O plantio, a colheita e o transporte florestal - OpCP51

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Opiniões www.RevistaOpinioes.com.br ISSN: 2177-6504

FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira ano 15 • número 51 • Divisão F • mar-mai 2018

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índice

o plantio, a colheita e o transporte florestal Plantio de madeira:

6 8 12 16 18

Luís Fernando Silva

Produção de Fibras da International Paper

Sharlles Christian Moreira Dias

Nutrição, Manejo e Proteção Flortl da Eldorado

Adriano de Oliveira Ferreira Silvicultura da Klabin

Marcus Vinicius Masson

P&D da Bahia Specialty Cellulose/Copener

Rodrigo Zagonel

Silvicultura e Viveiro ES/BA da Fibria

Ensaio especial:

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Colheita de madeira:

20 22 26 28 30 34

Luiz Sérgio Coelho de Cerqueira Filho Colheita e Manutenção da Fibria-SP

Igor Dutra Souza

Manejo Florestal da Vallourec Florestal

Toru Sato

Tecflora Tecnologia Florestal Avançada

Hannu Vauhkonen

Treinamento da Ponsse Mundial

Nilton Cesar Fiedler

Mecanização Florestal da UF-ES

Eduardo da Silva Lopes

Logística de transporte:

38 40 44 46 50

Niego B Farias Souza e Marcio H Sastre Transporte da Eldorado

Raiane M Gomes e Carlos C Machado Logística e Colheita Florestal da UF-Viçosa

Adriano Thiele CEO da JSL

Fabian Fernandes Bruzon Operações Florestais da Suzano

Marcos Aurélio Barbosa

Logística, G&D e Poupança Florestal da Fibria

Colheita e Transporte Florestal da Unicentro-Cenfor

José Leonardo de Moraes Gonçalves Solos e Nutrição Florestal da Esalq-USP

Editora WDS Ltda e Editora VRDS Brasil Ltda: Rua Jerônimo Panazollo, 350 - 14096-430, Ribeirão Preto, SP, Brasil - Pabx: +55 16 3965-4600 - e-Mail Geral: Opinioes@RevistaOpinioes.com.br n Diretor Geral de Operações e Editor Chefe: William Domingues de Souza - 16 3965-4660 - WDS@RevistaOpinioes.com.br nCoordenadora Nacional de Marketing: Valdirene Ribeiro Souza - Fone: 16 3965-4606 - VRDS@RevistaOpinioes.com.br nVendas: Lilian Restino - 16 3965-4696 - LR@RevistaOpinioes.com.br • Priscila Boniceli de Souza Rolo - Fone: 16 99132-9231 - boniceli@globo.com nJornalista Responsável: William Domingues de Souza - MTb35088 - jornalismo@RevistaOpinioes.com.br nProjetos Futuros: Julia Boniceli Rolo - 2604-2006 - JuliaBR@RevistaOpinioes.com.br nProjetos Avançados: Luisa Boniceli Rolo - 2304-2012 - LuisaBR@RevistaOpinioes.com.br nConsultoria Juridica: Priscilla Araujo Rocha nCorrespondente na Europa (Augsburg Alemanha): Sonia Liepold-Mai Fone: +49 821 48-7507 - sl-mai@T-online.de nExpedição: Donizete Souza Mendonça - DSM@RevistaOpinioes.com.br nCopydesk: Roseli Aparecida de Sousa - RAS@RevistaOpinioes.com.br nEdição Fotográfica: Priscila Boniceli de Souza Rolo - Fone: 16 99132-9231 - boniceli@globo.com nTratamento das Imagens: Luis Carlos Rodrigues, Careca - LuisCar.rodrigues@gmail.com - 16 98821-3220 n Finalização: Douglas José de Almeira nArtigos: Os artigos refletem individualmente as opiniões pessoais sob a responsabilidade de seus próprios autores nFoto da Capa: Acervo Ponsse nFoto do Índice: Acervo Cenibra nFotos das Ilustrações: Paulo Alfafin Fotografia - 19 3422-2502 - 19 98111-8887- paulo@pauloaltafin.com.br • Ary Diesendruck Photografer - 11 3814-4644 - 11 99604-5244 - ad@arydiesendruck.com.br • Tadeu Fessel Fotografias - 11 3262-2360 - 11 95606-9777 - tadeu.fessel@gmail.com • Acervo Revista Opiniões e dos específicos articulistas nFotos dos Articulistas: Acervo Pessoal dos Articulistas e de seus fotógrafos pessoais ou corporativos nVeiculação Comprovada: Através da apresentação dos documentos fiscais e comprovantes de pagamento dos serviços de Gráfica e de Postagem dos Correios nTiragem Revista Impressa: 5.000 exemplares nExpedição Revista eletrônica: 16.000 e-mails cadastrados - Cadastre-se no Site da Revista Opiniões e receba diretamente em seu computador a edição eletrônica, imagemn fiel da revista impressa nPortal: Estão disponíveis em nosso Site todos os artigos, de todos os articulistas, de todas as edições, de todas as divisões das publicações da Editora WDS, desde os seus respectivos lançamentos nAuditoria de Veiculação e de Sistemas de controle: Liberada aos anunciantes a qualquer hora e dia, sem prévio aviso. n Home-Page: www.RevistaOpinioes.com.br South Asia Operation: Opinions Magazine-India: Specific publication on agricultural, industrial and strategic issues of Indian regional market. Editorial language: English. Advertising language: English and Hindi n Business Researcher: Marcelo Gonçalez - +91 9559 001 773 - MG@RevistaOpinioes.com.br nMarketing Researcher: Eliete Aparecida Alves Goncalez - +91 9580 824 411 - EG@RevistaOpinioes.com.br n Chief Editor Assistant: Gabrielle Gonçalez - +91 9580 824 411 - GG@RevistaOpinioes.com.br nBusiness Journalist: Andréa Lage de Oliveira- +977 981 8816 164 - ALO@RevistaOpinioes.com.br n

Conselho Editorial da Revista Opiniões: ISSN - International Standard Serial Number: 2177-6504 Divisão Florestal: • Amantino Ramos de Freitas • Antonio Paulo Mendes Galvão • Celso Edmundo Bochetti Foelkel • João Fernando Borges • Joésio Deoclécio Pierin Siqueira • Jorge Roberto Malinovski • Luiz Ernesto George Barrichelo • Marcio Nahuz • Maria José Brito Zakia • Mario Sant'Anna Junior • Mauro Valdir Schumacher • Moacir José Sales Medrado • Nairam Félix de Barros • Nelson Barboza Leite • Roosevelt de Paula Almado • Rubens Cristiano Damas Garlipp • Sebastião Renato Valverde • Walter de Paula Lima Divisão Sucroenergética: • Carlos Eduardo Cavalcanti • Eduardo Pereira de Carvalho • Evaristo Eduardo de Miranda • Jaime Finguerut • Jairo Menesis Balbo • José Geraldo Eugênio de França • Manoel Carlos de Azevedo Ortolan • Manoel Vicente Fernandes Bertone • Marcos Guimarães Andrade Landell • Marcos Silveira Bernardes • Nilson Zaramella Boeta • Paulo Adalberto Zanetti • Paulo Roberto Gallo • Pedro Robério de Melo Nogueira • Plinio Mário Nastari • Raffaella Rossetto • Roberto Isao Kishinami • Tadeu Luiz Colucci de Andrade • Xico Graziano


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plantio florestal

a qualidade como Em tempos de incertezas climáticas, novos desafios surgem para que o setor florestal continue abastecendo o parque industrial brasileiro com fibras de alta qualidade. Esses desafios têm se apresentado tanto na expansão de área plantada como na produtividade das nossas florestas, e, entre outros pontos críticos, como diversidade da base genética, manejo nutricional, manejo de ervas daninhas, monitoramento e manejo de pragas e doenças. Nesse contexto, gostaria de destacar a gestão da qualidade operacional como um ponto relativamente simples e crucial para garantir a demanda por fibra de alta qualidade e manter a competitividade do nosso setor. O principal ponto é como garantir que todo esforço realizado pela área de pesquisa no desenvolvimento de todo o pacote tecnológico não seja comprometido no momento da execução.

Nossa experiência tem mostrado que fazer bem feito da primeira vez é o melhor caminho, com reflexos diretos tanto em custos como na uniformidade da floresta, e, consequentemente, na maior produtividade por unidade de área cultivada. "

Luís Fernando Silva

Gerente Sênior de Produção de Fibras da International Paper

Nossa experiência tem mostrado que fazer bem feito da primeira vez é o melhor caminho, com reflexos diretos tanto em custos como na uniformidade da floresta, e, consequentemente, na maior produtividade por unidade de área cultivada. A necessidade da qualidade em sistemas de produção surgiu no período das produções em massa, em meados do século XX, e vem ganhando cada vez mais espaço nas empresas, sendo que,

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caminho

atualmente, o conceito evoluiu para a visão de Satisfação do Cliente. Temos novas ferramentas a serviço do manejo florestal que permitem o acompanhamento de todo o ciclo da floresta. O avanço das tecnologias de monitoramento por meio de VANT (veículo aéreo não tripulado) tem possibilitado o monitoramento da qualidade, de forma processual, para gerenciar indicadores de qualidade das operações florestais. Além disso, temos utilizado novos indicadores, como o PC50 e o PV50 como medidas de homogeneidade da floresta. O PV50 é um índice que vem se popularizando na área florestal e tem como objetivo capturar a uniformidade de um povoamento, uma vez que esse indicador reflete diretamente na produtividade florestal. Ele consiste na soma do volume de 50% das menores ; árvores de uma parcela em determinada idade.


Opiniões O uso de sensores com mapeamento por GPS garante tanto dosagem quanto localização da aplicação dos insumos, para evitar as queimas no caso dos herbicidas e maximizar a utilização dos fertilizantes aplicados. O resultado da intensificação dos controles nessa etapa, associado a mudas de boa qualidade, proporcionou uma melhora de 14% no PC50, que mede a homogeneidade das copas das plantas aos 6 meses de idade, e uma melhora de 13% no PV50, que mede a homogeneidade do volume individual das árvores aos 24 meses de idade (veja infográfico), o que representa um enorme potencial de produtividade no final do ciclo. Uma vez garantido que tudo foi feito da forma certa, do jeito certo e na hora certa, na fase inicial da floresta até os primeiros 12 meses de idade, inicia-se o acompanhamento dos indicadores de qualidade da floresta ao longo de todo o ciclo até a colheita florestal. Esse acompanhamento é extremamente importante para antecipação e reação imediata a qualquer intercorrência climática ou de manejo que provoque algum distúrbio na floresta. Medidas localizadas no manejo da mato-competição e/ou no manejo nutricional entre 2 e 4 anos de idade da floresta têm surtido efeitos para garantir as produtividades esperadas (veja infográfico). A evolução de ferramentas de monitoramento da floresta por meio de imagens de satélite ou sensores de radar associado à aplicação de modelos ecofisiológicos tem suportado o entendimento e o discernimento entre os impactos climáticos e de manejo da floresta, facilitando, assim, a identificação do potencial de resposta e o direcionamento das ações corretivas por meio de um plano de recuperação da produtividade em florestas de 2-4 anos de idade (veja infográfico). As incertezas climáticas são uma realidade que chegaram para ficar. Para enfrentar esse desafio, o setor precisa de articulação e de integração na busca por soluções comuns que apontarão para os camiUNIFORMIDADE DA FLORESTA - Silvicultura de precisão; nhos a serem trilhados no fu- Reduzir variabilidade das operações; GARANTIA DE PRODUTIVIDADE turo. Enquanto isso, a única - Operações no tempo certo. VOCÊ SABIA? - Monitoramento de impactos certeza que temos é a de que climáticos; Cada 1% de incremento na homogeneidade da floresta pode - Monitoramento do impacto de a aplicação de todo o conheci14% representar um acréscimo de até pragas e doenças; 5m³/ha no final do ciclo. - Ajustes no manejo. 13% mento gerado nas últimas déHakamada et al., 2015 cadas da forma correta e precisa é a melhor maneira de gaSOBREVIVÊNCIA rantir a gestão dos fatores que - Investir em qualidade de mudas; 7% - Garantir sobrevivência do plantio. estão sob o nosso controle, de forma a maximizar a produção das nossas florestas e garan2% tir o abastecimento do nosso parque florestal para continuar PLANTIO PC50 - 6 MESES PC50 - 24 MESES 2-4 ANOS ocupando posições de desta3 QUALIDADE DE MUDAS HOMOGENEIDADE DA COPA HOMOGENEIDADE DE VOLUME IMA (M /HA/ANO que no cenário mundial. n

Desse modo, o seu valor máximo é igual a 50%, sendo que valores acima de 36% representam uma floresta com homogeneidade adequada (detalhes consultar Hakamada et al., 2015). O PC50 apresenta o mesmo conceito, no entanto, ao invés de utilizar volume individual, é utilizada a área de copa em florestas com 6 meses de idade. Como resultado prático dessa abordagem, vamos iniciar com os avanços na produção de mudas no viveiro. Com critérios cada vez mais rígidos aplicados ao processo de produção de mudas, conseguimos avançar no padrão de qualidade do produto expedido para o plantio. Com isso, temos mudas mais resistentes para enfrentar todo tipo de adversidade no início do seu desenvolvimento no campo. O ponto de partida para alcançar esse resultado é olhar o viveiro como etapa chave para garantir que toda tecnologia desenvolvida a montante chegue ao campo e potencialize a produtividade. Para tanto, é necessário deixar de ver a muda somente pelo lado do custo e passar a ver como um investimento certo, cujos resultados aparecem no campo com ganhos na sobrevivência, garantindo valores acima de 98% aos 45 dias pós-plantio (veja infográfico), minimizando o replantio e aumentando significativamente a uniformidade do plantio florestal. Paralelamente, aplicam-se os mesmos padrões de qualidade nas operações iniciais da preparação da área para receber as mudas produzidas com alto nível de qualidade. No campo, esse processo inicia-se com o microplanejamento, que busca a convergência das áreas de pesquisa, silvicultura, geoprocessamento, estradas, segurança e meio ambiente, de forma antecipada, para que toda operação esteja preparada antes de iniciar qualquer tarefa na área. A partir daí, segue o controle de qualidade das operações chave, como profundidade da subsolagem, largura da faixa de preparo, localização dos fertilizantes, manejo da matocompetição com herbicidas pré e pós-emergentes.

Plantio Qualidade de Mudas

PC50- 6 meses Homogeneidade da copa

PV50-24 meses Homogeneidade de volume

2-4 anos IMA (m³/haano)

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plantio florestal

Opiniões

desafios e oportunidades Pouco mais de um século! Essa é a idade da silvicultura brasileira se considerarmos a introdução e a expansão dos plantios comerciais de eucalipto como um importante marco florestal. Se compararmos com a história da agricultura nacional, veremos que essa trajetória é bastante recente, mas com resultados consistentes em evolução de tecnologia e produtividade. De lá pra cá, ampliamos área plantada, produzimos conhecimento e, em menos de meio século, saltamos da ordem de 10 a 15 m³/ha/ano de madeira para produtividades superiores a 60 m³/ha/ano, aos 7 anos. De acordo com informações da IBÁ (2017), o Brasil possui cerca de 7,84 milhões de hectares de florestas plantadas, das quais 72,3% são de eucalipto e 20,2% de pínus. Apesar da aparente estabilidade evidenciada pelos ganhos citados, em termos florestais, a dificuldade de prever a sustentabilidade aumenta quando se consideram longos espaços de tempo e vastas áreas plantadas. A produtividade florestal é uma resultante da expressão do potencial genético e das interações dela com os fatores de clima e solo e também às práticas silviculturais aplicadas. Os dados mostram que o Brasil atingiu elevado patamar de produtividade, quando comparado com outros países de base florestal, porém, neste momento, surgem os principais desafios para continuarmos avançando ou, pelo menos, mantermos a estabilidade do nível de produtividade atual.

