional, será muito difícil conquistarmos essa transição de forma eficaz.
Hoje é possível ter até três gerações trabalhando na floresta, com históricos diferentes e habilidades também distintas. Isso traz inúmeros ganhos para as empresas. Mas, ao mesmo tempo, é preciso que todos tenham a capacitação contínua necessária para atuar na forma como o mercado está exigindo.
Eu tenho refletido muito sobre o papel de cada agente do setor florestal na formação dessa mão de obra especializada. Vejo que temos iniciativas isoladas de qualificação.
Fernando Campos Diretor da Ponsse Latin America
Eu provoco: Vamos nos organizar e criar um modelo brasileiro de educação técnica florestal? "
Explico: as empresas de base florestal investem em centros próprios de treinamento, as indústrias fabricantes também possuem seus investimentos próprios para transmissão de conhecimento e algumas instituições de ensino, como por exemplo a escola técnica de Ortigueira-PR e alguns cursos ofertados pelo Senai-SP, também possuem suas iniciativas de qualificação, vislumbrando o aumento da demanda do nosso setor.
Porém, acredito que o mercado brasileiro carece de uma metodologia de ensino e profissionalização da mão de obra para o setor florestal e, nesse viés, vejo que o caminho seja a colaboração.
Um possível caminho a seguir: Quando falo em colaboração, quero aqui acionar todos os agentes do mercado florestal: associações e entidades de classe, empresas, fabricantes, instituições de ensino, governos municipais, estaduais e federal. Precisamos nos unir para organizar a capacitação dessa mão de obra ao nível nacional, assim como os grandes países produtores florestais da Europa.
Na minha opinião, podemos começar analisando criticamente o nosso CBO (Código Brasileiro de Ocupação) para Operadores de Mecanização Florestal, registrada sob o número 6420-10. Precisamos vislumbrar as mudanças no perfil profissional que citei acima e atualizar as atribuições dos operadores, conforme a evolução da profissão no campo.
A partir disso, na minha opinião, deveríamos percorrer um caminho ao lado do Ministério da Educação, criando oportunidades de cursos técnicos e personalizados para que as pessoas interessadas no setor possam ter acesso ao conhecimento. Toda essa articulação política poderia vir de uma organização da classe, por meio de associações. Juntos teremos a força necessária para conquistar esse degrau importante para qualificação da mão de obra atual e também para o futuro.
Modelo brasileiro de operador florestal: Qual seria o modelo ideal para sairmos dos centros de treinamentos isolados? Deveríamos criar um modelo brasileiro de formação do profissional florestal. Eu, como parte de uma empresa fabricante, sei que estamos disponíveis a enviar delegações brasileiras para conhecer o modelo europeu.
Por exemplo, na Finlândia, onde existe um dos modelos de escola de formação para operadores e mecânicos florestais, os interessados ficam por dois a três anos em capacitação. No primeiro ano, mecânicos e operadores têm
uma instrução muito semelhante e, nos anos seguintes, se distinguem entre as duas profissões.
Aqui no Brasil vivenciamos uma realidade florestal muito diferente dos países nórdicos, é verdade. Mas, sobretudo, é urgente a adoção de um método de ensino eficaz que valorize a profissão e que mostre, não só aos jovens, mas também para quem já está no mercado de trabalho, que o meio florestal é extremamente importante para o futuro, que envolve tecnologia e, acima de tudo, é seguro.
É urgente porque sabemos que, quando falamos em educação de base, ela não resolve o problema de qualificação que existe no dia zero de implantação. Porém, quanto mais tempo esperarmos para criar e aplicar esse modelo, mais tempo teremos essa lacuna na formação desses profissionais.
O pontapé inicial: Estamos muito perto de conseguir implantar o nosso modelo e superar os três desafios que citei no começo do artigo. Temos uma forte influência política de uma associação de classe. Com ela, temos todas as grandes empresas que demandam essa mão de obra qualificada, sejam as empresas florestais, ou as fabricantes de máquinas, todas elas com o mesmo desafio.
Temos o capital. Todas as empresas envolvidas nesse processo já têm dinheiro sendo aplicado. Se fizermos isso de uma maneira estruturada, talvez usando uma instituição de ensino, como, por exemplo, o Senai (cito o Senai porque tem capilaridade e está praticamente em vários municípios onde temos operação florestal), ou outra instituição, podemos ter grande sucesso.
Portanto, se conquistarmos essa organização, com os grandes produtores de celulose, os fabricantes de máquinas florestais, o lobby político que a nossa associação de classe pode ter em Brasília; somado a um com eventual parceiro, como uma instituição de ensino, teremos todos os elementos necessários para superar os três desafios.
Somado a isso, temos ainda as escolas europeias que têm muito interesse em apoiar iniciativas como essa e na transferência de conhecimento no ponto de vista de metodologia de ensino, programa de ensino. Elas se dispõem a prestar consultoria para criar um modelo brasileiro e também para aprender mais sobre as nossas necessidades.
Com isso eu provoco: Vamos nos organizar e criar um modelo brasileiro de educação técnica florestal? n
Imagine que você descobrisse que o médico com o qual você vai fazer uma cirurgia cardíaca na manhã seguinte se formou há 20 anos como o melhor aluno da sua classe, na melhor faculdade de medicina do País. Muito bom, hein?!
Entretanto, nos últimos 20 anos, ele não leu nenhum livro, nem participou de nenhum congresso, nem teve por costume ler regularmente revistas especializadas da sua área médica.
Você faria a cirurgia em paz?
No que se refere a nossa área, quantas tecnologias foram desenvolvidas e implantadas nessas duas décadas como o estado da arte e, depois de algum tempo, substituídas por uma nova opção, muito mais eficaz e eficiente, que tomaria o lugar da anterior, até ser igualmente substituída por uma mais nova ainda.
