“Eu não aprendi a arrumar a cama, a lavar a louça, a comprar coisas para a casa. Eu usufruía da casa. Quando eu era criança, quem fazia era minha mãe, minhas irmãs. Aí, quando a gente fica mais velho, quem faz é a mulher ou alguém que a gente contrata para isso, que é outra mulher.” Homem, 55 anos, São Paulo
“Deus falou isso na bíblia, que a mulher tem de ser submissa ao marido.” Homem, 40 anos , Recife
“O nosso corpo não é pensado como um corpo a ser violado do ponto de vista da sexualidade. É um corpo que violenta, não que é violentado.” Homem, especialista, São Paulo
“Nós, homens, sempre tivemos todos os espaços da sociedade. O espaço público é nosso, o espaço da fala é nosso, o espaço de se colocar é nosso.” Homem, especialista, Recife
“Onde eu morava, as meninas eram criadas para ter muita cautela por onde iam. Apesar de ser uma cidade pequena, sempre se dizia: ‘Cuidado com tarado’. Pairava no imaginário coletivo e na educação das meninas que, em determinadas horas e locais da cidade, elas não podiam sair porque corriam o risco de serem atacadas por um tarado.” Mulher, 33 anos, Recife
“Essa ideia de ‘eu sou o homem’ tem benefícios. Muitas vezes nós fazemos uso deles, e não é por mal, porque não é algo consciente. Quando eu coloco meu corpo para defender o de uma mulher no carnaval, eu estou usando um privilégio, porque eu sou o corpo que protege, e ela, o que é protegido.” Homem, especialista, Recife 33