De acordo com a “Lei dos incrementos decrescentes”, obtemos menor produção adicional à medida que acrescentarmos quantidades adicionais de um determinado recurso, mantendo fixos os fatores restantes. Assim, os largos saltos de produtividades obtidos no passado tenderão a se tornar cada vez menores e demandadores de mais investimentos, pesquisas e esforços. Se, por um lado, no longo prazo, a produtividade volumétrica tende a um plateau, por outro, os custos de produção de madeira têm ficado mais caros no País, tornando a manutenção da competitividade do setor florestal brasileiro, em nível internacional, um grande desafio. Na última década, de acordo com o Índice Nacional de Custos da Atividade Florestal (Incaf-Pöyry), a inflação florestal (em R$) foi sistematicamente maior que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), e essa curva ascendente tem sido apontada como uma tendência (veja quadro na página seguinte). Nesse cenário, diversos são os desafios da silvicultura para equilibrar o fiel dessa balança, aumentando ou mantendo a produtividade e otimizando os custos de forma a garantir competitividade e sustentabilidade do negócio no médio e no longo prazo. Do ponto de vista da produtividade, uma importante ameaça à silvicultura está relacionada a possíveis efeitos que podem ser provocados pelas mudanças climáticas (não necessariamente aquecimento global).

Investimentos em pesquisa e inovação, aliados à incorporação de tecnologias, são essenciais para a manutenção da competitividade e, principalmente, da sustentabilidade do negócio florestal. "

Sharlles Christian Moreira Dias

Coordenador de Nutrição, Manejo e Proteção Florestal da Eldorado Brasil Celulose

Apesar de ainda incertas, tais mudanças podem interferir em diversas etapas da floresta. Em florestas jovens, poderão afetar a sobrevivência dos plantios, demandando maiores esforços para irrigações de estabelecimento e aumento do consumo de água, além de poder inviabilizar o plantio em determinadas épocas críticas (elevado déficit hídrico). Já para florestas adultas, poderão resultar em redução de produtividade, aumento de ocorrência de pragas e doenças, além ; do aumento de mortalidade das plantas.

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plantio florestal A depender da intensidade das mudanças, poderíamos ter até mesmo a alteração do mapa de aptidão para cultura, forçando a migração dos plantios para regiões menos severas, alterando, então, a geografia das florestas. A modelagem dos possíveis cenários de mudanças bem como o plantio de experimentos, em áreas com condições edafoclimáticas que simulem os cenários elaborados, podem ser uma importante ferramenta de antecipação de impactos, além de permitir a seleção de materiais genéticos e técnicas de manejo adequadas às novas condições. Outros fatores limitantes e/ou redutores de produtividade merecem a atenção da silvicultura. Como fatores limitantes, temos a disponibilidade hídrica e a nutrição, enquanto os fatores redutores são representados pelas perdas ocasionadas por pragas, doenças, competição com plantas daninhas, ou seja, fatores decorrentes do manejo deficiente. Em termos de manejo nutricional, diversas pesquisas recentes têm contribuído para a evolução e o entendimento sobre o assunto, elucidando vários aspectos que interferem diretamente nas práticas silviculturais. Dentre os avanços mais recentes, podemos citar os estudos relacionados à dinâmica de crescimento radicular do eucalipto, conduzido através do projeto cooperativo Eucflux/Ipef, o qual demonstrou a possibilidade da redução do número de parcelamentos das fertilizações, sem que ocorram aumento nas perdas por lixiviação e percolação profunda. Esses avanços abrem espaço para novas possibilidades de manejo, incluindo a possibilidade de fertilizações em doses únicas, a depender do avanço das tecnologias relacionadas à liberação controlada dos fertilizantes. Outra importante linha de trabalho está relacionada ao avanço do Manejo de Plantas Daninhas, a partir da evolução da tecnologia de aplicação mecanizada e do uso racional dos herbicidas nos últimos anos. Atualmente, temos 8 herbicidas pós-emergentes e 5 pré-emergentes registrados para cultura do eucalipto, cobrindo amplo espectro de plantas daninhas, tanto de folhas largas quanto gramíneas. A utilização correta desses produtos permite ao silvicultor minimizar as perdas ocasionadas por competição, além de poder reduzir o número de intervenções na área, reduzindo o consumo global de defensivos. Um desafio ainda enfrentado pelos silvicultores está relacionado ao processo de registro e de liberação de novas moléculas, o qual pode demorar de 3 a 5 anos até que a utilização de um novo produto seja permitida. Agilizar esse processo, com critério, poderia contribuir para o setor através do lançamento de produtos mais eficazes, menos tóxicos e poluentes para as pessoas e o ambiente, além de estimular a competição entre as empresas e reduzir custos. AUMENTO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO DA MADEIRA versus INFLAÇÃO BRASILEIRA (IPCA)

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Opiniões Em termos do manejo integrado de pragas e doenças, ainda existem gaps, principalmente relacionados à detecção rápida e eficaz e também aos métodos de controle disponíveis. No momento, os monitoramentos geralmente são realizados por rondas terrestres, as quais apresentam limitações relacionadas ao deslocamento e visualização das ocorrências, principalmente em florestas adultas, dificultando a detecção precoce e muitas vezes comprometendo o tempo de controle. Atualmente, esforços têm sido desenvolvidos no sentido de ampliar a utilização de imagens de VANTs e/ou imagens de satélites para detecção precoce das ocorrências. O aumento de oferta de imagens de nanosatélites com boa resolução temporal e espacial tem demonstrado resultados promissores, e pesquisas nesse sentido poderão auxiliar a silvicultura a tomar decisões mais rápidas e assertivas. Em termos de métodos de controle, o biológico tem sido a principal linha adotada, porém ainda existe ampla necessidade de novas pesquisas e agentes de controle. Em termos de controle químico, seu uso tem sido adotado somente em níveis de severidades graves e em áreas bem específicas, quando as outras alternativas de controle forem esgotadas. Do ponto de vista dos custos, um ponto importante é a necessidade do aumento do índice de mecanização nas empresas. Além do aumento dos custos de produção, as novas fronteiras florestais enfrentam problemas de ordem estrutural. De acordo com dados do último censo realizado pelo IBGE (2010), as regiões Centro-Oeste e Norte apresentam, respectivamente, densidades demográficas de 8,75 e 4,12 habitantes/km², significativamente menores que as regiões Sul e Sudeste, as quais apresentam, respectivamente, 48,58 e 86,92 habitantes/km². O vazio demográfico impacta diretamente na disponibilidade de mão de obra para atividades manuais, principalmente nas regiões de climas mais quentes. A mecanização e a automação das atividades contribuem para o aumento de todas as etapas silviculturais, realizando um maior trabalho em um menor tempo, quando comparados a métodos manuais, resultando na redução dos custos e no aumento da qualidade das operações. Se associada aos recentes avanços da silvicultura de precisão, poderá auxiliar na obtenção de melhores ganhos, maximizando os resultados, otimizando os recursos e gerindo melhor os processos e pessoas. Nesse cenário, é possível verificar que as práticas silviculturais são dinâmicas e necessitam adaptar-se constantemente aos novos desafios. Investimentos em pesquisa e inovação, aliados à incorporação de tecnologias, são essenciais para a manutenção da competitividade e, principalmente, da sustentabilidade do negócio florestal. No final das contas, essa longa marcha nos trouxe até aqui. E que venham os novos desafios! n


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Opiniões

produção e sustentabilidade O setor brasileiro de florestas plantadas é, atualmente, uma referência mundial. Isso se deve, primeiro, a uma sólida produtividade capaz de garantir bons resultados econômicos e tornar a produção nacional mundialmente competitiva, aos seus compromissos e ações sustentáveis em relação ao melhor e mais responsável uso das florestas e, finalmente, a cada vez mais vigorosos investimentos em inovação. Em conjunto, e alinhados aos benefícios ambientais da atividade florestal, pode-se destacar ainda o papel do setor na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas por meio da regulação hidrológica, saúde do solo e conservação da biodiversidade, benefícios possibilitados, por exemplo, pelo manejo florestal em mosaico. Esse sistema consiste no plantio intercalado de florestas de diferentes gêneros, espécies e idades à preservação e à conservação de florestas naturais. O plantio de florestas nesse sistema contribui ainda para a redução dos gases do efeito estufa na atmosfera por meio da ampliação do abastecimento de oxigênio para o planeta. Essa relação entre produção e sustentabilidade é destinada ao cultivo e produção de madeira, que abastece, em destaque, empresas de celulose e papel, painéis e pisos, carvão vegetal, biomassa, além de outras dezenas de subprodutos não madeireiros. No caso da Klabin, pode-se apontar sua forte atuação florestal majoritariamente localizada na região Sul do Brasil. As atividades de silvicultura da empresa se concentram entre os estados do Paraná e Santa Catarina, que, por sua vez, concentram mais de 76% de todo pínus plantado no País (1,6 milhão) e cerca de 5% de todo eucalipto (5,7 milhões). Nesse ponto, as áreas se destacam por também apresentarem grandes desafios para a manutenção e aprimoramento de práticas sustentáveis alinhadas ao equilíbrio da produtividade e conservação biológica, uma preocupação constante da companhia desde o início de sua operação. Além disso, e complementando, é possível que nos deparemos com operações desafiadoras que envolvem alta declividade, volume acentuado de precipitação, extremas baixas de temperatura e ventos fortes. Desafios constantes que demandam comprometimento e a alta capacitação da mão de obra, empenhada em realizar o manejo das operações com excelência. Nesse sentido e diante desses cenários, é fundamental que toda e qualquer atividade seja previamente avaliada, recebendo recomendações técnicas pontuais e assertivas.

Temos como diferencial trabalhar com dois diferentes gêneros: pínus e eucalipto. Essa característica influencia todo o sistema operacional, pois cada tipo de árvore tem características próprias "

Adriano de Oliveira Ferreira Coordenador de Silvicultura da Klabin

E isso vai além de apenas uma planilha com uma lista de operações padronizadas. Estamos falando de algo muito maior, mais elaborado, didático e científico. Nesse ponto, a tomada de decisões é compartilhada por diversas áreas, uma composição de grupos multidisciplinares integrados por planejadores, pesquisadores, projetistas e técnicos. O ganho maior dessa multidisciplinaridade está, por exemplo, na abertura de discussões com a equipe operacional, pois, como vimos, os desafios são grandes e as variáveis, ainda maiores. Atuamos também, por exemplo, na maior parte das vezes, em áreas de conversão de pastagens, que, muitas vezes, apresentam alto grau de degradação; em áreas com mais de um ciclo de florestas, cujas características inerentes ao sistema fazem com que seja necessário utilizar robustas e novas tecnologias que permitem minimizar os impactos ambientais e, ao mesmo tempo, aumentar eficiência das operações; em áreas que contêm alto volume de resíduos, como tocos e galhos, a indispensabilidade de realinhamento dos plantios e, por vezes, a correção das curvas de nível. Tudo isso pensado e feito de forma a sempre buscar atender às expectativas e às necessidades dos clientes (colheita, logística e todos os demais), sustentando a eficiência operacional do negócio. Visto isso, pode-se considerar que a evolução das operações florestais seguem um viés muito mais sustentável operacional, economica e ambientalmente, pilares característicos de empresas certificadas e que seguem preceitos conservacionistas atestados pelo selo FSC (Forest Stewardship Council). Outra característica de nossas operações, ainda, é a alta quantidade de mão de obra local envolvida em diversas etapas no processo. Isso porque algumas atividades ainda não foram substituídas por alta tecnologia, devido, principalmente, às condições topográficas da região da nossa base florestal. Nem assim, no entanto, a companhia se acomoda. Diariamente, equipes internas voltadas a projetos atuam com dedicação e foco no desenvolvimento e na adaptação de ferramentas tecnológicas. Algumas delas já utilizadas em outros empreendimentos florestais, outras que possam ser desenvolvidas ou adaptadas à funcionalidade em nossa realidade. ;


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Outro fato que nos diferencia de outras empresas do setor é o manejo com dois diferentes gêneros: pínus e eucalipto. Essa característica do nosso plantio/manejo influencia todo o sistema operacional, pois cada tipo de árvore tem características próprias, como adubação, controle de matocompetição, pragas e doenças. Por outro lado, essa diversidade também apresenta vantagens, como a minimização dos riscos fitossanitários, além de uma melhor recarga do solo no ciclo de nutrientes e água devido à mescla de diferentes idades de plantio no sistema. Ainda assim, a empresa investe continuamente no desenvolvimento de materiais genéticos adaptados a essas condições. Os novos clones de espécies são testados não apenas quanto à sua capacidade produtiva (m³/ha ou IMA/cel), mas também em relação à resistência às principais doenças de ocorrência local, como ferrugem, manchas foliares e murchas vasculares. O monitoramento de pragas, realizado tanto por equipes em solo (ou em campo), como por meio do uso de imagens de satélite e drones, nos traz ainda mais assertividade na tomada de decisão das etapas operacionais, garantindo, assim, a minimização dos problemas eventualmente gerados pelas condições topográficas e a evolução da excelência operacional e produtiva da companhia, nos tornando grande player do mercado. As informações históricas das florestas são armazenadas e tratadas de forma automática pelos sistemas e estão em constante evolução. Esse fator também se torna cada vez mais presente nas decisões operacionais.

A evolução da capacidade produtiva é uma soma de vários fatores. Aqui, podemos considerar o melhoramento genético das espécies, a estruturação de uma área/equipe específica na maior parte das companhias, o monitoramento e a melhoria constante da tomada de decisões a tempo e a hora. Nesse ponto, também é importante ressaltar a fundamental contribuição do sistema de manejo, que faz com que nossas florestas funcionem como verdadeiros investimentos: se investido no tempo certo, é possível receber rendimentos maiores ou menores. Isso significa que as intervenções devem acontecer de forma mais precisa possível, ou com as melhores definições geradas pela base de dados, que aponta como exemplo o número de plantas por hectare ideal para cada sítio. Nesse sentido, olhar a silvicultura com mais indicadores demanda um grande apoio das equipes de mensuração: as projeções facilitam muito o planejamento a longo prazo. Um exemplo é a relação de R$/t na fase inicial da floresta, fator que pode justificar novos e necessários investimentos. A dificuldade, nesse ponto, porém, também pode ser alta: como o ciclo de eucalipto é de mais ou menos 7 anos e pínus 14 anos, isso faz com que, em alguns casos, os aportes fiquem para segundo plano. Como vimos, o potencial produtivo de nossas florestas, aliado à necessidade permanente de crescimento e abastecimento de madeira para fábricas de celulose e papel, além de polos madeireiros, exige a superação diária e contínua de muitos obstáculos. Assim, com atenção e entusiasmo constantes, pela Klabin, são imprescindíveis a continuação e a ampliação de avanços em inovação tecnológica, científica e de gestão. n

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plantio florestal

Opiniões

ciência: excelência A ascensão e o pleno estabelecimento do setor florestal brasileiro, nas últimas décadas, com ênfase à eucaliptocultura, têm em seu excerto nacional ostensiva responsabilidade no âmbito social, ambiental e, sobretudo, econômico. De fato, isso se deve à constante evolução dos processos silviculturais e às suas intrínsecas tecnologias, coadjuvando com o desenvolvimento do setor industrial ante as extensivas demandas de diversos segmentos, como defensivos agrícolas, fertilizantes e demais insumos necessários na produção da matéria-prima da cadeia produtiva, a madeira. Adicionalmente, a coevolução do terceiro setor no desenvolvimento e seu papel na formação de florestas comerciais, aliados aos processos de certificação florestal, têm permitido promover uma cadeia de gestão com solidez diante dos pilares da sustentabilidade, sobremaneira da maior inserção do “socialmente justo” e “ambientalmente correto”. O conhecimento dos cenários comerciais e seus componentes na caracterização da gestão do negócio florestal, em seus 5,7 milhões de hectares de florestas de eucalipto, são sustentados pela necessidade de obter florestas de alta produtividade com agregação de valor comercial, através de elevado padrão de qualidade e eficiência, uma vez que a oscilação de mercado tem sido de grande impacto nos últimos anos. Dessa forma, o absoluto caminho a se percorrer consiste na formação de matéria-prima com excelência e, para tanto, há a necessidade de se produzir ciência. A aplicabilidade da ciência pura na condução da ciência aplicada, pela via da transferência de tecnologia, requer habilidade e compreensão dos processos e etapas no contexto da cadeia de gestão. Não há resultado sem execução congruente de etapas. A harmonia necessária entre o planejamento de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento e o resultado esperado perfaz o objetivo principal do setor, que consiste em, em suma, promover excelência.