Quantas pragas e doenças apareceram, desapareceram, e algumas até voltaram? Quantas técnicas foram substituídas nesses últimos 20 anos?
Nenhum conhecimento é definitivamente eterno. A faculdade está sempre atualizada, mas tão somente até o dia da sua formatura. Os livros, igualmente, até o dia da sua publicação. As opções que são continuadamente atualizadas são os congressos e as publicações regulares das áreas.
Conhecendo esse cenário e o que passou a representar nesses 20 anos de operação para as universidades, centros de pesquisa e empresas do sistema agrícola e florestal, a Revista Opiniões decidiu abrir inscrições gratuitas para que todos os estudantes de todos os cursos de agroconhecimento, de qualquer parte do Brasil e do mundo, passem a receber gratuitamente as suas publicações.
O objetivo é fazer com que o estudante, desde o primeiro dia de aula, passe a participar da vida empresarial na qual se integrará, em alguns anos, já com atualizado conhecimento do que está sendo discutido, avaliado e implantado nas empresas. Muitos dos executivos e cientistas que hoje escrevem na Revista Opiniões declararam que liam nossas edições desde quando ainda eram estudantes nas universidades.
Ampliando o projeto de educação continuada, decidimos também abrir as inscrições gratuitas para todos os funcionários das áreas técnicas, agrícolas, industriais e admistrativas das empresas produtoras e fornecedoras dos sistemas florestal e sucroenergético de qualquer parte do Brasil e do mundo.
Todos os artigos da Revista Opiniões têm áudios traduzidos para 5 idiomas: português, inglês, espanhol, francês e alemão.
O acesso à informação dirigida é a mais eficiente forma de unificar e atualizar o conhecimento entre todos os funcionários em cargos de comando, bem como preparar os funcionários em ascensão para assumi-los. Esta é a mais eficaz e natural forma de gerar a educação de forma continuada.
Para se cadastrar na plataforma do programa de "Educação Continuada da Revista Opiniões" e passar a receber regular e gratuitamente as edições de nossas revistas, basta enviar um e-mail conforme especificado abaixo:
• Para: Jornalismo@revistaopinioes.com.br
• Assunto: Educação continuada gratuita
• Corpo do e-mail:
- Nome do funcionário ou estudante
- Área de trabalho ou curso que frequenta
- Nome da empresa ou da Universidade
- e-mail principal
- e-mail secundário ou pessoal
• Conforme a Lei nacional de proteção de dados, garantimos que as informações não serão utilizadas para qualquer outro interesse.
Ações urgentes são necessárias para restabelecer o equilíbrio climático. Iniciando o artigo com essa frase, quero trazer para o diálogo o quão importante são as florestas plantadas para a sociedade e o meio ambiente, já que oferecem uma matéria-prima renovável, com mínimo impacto ambiental, capaz de capturar e fixar carbono, entre outros benefícios. Hoje, a área aproximada de florestas plantadas no Brasil, segundo a IBÁ - Indústria Brasileira de Árvores, é de 10 milhões de hectares, e os gêneros mais plantados são pinus e eucalipto.
Nos últimos anos, apresentando grande competitividade mundial, nosso país, com um conjunto importante de empresas, mostrou que novos investimentos e ampliação de plantas industriais de diversos setores atrelados ao de floresta plantada, como serrarias e celulose, são possíveis.
Tais projetos de expansão industrial madeireira e florestal fizeram com que empresas aumentassem a distância em busca de matéria-prima e desenvolvessem novas metodologias de logística, agregando novas técnicas para o apri moramento do manejo florestal, por exemplo. Ao expandir essa distância, as empresas pre cisaram também evoluir e se adaptar, muitas vezes, a novos desafios.
É importante destacar que o Brasil se des taca com uma das maiores produtividades do mundo com potencial para crescer. Além dis so, nossas florestas apresentam rotações de 15,
18, 21, até 28 anos, e as empresas florestais dirigem a cadeia produtiva de uma forma que ela seja bastante diversificada, atendendo a mercados de celulose, papel, painéis reconstituídos, compensados, madeira serrada, biomassa e de produtos de maior valor agregado, como piso de madeira sólida, portas e janelas, molduras, madeira engenheirada etc.
Percebe-se, também, que a demanda por produtos de base florestal vem crescendo ao redor do mundo, motivada por essa busca dos consumidores por sustentabilidade. E, justamente nesse momento, um dos grandes pontos debatidos no setor é: para onde crescer em área plantável?
Para analisar esse cenário, devemos relembrar o que aconteceu no passado com alguns setores que necessariamente utilizavam apenas diâmetros de toras exclusivos para sua atividade. Devido ao avanço de indústrias, como
A demanda por produtos de base florestal vem crescendo ao redor do mundo, motivada por essa busca dos consumidores por sustentabilidade.
"
Zaid Ahmad Nasser Presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal - APRE, e Diretor do Grupo The Forest Company
a de celulose, a disponibilidade de diâmetros maiores ficou, em algum momento, escassa. Porém, ao longo dos anos, o setor industrial madeireiro se mostrou dinâmico e, principalmente, capaz de reverter possíveis problemas de abastecimento. Um exemplo clássico é o do setor de laminação: no passado, somente toras de diâmetros acima de 30 centímetros eram consumidas; atualmente, com a inovação tecnológica, já é possível produzir toras de diâmetros acima de 15 centímetros.
Parte da solução para o futuro do abastecimento florestal passa, consequentemente, pela colheita florestal e seus desafios. O desequilíbrio do regime hídrico, por exemplo, convida os produtores florestais e empresas a pensarem sobre as questões ligadas ao volume produzido por hectare, seguindo para a produtividade das máquinas de colheita, uma vez que o investimento para a aquisição delas tem como uma das variáveis o volume individual de árvore previsto, e a diminuição desse volume impacta a viabilidade e a continuidade do processo com as premissas utilizadas anteriormente.
