visão de entidades
2015: um convite à
retomada
Os últimos anos foram muitos difíceis para o setor sucroenergético brasileiro. O segmento viveu uma crise originada por decisões que afetaram toda a cadeia produtiva, desde o produtor rural, passando pelo prestador de serviço, até o fornecedor de máquinas e equipamentos às agroindústrias canavieiras. Uma crise sem precedentes, que levou o setor a uma situação financeira de difícil solução. As vozes do setor formaram um grande coro de protesto e, com muita coragem, deram corpo e voz aos anseios que vinham do interior, das diversas regiões produtoras de cana do Brasil. Nunca o setor foi tão debatido, clamando por uma política energética mais limpa e sem intervenções. A mídia brasileira deu um enorme espaço para as reivindicações setoriais, e boa parte da opinião pública entendeu as dificuldades.
Um exemplo disso foi o amplo espaço que os temas relacionados ao setor tiveram durante a campanha eleitoral de 2014. A eleição já passou, e os brasileiros escolheram seus representantes para os próximos quatro anos. Em vez de olhar para trás e ficar remoendo o que não foi feito, o setor tem o desafio de olhar para frente e encontrar, novamente, o caminho da prosperidade. A recuperação não virá no curto prazo, e também não será uma medida isolada que resolverá os grandes problemas setoriais. A escolha de ministros mais ligados aos setores produtivos foi um importante indicativo da retomada do diálogo com o setor, apesar da mudança drástica da política econômica do Governo Federal em 2015. O passivo financeiro das empresas é muito alto e de difícil solução e necessitará de uma gestão profissional e criativa conjugada com um ambiente institucional estável, sem intervenção e com apoio ao setor. O apoio institucional do governo, representado pelos discursos de seus maiores líderes, é imprescindível para o crescimento de qualquer setor no Brasil.
Em vez de olhar para trás e ficar remoendo o que não foi feito, o setor tem o desafio de olhar para frente e encontrar, novamente, o caminho da prosperidade. "
Mário Campos Filho
Presidente Executivo da Siamig - Minas Gerais
É necessário falar bem do etanol, um produto brasileiro e extremamente importante à nossa matriz veicular, assim como do açúcar, item com grande participação nas exportações brasileiras, imprescindível na dieta da população e enraizado na nossa cultura. Isso sem falar da bioeletricidade, da energia elétrica da biomassa, com potencial incrível de auxiliar o País a sair da crise energética. O setor é muito grande, pulverizado e bastante heterogêneo, com características regionais/estaduais importantes. É por esse motivo que os sindicatos estaduais são fortes, com uma necessidade muito grande de interlocução com órgãos e instituições estaduais e, em muitos casos, municipais. Quando essas forças se uniram e se mostraram a serviço da recuperação setorial, o
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