A produtividade potencial das florestas plantadas só poderá ser aproximadamente alcançada se cumpridas etapas da cadeia de produção: do melhoramento genético à entrega da madeira na unidade fabril. Há de se considerar os fatores adversos que tornarão a produtividade potencial em realizável, enfatizando a importância da aderência do melhoramento genético na cadeia produtiva. Por mais produtivo que determinado material genético seja, a inter-relação entre os campos da ciência é obrigatória na busca da excelência e, por consequência, produtividade. O conhecimento dos solos nos locais de cultivo, suas alterações frente às relações com o ambiente externo, como regime hídrico e suas variações, como número de dias com chuva, períodos de veranicos sucessivos, oscilação de temperatura ante as mudanças climáticas e seus impactos (objeto de discussão em diversos fóruns de caráter internacional), direcionam o manejo de preparo de solo pregresso na ciência da Pedologia. As possíveis mudanças e a adequação do manejo de subsolagem, quer seja profunda ou não, ao regime hídrico local requer análise de corpo técnico e que tenha frequência, bem como da análise de mapeamento, fertilidade e recomendações técnicas de fertilizantes. A plena relação solo-planta é obrigatoriamente regida por aspectos fisiológicos vegetais (provenientes do desenvolvimento de materiais genético na ciência do Melhoramento Genético), adequado manejo silvicultural (proveniente das ciências de Solos e Nutrição de plantas, Proteção Florestal e Manejo Florestal) e caracterização climática específica para o desenvolvimento local e análise de causa e efeito na produção (ciência da Agrometeorologia). Historicamente, o desenvolvimento e o progresso do melhoramento genético florestal requereram, de algumas décadas até então, aperfeiçoamento e rigor científico no tangente à adaptabilidade de materiais genéticos a regimes e a solos ; específicos, por região do Brasil. A aplicabilidade da ciência pura na condução da ciência aplicada, pela via da transferência de tecnologia, requer habilidade e compreensão dos processos e etapas no contexto da cadeia de gestão. "

Marcus Vinicius Masson

Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia Specialty Cellulose/Copener Florestal


Incremento nos padrões de herdabilidade nas características de interesse industrial, além da rotineira produtividade florestal, como densidade básica, teores de celulose e hemicelulose, extrativos, polpação, dentre outros, sofreram, naturalmente, necessidade de direcionar o objetivo dos programas para atender às necessidades industriais, entretanto a sustentabilidade do programa de melhoramento e, por consequência, do negócio florestal jamais poderá ser deixada em segundo plano, através do melhoramento multiespécies e/ ou provenientes de material melhorado. Com o advento de tecnologias como ferramentas de seleção genética, além das ferramentas tradicionalmente estatísticas, houvera, por um lado, a agilidade na seletividade de materiais genéticos em seus programas. A exemplo, calibração e leituras a partir de tecnologia NIR (Near InfraRed spectroscopy) na seleção de progênies no direcionamento e alocação de testes clonais em campo têm permitido seleção precoce nesses últimos, de fato, por se conhecerem características industriais ainda enquanto progênies. Por outro lado, a remoção de indivíduos do programa florestal pode acarretar problemas da ordem de resistência a pragas e a doenças (incluindo quarentenárias), fatores abióticos com promoção de alterações fisiológicas em plantas, adaptação a adversidades climáticas e que, em

um dado momento, poderá culminar em insucesso, caso não se tenha sólida base científica para alternância e que assegure os plantios florestais comerciais. Medidas que remetam a caráter profilático e terapêutico têm assumido grande importância no contexto econômico do manejo de pragas e doenças em florestas plantadas, embasadas em desenvolvimento científico, direcionadas por sólidos programas cooperativos e comuns às companhias florestais, como o Protef/Ipef e SIF/UFV, além de entidades como Unesp, Embrapa, UFV. Aliados à prática, e considerando a representatividade de agentes danosos à cultura, com ênfase às pragas exóticas, programas de controle biológico têm norteado o Manejo Integrado de Pragas, sobretudo, pela natural necessidade de se estabelecerem ambientes sustentáveis em suas zonas de manejo e de atuação. Para tanto, a diversidade de estudos científicos, bem como parcerias estabelecidas com renomadas instituições de pesquisa, tem ganhado campo e, diante de tamanha importância em se gerar ciência aplicada, se concretizado. Contextualizar excelência nos plantios comerciais para produção de florestas de alto valor agregado, na seguridade e na sustentabilidade de mercados industriais de diversos gêneros, atribui à ciência aplicada e a seus profissionais a inerente e irrestrita responsabilidade da assertividade, da continuidade. n

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plantio florestal

tendências e necessidades

para a evolução da mecanização do plantio florestal

A área florestal é, sem dúvida, um dos mais importantes segmentos do agronegócio do Brasil. Segundo informações do relatório da Indústria Brasileira de Árvores, temos 7,84 milhões de hectares de árvores plantadas e possuímos a maior produtividade média mundial, graças aos avanços em manejo, ao melhoramento genético e ao clima favorável. Essa posição nos deixaria confortáveis se fosse a única preocupação do setor. Apesar de estarmos em primeiro lugar na produtividade da floresta, não vimos grandes mudanças nesse indicador na última década. Segundo nota econômica divulgada pela Confederação Nacional da Indústria, a indústria brasileira tonou-se menos competitiva nos últimos 10 anos. Um dos indicadores avaliados é o Custo Unitário do Trabalho (CUT), no qual tivemos um aumento de 136% entre 2002 e 2010, taxa cerca de duas vezes superior à da Austrália, que foi de 67% no mesmo período. Um outro comparativo divulgado pela Folha de S. Paulo em 2017 avalia a produtividade do brasileiro com a de outros países. São necessários quatro brasileiros para produzir o mesmo que um americano, e, quando nos comparamos a outros países em desenvolvimento, o trabalhador brasileiro é mais produtivo que o indiano (2,09 indianos/brasileiro) e o chinês (1,2 chinês/brasileiro), mas, para esses dois, houve evolução positiva de 383% e 422%, respectivamente, nos últimos 15 anos, deixando clara a estagnação da evolução da produtividade dos setores produtivos brasileiros. Algo que também serve de alerta é a tendência de redução da disponibilidade de mão de obra no campo. De acordo com um estudo publicado pela Organização das Nações Unidas para os Assentamentos Urbanos, a população rural brasileira deve chegar a 2030 a 9,9%, indicando uma redução de quase 50% na participação da população rural quando comparados aos 15,6 % de 2010.

A grande mudança já se iniciou, e é fundamental que os profissionais do setor, prestadores de serviços e parceiros atentem para esse novo cenário. "

Rodrigo Zagonel

Gerente de Silvicultura e Viveiro ES/BA da Fibria Coautor: Guilherme Gegenheimer Ornelas Christo, Coordenador de Silvicultura e Viveiro da Fibria

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Nesse cenário, a busca do setor florestal por inovações e tecnologias que tragam aumento efetivo da produtividade das atividades é crucial para a manutenção da competitividade, e o grande desafio está na mecanização das atividades de silvicultura. Uma das operações mais importantes na formação de uma floresta é uma das que menos sofreu evolução nos últimos anos. O plantio é uma atividade que, ao longo dos últimos 10 anos, pouco evoluiu em sua forma de execução. Basicamente, é realizado de forma manual, semimecanizada e/ou mecanizada, sendo a operação mecanizada utilizada em maior escala apenas na implantação de novos povoamentos (1º Ciclo), com raras iniciativas em áreas de reforma, principalmente pensando no desafio de povoamentos de três ou mais ciclos. Considerando o cenário apresentado anteriormente, a grande questão é como podemos mudar o modelo atual de plantio e torná-lo mais eficiente e produtivo. O setor vem buscando avanços significativos para o plantio e outras atividades, seja por meio de iniciativas internas ou por programas cooperativos, como o Programa Cooperativo sobre Mecanização e Automação Florestal (PCMAF), que nasceu do interesse das empresas filiadas ao Programa de Cooperativo sobre Silvicultura e Manejo (PTSM), conduzido pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) e as empresas parceiras. As iniciativas no geral têm sido voltadas principalmente a três linhas para atingir esse objetivo: modelos de preparo de solo que possibilitem a realização das operações de plantio mecanizado, desenvolvimento de equipamentos e modelos que tornem o plantio mecanizado viável em áreas de reforma onde já se passaram mais de 2 ciclos de formação de floresta e no planejamento operacional das atividades, melhorando seus indicadores operacionais, ; principalmente a eficiência operacional.


Capacitação para Ganhos de Desempenho

Opiniões Por que o preparo de solo interfere na evolução do plantio mecanizado? É a atividade chave para a formação de florestas e, basicamente, a que direciona o nível de desafio para o desenvolvimento e para o sucesso dos novos equipamentos e tendências do plantio mecanizado. Afinal, um preparo de solo que garanta o paralelismo das linhas, o georreferenciamento, a redução dos impedimentos nas linhas (tocos e cascas) e um bom acabamento pode ser determinante. O grande desafio do plantio mecanizado, hoje, está em áreas com mais de dois ciclos de florestas. Os tocos antigos, resíduos e espaçamentos irregulares não permitem uma operação economicamente viável, principalmente se utilizarmos os modelos atuais de plantadeiras disponíveis no mercado. O setor florestal tem trabalhado muito no desenvolvimento de novos equipamentos que possibilitem a execução do plantio de forma mecanizada em condições adversas e, também, resgatando alguns projetos passados considerados inviáveis, conquistando alguns resultados positivos. Já é possível, por exemplo, definir um espaçamento entre plantas e controlar a quantidade de mudas por hectare com o auxílio de computadores de bordo, reduzindo, ao mesmo tempo, a frequência de quebra nas plantadeiras em áreas com mais de dois ciclos. Na Europa, na América do Norte e no Chile, os cabeçotes plantadores estão sendo utilizados em escala operacional, porém esses equipamentos não atingiram uma produtividade adequada para garantir viabilidade econômica em diferentes cenários e em larga escala nas nossas condições. Olhando para o futuro, boa parte dos esforços estão concentrados em viabilizar a operação de plantio mecanizado conjugando o máximo de atividades e a geração de informações. Algumas das novas linhas de desenvolvimento são promissoras e demonstram grande evolução nos implementos de plantio. Os avanços variam desde implementos acoplados a tratores florestais, desenvolvimento de tratores/ plantadeiras específicas para o plantio e até equipamentos que possibilitam o plantio de várias linhas de forma simultânea, sem esquecer das tecnologias embarcadas que permitem a geração de informações como o georreferenciamento das mudas, o que pode possibilitar o desenvolvimento de outras aplicações, como a irrigação mecanizada automatizada. E essa evolução não fica somente no nível tecnológico. Todo esse investimento necessário em equipamentos mais robustos e eficientes para o preparo de solo ou do plantio mecanizado tem sido traduzido na necessidade de um planejamento e uma eficiência operacional similares aos patamares alcançados hoje pela colheita. Os grandes conceitos de plano de manutenção, operação 24 horas e plano de abastecimento têm sido aplicados aos módulos de silvicultura, elevando a eficiência das operações e deixando de lado aquela visão de máquinas quebradas e ineficiência do início da mecanização. A grande mudança já se iniciou, e é fundamental que os profissionais do setor, prestadores de serviços e parceiros atentem para esse novo cenário. n

A WM presta serviços de alta qualidade apoiando o sucesso das empresas parceiras. Áreas de Atuação: • • • • • • •

Treinamentos no setor Florestal Treinamentos no setor Canavieiro Treinamentos para Líderes e Gestores de Operações Treinamento para Líderes e Gestores de Manutenção Mecânica Adequação de máquinas e instalação de Ferramentas Florestais Reformas de máquinas e implementos Implementação e melhorias em Sistemas de Colheitas

" Investir no aprimoramento da equipe é fator fundamental para garantir a competitividade." Mauro Barreto O Setor florestal no Brasil tem investido em tecnologias e planejamento, precisamos investir no aprimoramento contínuo das equipes para utilizar os recursos físicos e tecnológicos de forma eficaz, com objetivo de obter ganhos de disponibilidade mecânica dos equipamentos, aumento de produtividade e redução de custos.