Outro ponto que merece destaque é o dimensionamento das máquinas. Assim como aconteceu com os caminhões, acredito que veremos, num futuro próximo, o desenvolvimento de equipamentos com diferentes composições para termos opções mais leves. Como mencionei, o volume individual das árvores
tem diminuído, mas as máquinas continuam pesadas. Esse tópico tende a seguir o mesmo caminho da área de transporte de madeira, que promoveu mudanças na matéria-prima para deixá-la mais leve e aumentar a capacidade de carga. Também será uma tendência um novo dimensionamento de pneus, para distribuir melhor o peso e, assim, proporcionar um impacto menor ao solo.
E, para finalizar a reflexão, cito novamente a primeira frase desse artigo: ações urgentes são necessárias para restabelecer o equilíbrio climático. Nosso prazo é curto, pois o Brasil tem uma importante agenda ESG a ser cumprida até 2030.
A mudança da matriz de abastecimento das máquinas tem se apresentado como uma realidade para o setor. Essa mudança para a base sustentável eletrificada é, sem dúvida, a agenda mais urgente para toda a cadeia produtiva, pois devemos demonstrar e aplicar a capacidade do nosso setor de ser sustentável não somente com o nobre trabalho de plantar árvores, mas também na preocupação com a evolução, a curto prazo, do uso das máquinas de colheita florestal, para reduzir ainda mais as emissões de CO₂ na nossa atividade – uma atividade que produz matéria-prima para o mercado industrial e que vai muito além, gerando bem-estar à sociedade, protegendo o meio ambiente e mantendo a capacidade de restaurar desequilíbrios ambientais. n
Sem dúvida alguma, o Brasil é um país com forte competitividade no setor florestal mundial. Contudo, algumas variáveis têm mudado sensivelmente nos últimos anos, o que tem tornado as nossas operações e negócios florestais mais desafiadoras.
E o que mudou?
São várias as mudanças que podem impactar significativamente a depender da localização geográfica, material genético alocado, tipo de operação, grau de mecanização e por aí vai. Para começar, as alterações pluviométricas com distribuições irregulares, entre anos e meses do ano, o que, de certa forma, acaba por favorecer a susceptibilidade dos maciços florestais a pragas e a uma oscilação nas capacidades regenerativas das cepas pós-colheita.
Como se não bastassem os aspectos da natureza, temos sofrido também com uma dificuldade muito grande na atração e retenção de profissionais qualificados para o negócio florestal, de operadores a gerentes, o que aumenta o esforço e dispêndio de tempo na execução assertiva do que precisa ser feito para obtermos uma floresta com alto grau de competitividade.
Além desses, a sustentabilidade e o valor da imagem e a marca dos negócios têm exigido operações cada vez mais seguras, o que é o ideal, que não admitem riscos que antes eram gerenciados.
Os preços dos insumos, equipamentos e terras aumentaram significativamente nos últimos tempos. Esse último, então, tem ficado muitas vezes inacessível ao produtor florestal. A fronteira agrícola tem avançado para regiões que antes eram terras com vocação única e exclusivamente florestal, agora não mais. Ainda temos um crescimento da demanda por madeira em nosso país, em virtude de novos projetos industriais e com projeção de aceleração ainda maior devido à pauta de descarbonização das empresas.
Isso tudo acaba resultando em um custo final da madeira em pé mais alto, o que pode afetar as margens e a atratividade dos investimentos em muitos negócios florestais.
Quando falamos de mudanças em regimes pluviométricos irregulares, pragas, alocação clonal, uso de solos de baixa produtividade, vemos muitas vezes o Volume Médio Individual (VMI) das árvores diminuir drasticamente em alguns casos, fazendo com que as etapas subsequentes do processamento das árvores fiquem mais onerosas, em função do consumo de combustíveis, óleos lubrificantes, peças e valores
Os custos de formação das florestas estão muito mais altos que no passado.
O preço de madeira no mercado chega a ser três vezes maior que há 10 anos "Fabrício Amaral Poloni Gerente geral Operacional da Arcelor Mittal
Detalhe de encaixe para ferramentas de 4 lados
P Discos de corte para Feller: conforme modelo ou amostra
PDiscos especiais conforme desenho
• Disco de corte com encaixe para utilização de até 20 ferramentas, conforme possibilidade devido ao O externo.
• Diâmetro externo e encaixe central de acordo com a máquina
PUsinagem de peças conforme desenho ou amostra: Eixos, acoplamentos, roscas sem-fim transportadoras, roletes e tambores para esteiras transportadoras, tambores para pontes rolantes, cilindros hidráulicos e pneumáticos e outros.
investidos nos equipamentos. Tudo acaba ficando relativamente mais caro para processar cada m³ de madeira.
Temos discutido muito, ultimamente, sobre o impacto dos métodos de colheita na produtividade final das florestas e a taxa de aproveitamento dos nossos ativos. Atuo no segmento de produção de carvão vegetal há mais de 20 anos e durante todo esse tempo avaliamos como mais viável para o custo final do carvão produzido a colheita pelo método full tree, que utiliza feller buncher, skidder e garras traçadoras cada vez mais produtivas, maiores e pesadas.
Os impactos do tipo de corte e movimentação de máquinas sobre a floresta e o estágio de regeneração pós-colheita da primeira rotação e a perda da taxa de sobrevivência de cepas sempre foram notados. Contudo, quando fazíamos contas do custo de um modelo de colheita diferente e comparávamos com os custos da formação da floresta até aquele estágio, sempre optamos pelo retorno a curto prazo, ou seja, colheita mais barata.
