Extra (4 pags) - 05.2008

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à s o m a g e h c e . ..


o l u a P o ã àS


O carioca trabalha mais que o paulista

Dentro de um plano de uma vida fora dos padrões mais convencionais tenho sempre pautado a vida numa seqüência de incoerências sadias. Provavelmente tudo tem como base o fato de ter nascido e educado em São Paulo e ser conhecido como a cara do Rio. Quando candidatos a uma mesma eleição, Marcelo Alencar e Garotinho, o Jornal do Brasil fez um perfil do consumidor com ambos os candidatos, com as mesmas perguntas, mas somente uma foi respondida igual: Ricardo Amaral é a cara do Rio ! Não deixa também de ser divertido o rei da noite durante anos ser casado, com a mesma mulher, há 42 anos. Quando nada é curioso! As minhas são inúmeras, mas a seqüência de incoerências entre estas duas cidades é capaz de produzir uma lista sem fim. Ninguém acredita, mas o carioca trabalha mais que o paulista! O paulista é muito mais boêmio que o carioca e pratica essa boemia com uma intensidade fabulosa. Escuta-se mais samba em São Paulo que no Rio. Enfim. Daria para ficar aqui um dia todo falando das incoerências, das diferenças e das implicâncias. Tipo: em São Paulo o plural é singular e isso irrita o carioca. Aquele chorrilho de ssss do carioca deixa o paulista puto. No Rio escreve-se sem milhão, porque a turma é dura mesmo, já em São Paulo se escreve cem milhão, a grana pulula, mas há uma pequena economia dos sss! O poderio financeiro está em São Paulo, mas a criatividade no Rio. Vejam, por exemplo, o caso dos Bancos de Investimento que fizeram história no Brasil: todos cariocas. A maioria imigrou, mas nasceram aqui. Bozzano Simonsen, GP (Garantia), Pactual e por aí vai! Outra grande banca do carioca é que a Globo é nossa. E os paulistas retrucam que todas as outras são paulistas. Daí vem o repique: somem todos os faturamentos e depois conversem comigo!... E a imprensa? Aí não, a coerência é total! Bem, hoje a mais independente, mais séria, mais ética do Brasil é praticada na terra brasileira de Brigitte Bardot. A beira da praia, movida a boas caipirinhas, muito talento, camarões fritos e muita risada é editado O Perú Molhado, que se ainda não tem o lema poderia adotar: Pobre daquele que me leva a sério!

Ricardo Amaral, maio de 2008 18 de abril de 2008 – O Perú Molhado

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mas, ócio é comigo mesmo

Foi observando Ricardo Amaral em Búzios, que provavelmente o sociólogo italiano Domenico Di Masi teve a inspiração para escrever seu famoso livro, O Ócio Criativo. É em nossa cidade que Amaral pratica com mais satisfação o "não fazer nada", para exercitar sua criatividade. Quando quer ficar de papo para o ar, já tem a direção certa. Somente O Perú para lhe tirar o sossego.

Foto Sandro Peixoto 18 de abril de 2008 – O Perú Molhado


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