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colheita de madeira

Opiniões

a importância da rotina “Foco na meta, simplicidade nas ações, disciplina na execução”: esse é um lema com o qual trabalhamos fortemente nos últimos 10 anos em nossa empresa. Tudo começa com o alinhamento de onde se pretende chegar, e, para isso, as empresas costumam descrever na Visão o seu negócio e, através da Missão, deixam claro aonde pretendem chegar nos próximos anos. Mas será que apenas isso é suficiente para um bom desdobramento nas operações? Para alcançar os objetivos da empresa de forma natural, seus colaboradores precisam compartilhar dos mesmos valores e propósitos – o propósito é um motivo para se orgulhar, para acreditar que o seu trabalho tem impacto em algum lugar. Ele é um norte e deve ser claro e compartilhado por todos, como um compromisso moral. Uma vez alinhado o propósito e definidas as estratégias do negócio, há que se traçar o plano para atingir os objetivos do próximo ciclo. Para isso, deve-se realizar o desdobramento e o cascateamento das metas, desde a alta direção, até os níveis operacionais, com objetivos e prazos bem definidos, alinhados e descritos, de forma simples e objetiva. Nos desdobramentos de metas, realizados com equipes operacionais, corpo gerencial e interfaces, devem ser avaliados os resultados do ciclo anterior, entender os bons resultados para mantê-los e discutir oportunidades de melhoraria, ameaças e oportunidades. Assim, deve-se definir o foco para o próximo ciclo, quais serão as metas para os principais projetos e rotinas que precisam ser desenvolvidos ou alavancados. Nesse momento, também devem-se realizar as comemorações e o reconhecimento dos bons resultados alcançados. O desdobramento deve ser bem planejado e estruturado, pensado como um momento especial onde, além de as pessoas entenderem os desafios do próximo ciclo, entendam o seu papel para que os desafios sejam alcançados. O desdobramento deve ser desenhado para proporcionar momentos de aproximação das pessoas, de integração, de descontração e de compartilhamento de experiências. Deve ser a ignição e a motivação para a superação dos desafios que virão. Com o desdobramento realizado, metas definidas, claras e cascateadas até a operação, vem a rotina

de acompanhamento dos indicadores e da tratativa dos desvios. No processo de colheita, existem vários indicadores que norteiam as ações da equipe no dia a dia, mas alguns deles são prioritários. Dentre os KPIs prioritários, destaco: % de atingimento da curva de produtividade (m³/h), eficiência operacional (eo), eficiência energética diesel (m³/l), além de alguns indicadores de manutenção, como disponibilidade mecânica (dm), custo hora de manutenção (R$/h mnt), % de preventiva x corretiva, % cumprimento programação manutenção, % cumprimento manutenções preventivas dentro do prazo. O custo operacional (R$/m³) e de produção (m³) é consequência desses indicadores essenciais, ou seja, o resultado de custo e produção será atingido o quanto eficaz for a gestão em cima dos KPIs essenciais. Esses KPIs essenciais devem ser acompanhados no dia a dia, e os resultados, acompanhados e discutidos por toda equipe. O supervisor tem um papel fundamental na frente de trabalho, sendo sempre o grande responsável pela gestão da rotina da equipe, com foco nas pessoas, processos e inovação. Dentro da rotina na colheita, devem existir reuniões periódicas para garantir o eficaz acompanhamento dos indicadores, tratativa dos desvios, acompanhamento dos projetos e entendimento dos riscos de segurança e das ações para a mitigação dos mesmos. Todos devem trabalhar de forma integrada, pois a eficiência de todo o time impacta o resultado, portanto ter a definição do papel de cada um no processo, suas responsabilidades e o entendimento do impacto dele no processo, além de uma boa integração entre pessoas e processos, é o segredo do sucesso. Para garantir o atendimento do plano e a conquista dos resultados, há de se conectar o trabalho da colheita aos trabalhos realizados pelas áreas de interface, aos projetos de ruptura, às demais ações que a companhia conduz, sempre na busca de sinergias, compartilhamento de aprendizados, visando ao melhor resultado para o todo. Com isso, voltamos ao ponto inicial desta conversa, que é a prática do alinhamento no dia a dia entre as pessoas e as áreas, que é a engrenagem do PDCA funcionando: analisa, identifica as oportunidades, define papéis, pratica a disciplina na rotina, traça novas metas e se inicia tudo novamente, buscando sempre a melhoria contínua dos resultados. n

Todos devem trabalhar de forma integrada, pois a eficiência de todo o time impacta o resultado, portanto ter a definição do papel de cada um no processo (...) é o segredo do sucesso. "

Luiz Sérgio Coelho de Cerqueira Filho Gerente de Colheita e Manutenção da Fibria-SP



colheita de madeira

Opiniões

colheita florestal

como planejar os detalhes

Considerada a área mais avançada do setor florestal, a colheita desperta a curiosidade de leigos, visto a imponência e a beleza das máquinas utilizadas nos processos produtivos, o interesse de profissionais que desejam trabalhar em máquinas altamente sofisticadas e de engenheiros, por exemplo, devido ao grande desafio que é melhorar os atuais sistemas, que muito evoluíram desde o início da mecanização na década de 1970. Apesar dos avanços das máquinas e dos procedimentos operacionais, a pressão por reduzir os custos tem colocado clientes e fornecedores em contato frequente para, juntos, buscarem melhorias nas máquinas base e nos implementos utilizados nas atividades de colheita. Essa pressão também tem forçado e/ou acelerado a visão integrada das atividades produtivas da área florestal, uma vez que a visão unilateral dos processos já não tem mais lugar. Com essa nova visão da área florestal, diversas opções de melhoria e desenvolvimento têm surgido, possibilitando, por exemplo, a integração de máquinas nos processos de silvicultura e de colheita florestal.

Essa integração permite maior flexibilidade no planejamento e na distribuição das operações de colheita e de silvicultura ao longo do ano, concentrando as atividades nos períodos que possibilitam o maior desempenho operacional e, consequentemente, de menor custo. Para extrair o máximo de cada atividade, de acordo com a visão integrada dos processos produtivos, o planejamento operacional deve ser muito criterioso e detalhado, pois estabelece as premissas para cada atividade. Ao mesmo tempo, é preciso pensar no todo, ou seja, na forma de se alcançar o menor custo possível para o produto final da empresa. Logo, os impactos entre as atividades devem ser mapeados e analisados com profundidade para que sejam tomadas ações para reduzir, ao máximo, as perdas. Faço essa consideração devido às grandes oscilações que estão acontecendo nas operações florestais e que são impactos de decisões do passado, no qual o pensamento por processo prevalecia. Uma dessas operações é a colheita florestal, cujo resultado é totalmente dependente do layout do talhão, do material genético, da produtividade da floresta e do objetivo para o uso final da madeira. Outra variável utilizada atualmente, e que às vezes não considera o impacto para a colheita, é o processo de condução com dois fustes. Quando se faz o corte raso, gera-se uma “sapata” que ocupa um espaço adicional nos implementos de todas as atividades, acarretando perdas de o uso do drone permite a filmagem das operações que, posteriormente, é editada para utilização no treinamento dos operadores, sendo possível identificar particularidades que até mesmo os operadores desconhecem "

Igor Dutra Souza

Gerente de Manejo Florestal da Vallourec Florestal

produtividade. Todas as variáveis supracitadas impactam no rendimento das máquinas utilizadas nas atividades de colheita florestal, portanto, devem ser consideradas para definir o planejamento operacional da empresa e para reduzir os impactos em uma das operações mais caras do setor florestal, a colheita. ;


Qual é o diâmetro do seu problema?

Detalhe de encaixe para ferramentas de 4 lados

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utilização de até 20 ferramentas, conforme possibilidade devido ao O // externo.

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de acordo com a máquina

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colheita de madeira Depois dos grandes avanços das máquinas utilizadas nas operações florestais, e devido à redução da possibilidade de grandes alterações em suas estruturas no curto prazo, a ponto de impactar drasticamente os rendimentos operacionais, as empresas têm buscado outras linhas de trabalho, até então pouco exploradas, com a finalidade de aprimorar a atuação dos operadores e gestores. Um grande exemplo é a utilização de imagens de satélite e/ou drone para identificar variáveis que impactam nas operações, podendo citar: falhas na formação das florestas, disposição das linhas de plantio (talhões que não tiveram o plantio georreferenciado) e a presença de árvores nativas, informações básicas que precisam fazer parte da elaboração do microplanejamento operacional. Esse mesmo padrão de imagem é obtido pós-atividade de colheita para identificar oportunidades de melhoria na execução das atividades, exatamente por oferecer uma visão diferenciada do talhão. Nessa linha, o uso do drone também permite a filmagem das operações que, posteriormente, é editada para utilização no treinamento dos operadores, sendo possível identificar particularidades que até mesmo os operadores desconhecem. Chegamos a um patamar de operação em que os detalhes estão fazendo diferença, exigindo um olhar clínico dos gestores de campo e instrutores operacionais para identificar qualquer movimento inadequado. Esse padrão de filmagem possibilita ângulos ainda não trabalhados pelos instrutores operacionais, o que permite corrigir a posição da máquina, quantas linhas cortar, eliminar movimentos inadequados de esteira, melhorar a disposição dos feixes de madeira dentro do talhão, reduzir os chamados movimentos “mortos”, estudar o impacto do vento, entre outros. Esse avanço não permite apenas apontar falhas na operação, acrescenta-se a ele a possibilidade de identificar o que os melhores operadores fazem e que os diferenciam do restante da equipe, abrindo uma opção de desenvolvimento profissional de acordo com os melhores padrões operacionais, além de gerar e manter um arquivo que demonstra os melhores padrões de operação na empresa. Com o avanço no uso das informações embarcadas no sistema das máquinas, dificuldades como a operação noturna, principalmente na atividade de baldeio com skidder, começam a ser amenizadas com a criação das cercas virtuais para auxiliar na localização do operador, fazendo com que a madeira seja baldeada e distribuída de maneira uniforme na borda do talhão. Esse é mais um pequeno ajuste na operação e que traz ganhos para a próxima atividade, o processamento da madeira. Se já era importante, ganhou ainda mais importância com a utilização de equipamentos altamente produtivos, por exemplo, a escavadeira de 35 t com conjunto traçador de 1,45 m².

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Opiniões Se essa distribuição não for planejada, antes da atividade do baldeio, a escavadeira terá sua produtividade afetada, pois corre o risco de ter pouca madeira concentrada para otimizar o enchimento do conjunto traçador e aumentar o deslocamento da máquina, gastando-se horas sem produção. Essa variável tem um peso significativo com a utilização de equipamentos desse porte, visto que apresenta um elevado consumo de combustível, motivo pelo qual deve-se compensar na produtividade, caso contrário, a operação não se viabiliza. Nesse porte de equipamento, não podemos mais falar em litros/hora, mas sim em litros/m³ de madeira processada. Esse indicador de eficiência energética também sinaliza se o dimensionamento entre máquina base e conjunto traçador está correto. No curto prazo, o destaque no setor de colheita florestal será a intensificação do uso das tecnologias embarcadas nos equipamentos, ou seja, teremos pouca mudança em máquinas e implementos. O foco do direcionamento será a maximização dos ativos. As máquinas com alta tecnologia e com alta produtividade aumentam a rentabilidade da operação, mas, em contrapartida, exigem um novo padrão de estruturação dos processos, e, sobretudo, um novo padrão de competência para a operação e a manutenção dessas máquinas. Esse novo padrão de competência deve ter foco em segurança, qualidade, produtividade e eficiência operacional e mecânica. Estamos seguindo um novo caminho quanto ao porte dos equipamentos e da produtividade dos implementos, colocando ou aumentando ainda mais a responsabilidade do setor de manutenção mecânica, uma vez que as pequenas paradas representam perdas muito maiores, quando comparadas com o passado recente. Será intensificado o desafio do setor de manutenção quanto à busca de novos desenvolvimentos para otimizar essas paradas mecânicas. Serão necessários novos produtos para aumentar os intervalos entre as intervenções, por exemplo, da manutenção preventiva. A mecanização do setor florestal continuará evoluindo, a necessidade de redução de custos ainda mais latente, bem como a qualidade e o prazo de atendimento. Nada disso será possível se não tivermos um ambiente que seja propício para transformar a realidade gerencial, potencializar resultados e melhorar o aproveitamento do potencial humano, permitindo que o aprendizado seja cada vez mais rápido e efetivo. Essa nova realidade gerencial deve ser capaz de eliminar desperdícios de forma contínua, resolvendo os problemas sistematicamente. Logo, é necessário repensar a maneira como se lidera, gerencia e desenvolve pessoas. Esse desenvolvimento e o pleno engajamento das pessoas serão capazes de vislumbrar oportunidades de melhoria e de ganhos sustentáveis. Não há outro caminho. n


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colheita de madeira

Opiniões

O que vem por aí? O Relatório 2017 da IBA – Indústria Brasileira de Árvores, menciona importantes tópicos e itens que orientam e direcionam o caminho para onde está se conduzindo a economia do setor florestal brasileiro de árvores plantadas, identificando pontos e situações em que temos oportunidade de melhorar os nossos processos. Pinço e destaco suas observações. A indústria brasileira de árvores plantadas, apesar dos cenários macroeconômicos adversos, segue dando firmes demonstrações de sua resiliência. Com uma área de 7,84 milhões de hectares de reflorestamento, o setor brasileiro de árvores plantadas é responsável por 91% por toda madeira produzida para fins industriais e por 6,2% do PIB Industrial do País e, também, é um dos segmentos com maior potencial de contribuição para a economia verde. Para dar continuidade à curva ascendente de crescimento do setor, a expectativa é que a utilização das tecnologias mais avançadas de produção permita aproveitar, no futuro, 100% da floresta. A redução de custos será fundamental para a manutenção competitiva da indústria brasileira. Com o objetivo de atender a essas diretrizes, estamos vivendo uma nova era da colheita, uma visão macro das operações englobando a silvicultura, a colheita e a logística integradas ao processo para: • a silvicultura encontrar a área com menos resíduos para permitir e facilitar o alto nível de mecanização que se antevê para futuro breve. • que, na operação de transporte, o caminhão não transite por caminhos ou estradas de má qualidade, tampouco transite com a sua capacidade máxima de carga. O resultado de qualquer melhoria dos tópicos acima vai ter impacto financeiro no valor da madeira posto na fábrica. As empresas florestais têm aplicado no País as melhores e mais avançadas tecnologias existentes, e os fabricantes de máquinas têm se esmerado em fornecer as melhores e mais eficientes ferramentas.

Deve-se também destacar que eles estão oferecendo excelência no suporte ao produto. Cientes dessas premissas, alguns desses fabricantes vêm desenvolvendo soluções na área de silvicultura, colheita e logística que irão mudar significativamente a economia do processo como um todo. A visão direcional predominante desses fabricantes é disponibilizar soluções com maiores vantagens técnicas que as hoje oferecidas, com uma expressiva simplicidade nas máquinas e equipamentos produzidos, e a requisição de uma menor necessidade de mão de obra em comparação com as hoje adotadas na maioria dos atuais harvesters, forwarders e feller bunchers e skidders, vislumbrando, assim, uma nova etapa do cenário de colheita, cujo sistema incluirá processos bem distintos dos atualmente praticados. Em síntese, serão equipamentos de alta produtividade, alta capacidade de produção e muita simplicidade, com tecnologia embarcada suficientemente para atender ao mercado exigente, com flexibilidade para tornar economicamente viável colher florestas de baixo volume por árvore – de forma bem mais assistida do que com as atuais ferramentas. Tratando de árvores de baixo volume, outro importante ponto a considerar é a grande vantagem desse sistema de propiciar uma redução dramática de perda da fibra branca, que deixa de ser aproveitada quando se utiliza o sistema de colheita CTL ou full tree. Essse processo, de forma efetiva, traz uma redução de perdas de fibras, ou seja, um aumento de produção de fibra branca por hectare, em função das ferramentas usadas, redução de custo e mão de obra. A consolidação dessa integração na colheita florestal no País é fruto da ação inovadora e empreendedora das qualificadas equipes técnicas das empresas florestais que, com objetividade, apresentaram aos fabricantes os fundamentos para os desenvolvimentos específicos, com o fim de atender, tanto quanto possível, à demanda necessária para essa nova era. n alguns fabricantes vêm desenvolvendo soluções na área de silvicultura, colheita e logística que irão mudar significativamente a economia do processo como um todo "

Toru Sato Diretor-presidente da Tecflora Tecnologia Florestal Avançada



colheita de madeira

Opiniões

eficiência energética de máquinas Máquinas florestais são um investimento alto, e seu rendimento é amplamente baseado em sua taxa de uso e de eficiência energética. Existem indicadores direcionais de eficiência, mas não há nenhuma ferramenta que explique claramente as diferenças encontradas em diferentes resultados. Esses assuntos têm sido discutidos entre os profissionais do setor florestal, e têm chamado bastante atenção os diferentes níveis de habilidades dos operadores de máquinas, bem como os vários ajustes nos equipamentos. Entretanto não foram demonstrados resultados numéricos claros de tais diferenças, ou os seus motivos específicos. O ambiente de trabalho simulado e os programas computacionais podem permitir a comparação e o monitoramento da eficiência das máquinas florestais, assim como o treinamento e a orientação do operador quando se trabalha em vários locais de colheita. Os simuladores podem medir e treinar os operadores para trabalhar de forma mais eficiente em termos energéticos. Em máquinas florestais reais também, pois um programa denominado pela Ponsse como EcoDrive, monitora a eficiência do trabalho e mostra aos operadores quais os níveis de combustível e de energia que devem usar em qualquer situação. Desenvolvemos um simulador para dar aos operadores uma sensação tão real quanto possível do trabalho realizado.