Ocorre, hoje, que o ativo imobilizado (terra) e os custos de formação das florestas estão muito mais altos que no passado. O preço de madeira no mercado chega a ser três vezes maior que há 10 anos, o que nos faz repensar a viabilidade de todas as operações na cadeia da produção de floresta e no processamento de madeira.
Estudos e a prática nas empresas mostram que a diferença entre a taxa de sobrevivência no sistema cut to length – CTL e do sistema full tree podem superar os 10 pontos percentuais.
Se tomarmos um exemplo hipotético, onde se obtém 90% de sobrevivência na segunda
rotação, no sistema CTL e 80% no sistema full tree, perderemos 5% da capacidade produtiva das terras, quando comparamos os dois métodos, e perdemos 10% quando apuramos o resultado do sistema full tree, o que é muito. Atualmente, isso tem muito mais valor que há alguns anos em função do preço e da disponibilidade da madeira.
Diante dessas constatações, temos alguns desafios pela frente. Primeiro, melhorar os processos, equipamentos e materiais genéticos para que consigamos perder menos no sistema de colheita full tree, maximizando o uso das terras e retorno sobre capital empregado na formação da florestal; e/ou tornar o modelo de colheita CTL mais viável para aplicação também no segmento de produção de carvão vegetal. Outro desafio que se tornará cada vez mais relevante é a pegada de carbono. Os equipamentos utilizados nos sistemas de colheita são máquinas robustas, com alta produtividade, que requer também alto consumo de combustível. Atualmente, o percentual de bio-óleo no diesel é baixo. Precisaremos pensar em equipamentos que funcionem com combustíveis oriundos de fontes renováveis, equipamentos elétricos e cada vez mais eficientes quando pensamos em tCO₂ equivalente, emitida por tonelada de madeira produzida.
E por fim, mas não menos importante, temos um desafio enorme de formar profissionais qualificados para o setor, conseguir atrair e retê-los nas organizações.
Diante do potencial brasileiro e dos planos de crescimento para o setor, vejo com muito entusiasmo nosso futuro, mesmo com os desafios que teremos pela frente. n
PROBLEMAS COM O SEU SISTEMA DE MONITORAMENTO E PROTEÇÃO?
Temos a linha completa de sensores, cabos, compatíveis com o seu sistema.
A SECMIL tem estoque de peças, com garantia de fábrica, do sistema VM 600 como sensores, cabos e condicionadores de sinal.
VM600
Cabos e sensores
SENSORES, CABOS E DRIVERS METRIX COMPATÍVEIS COM TODOS OS SISTEMAS
Velocity Transmitters Com indicação local Série Compacta Impacto Slim
EQUIPAMENTOS DYNAMIC RATINGS PARA: Solucionar problemas em monitoramento, controle e comunicação para motores elétricos, transformadores e geradores, etc.
SECMIL LTDA.
Fone: 12 3911-9496 • 12 3921-2930
Celular: 12 99717-3318 • 12 99658-6122 comercial@secmil.com.br • www.secmil.com.br
O segmento florestal desempenha papel fundamental na economia global, fornecendo matéria-prima essencial para diversos setores. Nos últimos anos, é notável a expansão do setor no Brasil, com expressivos investimentos nessa cadeia produtiva. No entanto, para que essa indústria seja eficiente e sustentável, é necessária uma logística eficaz e segura da madeira da colheita até as fábricas e sua distribuição. A evolução do transporte nos últimos anos desempenhou um papel crucial nesse processo, com o aumento das capacidades de peso e volume transportado, do emprego, de mais tecnologia e de formação e capacitação da mão de obra especializada.
O transporte rodoviário representa uma parcela significativa dos custos na logística florestal, chegando, em alguns casos, a 40% dos custos do processo. Portanto, torna-se crucial buscar maneiras de se reduzir custos e aumentar a produtividade para garantir a competitividade do setor. Um dos desafios do transporte florestal sempre foi aumentar a capacidade de carga e volume por viagem, incluindo a transição de modais com maior capacidade, como a mudança de um veículo Bitrem com PBT de 57 toneladas para um TT com capacidade de 74 toneladas, sempre considerando as limitações estruturais das rodovias e a topografia das áreas plantadas.
A capacidade de peso dos veículos é regulamentada por normas específicas, com o objetivo de proteger a infraestrutura rodoviária, que consideram não apenas o peso total do veículo, mas também a distribuição adequada do peso sobre os eixos para evitar danos às estradas e garantir a estabilidade do veículo durante a condução.
Os veículos utilizados no transporte florestal incluem caminhões com reboques ou semirreboques, e a capacidade de peso varia dependendo de fatores como: tipo de veículo, configuração de eixos, normas regulatórias, tecnologia, inovação e o impacto ambiental.
O avanço dos modais, principalmente ao longo dos últimos 10 anos, passa por um período de grande redução na tara dos equipamentos, com o avanço da engenharia de equipamentos, provocado pelas empresas de logística e embarcadores. Surgiram, então, equipamentos extra leves e especializados, com capacidade de carga aumentada através do emprego de materiais mais leves, fazendo com que, em alguns momentos, fosse possível conquistar até 20% de redução na tara e, consequentemente, aumento na capacidade de peso líquido transportado. Esse movimento trouxe ganhos para o transporte florestal, no entanto, houve situações de redução extrema que comprometeram a vida útil do equipamento, o índice de quebras, a disponibilidade, o aumento no custo de manutenção e risco à segurança da operação.
Foi preciso encontrar um ponto de equilíbrio e, no momento atual, os equipamentos possuem tara entre 12% a 15% mais leve, proporcionando aumento na capacidade de carga líquida, comparado a equipamentos utilizados na última década.
