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Libere o ânus!

Utilidade pública

Por Ana Pinto Rêgo*

N

o dia 4 deste mês, a renomada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, anunciou a temática “sexo” com uma aula introdutória especial sobre sexo anal chamada “What What in the Butt” (“O que o que na bunda”, em tradução livre), nome baseado na música do artista Samwell, que ganhou as redes. O evento, que teve como objetivo ensinar os alunos da universidade sobre “essa excitante - ainda que mal compreendida - forma de prazer”, aconteceu em uma sex shop local chamada Good Vibrations (Boas Vibrações) e contou com dicas sobre como conversar sobre o assunto com seu par, preparação para o ato, higiene e ainda itens para o prazer. A matéria sobre a aula, publicada no portal BOL, concentrava o foco do prazer anal na mulher e apresentava dicas sobre o que fazer para levar a parceira a ter prazer: “Se o homem quer que sua parceira o deixe penetrar por trás, é melhor conquistar esse direito”. A matéria veio a calhar. Num momento em que o Brasil organiza (e o Perú apoia) o “novembro azul”, falar de ânus é sempre uma boa pedida. Principalmente o orifício anal do macho. O tabu em relação ao prazer anal, se ainda existe no ambiente feminino, no masculino é mais que pecado. É considerado, equivocadamente, a comprovação da homossexualidade. Sentiu prazer anal, é gay. As mulheres são cruéis nesse ponto. Para defenderemse de uma traição ou do desprezo masculino, bravatam: “Ele é ‘viado’! Sempre pedia para eu colocar o dedo naquele lugar.... Reproduzem assim o preconceito de que também são vítimas”. Associar prazer anal à homossexualidade é um erro preconceituoso. Que só nos impede de ter prazer. Como mostrou o famoso psicanalista Sigmund Freud, nas fases psicossexuais do desenvolvimento do ser humano, a fase anal é crucial para o desenvolvimento da criança. À medida em que crescemos, novas áreas de tensão e gratificação são trazidas à consciência. A obtenção do controle fisiológico, mostrada pela criança aos pais, é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer. Por outro lado o períneo, região que compreende genitália e ânus, é uma região cheia de terminações nervosas, o que torna a zona uma fonte de altíssima excitação sexual. Tanto para o homem quanto para a mulher. Como destaca o professor de sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC e autor do livro O Prazer Secreto Celso Marzano não existe diferença da região anal entre homem e mulher. “A anatomia e sensibilidade são iguais. Na parte genital é diferente, mas no ânus, não”, ressalta. O tabu em relação ao ânus masculino, além de tudo, cria uma barreira no âmbito da saúde pública. O câncer de próstata, àquele identificado mediante o exame de toque retal (no ânus), é o segundo mais comum entre os homens. O medo e o preconceito, também nesse caso, além de privá-los do prazer anal, afastam o gênero masculino dos consultórios urológicos e os deixam adoecer. O machismo, que oprime principalmente as mulheres, também priva os homens de viverem sua masculinidade por completo. A caminhada dos machos, para ter direito de realizar (sem medo e vergonha) o toque retal, ir ao salão de beleza, se depilar, dançar, e, por que não, sentir prazer anal, ainda está longe de chegar ao fim. O Perú, que preza pelo ânus alheio, dá esse toque a todos os machos do mundo.

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Curiosidade:

No Brasil, o se xo países a pedido anal é uma variação bastan te apreciada. E da m um levantam enquanto a méd marca de preservativos Dur ento realizado ex, 18% dos br ia mundial foi co asileiros declar de 6%. aram praticar se m 37 xo anal,

Dicas de sexo an al para machos e /ou fêmeas

1 - Não insista com a penetraç ão: apesar de se seus dedos ou o seu pênis no r interior do ânus difícil de acreditar, você nã associadas ao se o necessita de para que o(a) xo anal. Simpl inse seu (sua) parc esmente ao pres Talvez seja um ei ro(a) sinta as se rir os si bom começo. onar ou fazer m nsações ovimentos, já é possível sentir prazer. 2 – Tenha calm a e use o lubrif icante: se você ânus de uma ve insistir em colo z, vai doer. car o pênis ou os dedos no in terior do 3 - Estimule a região anal en quanto estiver ânus, pode ser fazend pouc tornar extremam o confortável. No entanto, ju o outras coisas: a sensação de nt tocar unicamen ente agradáve l. O ideal é faze e-lhe sexo oral ou penetração dos dedos (com te o , e de repente po r um relaxamen eçando apenas pela ponta do de de-se to gradual do tos lentos, circ ânus com a in ulares e delicad do até chegar a trodução os. introduzir mai aguardar o rela s de um), em m xamento para pr Quando ocorrer a contração ovim do ânus, deve-s osseguir. e parar o movim enento e 4 - Sem lavage m, nada de “chu ca”: apesar do sar por uma lava risco natural de gem intestinal escape de feze an mais sensível, s, não portanto mais su tes do sexo anal. Isso porque esse procedimen é recomendado passcetível a bactér ajudar. E evite to deixa a muc ias, vírus e infe o sexo anal se osa anal cções. Fazer um tiver hemorroid as ou intestino a alimentação leve pode preso. 5 – Mas... obed eça às regras de higiene e use pr parem da frente eservativo: exis para trás. As ba te ctérias do ânus aplica-se ao se xo anal. Se você podem causa in uma razão para as mulheres se limfecção na vagi coloca os seus voltar a introd na. E esta mes de uzi-los na vagi ma regra na. Para isso, de dos ou pênis dentro do ânus um novo. Quant , não pode sim scarte sempre o aos dedos, te plesmente o preservativo nha sempre po para sexo anal r perto toalhinh e introduza as ou lenços um Lembre-se você edecidos para lim pode ir da vagi pá-los. na para o ânus , mas nunca o contrário!

De 14 a 21 de novembro de 2014 – O Perú Molhado

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