Os operadores de máquinas florestais costumam ter a tendência de pensar que quanto mais rápido eles deslocam ou movem a grua, mais eficientes eles são. Isso não é verdade. "

Hannu Vauhkonen Perito em Treinamento da Ponsse Mundial

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No modelo mais atualizado desse simulador de realidade virtual, o usuário tem uma clara impressão de que se esteja de fato operando uma máquina florestal real. Com os movimentos naturais da cabeça, o usuário recebe a mesma visão em torno da máquina que teria numa operação real. No simulador, podem-se criar novas árvores, selecionar as espécies desejadas e determinar os tamanhos e a distância entre si. As mesmas árvores podem ser derrubadas e processadas ou transportadas para a estrada várias vezes. É possível, ao mesmo tempo, comparar modos diferentes de operação e usar os dados para testar a eficiência energética dos métodos de trabalho das máquinas florestais. No final de cada sessão, o simulador fornece um relatório preciso sobre o operador e sobre a máquina. Esses relatórios mostram a distância percorrida pela máquina, a distância percorrida pela lança da grua e como o operador planejou e executou cada tarefa. No que diz respeito à eficiência energética, o mais importante é a capacidade de o operador planejar seu próprio trabalho. O programa indica com precisão o nível de energia utilizado e o tempo que o operador usou durante os vários estágios de trabalho. O programa é instalado em todos os simuladores e máquinas florestais da nossa empresa, de modo que tudo o que é aprendido nos simuladores pode ser facilmente combinado com o trabalho prático. A eficiência energética dos harvesters também é medida pelo programa. Quando o operador inicia sua rotina, o programa começa a mostrar informações sobre a eficiência do trabalho. O programa mostra o rendimento em m3 por hora, o consumo de combustível em litros 3 por hora, o consumo de combustível em litros por m; ,


A melhor escolha para desenvolvimento de negócios baseado em Ativos Florestais • Parcerias nacional e internacional para o desenvolvimento de negócios para diferentes cadeias de produção • Parceria com Madeira Sustentável Brasil e a Lumber-Logistics (EUA) para desenvolver mercados de madeira • Acesso a gestores de fundos de investimentos florestal no Brasil e no exterior • Desenvolvimento de negócios na área de energia renovável com base em plantios florestais • Serviços baseado em nova geração de inteligência na aplicação de imagens de drones • Consultoria e treinamento para a otimização de custos e maximização de resultados Fone: 12 3426-0119 contato@imaflorestal.com.br marcelo.ambrogi@imaflorestal.com.br www.imaflorestal.com.br

Gestão Florestal quantas árvores o operador processa por hora e quanto tempo gasta no processamento de cada árvore. Mostra também quanto tempo o operador usa nos diferentes estágios de processamento: ao unir o cabeçote à árvore, derrubá-la, alimentando/cortando a árvore e ordenando as diferentes espécies de madeira derrubada em pilhas. Como as árvores pequenas, obviamente, demoram menos tempo para processar do que árvores maiores, o programa sempre compara árvores do mesmo tamanho para que a eficiência energética também possa ser determinada de acordo com o tamanho da árvore. O programa também mede a eficiência energética dos forwarders. Informações separadas são fornecidas em cada carga carregada, transportada e descarregada. O tempo e os dados de consumo de combustível levantados são exibidos entre uma viagem e outra. Ao trabalhar com um forwarder, o planejamento do próprio trabalho do operador tem um impacto maior do que na colheita com harvester. Quando o operador é capaz de minimizar a distância percorrida pela máquina e o trabalho feito com carga máxima, isso aumenta diretamente a eficiência energética. Os ajustes da máquina e o ciclo do motor utilizados pelo operador também têm impacto no consumo de combustível. O programa permite testar quais ciclos são os mais eficientes em termos de energia para cada etapa do trabalho e para o terreno.

Destaca-se que a eficiência energética é afetada pela capacidade do operador de planejar seu próprio trabalho e sua habilidade de operar a máquina. Isso inclui a capacidade de fazer ajustes na máquina, que melhoram significativamente o rendimento e o consumo de combustível. Os níveis de pressão hidráulica das máquinas e os muitos ajustes individuais feitos pelo computador também têm um efeito considerável na eficiência energética. O programa é projetado especificamente para orientar o operador a fazer ajustes na máquina e trabalhar corretamente. Vários ajustes podem ser feitos para as máquinas, e o operador pode experimentar diferentes formas de trabalhar. O programa mostra, em tempo real, se a eficiência energética está aumentando ou diminuindo. Os operadores de máquinas florestais costumam ter a tendência de pensar que quanto mais rápido eles deslocam ou movem a grua, mais eficientes eles são. Isso não é verdade. O planejamento tranquilo e cuidadoso tem um impacto maior na eficiência energética, permitindo o mesmo rendimento, com menor consumo de combustível e eliminando os movimentos desnecessários. Ambientes de trabalho simulados e programas de computador relacionados são bons testes e ferramentas de treinamento para medir e melhorar a eficiência energética das máquinas florestais. n

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Opiniões

colheita de madeira

efeitos dos gases de exaustão das máquinas de colheita florestal na saúde humana A redução da exposição dos funcionários aos gases poluentes das máquinas diminui os gastos com saúde, reduz o absenteísmo e melhora a qualidade de vida dos trabalhadores "

Nilton Cesar Fiedler

Professor de Mecanização Florestal da UF-ES Coautor: Flavio Cipriano de Assis do Carmo, Professor de Mecanização Florestal da UF-CG

Com a problemática da consequência dos gases de efeito estufa em relação às mudanças climáticas globais que estão sendo bastante discutidas no cenário mundial, a quantificação das emissões de gases poluentes no processo produtivo é de grande importância para o setor florestal, visto que o mercado exige cada vez mais das empresas uma produção de bens e de serviços menos poluentes. Durante o período da Revolução Industrial, a emissão de gases poluentes no Brasil tinha como principal fonte as atividades industriais (classificadas como fontes estacionárias). No entanto, com o surgimento dos motores de combustão interna, como no caso das máquinas florestais, a maior fonte geradora de emissão de poluentes atmosféricos nas cidades passou a ser os veículos. Para o funcionamento de uma máquina, é necessária a ocorrência da combustão, que consiste na combinação química do oxigênio do ar com o carbono e o hidrogênio do combustível, havendo liberação de calor e, consequentemente, aumento da pressão exercida pela mistura gasosa sobre a cabeça do êmbolo do motor, gerando o trabalho mecânico. Assim, além da potência gerada, a combustão nos motores resulta na formação de gases de escape nocivos e na geração de calor ou energia não aproveitada.

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De modo geral, as emissões de gases nocivos à saúde humana pelas máquinas de colheita florestal são provenientes dos escapamentos das máquinas, dos desgastes de pneus, freios e embreagem e emissões evaporativas de combustíveis, associadas ao armazenamento e ao abastecimento de combustíveis. Os gases nocivos emitidos pelo tubo dos escapamentos das máquinas são constituídos pelos produtos gerados durante a reação de combustão incompleta que ocorre no motor. Na queima do combustível, os gases de exaustão são constituídos basicamente por monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC) e dióxido de enxofre (SO2), que são considerados gases poluentes. O monóxido de carbono (CO) é um gás tóxico, que resulta da combustão incompleta do carbono em combustíveis. Esse gás é absorvido principalmente pelas vias respiratórias. Uma vez inalado, é rapidamente absorvido pelos pulmões e, em circulação, liga-se de maneira estável com a hemoglobina, impedindo o transporte do oxigênio, podendo causar hipóxia tecidual (insuficiência respiratória). Por isso a exposição ao monoxido de carbono está também associada a alguns ; prejuízos à saúde humana.



colheita de madeira Podemos citar a sensação de mal-estar, cefaleia, fadiga, náuseas, vômitos, fraqueza, distúrbios visuais, vertigens, hemorragias na retina, edema pulmonar e diminuição da tolerância ao exercício físico. Em estudo realizado pelo Laboratório de Colheita, Ergonomia e Logística Florestal da UF-ES (LABCELF), verificaram-se em algumas máquinas florestais emissões variando entre 200 e 300 ppm de CO. Segundo algumas literaturas consultadas, emissões a partir de 9 ppm já podem ocasionar efeitos à saúde humana. O dióxido de carbono (CO2) pode causar distorções da visão, perda auditiva, sonolência, tontura, dor de cabeça, aumento da transpiração, falta de ar, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Esses efeitos dependerão da concentração e do tempo de exposição ao gás poluente. É aceitável uma exposição a concentrações de até 1,5% de gás carbônico no ar. A partir dessa concentração, esse gás pode se tornar nocivo à saúde humana. Nesse mesmo levantamento do LABCELF, verificaram-se emissões variando entre 2,9 e 3,7% nas máquinas de colheita florestal. O termo “óxidos de nitrogênio” (NOx) se refere à soma de monóxido de nitrogênio (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2). No motor, os NOx são formados devido às reações do nitrogênio presente no combustível e ao oxigênio do ar. A exposição do ser humano ao NOx faz aumentar a sensibilidade à asma e à bronquite, baixar a resistência às infecções respiratórias e, ao penetrar no organismo, pode levar a processos carcinogênicos. Além disso, a contaminação por NOx pode causar traqueítes, bronquites crônicas, enfisema pulmonar (que causa a perda de capacidade respiratória e insuficiência de oxigenação) e aumento da dificuldade de respiração. Para a redução da emissão de NOx, o setor de mecanização florestal deve investir em tecnologias, como a recirculação dos gases de escape – EGR (Exhaust Gas Recirculation). Nela, parte dos gases de exaustão é reutilizada na mistura diesel e ar durante a combustão. Outra técnica para reduzir as emissões é o sistema de Redução Catalítica Seletiva (SCR), por meio da utilização do ARLA 32, que possibilita uma redução da emissão de NOx em até 60%. Os hidrocarbonetos são formados pela decomposição térmica do combustível. Podem ser formados junto às paredes da câmara, onde a temperatura não é suficiente para completar a reação e em regiões da câmara em que a mistura é excessivamente rica ou pobre. Esses gases são normalmente encontrados em concentrações baixas, suspensos na atmosfera, e seus principais efeitos na saúde humana estão relacionados a distúrbios no sistema respiratório.

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Opiniões Os danos causados à saúde humana pelo SO2 estão associados à sua solubilidade nas paredes do trato respiratório. Esse gás se dissolve na secreção úmida, chegando às vias inferiores, podendo causar irritação nos olhos, nariz e garganta, além de doenças respiratórias, alterações na defesa pulmonar e agravamento de doença cardiovascular já existente. A concentração de dióxido de enxofre na atmosfera a partir de 20 μg.m-³ de ar pode ser considerada poluente para a saúde humana. Como alternativa para a redução da emissão de SO2, podem-se utilizar combustíveis com menor teor de enxofre, tais como o óleo diesel S10, que, além de serem menos nocivos, aumentam a durabilidade do motor. Além dos gases de exaustão, ocorre também a liberação do material particulado (partículas que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaça, fuligem), que causa efeitos nocivos à saúde humana. O tamanho da partícula interfere no local e na distribuição nas vias aéreas. As partículas grossas se depositam na porção superior das vias aéreas, enquanto as menores são depositadas no trato respiratório inferior, podendo atingir alvéolos pulmonares. Dessa forma, quanto menor o tamanho das partículas, maior será o efeito sobre a saúde, causando risco de ocorrência de bronquite, tosse seca, asma, câncer pulmonar, pneumonia, doenças respiratórias e cardiovasculares e a diminuição da função respiratória. Com o aumento da mecanização no processo produtivo florestal, pode-se fazer com que aconteça um acréscimo das concentrações de gases poluentes emitidos por essas máquinas. Sendo assim, esse aumento das concentrações de gases poluentes na atmosfera pode acarretar inúmeros riscos à saúde humana. Em virtude desses possíveis riscos, existe como desafio para as empresas florestais e instituições de pesquisa o investimento em novas tecnologias, visando a uma menor emissão de poluentes. Aliadas a isso, as legislações ambientais são cada vez mais exigentes, fazendo com que surjam no mercado máquinas mais eficientes e menos poluentes. Entretanto, no setor florestal brasileiro, essas tecnologias ainda são incipientes. Em um futuro bastante próximo, o cenário é bastante promissor, com a utilização de motores menos poluentes, movidos a energias limpas e a híbridos. A redução da exposição dos funcionários aos gases poluentes das máquinas diminui os gastos com saúde, reduz o absenteísmo e melhora a qualidade de vida dos trabalhadores. n


Opiniões

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colheita de madeira

Opiniões

gestão e capacitação A colheita de madeira representa elevados custos dentro do processo produtivo florestal, apesar de toda a evolução tecnológica disponível nas máquinas e nos equipamentos. É fato que, devido aos elevados custos operacionais, ao aumento na demanda de produção e à baixa disponibilidade de mão de obra qualificada, a maioria das empresas florestais brasileiras, independente de seu porte, estão mecanizando, de forma intensiva, as suas operações de colheita da madeira. Tal fato é favorecido pela indústria que tem desenvolvido e disponibilizado ao mercado florestal diversas opções de máquinas e equipamentos robustos, permitindo a execução do trabalho em condições operacionais adversas; confortáveis, proporcionando melhores condições de trabalho ao operador; e com elevada tecnologia, possibilitando expressivos ganhos de produtividade. Entretanto, apesar de toda a tecnologia disponível, ainda existem demandas a serem atendidas em relação a alguns temas, com destaque para a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas à colheita de precisão; telemetria e transferência de dados; colheita de madeira em áreas declivosas; descarbonização e redução de emissões; redução de impactos ambientais, dentre outros. Sob esse aspecto, torna-se fundamental uma maior aproximação e parcerias entre fabricantes, universidades e empresas florestais, possibilitando o desenvolvimento de novos projetos. Além disso, também existe a necessidade de as empresas florestais aprimorarem os processos de gestão, sendo o grande desafio para os próximos anos.