;
os equipamentos atuais possuem tara entre 12% a 15% mais leve, proporcionando aumento na capacidade de carga líquida, comparado a equipamentos utilizados na última década "
Flávio Cunha Souza
Gerente Regional do Segmento Florestal da Expresso Nepomuceno
Cabe, agora, explorar novas tecnologias e materiais empregados, para buscar uma nova onda de oportunidades a fim de aumentar a eficiência no transporte florestal. Outro ponto fundamental diz respeito a utilização de tecnologias embarcadas. Essas tecnologias desempenham hoje um papel vital no aprimoramento da eficiência, segurança e sustentabilidade do transporte florestal. É possível distinguir três bases principais: a telemetria, o controle de fadiga e o monitoramento da gestão logística.
A telemetria envolve a coleta de dados em tempo real por meio de sensores instalados em veículos e ativos. Ela monitora métricas como velocidade, localização, consumo de combustível e desempenho do motor. Isso permite otimizar operações, melhorar a eficiência, prevenir problemas mecânicos e otimizar rotas. Isso resulta em eficiência operacional, manutenção preventiva e logística. Além disso, possibilita o embarque de rotograma que permite ao motorista visualizar as condições de trajeto ao longo da viagem, gerando maior segurança no transporte.
O controle de fadiga é essencial para prevenir acidentes causados por cansaço. Isso inclui sensores que rastreiam padrões de direção, câmeras que monitoram olhos e rosto do motorista em busca de sinais de sonolência e sistemas de alerta para comportamentos inseguros, como sair da faixa ou distração ao volante.
O monitoramento é fundamental para otimizar a logística e fazer a gestão eficaz do transporte, isso envolve o planejamento, execução e controle eficiente dos tempos e ciclos envolvidos. A análise dos dados torna cada etapa da viagem mais eficiente e produtiva.
As tecnologias embarcadas desempenham um papel crucial, melhorando a eficiência operacional, a segurança dos motoristas e a gestão logística. Essas inovações contribuem para a modernização e a sustentabilidade do setor, garantem um uso mais eficiente dos recursos e uma redução dos impactos ambientais e econômicos.
Apesar dos avanços tecnológicos, a indústria florestal enfrenta desafios significativos relacionados à escassez de mão de obra qualificada, especialmente entre motoristas profissionais. Nesse contexto, políticas de incentivo a formação, treinamento e capacitação têm se mostrado essenciais para preencher essa lacuna.
Em virtude dessa escassez que afeta toda a cadeia de transporte rodoviário no país, é necessário investir em programas de treinamento extenso para preparar motoristas a lidar com essa logística desafiadora.
Os programas incluem treinamentos teóricos e práticos, simulações de situações de campo e instruções sobre segurança e regulamentos. Parcerias entre a indústria, instituições de ensino e órgãos reguladores estão sendo estabelecidas para desenvolver currículos adaptados às demandas da logística florestal.
Além disso, programas de formação bem estruturados atraem jovens para a carreira, enquanto o investimento na formação contínua aumenta a satisfação e a retenção de profissionais experientes. Essa capacitação também prepara os motoristas para lidar com tecnologias embarcadas e sistemas de gerenciamento.
Em suma, a escassez de motoristas no transporte florestal é um desafio que requer uma abordagem abrangente. Investir em formação e capacitação não apenas melhora as habilidades dos motoristas, mas também contribui para a retenção de profissionais, a segurança nas estradas e o sucesso geral das operações florestais.
Por último, é fundamental destacar a crescente relevância da sustentabilidade e dos critérios ESG no setor de transporte florestal. A adoção de veículos elétricos representa uma estratégia eficaz para mitigar as emissões de CO2, enquanto a implementação de práticas sustentáveis na logística e o uso de biocombustíveis também desempenham um papel crucial na redução das emissões. Além disso, é necessário que o segmento leve em conta os impactos ambientais, sociais e de governança em suas operações, a fim de fomentar a sustentabilidade e alinhar-se com os critérios ESG. Essas iniciativas não apenas têm um impacto positivo no meio ambiente, mas também promovem uma imagem mais favorável e asseguram a sustentabilidade a longo prazo da indústria florestal. Em síntese, a evolução do transporte na logística florestal continua a moldar a indústria, abordando desafios como aumento na capacidade de peso e volume, eficiência operacional e sustentabilidade. As tecnologias aplicadas, como sistemas de telemetria, controle de fadiga e avançado monitoramento da logística em tempo real, estão impulsionando a eficácia e segurança das operações. No entanto, a escassez de mão de obra qualificada, especialmente entre motoristas, permanece um desafio. Através de políticas de formação, treinamento e parcerias estratégicas, o setor está se esforçando para superar essa lacuna, capacitando profissionais para enfrentar os complexos desafios da logística florestal. O resultado é um setor mais resiliente, eficiente e preparado para enfrentar os desafios do futuro. n
Áreas de interesse:
Edição Bioenergética:
• Cana-de-açúcar
• Milho
• Agave (sisal)
• Açúcar
• Etanol
• Biodiesel
• Biogás
• Biometano
• Bioeletricidade
• Carbono
Edição Florestal:
• Celulose
• Papel
• Carvão
• Siderúrgia
• Painéis
• Madeira
• Produtos não-madeireiros
Celular-WhatsApp: +55 16 99777-7799
Jornalismo@RevistaOpinioes.com.br
www.RevistaOpinioes.com.br
Fonte: Google Analytics
A relevância do tema logística para o setor de florestas plantadas é inegável. Um dos aspectos que merece ser mencionado é o custo com o transporte da madeira que, com uma pequena ressalva sobre variação nas distâncias entre a base florestal e unidade consumidora, pode representar algo entre 30% a 40% do custo final da madeira entregue.
Além do fator financeiro, destacado acima, outro item é a segurança no transporte desses produtos, que é prioritariamente realizado por rodovias em diversos estados brasileiros.
Portanto, é fundamental mencionar a grande evolução no fator segurança destas operações, que reflete na redução do número de acidentes envolvendo veículos no transporte de madeira e na diminuição da gravidade da maioria das ocorrências. Algumas empresas expressaram essas quedas por meio de dados reais e, em alguns casos, as ta xas de acidentes por milhão de quilômetros rodados tiveram queda de mais de 90%.
Há alguns meses, escrevi outro artigo para a Revista Opiniões , no qual pude apresentar as evoluções que tivemos na Bracell com a implantação da nossa central integrada de controle logístico. Volto neste tema para destacar uma das ferramentas: a câmera de monitoramento de fadiga.
Essa importante iniciativa foi implementada em toda a frota de transporte de madeira e celulose da Bracell, considerando veículos próprios e de terceiros.
Como resultado, o uso da câmera nos trouxe a possibilidade de tratar, preventivamente, comportamentos inadequados durante a condução dos veículos e, também, monitorar o nível de fadiga ou sonolência. Pouco mais de dois anos da implantação, a quantidade de eventos considerados críticos na Bracell está abaixo de 0,5% do total indicado pela inteligência artificial das câmeras.
Algumas empresas expressaram quedas no transporte de madeira por meio de dados reais e, em alguns casos, as taxas de acidentes por milhão de quilômetros rodados tiveram queda de mais de 90%. "
Joaquim Trecenti Barros Lordelo Gerente Sr de Operações Florestais da Bracell
O que reforça como a utilização da tecnologia, somada aos processos que sucedem à identificação dos desvios, tem tornado nossa operação cada vez mais segura.
A evolução nos caminhões e implementos também têm se mostrado cada vez mais importantes, considerando o aumento em suas potências e em suas capacidades de carga. Contudo, sabemos que existe ainda espaço para novas mudanças e evoluções, mas vale lembrar que algumas demandarão esforço técnico e político para ajustar a legislação vigente. Um desses avanços seria, por exemplo, a utilização de caminhões com 90 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC), como já acontece com o setor sucroenergético.
Ampliar esforços na engenharia de materiais também está entre as grandes possibilidades de avanços com os equipamentos que poderia ser transformadora para o setor. Nessa frente, seria possível discutir a utilização de materiais como, por exemplo, o grafeno, o kevlar e outros na confecção de implementos, reforços estruturais ou outras aplicações. Essa mudança traria ao setor uma evolução em competitividade, já que a redução no peso dos equipamentos provocaria aumento da resistência e, consequentemente, maior disponibilidade desses e redução dos custos das operações. Falando sobre competitividade, é importante reforçar o papel crucial da sustentabilidade dos negócios a longo prazo e sua con-
A curto prazo, o setor tem uma grande oportunidade para evoluir em eficiência energética e não me refiro apenas ao conceito de fazer mais (maior quilometragem) com menor consumo. Há outras decisões estratégicas que a empresa pode tomar e que impactarão na sua eficiência.
Um exemplo que parece ser simples, mas que traz excelentes resultados como constatamos ao adotar na Bracell, é o uso correto dos pneus.
Sim, a correta calibragem traz um impacto importante na redução de consumo de combustíveis. Com uma rotina de checagem é possível garantir que os pneus estejam sempre dentro das especificações apontadas pelo fabricante e obter uma melhor performance .
Ainda sobre pneus, na Bracell passamos também a usar, em nossa matriz decisória, a classificação do InMetro (Portaria de número 379, de setembro de 2021) – aquela etiqueta aplicada pelos fabricantes. Estes adesivos presentes nos pneus, conforme imagem abaixo – obtida no site da Anipa – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, trazem uma série de informações muito importantes para os consumidores como, por exemplo, o nível de ruídos produzidos, comportamento nas vias com presença de água e, o que passamos a considerar, a classificação do consumo de combustível.
De modo geral, a médio prazo, a questão da sustentabilidade e eficiência energética traz a necessidade de discutir sobre combustíveis alternativos que possam entregar uma redução significativa nos níveis de emissões de dióxido de carbono (CO2).
O tema é tão relevante e complexo que necessita de um artigo à parte para explorar com mais detalhes as opções de veículos movidos a energia elétrica, gás natural, biometano, nitrogênio ou outros.
Contribuir com a minha visão sobre temas relevantes em eventos do setor, são fontes de inspiração para seguirmos com foco na melhoria contínua.
Afinal, ampliar o conhecimento por meio de agendas como essas, que unem os melhores especialistas, é fundamental para ampliarmos a competitividade de maneira eficaz e sustentável. n
Entre as diversas variáveis que afetam o processo de produção da celulose, destaca-se a matéria-prima utilizada, pelo fato de a madeira representar o maior custo na produção, estima-se que mais de 40% do custo total seja relacionado a ela. Esse é motivo pelo qual investimentos tecnológicos estão sendo direcionados para a minimização desses custos. Dentre os diversos custos da madeira está o custo logístico, para que essas toras sejam transportadas até a indústria e posteriormente usadas para a produção de celulose. Visando a redução desses custos, toda a cadeia logística se movimenta na busca por eficiência, tanto os clientes (fabricantes de celulose e papel) quanto os transportadores, que buscam por tecnologias que possam diferenciá-los da concorrência. E, por eficiência, podemos considerar as mais variadas iniciativas, sendo uma delas de maior relevância a devida otimização da caixa de carga dos implementos (semirreboques) de transporte florestal, o que consiste em transportar o maior volume de produto possível em uma única viagem. É comum ver nas rodovias veículos de transporte de toras de madeira, normalmente do tipo bitrem (veículos de até 7 eixos, com 2 composições e limitação de PBTC de 57 toneladas) e tritrem (veículos de até 9 eixos, com 3 composições e limitação de PBTC de 74 toneladas).