Se todas as pessoas fossem iguais e respondessem da mesma forma durante o período de formação e no trabalho, não seriam necessários os processos de seleção. "

Eduardo da Silva Lopes

Professor de Colheita e Transporte Florestal da Unicentro, Pesquisador do CNPq e Coordenador do Cenfor

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E, dentro desse aspecto, cita-se a necessidade de aprimoramento dos atuais modelos de manutenção mecânica; a necessidade de melhorias no processo de gestão de recursos e de pessoas; e, principalmente, maiores investimentos no fator humano, por meio de programas de capacitação de operadores e mecânicos. Em relação à manutenção mecânica, é fato que a maioria das empresas florestais utiliza máquinas modernas e de elevada tecnologia na execução de suas operações de colheita da madeira, sendo a manutenção responsável por 50% a 60% do custo operacional. Por isso é essencial um eficiente modelo de manutenção mecânica, por meio de uma adequada infraestrutura de apoio para atendimento rápido das máquinas, melhorias das técnicas e procedimentos e maiores investimentos na capacitação de mecânicos, garantindo, assim, o aumento na disponibilidade mecânica das máquinas e confiabilidade das operações, fatores fundamentais para o aumento da capacidade produtiva e redução dos custos de produção. A gestão de recursos e de pessoas é outro aspecto que necessita ser aprimorado nas áreas operacionais de colheita da madeira. É fato que o problema inicia-se no momento ;



colheita de madeira de formação de nossos futuros profissionais florestais, pois o tema “gestão” é pouco ou quase nada tratado pelos cursos de engenharia florestal das universidades brasileiras, além da baixa oferta de disciplinas ligadas à área operacional. Além disso, existe sempre a necessidade de aprimoramento dos atuais modelos de planejamento e de controle das operações por parte das empresas, possibilitando o uso racional dos recursos e a melhoria dos procedimentos para o aumento da eficiência operacional, atendendo aos aspectos técnico, econômico, ambiental, qualidade e segurança. É importante ainda mencionar que a maioria dos problemas operacionais na colheita de madeira, em termos de baixa eficiência e de elevados custos, normalmente estão relacionados aos ineficientes modelos de gestão. É comum observamos problemas de relacionamento entre pessoas envolvidas no processo produtivo, falhas nos sistemas de controle, falta de integração entre as áreas operacionais e a presença de técnicos com baixo grau de conhecimento ocupando determinados cargos e tomando decisões equivocadas. Além disso, muitas empresas florestais, buscando uma ilusória redução de custos, acabam contratando profissionais com menor grau de instrução para ocupar determinados cargos nas frentes operacionais, situação que compromete todo o planejamento e o controle das operações florestais. Por fim, um aspecto de grande importância para o aprimoramento da colheita de madeira refere-se ao processo de capacitação de pessoas, principalmente de operadores e de mecânicos. Apesar de todo o processo de inovação tecnológica disponível nos atuais modelos de máquinas de colheita da madeira, o ser humano continuará, por muito tempo, sendo o fator mais importante dentro do processo produtivo e fundamental para o sucesso do empreendimento florestal. É fato que as grandes empresas florestais possuem pessoal qualificado, infraestrutura e recursos financeiros disponíveis para investir de forma significativa na capacitação de seus operadores de máquinas. Porém fica sempre a pergunta: como atender às médias e pequenas empresas florestais? Nesse aspecto, é importante mencionar que, em muitas empresas, infelizmente, ainda é comum observarmos um novo operador sendo treinado por outro operador mais experiente diretamente na máquina durante a jornada de trabalho. Tal situação, além de ocasionar elevados custos devido à mobilização da máquina, menor disponibilidade mecânica e maiores riscos de acidentes de trabalho,

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Opiniões acarreta, principalmente, a transferência de técnicas inadequadas de trabalho, criando os chamados “vícios operacionais”. Esses problemas permanecerão sempre presentes nos operadores, afetando a eficiência e a qualidade das operações, com maiores riscos de acidentes, além de significativas perdas de produção e de elevados custos. Por isso os Centros de Treinamentos são fundamentais nesse processo, permitindo a capacitação dos operadores, principalmente nas pequenas e médias empresas florestais, podendo ser citado o Centro de Formação de Operadores Florestais (Cenfor), da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro, que, há 14 anos, atua no mercado florestal brasileiro, tendo capacitado, durante esse período, aproximadamente 4 mil operadores em todo o Brasil, especialmente nas empresas florestais da região Sul do Brasil. Também é importante ressaltar que, a partir de algumas experiências, observamos muitos indivíduos apresentando excelente desempenho durante o período do treinamento de formação (simulador e prática), mas não se adaptaram à função de operador, por ocasião da execução do trabalho em situação real de campo, abandonando o cargo e se desligando da empresa logo em seguida, ou, quando permanecem, produzem muito abaixo do potencial ou da meta estabelecida pela empresa. Por isso a capacitação dos operadores de máquinas de colheita da madeira não é o único fator que determina uma operação bem-sucedida, sendo também necessária uma seleção criteriosa dos indivíduos com perfil adequado ao cargo. Conforme mencionado anteriormente em outros artigos: “Se todas as pessoas fossem iguais e respondessem da mesma forma durante o período de formação e no trabalho, não seriam necessários os processos de seleção. Portanto, conhecer as capacidades ou talentos individuais dos futuros operadores de máquinas de colheita da madeira no momento da seleção é fundamental para identificar um profissional bem-sucedido e de sucesso”. Nesse aspecto, destaca-se uma pesquisa que está em andamento no Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais da Unicentro, em Irati-PR, com o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade da Flórida, Estados Unidos, – especialistas nas áreas de neurociências, comportamento humano e habilidades motoras. O objetivo principal dessa pesquisa é propor uma nova metodologia a ser aplicada na seleção de operadores de máquinas de colheita da madeira, baseada nas capacidades ou talentos individuais: inteligência, memória, habilidade e comportamento. Portanto foi possível constatar que, apesar dos avanços tecnológicos ocorridos na área de colheita da madeira, com máquinas e equipamentos modernos e de elevada complexidade, o grande desafio é o aprimoramento dos atuais modelos de gestão operacional e de capacitação dos futuros operadores de máquinas e de mecânicos com perfil adequado ao cargo. Além disso, temos que refletir e fazer o dever de casa, buscando sempre melhorar o processo de formação de nossos profissionais florestais, bem como a sua valorização por parte das empresas. n


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faça você mesmo!

os desafios da logística florestal primarizada

inovar em setores tradicionais exige ampla dedicação, envolvimento das pessoas e, claro, resultados que comprovem que há viabilidade operacional e financeira para a implementação "

Niego Barbosa Farias de Souza e Marcio Henrique Sastre Coordenador de Operações e Gerente de Operações de Transporte da Eldorado, recpectivamente

Construir um projeto de logística florestal apresenta muitos e desafiadores processos, estigmas e padrões preestabelecidos. E, para o caso que relataremos na sequência, não há dúvida sobre as superações necessárias e o empenho do qual lançamos parte. A meta era a de transportar 5,5 milhões de m³ de madeira e construção/ manutenção de 1.100 km de estrada por ano para atender a uma fábrica de celulose que iria entrar em operação no final de 2012. Então, como fazer? Qual estratégia adotar? Apresentaremos para vocês nas linhas seguintes. Primeiro, achamos importante esclarecer que o setor logístico no segmento florestal é historicamente terceirizado, e o início nesse amplo projeto também foi assim, afinal, precisávamos abastecer a fábrica que entrava em operação em forte ritmo. Portanto, nesse início, optamos por seguir a tradição e trouxemos para o startup das operações de transporte de madeira, carregamento e estradas, grandes operadores logísticos, que garantiriam a eficiência operacional e a segurança necessária para aquele período.

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Com o passar do tempo, acumulamos alguns experiências ao mesmo tempo em que analisávamos novas possibilidades, que poderiam aliar segurança operacional a custo competitivo. E foi nessa busca pelo melhor modelo logístico e sustentável de conduzir o negócio que iniciamos um processo de primarização das áreas ligadas à logística. Inicialmente, planejamos que, para que essa mudança gradativa ocorresse da melhor forma possível, necessitaríamos de três anos. Nós buscávamos, naquele momento, resultados que nos garantiriam uma operação inovadora, sustentável e de baixo custo, que nos traria: • Melhor performance dos ativos decorrente da gestão dos ciclos de transporte; • Redução do consumo de combustível e consequente redução da emissão de CO2;;


Opiniões • Maior eficiência no carregamento, com conse-

quente melhoria na caixa de carga e no tempo de carregamento; • Avanços na qualidade em infraestrutura viária; • Redução de acidentes; • Sustentabilidade no processo de treinamento e qualificação de MO (mão de obra); • Garantia de abastecimento fabril; • Redução do custo logístico da madeira entregue na fábrica. E, então, a transformação foi iniciada com a primeira aquisição da operação de 92 veículos, 8 gruas de carregamento e a contratação de mais 150 colaboradores na primeira etapa do projeto. Paralelo a isso, havia o desafio de vencer longas distâncias para entregar a madeira na fábrica e a paralisação da hidrovia Tiete-Paraná, que ocorreu logo nos próximos meses após essa aquisição, o que refletiu imediatamente no aumento da frota de transporte em 25%, elevando-a para mais de 400 veículos. Com o aumento de nosso risco de abastecimento, algumas etapas tiveram que ser aceleradas, como o desenvolvimento e a construção do COE (Centro de Operações Estruturadas) e o início do treinamento da liderança para um novo modelo logístico que estávamos implantando. Nos dois anos que se seguiram a partir da primeira etapa de aquisição, finalizamos as compras de frotas e nos tornamos, a partir daquele momento, um operador logístico com 300 veículos, sendo 50% próprios, e os demais trabalhando no modelo de agregação, em que o implemento era da companhia. Junto a todo esse movimento, adquirimos também equipamentos para a construção de infraestrutura viária, elevando nossa capacidade construtiva e garantindo a qualidade de nossa rede viária. 1: TIME LINE Início das operações de logística florestal

2012

Fim transporte hidroviário (Barcaças)

2013

Início do processo de primarização

2014

Finalização do processo de primarização

2015

Primarização da operação de estradas

2016

2017

Renovação parcial de frota

Ao final do período programado de três anos, podemos afirmar que executamos o projeto em linha com o planejado e operávamos de forma primarizada o transporte, o carregamento e as manutenções e construções de estradas.

Para orquestrar um parque de 300 caminhões tritrem, 35 equipamentos para construção e manutenção de estradas, além dos veículos acessórios, como comboios, pranchas e veículos leves, foi necessário que o COE implantasse o sistema de monitoramento e rastreamento veicular, com o qual conseguimos garantir a assertividade de nossos ciclos produtivos e a comunicação com os nossos colaboradores, em um raio de mais de 300 km utilizando tecnologia por meio de satélites. Com o advento da tecnologia na operação, com o uso de educador embarcado, um plano de renovação de cavalos mecânicos bem-sucedido, incluindo em nossa frota caminhões sem cubo redutor, em conjunto com treinamento constante das equipes de motoristas, operadores, líderes e supervisores, obtivemos excelentes resultados operacionais, superandos os resultados esperados inicialmente. • Redução de 7.849 toneladas de CO2 na atmosfera em 18 meses; • Ganhos de mais de 18% no consumo médio de diesel; • Aumento de caixa de carga em mais de 9%; • Ganhos em eficiência da frota em 7%; • Capacitação e qualificação de nosso quadro de colaboradores. 2: EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE DIESEL *km/l Consumo Próprio: + 18,1%

3: EVOLUÇÃO DE PERFORMANCE E AUMENTO DE CAIXA DE CARGA *m3 Volume de Caixa de Carga: + 9,1%

Ao fim do processo de primarização, entendemos que os resultados financeiros foram conquistados em consequência de uma gestão ativa e de um modelo implantado de forma coerente e planejada. Como se pode perceber, inovar em setores tradicionais exige ampla dedicação, envolvimento das pessoas e, claro, resultados que comprovem que há viabilidade operacional e financeira para a implementação. Com nosso time, entendemos que, com a constância de propósito e a certeza de que estávamos no caminho certo, seria possível levar adiante nosso plano inicial, que, posteriormente, garantiu o sucesso da operação atual. A solução aplicada à logística florestal na empresa que trabalhamos assegurou o abastecimento fabril com menor custo operacional, maior eficiência e em uma operação segura, sustentável e inovadora. n

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logística de transporte de madeira

Opiniões

reinventando

o planejamento logístico florestal

O setor florestal brasileiro segue se destacando no cenário internacional pela sua produtividade, mas continua enfrentando constantes problemas internos. O Relatório Anual 2016 da Indústria Brasileira de Árvores ressaltou o aumento dos custos do setor, sendo ainda maior que a inflação brasileira. Dessa forma, o Brasil precisa se destacar também por meio de ações que minimizam os custos de produção e ainda proporcionem melhoria e aumento da eficiência. Quando se fala em logística, conceitualmente sabe-se que ela é o planejamento e a gestão do fluxo de materiais, o qual busca atender às expectativas em relação às quantidades, ao tempo e ao lugar. Mais do que atender a essas expectativas, é vital otimizar recursos e garantir o nível de serviço. Mas como? Oferecer o melhor nível de serviço é dispendioso financeiramente, e o cliente precisa reconhecer o valor do serviço que lhe é ofertado. Mas quem são os clientes?

Na cadeia de suprimentos de produtos florestais, temos dois grandes grupos de clientes: as fábricas que adquirem a madeira para transformação e aqueles que adquirem os produtos florestais transformados (madeira tratada, celulose, papel, painéis, etc.). Os resultados do primeiro grupo (fábricas) afetam o resultado do segundo, seja no quesito custo e/ou nível de serviço. O planejamento logístico é feito sob quatro grandes áreas, avaliando as estratégias de estoques, transporte, localização e serviço ao cliente. Ressalta-se que as áreas estratégicas de estoque, transporte e localização são os pilares de sustentação da estratégia de serviço ao cliente. Dessa forma, é preciso planejar os resultados esperados quanto ao nível de serviço, mas as ações que levam para ; alcançá-los advêm das demais áreas. fala-se muito em transporte, gestão de frota, de pátio, de entreposto, de estoques (campo, pátio, entreposto, fábrica, armazéns de produtos acabados), e buscam-se melhorias em cada ponto para tornar o negócio cada vez mais competitivo. "

Raiane Machado Gomes e Carlos Cardoso Machado

Professores de Logística e Pesquisa Operacional e Colheita Florestal da UF-Viçosa, respectivamente

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logística de transporte de madeira No setor florestal, fala-se muito em transporte, gestão de frota, de pátio, de entreposto, de estoques (campo, pátio, entreposto, fábrica, armazéns de produtos acabados), e buscam-se melhorias em cada ponto para tornar o negócio cada vez mais competitivo. Frente aos altos custos operacionais e tributários do produto brasileiro, a alta produtividade não é garantia de resultados comerciais no mercado internacional. Sob essa ótica, é preciso identificar oportunidades de melhoria dos resultados por meio da otimização dos recursos. Uma vez que a logística representa um dos maiores custos florestais, foi dado grande passo no planejamento de ações que buscam a redução desses custos: desenvolveu-se o Plano Diretor Logístico (PDL) Inbound. O PDL Inbound refere-se à análise da malha rodoviária quanto à sua capacidade e ao seu nível de serviço e, também, à identificação de ações e à necessidade de recursos em termos de manutenção e intervenções que melhorem a qualidade da rodovia, o desempenho dos veículos, a segurança no trânsito, os aspectos socioambientais e salvaguardando o patrimônio rodoviário. Integra o planejamento, o projeto, a construção, a manutenção, a avaliação e a pesquisa em estradas e transporte, fornecendo informações estratégicas para o programa de intervenções e alocação de recursos, predição do desempenho das estradas e dos veículos de transporte, bem como de seus custos. Dessa forma, é otimizado o binômio estrada-transporte florestal através do planejamento de investimentos em manutenção de estradas não pavimentadas, reduzindo o custo das operações logísticas inbound e melhorando o nível e o serviço. Um PDL Inbound criterioso deve iniciar com um diagnóstico para realizar análises em profundidade das operações identificadas como as mais críticas. A intenção é identificar as maiores oportunidades de melhoria de nível de serviço e de reduções dos custos logísticos a serem obtidas através de mudanças em processos, práticas gerenciais, organizacionais ou tecnológicas, que permitam obter ganhos de desempenho dentro de uma relação benefício-custo favorável. Então, é de suma importância diagnosticar a situação da malha rodoviária, seja ela pavimentada ou não pavimentada, uma vez que ela influi nos custos e nas velocidades operacionais do tráfego. É preciso mapear a condição estrutural do pavimento, as características resilientes dos materiais do pavimento, a capacidade de suporte, a estratigrafia e a condição funcional. Para desenvolver esse novo formato de planejamento, o PDL Inbound, e realizar esse mapeamento, foram empregados equipamentos de alta tecnologia e softwares robustos de simulação e de otimização.