A portaria Nº 268, de março de 2022, deliberada pela Secretaria Nacional de Trânsito, homologa os veículos e as combinações de veículos de carga, bem como seus limites de peso e dimensões, conforme o porte e compatibilidade das vias. Enquanto a cadeia logística busca opções de transporte fora de estrada, utilizando vias internas e privadas, onde, com devido investimento no porte e estrutura das estradas, podem ser utilizados veículos com maior comprimento, altura e largura. Temos visto experiências recentes com o uso de veículos conhecidos como pentatrem e hexatrem (veículos de 15 eixos ou mais, com 5 e 6 composições e sem limitação de PBTC). Essas, certamente, são opções que reduzem significativamente o custo do transporte, mas que apresentam diversas limitações de operação, incluindo a localização das florestas em relação à fábrica, relevo das áreas e manutenção e conservação de estradas.
Como são grandes as restrições, a maioria das plantas de celulose do Brasil ainda recebe a madeira por meios convencionais de transporte, utilizando as estradas, rodovias urbanas e rurais do país. O desafio das empresas de transporte para atender à demanda dos clientes é, com as montadoras, desenvolver equipamentos que apresentem a relação adequada entre o menor peso (tara) possível, preservando a robustez e qualidade dos materiais a serem usados na fabricação dos equipamentos.
Para exemplificar melhor, trago a experiência que nós, na JSL, como operador logístico, passamos na última década. Para essa demonstração, usaremos como referência o equipamento tritrem para transporte de toras, equipamento formado por um cavalo mecânico
O desafio da cadeia é continuar buscando evolução, com iniciativas de regulamentações para uso de equipamentos de maior porte em rodovias, e continuar o desenvolvimento de componentes e materiais alternativosTiago Charaf de Castro Quintão
Gerente Geral de Operações Florestais da JSL
trator, 6x4 acoplado a um conjunto com três composições, que possui no total 9 eixos, comprimento total de até 29,90 metros e peso bruto total carregado de até 74 toneladas.
Na busca por aumentar a caixa de carga livre para o transporte de toras, ano após ano, há trabalho no estudo de componentes e materiais utilizados na fabricação dos implementos, e os resultados são mostrados no gráfico abaixo.
Ainda em 2010, existiam os equipamentos conhecidos hoje como “super pesados”, totalmente fabricados em aço carbono convencional, que tinham como grande característica a robustez e capacidade de resistir a operações severas. A partir de 2013, o mercado introduziu no processo de fabricação dos equipamentos a possibilidade de utilizar aço High Strength Low Alloy (de baixa liga e alta resistência), sendo até 15% mais leves do que o aço carbono convencional. A mescla entre aço carbono e aço Domex trouxe ganho imediato de mais de 1 tonelada livre para transportar madeira na caixa de carga. Em 2014, além de aumentar a parcela de aço especial na fabricação dos equipamentos, foi introduzido o uso de outros componentes até o momento não utilizados pelo segmento, sendo eles, a inclusão da suspensão pneumática, substituindo a suspensão mecânica, rebaixamento de chassi, troca de rodas de ferro convencional por rodas de alumínio e, por fim, a inclusão da rodagem Single (redução de 4 conjuntos de roda e pneus por eixos para 2 conjuntos de roda e pneu por eixo) com alteração da largura de banda dos pneus de 295mm para 385mm. Toda essa iniciativa trouxe ganho substancial de 4,9 toneladas livres de madeira na caixa de carga em relação ao equipamento super pesado de 2010, um aumento de 10,6%.
Com os ganhos veio como consequências grande quantidade de quebras e redução da disponibilidade, em especial nas regiões do país com maior severidade operacional, o que forçou transportador e montador repensar o projeto.
A partir de 2016, já com 2 anos da introdução do "extra leve", foi necessário reforçar a estrutura dos equipamentos e, em algumas regiões, retomar o uso de rodagem dupla.
De 2018 a 2020, com um grande histórico das principais intervenções de manutenção e disponibilidade mecânica, chegamos ao mix ideal de uso de componentes. Isso nos permitiu, ao longo de todo o período da migração do extra pesado para o extra leve, capturar um ganho total de caixa de carga de aproximadamente 3,2 toneladas de madeira, o que representa um aumento total de 7%.
Dentre os diversos aprendizados capturados ao longo da década de desenvolvimento, podemos destacar os principais pontos, sendo eles: regionalização de projeto (cada região do país demanda um cuidado específico no dimensionamento do implemento); adequação do pneu utilizado em função do revestimento usado nas estradas não pavimentadas; revisão dos processos de manutenção e a qualificação e treinamento especializado de mão de obra de manutenção, principalmente no que se refere aos cuidados com a suspensão pneumática e soldagem das ligas de aço especial.
O desafio da cadeia é continuar buscando evolução, com iniciativas de regulamentações para uso de equipamentos de maior porte em rodovias. É também continuar o desenvolvimento de componentes e materiais alternativos que tragam maior competitividade ao setor, com consequente redução de custos e número de veículos nas rodovias, o que impacta positivamente a sociedade.
Além do dimensionamento dos implementos, nos últimos anos, temos trabalhado em diversas outras iniciativas, principalmente voltadas ao uso de tecnologia para ganho de eficiência com melhor utilização física da frota, otimização de custos e, principalmente, segurança, o que nos traz maior sustentabilidade para o negócio. n
Anunciar na Revista Opiniões da Bioenergética
16 99773-2200
Anunciar na Revista Opiniões próxima Florestal 16 99773-2200
Foto: Rodrigo Palazuelos, RP ForestSão 3.412 mil artigos, sobre 167 diferentes temas, escritos com exclusividade pelas maiores autoridades dos assuntos no país.