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Opiniões

Ainda foi diagnosticado o transporte rodoviário de madeira pelo inventário do volume e do tipo de tráfego, das características técnicas e do desempenho e dos custos dos veículos. Com uma base de dados sólida como a proposta, se torna possível uma análise econômico-financeira para não só estudar os custos operacionais, mas também os investimentos e custo do ciclo de vida de uma estrada. Na prática, as empresas focam muito na gestão operacional do transporte por meio da frota e não dedicam o mesmo esforço às estradas, assim negligenciam um lado do binômio estrada-transporte florestal. As simulações desenvolvidas para o PDL Inbound avaliam a evolução da condição da rede a partir de diferentes estratégias consideradas. Através da avaliação de estratégias, determinam-se as intervenções que são necessárias e os custos para períodos que podem variar de alguns anos até a vida útil da rodovia. No PDL Inbound, é feita avaliação econômica de políticas de construção e manutenção de estradas, mediante simulação do comportamento dos veículos e do desempenho dos pavimentos. Para essa avaliação, podemos estabelecer níveis orçamentários que minimizem o custo total da modalidade rodoviária, programas de manutenção e de construção que maximizem o valor presente líquido de uma rede rodoviária sob uma política de restrição orçamentária, programas de investimento a médio e longo prazo e programas de intervenção de curto prazo, baseados num sistema de gerência de pavimentos. Não basta o conhecimento genérico das estradas para tomar decisões de investimentos em infraestrutura e frota. Decidir por qual composição veicular de carga (CVC) utilizar é uma questão muito maior do que a capacidade de carga e potência de motor. Ou investir em drenagens e cascalhamento de trechos de estrada não pavimentada em função de atoleiros não garante fluidez do trânsito no trecho problemático. O rigor do estudo das estradas permite conhecer, precisamente, o projeto geográfico de cada trecho, assim como a resistência mecânica do solo. Dessa forma, por meio de simulações, pode-se avaliar o desempenho do transporte em função de diferentes cenários de investimentos em estrada e frota, sem a necessidade de investimento real, que só é feito após avaliação dos resultados e deliberações da empresa. Agora, com o novo conceito - PDL Inbound, é possível saber o real impacto dos investimentos nos resultados econômico-financeiros, operacionais e ambientais da logística inbound florestal. n


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Opiniões

das florestas aos pátios das fábricas O transporte de madeira das florestas até os pátios das fábricas tem recebido grande atenção por parte das empresas do setor florestal, tanto pela sua participação expressiva no custo total da madeira posta nos pátios das fábricas, quanto pelo impacto socioambiental que a grande quantidade de caminhões, que realizam essa operação, gera nas comunidades por onde transitam. Normalmente, pequenas comunidades e com pouca infraestrutura ao longo das rodovias. Nas últimas décadas, todo o processo de transporte de madeira passou por uma verdadeira transformação, avançou muito e ainda segue passando por uma série de mudanças significativas. A própria maneira de se pensar essa logística evoluiu consideravelmente. Hoje, tudo é desenvolvido de forma mais integrada, as soluções são mais customizadas e personalizadas às necessidades e interesses de cada cliente, de cada fábrica, de cada operação. A indústria florestal está, cada vez mais, procurando ser mais competitiva, e uma logística eficiente está diretamente ligada a essa competitividade da indústria. A evolução tecnológica dos últimos anos, somada às soluções de engenharia cada vez mais criativas e inovadoras, permitiu que fossem desenvolvidas e produzidas composições florestais com materiais muito mais leves. Uma composição de tritrem florestal, por exemplo, atualmente é fabricada com tara de 13,1 toneladas. Em 2010, a tara dessa mesma composição chegava a 17,5 toneladas, ou seja, em 8 anos, o peso dessa composição foi reduzido em 25%. Sem esse “peso morto”, a capacidade líquida de madeira transportada em cada uma das viagens dessas composições aumentou em 10%, passando de 46,5 toneladas para 50,9 toneladas, impactando diretamente e de forma proporcional a redução do custo. O custo menor do transporte não é o único ganho. Transportar um maior volume de madeira por viagem significa menos composições rodando nas estradas, menos quilômetros rodados e, consequentemente, menos diesel sendo consumido. Mais segurança nas estradas e menos CO2 na atmosfera. Outro grande avanço nas operações de transporte florestal são as soluções de telemetria, cada vez mais modernas e sofisticadas.

O custo está menor, as operações estão mais seguras, e estamos minimizando o impacto ambiental. Certamente, ainda há muita coisa nova por vir. "

Adriano Thiele CEO da JSL

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Computadores de bordo monitoram em tempo real a forma de condução dos motoristas, gerando alertas e corrigindo eventuais desvios de condução sobre parâmetros previamente estabelecidos. É uma ferramenta que ajuda o motorista a explorar o máximo da performance na condução do equipamento, trazendo economia significativa no consumo de combustível, bem como menor desgaste em itens mecânicos, como embreagem, freios, diferencial, pneus, entre outros. Além de correções dos possíveis vícios de direção em tempo real, esses sistemas permitem gerar relatórios personalizados sobre a forma de condução para cada motorista. A partir daí, são preparados e ministrados treinamentos direcionados e específicos. O gestor passa a ter ferramentas objetivas e consistentes para determinar treinamentos específicos para quem realmente precisa ser treinado. Os treinamentos passam a ser muito mais assertivos, e sua eficácia pode ser facilmente monitorada, através da evolução do modo de direção de cada um dos motoristas. Recentemente, além de monitorarmos a performance detalhada dos caminhões e das máquinas, passamos a monitorar também o comportamento dos próprios motoristas, em tempo real. Através de câmeras com sensores infravermelho, instaladas nas cabines dos caminhões, algoritmos permitem interpretar as expressões faciais (rosto, olhos e boca) e ações do motorista, com a principal finalidade de entender seu estado e identificar sinais de fadiga e/ou distração durante a condução do veículo. O sistema é parametrizado para, sempre que detectar algum desses sinais de fadiga ou distração, gerar um comando de voz para alertar o motorista diretamente na cabine do caminhão e, ao mesmo tempo, enviar o alerta para uma central de monitoramento. Com essa ferramenta, já é possível identificarmos o risco em tempo real e com antecedência. O sistema age de forma imediata e automática, fazendo com que os índices de acidentes causados por fadiga, ou falta de atenção, cheguem muito próximo ao de zero. Toda essa evolução trouxe ganhos significativos para todo o processo. O custo está menor, as operações estão mais seguras, e estamos minimizando o impacto ambiental. Certamente, ainda há muita coisa nova por vir. n


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Opiniões

ser melhora cada dia A logística florestal (ou abastecimento de madeira) tem ganhado importância cada vez maior nos últimos anos. Em um setor no qual a competitividade vem da floresta, ela figura como protagonista, com a maior representatividade em custos, podendo passar de 50% do valor total da madeira posto fábrica. Sua importância não é somente pela representatividade de custos, mas também pelo papel de realizar o cadenciamento no abastecimento das unidades industriais, tendo como premissa suprir com o melhor custo, o melhor mix de madeira e a melhor rota.

Essa é a maneira que temos desbravado e cultivado a vida, sempre preocupados com o presente, com um olhar no futuro e muito respeito ao passado. "

Fabian Fernandes Bruzon

Gerente Executivo de Operações Florestais da Suzano

Partindo desse cenário, precisamos entender quais são os fatores que influenciam diretamente os custos envolvidos na logística florestal. O primeiro e mais impactante é a distância entre a base florestal e as unidades industriais. Outro ponto de destaque é o diesel, que representa mais de 30% dos custos e, especialmente para a realidade em São Paulo, os pedágios, que são relevantes para o processo. Além disso, temos limitações específicas referentes ao tráfego de nossas composições, como restrições de horário para utilização de certos trechos ou até mesmo em rodovias durante feriados ou finais de semana.

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Portanto, pela tamanha complexidade dessa atividade, podemos afirmar que a mais “quente” das operações florestais é o abastecimento de madeira: são inúmeras composições tritrem, rodando 24 horas/dia, 7 dias/semana, e a nossa preocupação primordial é com a sustentabilidade em toda a cadeia que ela envolve. Por ter como um dos nossos principais valores o conceito do “plantar o cuidado”, adotamos práticas cuidadosas ao longo de todo o nosso processo. Por exemplo, antes de iniciar as operações de retirada de madeira de nossas fazendas, temos equipes que percorrem as comunidades para avaliar possíveis impac; tos e traçar planos de acordo com cada local.


F&W - Forestry Mais de 50 anos de experiência no mercado florestal

F&W é uma empresa de consultoria para a gestão de empreendimentos rurais, pecuários e florestais. Seu corpo técnico é formado por engenheiros florestais, agrônomos, administradores, advogados e consultores altamente capacitados para a gestão de atividades agrossilvipastoris. Está sediada na cidade de Albany no estado da Geórgia-USA, possuindo filiais no Brasil, Uruguai, França, Escócia e País de Gales. No Brasil está situada em Porto Alegre, de onde opera e faz a gestão de florestas de Pinus, Eucaliptos, Acácia Negra e Araucária para quatro diferentes fundos de investimento. Com mais de 50 anos de experiência no mercado a F&W tem como missão auxiliar seus clientes na aquisição e gestão de seus ativos agrossilvipastoris, bem como na concretização dos melhores negócios buscando obter os melhores retornos financeiros, atendendo normas legais, ambientais e sociais das comunidades onde atuamos, buscando sempre oferecer serviços confiáveis e com alta qualidade. Assessoramos a sua empresa ou o seu negócio na identificação de oportunidades, due diligence, intermediação de negócios, aquisição e gestão de ativos, planejamento e custos, comercialização de produtos e ativos imobiliários, bem como consultoria e prestação de serviços para algumas atividades, como por exemplo: • • • • • • • •

Análise e avaliação de ativos Pesquisas de mercado Mapeamentos CAR Interpretação de imagens de satélite Planejamento e gestão de inventário florestal Planejamento para recuperação de áreas degradadas Planificação, plantio e manejo de florestas

Acesse o site www.fwforestry.net ou entre em contato conosco para maiores informações pelo endereço: Rua Miguel Couto, 474 - 90850-050 - Porto Alegre - RS 51 3574-5237 • fwbr@fwforestry.com

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Gestão de controle da vespa da madeira Comercialização florestal Regularização fundiária Regularização ambiental Projetos ambientais (TAC, RPPN, PRAD) Monitoramentos operacionais Estudos de otimizações florestais


logística de transporte de madeira Além disso, sempre levamos em consideração todos os fatores e impactos que a nossa atividade possa gerar na rotina das comunidades que nos cercam e avaliamos com cuidado as melhores alternativas. Somado a isso, inserimos na nossa rotina cuidados que fazem a diferença e demonstram que a Suzano atua sempre de forma “forte e gentil”. Uma iniciativa é molharmos as estradas de terra para que possamos diminuir a poeira. Outra ação interessante é a realização de obras, como pontes e adequação de estradas, beneficiando a nossa operação e também as comunidades que usam essas vias. Todos esses cuidados permitem que a nossa operação se torne cada vez mais eficiente, segura e com alta competitividade em custos. Adotamos medidas inovadoras e criamos soluções simples para termos uma melhora de performance constante. Um exemplo de êxito são as novas composições de tritrem. As mudanças garantiram um grande progresso na redução do peso dessas carretas e um aumento da carga das composições, sem extrapolar o limite da lei da balança. É possível afirmar que essa foi uma das mais importantes evoluções que tivemos, nos últimos anos, no que tange à parte estrutural de nossas composições. Um diferencial da Suzano é que não nos baseamos apenas na tecnologia do nosso setor específico. Estamos sempre acompanhando o que acontece em outros setores, por exemplo, o sucroenergético, no qual as primeiras carretas leves foram implantadas e depois aprimoradas para a nossa aplicação, e é assim para todas as outras operações. Sempre observamos as evoluções ocorridas no setor agro e buscamos replicar para a nossa realidade em um curto intervalo de tempo. Ainda na linha estrutural, para atuarmos na eficiência do consumo de combustível, temos trabalhado a estrutura aerodinâmica das carretas. Algumas modificações simples nos têm proporcionado reduções acima de 10% no consumo de diesel. Podemos citar a utilização dos defletores nos cavalos e novos modelos de malhal que não ofereçam resistência ao ar, possibilitando ganhos. E olhando em linha estrutural e de forma transformacional, temos um desenvolvimento em curso, que iremos colocar em operação no 2º semestre deste ano, que poderá nos proporcionar saltos de produtividade e de eficiência em custos. A respeito da tecnologia embarcada nas novas composições, destacamos a suspensão pneumática com sistema de freios EBS. Esse conjunto tem sido o maior aliado para melhorarmos, e muito, os quesitos de segurança em nossas carretas, sendo que o maior impacto são os desníveis laterais que podem ocasionar o tombamento dos caminhões – esse sistema atua de maneira eletrônica, fazendo compensações no sistema de suspensão e frenagem.

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Opiniões

Para evitar esse tipo de situação, temos observado ótimos resultados com esse sistema em nossa frota, que já está aplicado em algumas composições. Migrando para os sistemas de gestão e controle de frotas, temos nossa central de rastreamento para trabalhar em conjunto com nossos transportadores parceiros; conseguimos evoluir em todos os indicadores de produtividade: carga, descarga, trajeto, tempo ocioso e, o mais importante, a segurança. Por meio de sensores instalados na frota, podemos acompanhar e ter as informações, em tempo real, que nos possibilitam tomar decisões de maneira mais rápida para que não tenhamos gargalos no processo que possam gerar a perda de eficiência da cadeia como um todo. Além disso, com essas informações, foi possível para as transportadoras montarem campanhas específicas para conscientização e reeducação dos motoristas, fazendo com que os incidentes tivessem uma queda expressiva nos últimos anos. Entendo que, com a aplicação de novas tecnologias embarcadas nas composições e com esse sistema, chegaremos, com certeza, a outros patamares de operação. Por fim, não podemos deixar de falar sobre o planejamento de toda essa atividade. A nossa operação logística na atividade da colheita é importante ser realizada em conjunto entre as áreas, para que possamos maximizar os resultados em todas as operações: colheita, manutenção de estradas e logística. Ultimamente, temos visto um aumento na oferta de alguns sistemas para a otimização de processos, que usam programação linear para colocar em um único lugar todas as premissas que foram mencionadas aqui e proporcionar os melhores cenários de abastecimento. Até pouco tempo atrás, tínhamos poucas opções e sistemas complexos. Hoje, já temos um leque maior de opções disponíveis no mercado e novas empresas entrantes nesse segmento que poderão fornecer ainda mais ferramentas para nosso setor. Nesse mundo complexo que hoje vivemos, não é mais possível pensarmos em nossas atividades sem nos conectarmos às “revoluções” que vêm ocorrendo nos últimos anos. Para alguns, saber que uma das maiores empresas de transporte de pessoas do mundo não possui um veículo sequer e o maior concorrente da rede hoteleira também não possui nenhum lençol chega a ser assustador, ainda mais se olharmos a velocidade com que essas grandes transformações ocorreram. Portanto, o desafio atual, de nós gestores, não é somente realizar e garantir os resultados de nossas operações, mas também entender o impacto que as grandes mudanças podem trazer para o nosso negócio. Essa é a maneira que temos desbravado e cultivado a vida, sempre preocupados com o presente, com um olhar no futuro e muito respeito ao passado. n



logística de transporte de madeira

Opiniões

eficiência e qualidade na

logística da madeira

A cadeia logística da madeira pode possuir escopos diferentes em diversas empresas. Mas, na maioria, abrange processos como o de estradas rurais, carregamento de madeira, transporte e operação no pátio de madeira (estocagem e movimentação). O processo logístico da madeira pode representar até 50% do custo total da madeira, quando chega à planta produtora, e 25% do custo total da produção da celulose. Portanto é um processo relevante na cadeia de valor do negócio, sendo essencial em eficiência e produtividade, para garantir a competitividade. Também é significativo o número de profissionais envolvidos no processo, gerando empregos e oportunidades de desenvolvimento. Além disso, podemos destacar a necessidade de dialogar com as comunidades vizinhas às operações florestais. A operação logística, muitas vezes, é o primeiro contato com esse público, que está localizado em todo o trajeto do transporte, da base florestal até a fábrica. Por isso merece uma atenção respeitosa e essencial.

A gestão de estradas rurais é outro processo que impacta significativamente a eficiência da logística. As estradas precisam ser de excelente qualidade, para garantir a máxima produtividade da frota. Assim, é necessário desenvolver padrões técnicos para a construção de estradas rurais, com medições de qualidade de nível 1, feitas pela própria operação em 100% das atividades realizadas, e nível 2, pela área de monitoramento da qualidade de forma amostral. Dessa forma, é possível garantir o escoamento da madeira com um transporte eficiente, inclusive em períodos de chuvas, fase mais crítica do processo. Também deve-se levar em consideração a malha de estradas já construídas: esse “estoque” é um diferencial que pode ajudar a agilizar o início da operação logística. Oferece flexibilidade na alocação dos equipamentos e para a frota do transporte de madeira. O custo de ter esse “estoque” deve ser considerado na maximização da cadeia logística da madeira. O transporte de madeira é o processo que pode representar o ; maior custo da cadeia logística.

O processo logístico da madeira pode representar até 50% do custo total da madeira, quando chega à planta produtora, e 25% do custo total da produção da celulose. "

Marcos Aurélio Barbosa

Gerente de Logística, G&D e Poupança Florestal da Fibria Celulose

Com base nessas características e necessidades, o foco sempre será desenvolver melhorias no processo, em busca da excelência. E, para garantir uma operação de transporte de madeira eficiente, é necessário ter, já no início, um bom plano de abastecimento da fábrica, por meio de sistemas informatizados que otimizam tanto os equipamentos quanto os recursos financeiros. Essa atividade permitirá à equipe de Planejamento, Controle da Produção (PCP) considerar todas as variáveis do processo, como estoques de madeira, planos de construção de estradas, microplanejamento operacional, trajetos restritivos, disponibilidade mecânica e operacional da frota, entre outras variáveis.

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Quando o assunto é o transporte da madeira, dependendo da distância da base florestal até a fábrica, pode ser utilizado mais de um tipo de modal, sendo o rodoviário o mais praticado. Porém há situações em que os modais ferroviário e hidroviário são essenciais para garantir o abastecimento, com a melhor eficiência. Em ambos os casos, o monitoramento do ciclo da viagem é fundamental para identificar oportunidades de perda de tempo e de recursos. Existem diversos sistemas que permitem o monitoramento por 24 horas, com foco em reduzir os desperdícios. Há sistemas de monitoramento do ciclo de viagem, do consumo excessivo de diesel e de segurança operacional e patrimonial. No transporte rodoviário, o ponto fundamental é maximizar a carga. Para isso, toda a atenção deve ser dada junto à operação de colheita, para maximizar o comprimento da tora e reduzir a sua variabilidade, evitando espaços vazios no caminhão, com madeiras “engaioladas”, no tempo de corte, para evitar transportar madeira com umidade alta, pois isso limitará a quantidade de carga a ser transportada. Além de monitorar todo o processo, é fundamental inovar, considerando novas tecnologias que permitirão melhorias no processo. Exemplos: veículos mais leves e de alta resistência; equipamentos auxiliares, como sistemas de defletores para redução de arraste e consumo de diesel; sistema de calibração de pneus para garantir a estabilidade e também redução no consumo de diesel; sistemas de amarração de carga

pneumática para evitar paradas operacionais para reaperto de carga; padrão de pneu como misto e rodoviário, para cada situação da malha viária; motorização do cavalo mecânico compatível com o projeto, entre outras variáveis. Já na operação do pátio de madeira, a principal atenção deve ser a assertividade do plano de abastecimento da fábrica, levando em consideração a característica e a qualidade da madeira. A densidade e o rendimento são as principais variáveis monitoradas. A mesa de picagem deve ser alimentada com madeira com essas características. Isso evita o desperdício de tempo dos equipamentos, em movimentar estoque para atender a um padrão de mix de qualidade. Resumindo, a movimentação de um pátio consiste em retirar a madeira das composições rodoviárias, movimentá-la para abastecer as mesas de picagem, por meio de gruas. Para cada processo, é identificado o melhor equipamento. Exemplo: dimensão e produtividade da máquina, capacidade de movimentação da garra, tipos de garras para cada processo, máquinas elétricas e a diesel, podendo inclusive ter híbridas. Tudo isso pode tornar o pátio de madeira mais eficiente e com menor custo operacional. Concluindo, a cadeia logística da madeira é responsável por movimentar milhões de metros cúbicos de madeira por ano, tendo muitas atividades incorporadas. Portanto é essencial que os profissionais envolvidos nos processos tenham conhecimento do detalhe de cada atividade. Dessa forma, poderão identificar milhões de reais em oportunidades. n

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ensaio especial

Opiniões

planejamento hidrológico e edáfico na bacia hidrográfica Os impactos das plantações florestais na produção de água nas microbacias hidrográficas (MBH) são complexos, variáveis e dependem dos processos hidrológicos e edáficos predominantes e da disponibilidade climática de água. O indicador hidrológico mais importante em termos de manejo florestal sustentável é o balanço hídrico da MBH, enquanto a vazão hídrica é o indicador mais relevante para os ecossistemas aquáticos e demais usuários dos cursos de água. O impacto hidrológico das plantações pode ser avaliado em termos de consumo de água ou eficiência de uso da água. Os altos índices de produtividade florestal são frequentemente associados às altas taxas de uso de água, levando a preocupações com as reduções na disponibilidade hídrica na bacia hidrográfica, especialmente onde as plantações de eucalipto substituíram a vegetação nativa de baixa estatura. Para avaliar e prever os efeitos de plantações florestais sobre a produção de água, Farley e outros (2005, Global Change Biology) analisaram 26 conjuntos de dados de MBH, totalizando 504 observações. Eles verificaram que a vazão hídrica anual foi reduzida, em média, em 44% e 31% quando pastagens e vegetação arbustiva, tipo savana, foram substituídas por plantações florestais, respectivamente.

Ferraz e outros (2013, Forest Ecology and Management) apresentaram exemplos de relação entre precipitação pluvial e vazão hídrica de cursos de água medidos em várias MBH experimentais plantadas com eucalipto, em diferentes partes do Brasil. A maioria das observações (58%) mostrou uma razão ET/P (evapotranspiração real/precipitação pluvial anual) maior que 0,90, mostrando que as plantações de eucalipto consumiram água em proporção à sua disponibilidade. Atualmente, existe um consenso de que a produtividade das plantações florestais é predominantemente limitada pela disponibilidade de água, pois a falta de nutrientes pode ser manejada por meio da fertilização. Nas MBH com baixa disponibilidade hídrica, que ocorrem nas regiões que têm clima do subtipo Aw (tropical úmido com inverno seco), as precipitações pluviais médias anuais (PMA) podem variar entre 700 e 2000 mm ano-1, irregularmente distribuídas entre as estações, com 4 a 5 meses de deficiência hídrica (DH). As temperaturas médias anuais são altas, entre 24 ºC e 26 ºC, o que confere a essas regiões alto potencial evapotranspirativo. O incremento médio anual (IMA) de madeira de eucalipto varia entre 25 m3 e 35 m3 ha-1 ano-1.

estratégias com a hidrossolidariedade estão se tornando cada vez mais importantes no manejo das plantações florestais, uma vez que a concorrência pela água tem aumentado devido à mudança climática "

José Leonardo de Moraes Gonçalves Professor de Solos e Nutrição Florestal do Departamento de Ciências Florestais da Esalq-USP

Os eucaliptos tiveram um impacto maior do que outras espécies de árvores em áreas de pastagens, onde houve redução em 75% da vazão hídrica, em comparação com uma diminuição média de 40% nas áreas substituídas por pínus. Para as pastagens, as reduções absolutas da vazão anual foram maiores nos locais mais úmidos, mas, em termos relativos, maiores em locais mais secos. Seus resultados indicam que, em uma região onde a vazão é inferior a 10% da precipitação pluvial média anual, o florestamento arborização pode resultar em perda completa de escoamento.

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Nessas regiões, durante o período mais seco, a oscilação da vazão dos cursos de água é grande, podendo até ocorrer suas secagens. Em algumas regiões, essa limitação hídrica tem gerado conflitos sobre o uso da água entre comunidades locais e produtores florestais. Outros fatores naturais relacionados à topografia e às características do solo podem mitigar ou agravar os efeitos na vazão de cursos de água. Quanto mais declivosas as áreas, mais rápido é o processo de drenagem e menor é o tempo de residência da água, contribuindo intensivamente para a variação da vazão dos cursos de água entre ; os períodos mais e menos chuvosos.


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Qualidade: ISO 9001 e ISO 14001


ensaio especial O teor de argila no solo tem alta correlação com a velocidade de infiltração e com a capacidade de retenção de água, por conseguinte, com o tempo de residência da água. A produção florestal em regiões com deficiência hídrica > 400 mm, PMA < 1000 mm e estação seca ≥ 6 meses é economicamente inviável para objetivos industriais, devido à baixa produtividade, à inadequada qualidade da madeira e ao alto custo de produção. Pelas mesmas razões e pela baixa capacidade de armazenamento de água, os solos pouco desenvolvidos, como o Cambissolo, o Neossolo Litólico e o Neossolo Quartzarênico são inadequados para plantações de eucalipto. Geralmente, as áreas com esses solos são destinadas à conservação ambiental. Nas MBH com moderada disponibilidade hídrica, que ocorrem nos subtipos climáticos Aw, Am (tropical monçônico), Cwa (subtropical com inverno seco e verão quente) e Cwb (subtropical com inverno seco e verão temperado), a PMA varia entre 1000 e 1800 mm ano-1, moderadamente distribuída durante o ano, resultando entre 2 e 4 meses de DH. Quando o número de meses com DH varia entre 3 e 5 meses, e as TMA ficam acima de 22 oC, os riscos de drástica e temporária diminuição da vazão hídrica são altos, sobretudo nos anos com precipitações pluviais abaixo dos índices médios. Nessas condições, há vários casos de conflitos com outros usuários em bacias hidrográficas florestadas com eucalipto no Brasil. Nas MBH com alta disponibilidade hídrica, predominantes nos subtipos climáticos Cfa (subtropical com verão quente) e Cfb (subtropical com verão temperado), a PMA varia entre 1500 e 2500 mm ano-1, bem distribuídas durante o ano (menos de 2 meses de deficiência hídrica). A TMA varia entre 13 ºC e 20 ºC. O IMA de madeira de eucalipto varia entre 35 m3 e 60 m3 ha-1 ano-1. Nessas regiões, supondo que 10% da disponibilidade hídrica representa um excedente hídrico de 120–150 mm, a drenagem pode ser suficiente para manter a vazão hídrica dos riachos e córregos para outros usuários e manter os ecossistemas aquáticos. São raros os conflitos entre produtores florestais e outros usuários de água ao longo da bacia hidrográfica. Os produtores florestais devem levar em conta os riscos inerentes de diferentes sistemas de manejo florestal sobre a disponibilidade regional de água e considerar a adoção das seguintes práticas silviculturais na MBH: a) mosaico com diferentes materiais genéticos e idades de plantio; b) controle da produção florestal. O objetivo básico é limitar a variação da evapotranspiração real ao longo dos anos dentro das microbacias hidrográficas. A associação de materiais genéticos com diferentes produtividades em uma MBH tem alto efeito no consumo de água. Os genótipos mais produtivos devem ser plantados nas áreas com maior disponibilidade hídrica, comumente aquelas com menor declividade, com solos mais profundos e argilosos. No outro extremo, as áreas mais declivosas e/ou com solos mais arenosos, de maior drenagem, devem ser reservadas para os genótipos menos produtivos.

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Opiniões As simulações realizadas em uma bacia hidrográfica experimental, sob déficit hídrico moderado e plantadas com eucaliptos, mostraram que é possível reduzir o consumo de água e estabilizar as flutuações de vazão em um córrego causadas pelo crescimento do povoamento, se forem estabelecidos mosaicos de idade da plantação florestal associados a 30% de manutenção da área da microbacia hidrográfica com floresta nativa (Ferraz e outros, 2013). Em outra região com maior estresse hídrico, também em uma MBH com mosaico de eucalipto e floresta nativa, Almeida e outros (2007, Forest Ecology and Management) verificaram que povoamentos com diferentes idades resultaram em redução considerável na variação dos níveis do lençol freático. Assim, o estabelecimento de um mosaico de materiais genéticos e de idades na microbacia hidrográfica é uma das estratégias mais poderosas para controlar o consumo de água e pode contribuir para reduzir os conflitos de uso da água, especialmente em regiões com limitação hídrica. O controle da produção florestal em áreas com alta limitação hídrica pode ser uma prática eficiente para regular a produção de água na microbacia hidrográfica e de seu regime de fluxo. Duas estratégias podem ser usadas. A primeira estratégia é limitar a produtividade da plantação por meio do uso de materiais genéticos menos produtivos, mas mais eficientes no uso da água e, geralmente, mais tolerantes ao estresse hídrico. Nesse cenário, duas funções podem ser conciliadas: a função ecológica, por meio da recarga do lençol freático, que mantém a regularidade de vazão dos cursos d'água, e a função silvicultural, por meio da recarga de água em camadas profundas do solo, constituindo um estoque de água importante para a sobrevivência das árvores durante os períodos de seca. A segunda estratégia consiste em não limitar a produtividade da plantação, mas aumentar a área relativa de conservação da vegetação natural. Isso implica maior risco de mortalidade de árvores, devido ao maior estresse hídrico na escala do povoamento. Eventualmente, dependendo das previsões meteorológicas, o aumento da extensão da rotação de cultivo pode ser considerado. Por fim, estratégias como a hidrossolidariedade estão se tornando cada vez mais importantes no manejo das plantações florestais, uma vez que a concorrência pela água tem aumentado devido à mudança climática. Independentemente se as variações climáticas são normais ou causadas pelo aquecimento global, o setor florestal brasileiro tem feito esforços para estruturar um bom plano estratégico como parte de seu programa de sustentabilidade a médio e longo prazos. Os riscos potenciais devem, portanto, ser levados em consideração durante o desenvolvimento de estratégias florestais e planos de manejo. Isso requer uma melhor compreensão dos possíveis impactos e dos riscos das mudanças climáticas. n


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