Você tem 2 formas para ler as revistas:
1. Pela edição virtual, folheando as páginas como em uma antiga revista.
Nesta opção você pode fazer o download da edição inteira, para ler quando estiver off-line, ou
2. Por texto corrido, lendo os artigos individualmente com livre acesso aos textos e imagens.
Além da forma de leitura, você pode escolher em qual das 4 línguas você vai ler ou ouvir os artigos?
Revista Opiniões, a revista mundial do agronegócio brasileiro
Biblioteca Sucroenergética
Biblioteca Florestal
Acesso ao Site
Editora WDS Ltda e Editora VRDS Brasil Ltda: Rua Jerônimo Panazollo, 350 - 14096-430, Ribeirão Preto, SP, Brasil - Pabx: +55 16 3965-4606 - e-Mail Geral: Opinioes@ RevistaOpinioes.com.br •Diretor Geral de Operações e Editor-chefe: William Domingues de Souza - WDS@ RevistaOpinioes.com.br - Whats App: +55 16 99777-7799
•Coordenadora de Marketing: Valdirene Ribeiro Souza
- Fone: 16 3965-4606 - VRDS@RevistaOpinioes.com.br
•Vendas Operacionais: • Priscila Boniceli de Souza Rolo
- Fone: 16 99132-9231 - pboniceli@gmail.com •Jornalista
Responsável: William Domingues de Souza - MTb35088jornalismo@RevistaOpinioes.com.br
•Midia Social: Fernanda Silva - 16 3965-4606 - FS@RevistaOpinioes.com.br
•Projetos Futuros: Julia Boniceli Rolo -16 2604-2006
- JuliaBR@RevistaOpinioes.com.br
• Projetos Avançados: Luisa Boniceli Rolo -16 2304-2012 - LuisaBR@RevistaOpinioes. com.br •Consultoria Juridica: Jacilene Ribeiro Oliveira Pimenta - RibeiroLena@hotmail.com •Correspondente na Europa (Augsburg Alemanha): Sonia Liepold-MaiFone: +49 821 48-7507 - sl-mai@T-online.de •Copydesk: Elienir Eller Cordeiro - Elenireler85@gmail.com •Edição Fotográfica: Priscila Boniceli de Souza Rolo - Fone: 16 99132-9231 - pboniceli@gmail.com •Artigos: Os artigos refletem individualmente as opiniões pessoais sob a responsabilidade de seus próprios autores •Foto da Capa: Acervo Expoforest 2023 •Foto da página do Índice: Acervo Expoforest 2023 •Foto da página de Áudios: Acervo Expoforest 2023 •Fotos dos Articulistas: Acervo Pessoal dos Articulistas e de seus fotógrafos pessoais ou corporativos •Foto da Próxima sucroenergética: acervo Revista Opiniões •Foto da Próxima edição Florestal: Rodrigo Palazuelos, RP Forest •Foto do Expediente: Arte sobre foto do acervo da Eldorado Brasil •Fotos de Ilustrações: Paulo Alfafin Fotografia - 19 3422-2502 - 19 98111-8887paulo@pauloaltafin.com.br
• Ary Diesendruck Photografer - 11 3814-4644 - 11 99604-5244 - ad@arydiesendruck. com.br • Tadeu Fessel Fotografias - 11 3262-2360 - 11 95606-9777 - tadeu.fessel@gmail.com
• Mailson Pignata - mailson@aresproducoes.com.br - fone: 16 99213-2105
• Acervo Revista Opiniões e dos específicos articulistas
•Expedição Revista Digital: 33.248 •Revista Digital: Cadastre-se no Site da Revista Opiniões através do serviço de Fale Conosco e receba as edições diretamente em seu computador ou celular •Portal: Estão disponíveis em nosso Site todos os artigos, de todos os articulistas, de todas as edições, de todas as divisões das publicações da Editora WDS, desde os seus respectivos lançamentos, com livre possibilidade para donwload •Auditoria de Veiculação e de Sistemas de controle: Liberada aos anunciantes a qualquer hora ou dia, sem prévio aviso, através de visita virtual • Home-Page: www.RevistaOpinioes.com.br
ISSN - International Standard Serial Number: 2177-6504
Conselho Editorial da Revista Opiniões:
Divisão Florestal: • Amantino Ramos de Freitas • Antonio Paulo Mendes Galvão • Augusto Praxedes Neto • Caio Eduardo Zanardo • Celso Edmundo Bochetti Foelkel • Eduardo
Mello • Edimar de Melo Cardoso • Fernando Campos Passos
• João Fernando Borges • Joésio Deoclécio Pierin Siqueira • José Ricardo Paraiso Ferraz • Luiz Ernesto George Barrichelo
• Maria José Brito Zakia • Mario Sant'Anna Junior • Mauro
Quirino • Mauro Valdir Schumacher • Moacyr Fantini • Moacir
José Sales Medrado • Nelson Barboza Leite • Roosevelt de Paula
Almado • Sebastião Renato Valverde • Walter de Paula Lima
Divisão Sucroenergética: • Eduardo Pereira de Carvalho
• Evaristo Eduardo de Miranda • Jaime Finguerut • Jairo
Menesis Balbo • José Geraldo Eugênio de França • Julio Maria
M. Borges • Luiz Carlos Corrêa Carvalho, Caio • Manoel
Vicente Fernandes Bertone • Marcos Guimarães Andrade
Landell • Marcos Silveira Bernardes • Martinho Seiiti Ono
• Nilson Zaramella Boeta • Paulo Adalberto Zanetti • Pedro
Robério de Melo Nogueira • Plinio Mário Nastari • Raffaella
Rossetto • Tadeu Luiz Colucci de Andrade
plataforma digital multimídia da Revista Opiniões